tag:blogger.com,1999:blog-1669511838336324512024-03-14T04:47:30.144-07:00ORIXÁS, ODÚS, LENDAS, EBÓS, SIMPATIAS E RITUAIS!COMPARTILHANDO O CONHECIMENTO COM MEUS IRMÃOS DE FÉ!!! SE VC GOSTOU DO BLOG, AJUDENOS A MANTE-LO NO AR E CONTRUIRMOS NOSSO CENTRO DE CULTURA AFRO-BRASILEIRA, COMPRE UM CD OU UMA APOSTILA NOSSA! AXÉ!DOUGLAS HARTThttp://www.blogger.com/profile/18060023167714836055noreply@blogger.comBlogger245125tag:blogger.com,1999:blog-166951183833632451.post-41804233013463699932015-01-04T14:31:00.002-08:002015-11-22T09:00:05.513-08:00O Ano de 2015O ANO DE 2015 = 8 INFINITO.
Será regido pela vibração do número 8. Ou seja, o ANO DA COLHEITA! Aqueles que plantaram coisas boas no decorrer de todo ciclo colherão prosperidade, abundância, união de relacionamentos, encontros de ALMAS GÊMEAS..... Os que plantaram chuvas colherão tempestades porém aqueles que semearam LUZ E AMOR colherão dias ensolarados, bem-aventurança, alegrias, sucesso...
Será um ano MARAVILHOSO, pois traz a energia do INFINITO, o oito invertido, expansão espiritual, ASCENSÃO...
Tempos de usufruir o melhor da vida, aproveitar o
momento para expandir nossa consciência e
despertar para patamares mais elevados...
Este ano foi muito duro, muitas questões vieram a tona para ser trabalhada e transmutada, pois foi regido pela vibração do número 7, kármico, espiritual, onde tudo precisa ser revelado...
No ano de 2016 será um ano revelador, pois será regido pela vibração do número 9, término de ciclo em todos os níveis espiritual, material, pessoal, relacionamentos, etc.
Por isso a importância do ano de 2015...
Tudo que focar em 2015 irá expandir para os próximos anos, seja referente a prosperidade, relacionamento, expansão da consciência, ASCENSÃO!!!DOUGLAS HARTThttp://www.blogger.com/profile/18060023167714836055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-166951183833632451.post-42815362619466813532014-11-03T12:40:00.001-08:002015-11-22T09:00:05.517-08:00DOUGLAS HARTThttp://www.blogger.com/profile/18060023167714836055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-166951183833632451.post-72642623016716951732014-11-03T12:38:00.002-08:002014-11-03T12:38:55.984-08:00Babalòrìsà e Ìyálòrìsà: Babalòrìsà e Ìyálòrìsà: o Sacerdócio Igualitário no Candomblé
Ao longo dos anos, o pensamento de que o homem possui uma importância menor no Candomblé frente à mulher, foi muito difundido. Isso foi reforçado, pelo fato de muitos terreiros tradicionais, durante décadas, não iniciarem homens Adosù e, permitindo que a única figura masculina nas Casas de Candomblé, fosse a dos Ogans (não Adosù). Muitos creem que o surgimento dos homens Adosù e Babalòrìsàs, foi fruto de uma mudança cultural, ocorrida nos últimos 20 anos.
Sobre isso, o objetivo desta publicação é elucidar que, em verdade, tanto o homem quanto a mulher possuem o mesmo grau de importância no Candomblé. É ainda, esclarecer que, a figura do Sacerdote Homem (Babalòrìsà) existe desde a fundação da Religião no Brasil e, muito antes disso, no próprio berço da cultura dos Òrìsàs, a África.
Antes de tudo, é importante salientar que não é o sexo que difere a importância de uma pessoa na Religião dos Òrìsàs, mas sim, o grau hierárquico que essa pessoa possuí. Assim, o que confere a uma pessoa a distinção hierárquica na sociedade religiosa, é o título sacerdotal e não o sexo.
A estrutura do Candomblé do Brasil foi fundamentada e edificada, tendo como a figura máxima do terreiro àquele que zela pelo Òrìsà, que em idioma yorùbá é a Ìyálòrìsà ou Babalòrìsà (Mãe ou Pai que zela pelo Òrìsà). Na África, por exemplo, existe a figura do Arabá, título masculino não existente nos tradicionais Terreiros de Candomblé da Bahia.
A consagração de uma Ìyálòrìsà ou Babalòrìsà ocorre da mesma forma, sendo necessários os mesmos predicados para ambos. Sendo eles: Iniciado (Adosù), ter concluídos as obrigações de 1, 3 e 7 anos e, principalmente, ter recebido essa missão pelo Òrìsà (ou seja, isso deve estar no seu destino e não em sua vontade e como já discorrido em nossas publicações, somente a obrigação de 7 anos, não confere à ninguém o cargo de Sacerdote/Sacerdotisa). Dessa forma, quando um homem recebe um título de Babalòrìsà ele está em igual posição sacerdotal de uma Ìyálòrìsà (não há distinção).
O que existe em nossa religião, é a condição cronológica ou como versado nos Terreiros aqui de Salvador “Idade é Posto”. No entanto, esse ditado se refere quando ambas as pessoas (independente do sexo) possuem o mesmo título Sacerdotal (posto). O Sacerdote/Sacerdotisa, possuí posição igualitária, no entanto, o mais velho sempre terá o maior respeito (nessa visão a idade prevalece).
No início da abordagem desse tema, mencionamos que o Sacerdote homem, existe desde a fundação da Religião no Brasil e mesmo antes, na África. No berço da cultura dos Òrìsàs, sempre existiu a figura do Babalòrìsà, do Babalawo e do Arabá (supremo sacerdote masculino).
No Brasil, contrário do que muitos acreditam, a figura masculina sempre existiu e com grande destaque. Na fundação das mais antigas e tradicionais Casas de Candomblé os homens (Sacerdotes) estavam presentes, com importância singular na formação desses Terreiros.
Podemos exemplificar, com alguns dos nomes mais venerados e ainda hoje reverenciados nos Ipade dos Candomblés da Bahia, tais como; Gbongbose Obitiko e Baba Asesu Bérégédé (que tiveram importância singular na fundação do Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho), Okarinde (no Terreiro do Gantois) e Oje Lade – Martiniano Eliseu do Bonfim, no Ilé Asè Opo Afonjá.
Isso, sem mencionar Talabí, o fundador do Terreiro de Òsùmàrè e, por exemplo, o aclamado Manoel Bernadino da Paixão, que fundou o Terreiro do Bate-Folha. Isso evidencia de forma muito clara, que o homem sempre esteve presente no Candomblé da Bahia.
Fato é que, na Bahia, as mulheres negras, tiveram ascensão social mais precoce que os homens, contribuindo de forma decisiva para o seu posicionamento religioso. As mulheres, antes dos homens, conseguiram acumular bens (na grande maioria das vezes, em razão da venda em escala de quitutes), permitindo-lhes a edificação dos Terreiros. Para os homens esse processo foi tardio, contribuindo para o cenário de distinção.
Apesar dessa diferença social à época, a importância do Sacerdote masculino sempre existiu, prova disso, conforme mencionado anteriormente é a evocação desses nomes no Ipade. Lembrando que, os ancestrais (Esá) saudados nessas cerimônias, invariavelmente são de pessoas iniciadas (Adosù), sejam elas mulheres, sejam homens, como os já mencionados; Esa Oburo, Esa Asesu Bérégéde, Esa Okarinde, Esa Danjemi, dentre muitos.
Desse modo, podemos afirmar que, no Candomblé, não existe diferença de grau sacerdotal em razão do sexo. Existem sim, alguns cultos específicos que a liderança masculina ou feminina prevalece à outra, mas isso, em cultos específicos, tais como Egúngún, no qual o homem é o Sacerdote Supremo (Alapini) ou nas Sociedades de Culto às Ìyàmì, Òsun ou Obà (Eleeko), nas quais as mulheres são as grandes matriarcas.
Assim sendo, podemos dizer que o Candomblé talvez seja, uma das poucas religiões, na qual o homem e mulher, desde que com o mesmo titulo hierárquico, possuem a mesma importância diante do clero. Mostrando que, há séculos, já pregamos a igualdade.
Nós do Terreiro de Òsùmàrè, esperamos uma vez mais, ter contribuído com o esclarecimento da cultura dos Òrìsàs no Brasil.DOUGLAS HARTThttp://www.blogger.com/profile/18060023167714836055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-166951183833632451.post-66632117820063369232014-11-03T12:35:00.001-08:002015-11-22T09:00:05.529-08:00O Culto aos Ancestrais e a Reencarnação no Candomblé, fundamentos da Casa De Oxumarê Hoje vamos discorrer sobre o culto aos ancestrais (Egúngún), por sua vez liderado por homens.
Na religião dos yorùbás, cremos que há vida após a morte e que os mortos podem retornar à terra através do Culto à Egúngún.
De forma muito resumida, podemos afirmar que há o culto aos ancestrais “Lese Òrìsà” e o culto aos ancestrais “Lese Egúngún”. O primeiro é realizado nos terreiros de Candomblé – no Ilé Ibó Aku (casa de adoração aos ancestrais), em que os Sacerdotes de Òrìsà cultuam os ancestrais do terreiro, sem que exista a manifestação física desse ancestre. Esses ancestrais chamados de Esá são louvados e evocados em rituais como o Ipade e em cerimônias dedicadas à ancestralidade da Casa de Candomblé.
O segundo, por sua vez, ocorre nos chamados Terreiros de Egúngún, em que o Sacerdote do culto a Egúngún (Alapini, Alagbá e Ojé) cultuam além dos ancestrais daquele terreiro e da família, os ancestrais patronos de cidades inteiras, como ocorre, por exemplo, com Baba Ologbojo, patrono da cidade de Ogbojo na África, ainda hoje cultuado nos Terreiros de Egún da Ilha de Itaparica. Além disso, esses Sacerdotes, trazem à terra, esses Egúngún de forma física, ricamente vestidos com roupas coloridas.
Um Itán de Ifá, narra que na cidade de Oyo (África), existia um fazendeiro chamado Alapini. Esse fazendeiro tinha três filhos (Ojewuni, Ojesami e Ojerinlo). Certo dia, Alapini fez uma viagem e recomendou aos filhos que não comessem um tipo especial de inhame, haja vista ele deixar as pessoas com uma sede desmedida. Os filhos ignoraram a advertência e comeram em excesso o aludido inhame. Como já anunciado pelo Alapini, eles tiverem uma sede imensurável e beberam água até a morte. Quando do seu retorno, o Alapini deparou-se com seus filhos mortos e resolveu procurar um Babalawo. Através do jogo de Ifá, o Babalawo disse que no décimo sétimo dia da morte de seus filhos, o Alapini deveria ir até um bosque que havia perto do rio e pegasse um galho de Àtòrì. Nesse bosque ele deveria bater no chão três vezes o Isan (o bastão feito da árvore Àtòrì) e pronunciar certas palavras mágicas e chamar pelos nomes dos filhos "wa de" (venha), na terceira vez os filhos retornariam à terra e assim aconteceu.
Por isso, o sumo sacerdote do culto aos ancestrais é chamado de Alapini, pois o fazendeiro de nome análogo foi o primeiro homem a materializar um ancestral no aye. Diferente do culto a Ìyàmì, no qual, as mulheres são as grandes líderes, no culto à Egúngún, a liderança pertence aos homens. Há uma antiga história de Ifá, que nos explica a razão disso.
À época dos Òrìsàs, os homens eram os líderes de tudo. As mulheres, no entanto, resolveram punir os homens, mas sem nenhum critério ou limite, abusando desta decisão, humilhando-os. Yansan era a líder dessas mulheres revolucionárias que se reuniam em uma floresta. Oya havia domado e treinado um macaco marrom chamado Ijimere, utilizando para isso, um isan (galho da árvore "Àtòrì". Oya vestia o macaco com uma roupa feita de várias tiras de pano coloridas, de modo que ninguém via o macaco sob os panos. Conforme Oya batia o isan no solo, o macaco pulava de uma árvore para outra, movimentando-se de forma alucinante, como fora treinado por Oya. Deste modo, durante à noite, quando os homens por lá passavam, as mulheres que estavam escondidas, faziam o macaco aparecer e eles fugiam totalmente apavorados, pois acreditavam estar vendo um Egúngún. Cansados de tanta humilhação, os homens foram consultar Ifá através de um babaláwo, a fim de descobrir a causa de tamanha injúria. Através do jogo de Ifá, a farsa das mulheres foi desvendada. Ifá recomendou aos homens, alguns sacrifícios, sendo Ògún, o encarregado de reverter o cenário imposto pelas mulheres. Quando Ògún chegou ao local das aparições, vestiu-se com vários panos coloridos, ficando totalmente encoberto, escondendo-se atrás de uma árvore. Quando as mulheres chegaram, ele apareceu subitamente, correndo, berrando e brandindo sua espada pelos ares, todas as mulheres fugiram assustadas, inclusive Oya. A partir desse dia, os homens dominaram as mulheres e as expulsaram para sempre do culto aos ancestrais. No entanto, Oya Igbale, continua sendo a Divindade que os Egúngún respeitam.
Muitos desacreditam da manifestação dos ancestrais e isso aconteceu até mesmo com os Òrìsàs. Outra história de Ifá, narra que após o Alapini ter evocado presencialmente os seus filhos já falecidos, Sàngó mandou lhe chamar, pois não acreditava que os mortos podiam voltar do além.
Como Sàngó era o grande Rei de Oyo, o Alapini foi prontamente ao palácio, quando chegou lá, Sàngó disse que iria prender Alapini, pois ele dizia que tinha o poder de trazer os mortos do além e isso era uma grande mentira e que se ele realmente conseguia fazer isso, que fizesse diante dos olhos de Sàngó. Alapini respondeu que não poderia evocar os ancestrais diante de Sàngó, mas que sim era possível trazer os mortos do além. Sàngó então mandou que construíssem um quarto dentro do palácio e vistoriou toda a edificação, garantindo que não havia ninguém dentro dela. Sàngó pediu para que o Alapini entrasse no quarto e que se ele tinha realmente esse poder, ele evocasse os ancestrais lá dentro, pois Sàngó tinha certeza que não havia mais ninguém lá. Alapini pediu algumas coisas, como panos, espelhos e um Isan (a grande vara de atori). Sàngó pessoalmente entregou tudo ao Alapini, certificando-se que não havia truques. Feito isso, Sàngó trancou a porta e ordenou que Alapini evocasse os ancestrais. Pouco tempo depois, uma voz rouca começou a sair do quarto. Sàngó irritado, disse que se aquilo fosse um truque, o Alapini seria morto. Passado mais um tempo, o Alapini pediu que abrissem a porta, quando Sàngó abriu, saíram de lá o Alapini e Egúngún, vestido com os panos e espelhos preparados pelo Alapini. Diante disso e impressionado, Sàngó instituiu o culto aos ancestrais em Oyo (seu reinado) e, a partir desse dia, todos os Alaafin (rei de oyo), são empossados pelo Alapini, pois é ele que conhece a ancestralidade de Sàngó.
No Candomblé, o culto aos antepassados é tão importante que, mesmo antes de louvarmos os Òrìsàs, devemos render homenagens aos ancestrais, isso é ainda mais saliente nas casas antigas, em que já houve mais de um Sacerdote, sendo que o líder atual, sempre reverenciará aqueles que o antecederam. Nesse sentido, acreditamos que, quando uma Ìyálòrìsà ou Babalòrìsà falece, ele também servirá como conselheiro para os que o sucederão, no entanto, como ancestral, sendo muitas vezes consultado por meio do oráculo. Há um antigo provérbio yorùbá que diz: “Você só completará a sua missão, se cumprir a missão dos seus antepassados”.
Como exposto acima, no Candomblé nós acreditamos na vida além da morte, em verdade, cremos que a morte é o renascimento para todos. Nós cremos que, quando uma pessoa morre, ela parte para um dos espaços Orùn, a depender da sua conduta no Ayè (que também é considerado um dos Orùn, para os yorùbá).
Acreditamos na existência do Orun Rere (reservado para as pessoas que tiveram uma conduta exemplar no Aye), o Orun Alafia (local de grande paz e harmonia), o Orun Funfun (local da pureza), o Orun Baba Eni (local no qual cremos que residem os Sacerdotes), Orun Isalu (local onde as pessoas serão julgadas), Orun Apadi (local ruim, das coisas que não serão reparadas e que não serão restituídas à vida através da reencarnação), o Orun Buruku (o pior espaço, para onde vão as pessoas más) e o Orun Afefe (onde os espíritos permanecem e tudo é corrigido, e lá ficarão até serem reencarnados).
Desse modo, nós também acreditamos na reencarnação (Atunwa), mas como vimos, nem todos serão reencarnados. A viagem da vida (Ajolaiye) em sua amplitude, não é concedida a todos, mas quando isso ocorre, cremos que seja na mesma família. No Candomblé, quando existe a reencarnação, essa ocorre invariavelmente no mesmo seio familiar daquele que faleceu.
Nesse sentido, essa “sentença” de nascer na mesma família, serve como “premio” ou “punição”. Quando uma pessoa atingiu seu papel no aye, de forma benéfica, ele certamente contribuiu para a edificação de sua família, assim sendo, quando ele retornar para essa família, ele estará retornando para um ambiente que ele mesmo contribuiu para que fosse bom e isso será considerado um prêmio ancestral. No entanto, se ao invés disso, ele tenha causado problemas à sua família, ele retornará para um ambiente que ele contribui para que não fosse bom, sendo assim uma punição, no entanto, com uma oportunidade de virar o jogo.
Na África, essas crianças reencarnadas são descobertas pelo oráculo logo quando do seu nascimento, recebendo nomes que evidenciam isso, como por exemplo, “Babatunde” (o pai retornou).
Há um itan de Ifá, que discorre que uma pessoa só descansará eternamente no Orun, caso ela já tenha conseguido realizar todas as coisas boas que ela tinha que realizar no Ayé. Somente após isso ele poderá descansar, caso contrário, ela retornará ao Aye (Atunwa), para cumprir a sua missão. Isso tem como objetivo, atingir o equilíbrio máximo entre os Orun e Aye.
Nós da Casa de Òsùmàrè, esperamos ter novamente contribuído para o esclarecimento da nossa cultura.
Que Òsùmàrè Aràká, o grande patrono da nossa família, continue olhando e abençoando todos.
Terreiro de ÒsùmàrèDOUGLAS HARTThttp://www.blogger.com/profile/18060023167714836055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-166951183833632451.post-64099578978843330802013-01-02T14:15:00.001-08:002013-01-02T14:15:28.991-08:00REGÊNCIA DE ODÚ E ORIXÁS EM 20132013. Ano 6, Regido pelo Odu OBARA
O Odu Obará foi gerado de um bloco de ouro. Suas arestas representam a riqueza. Obará fez a fecundação com Eji-Lasebora (13).
De Obará veio Ajé saluga (Ajê Salugá é a irmã mais nova de Yemoja. Ambas são as filhas prediletas de Olokun), e de Lasebora veio Araiun, (que não toma a cabeça de ninguém, porém gerou 12 qualidades de Sango e todos os Orisas). Os Orixas regentes deste ano serão Olokun e Xango.
Este é um Odu masculino e individual, por isso toda as previsões são pessoais e vão depender da postura de cada um perante a vida.
Ele atrai riquezas, mas não uma riqueza coletiva e sim algo que resulta de um sonho pessoal, porisso “Se você quer ter um negocio, esta é a hora”.
Este Odu nos diz para sermos espertos: "a natureza deu-nos duas orelhas e uma só boca, para nos advertir que se impões mais ouvir do que falar"; para não disperdiçar o que conseguir: " Quem come e guarda, tem mesa duas vezes"; para não usar a mentira como ferramenta, porque: "Da mentira nasce a verdade".
Não acontecem mortes ou catastrofes coletivas no ano regido pelo odu de Obará.
Fica claro que é o odu certo para se trabalhar o crescimento pessoal, profissional, intelectual, financeiro ou espiritual. Positive seu Odu pessoal e traga o Odu de Obara para dentro da sua casa, para dentro do seu negocio, para dentro do seu coração.
Os orixás que carregam o Odu de Obara:
• Ketu: Sòngó, Òsóòssi e Lògún Ode. Você luta
• Vodum (Jejê): Dã, Lisa, Hoho e Tovodum.
• Nagô: Sàngó, Yansá, Yemonjá, Obá, Ewá e Ipori (O ìpòri é um dos três elementos que constituem a alma. Ele simboliza a energia advinda diretamente de nossos ancestrais. Esta energia é ligada a nossa cabeça (orí), ao nosso eledá (guia ancestral, Orixá) e ao nosso destino (odù) ).
Regência Corpórea para tratamento e cura: rins e aparelho urinário
Cuidados especiais para quem é propenso as seguintes doenças: infecção urinária, parto, dores fortes de cabeça, circulação sanguínea. depressão, testículos.
Quem não é regido por esse Odu, deve evitar: emprestar dinheiro, vestir roupa usada por outrem, ter contato com miséria, dar esmola, participar de jogo de carteado, gente bêbada.
Símbolo gráfico: Uma corda, vertical, de 6 metros de comprimento, com 6 nós
Faça de 2013 o melhor ano de sua vida!DOUGLAS HARTThttp://www.blogger.com/profile/18060023167714836055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-166951183833632451.post-65106157462570598122012-07-25T07:12:00.000-07:002012-07-25T07:12:05.953-07:00COMO SURGIU O CANDOMBLÉGostaria de expor que o relato a seguir é baseado em lendas, contudo como nossa religião é basicamente seguida por lendas é bem valido e bem interessante esse ponto de vista
• No começo não havia separação entre o Orum,
o Céu dos orixás, e o Aiê, a Terra dos humanos.
Homens e divindades iam e vinham, coabitando e dividindo vidas e aventuras.
Conta-se que, quando o Orum fazia limite com o Aiê, um ser humano tocou o Orum com as mãos sujas.
O céu imaculado do Orixá fora conspurcado.
O branco imaculado de Obatalá se perdera.
Oxalá foi reclamar a Olorum.
Olorum, Senhor do Céu, Deus Supremo, irado com a sujeira, o desperdício e a displicência dos mortais, soprou enfurecido seu sopro divino e separou para sempre o Céu da Terra.
Assim, o Orum separou-se do mundo dos homens e nenhum homem poderia ir ao Orum e retornar de lá com vida.
E os orixás também não podiam vir à Terra com seus corpos.
Agora havia o mundo dos homens e o dos orixás, separados.
Isoladas dos humanos habitantes do Aiê, as divindades entristeceram.
Os orixás tinham saudades de suas peripécias entre os humanos e andavam tristes e amuados.
Foram queixar-se com Olodumare, que acabou consentindo
que os orixás pudessem vez por outra retornar à Terra.
Para isso, entretanto, teriam que tomar o corpo material de seus devotos.
Foi a condição imposta por Olodumare
Oxum, que antes gostava de vir à Terra brincar com as mulheres, dividindo com elas sua formosura e vaidade,
ensinando-lhes feitiços de adorável sedução e irresistível encanto, recebeu de Olorum um novo encargo: preparar os mortais para receberem em seus corpos os orixás. Oxum fez oferendas a Exu para propiciar sua delicada missão.
De seu sucesso dependia a alegria dos seus irmãos e amigos orixás.
Veio ao Aiê e juntou as mulheres à sua volta,
banhou seus corpos com ervas preciosas,
cortou seus cabelos, raspou suas cabeças,
pintou seus corpos.
Pintou suas cabeças com pintinhas brancas,
como as pintas das penas da conquém,
como as penas da galinha-d?angola.
Vestiu-as com belíssimos panos e fartos laços,
enfeitou-as com jóias e coroas.
O ori, a cabeça, ela adornou ainda com a pena ecodidé,
pluma vermelha, rara e misteriosa do papagaio-da-costa.
Nas mãos as fez levar abebés, espadas, cetros,
e nos pulsos, dúzias de dourados indés.
O colo cobriu com voltas e voltas de coloridas contas
e múltiplas fieiras de búzios, cerâmicas e corais.
Na cabeça pôs um cone feito de manteiga de ori,
finas ervas e obi mascado,
com todo condimento de que gostam os orixás.
Esse oxo atrairia o orixá ao ori da iniciada e
o orixá não tinha como se enganar em seu retorno ao Aiê.
Finalmente as pequenas esposas estavam feitas,
estavam prontas, e estavam odara.
As iaôs eram a noivas mais bonitas
que a vaidade de Oxum conseguia imaginar.
Estavam prontas para os deuses.
Os orixás agora tinham seus cavalos,
podiam retornar com segurança ao Aiê,
podiam cavalgar o corpo das devotas.
Os humanos faziam oferendas aos orixás,
convidando-os à Terra, aos corpos das iaôs.
Então os orixás vinham e tomavam seus cavalos.
E, enquanto os homens tocavam seus tambores,
vibrando os batás e agogôs, soando os xequerês e adjás,
enquanto os homens cantavam e davam vivas e aplaudiam,
convidando todos os humanos iniciados para a roda do xirê,
os orixás dançavam e dançavam e dançavam.
Os orixás podiam de novo conviver com os mortais.
Os orixás estavam felizes.
Na roda das feitas, no corpo das iaôs,
eles dançavam e dançavam e dançavam.
Estava inventado o candomblé.DOUGLAS HARTThttp://www.blogger.com/profile/18060023167714836055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-166951183833632451.post-28117210787720093302012-05-12T18:35:00.003-07:002012-05-12T18:35:38.732-07:00JUREMA CATIMBÓJurema Catimbó: magia e conhecimento
Jurema Catimbó. Magia e Conhecimento. A Religião que surgiu no Nordeste Brasileiro.
no De: Alberto Junior. Xamanismo Brasil. Ver todos os tópicos | Criar novo tópico Mensagem 1. Jurema Catimbó. Magia e
Conhecimento. A Religião que surgiu no Enviado por: "Alberto Junior. Xamanismo Brasil." luz_holistica@globo.com
luz_holistica Sex, 7 de Dez de 2007 10:38 am Jurema Catimbó. Magia e Conhecimento.
A Religião que surgiu no Nordeste Brasileiro.
Origem:
A Jurema Catimbó é uma religião que surgiu nas regiões das matas de Pernambuco, Recife, Olinda, Paraíba, Alagoas e
Bahia. As crenças Indígenas se misturaram com os Kilombos e a pratica de Bruxaria Portuguesa e o Catolicismo.
Pesquisadores afirmam que esta tradição chega atingir 400 anos de Idade.
Falar sobre a reconstrução da Jurema e Catimbó, é um pouco mais complicado. Meus Padrinhos Mestres Juremeiros, os
meus mais antigos me contam que Jurema é uma coisa, e o Catimbó é outra, são coisas totalmente distintas, com o
passar dos anos estas duas práticas se uniram, formando assim a Jurema Catimbó como é conhecida em todo o nosso
Brasil.
A Jurema tem sua raiz na Pajelança, onde só os Mestres Juremeiros (Espíritos) baixam, são espíritos encantados dos
Nativos (Indígenas), Caboclos descendentes de Índios com o Branco, e os Mamelucos (mistura de brancos com negros
ou Nativos), todos trabalham em nome do Astral superior, trabalham para o bem, realizando benzessões e curas
miraculosas.
Jurei, Jurei,
Jurei Torno a Jurar (bis)
Jurei por toda Jurema.
Jurei torno a jurar
Jurei por toda jurema de Nunca fazer o Mal
O Catimbó segundos os mais antigos, era a prática de feitiçaria ou baixa magia. Por ter uma ligação maior com a Bruxaria
Portuguesa. Existia transe de alguns Mestres Juremeiros e Mestres da Magia que faziam o bem e o Mal, coisa proibida
dentro da Jurema. Faziam trabalhos de Amor, derrota de inimigos e todo tipo da arte negra.
Padrinho me conta que se antigamente você fosse, em uma sessão de Jurema e fala-se que você era Catimbozeiro,
dava até briga. Seria como se o bem e o mal estivessem juntos, obviamente viria a pergunta o que você esta fazendo
aqui...
Com o passar dos anos estas duas práticas distintas se unificaram, hoje em dia não tem como falar de Jurema sem
falar do Catimbó, e vise versa.
A Influência da Pajelança Juremeira, Cultura Nativa Brasileira, dentro da Jurema Catimbó:
Graças ao nosso bom Deus, tive a oportunidade de estar aprendendo a Jurema Catimbó assim como a Pajelança
Juremeira e o Tore de forma muito pura. O meu encontro com o Pajé Cacique Takai da Tribo kariri-Xoco do Pátio do
Colégio de Alagoas, confirma a origem da Jurema Catimbó, as Tribos Indígenas assim como os Negros dos Kilombos, se
embrenhavam nas matas fugidos dos colonizadores que queriam escravizar e recapturar os índios e negros.
Por muitos séculos, a Jurema Catimbó assim como outras manifestações religiosas e culturas eram praticadas dentro da
mata, as escondidas, por causa da perseguição da Policia por questões Políticas e Religiosas.
Após muitos esforços, dos Iniciados Mestres Juremeiros, as primeiras tendas Juremeiras se instalaram nas casas dos
fieis, que bravamente brigavam pelo direito de praticar sua religião, para facilitar a prática elementos da Religião Católica
como Santos foram inseridos nos cultos de origem Juremeira Nativa.
Começou a se criar a necessidade de trazer o elementos da natureza para lugares fechados, dos Kilombos ou da cultura
Africana vieram técnicas de preparar os Troncos de Jurema para os assentamentos ou firmeza dos Mestres Espirituais
Juremeiros. Começa então a baixar os primeiros Mestres Juremados de descendência Africana, ou mestiços dentro das
Tendas de Jurema Catimbó. A Bruxaria Portuguesa e Italiana também aporta no Brasil, como estas artes mágicas eram
praticadas dentro das matas, as Bruxas e Bruxos Europeus acabaram se integrando aos perseguidos Nativos, Africanos
e seus descendentes, trazendo elementos desta antiga e primitiva arte para junto da Jurema e Catimbo.
A Tradição Juremeira também adentra nos Candomblés de Pernambuco, que ficaram sendo conhecidos como
Candomblé de Caboclo, e comum também, os Candomblés de Nagô, Xangô e Angola, tocarem seus tambores e fazerem
festas para Caboclo, tamanha é a influência e a amizade que os ancestrais dos negros escravos fizeram com os
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Nativos Brasileiros, reconhecendo sua força, brilho e sabedoria. Muitos Babalorixas e Yalorixas também são iniciados na
Jurema Catimbo, receberam Juremação (iniciação). Foi através desta amizade que também os sacerdotes de cultos
Afros, conseguirarm adaptar muitas ervas que só existem em África dentro dos Cultos Afro-Brasileiros.
Se molda assim a Tradição Juremeira Catimbo, a união de varias culturas, esta bonita mistura do nosso belo povo. Tem
um Linho (cânticos) que mostra bem a sabedoria popular dos praticantes desta Seita Religião.
Eita, Eita Jurema
Eita, Eita Jurema (bis)
Seja branco
Seja Negro
A Jurema é Sagrada
No Tore na Pajelança
Aprendi a Respeitar
No Reino da malandragem
Do Anjico do Juca
Pedra Grande Mais que Grande
No Reino do Fundo Do Mar
Eita, Eita Jurema
Eita, Eita Jurema (bis)
Os vários Significados da Jurema Sagrada:
Jurema é um Pau Sagrado
onde Jesus descansou,
da força a ciência ao bom mestre Curador
Ramificações da Jurema:
Segundo José Francisco Miguel Henriques Bairrão, da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto -
USP a Jurema possui muitas ramificações, veja texto adaptado por mim para melhor compreensão popular:
"" Jurema é uma árvore. A sua identificação botânica, permanece relativamente indefinida. Pertence aos gêneros
Mimosa, Acácia e Pithecellobium (Sangirardi Jr, 1983, citado por Grünewald, 1999a), existem outras denominações
populares de várias árvores de Jurema (Preta, Branca, Vermelha, etc.).
Jurema é uma bebida. Extraídas de partes especificas da arvore de Jurema, nem sempre as mesmas (as mais referidas
são a Mimosa tenuiflora e a Mimosa verrucosa), obtém-se um líquido de uso religioso e medicinal. As fórmulas do seu
preparo, os tecidos vegetais utilizados e as dosagens, assim como a combinação com outros ingredientes, são variáveis.
O segredo do preparo da bebida de Jurema Sagrada tem uma variação de um Mestre Juremeiro para outro.
Jurema é uma cerimônia religiosa (diversamente celebrada por índios ou caboclos) , aonde os bebem a Jurema Sagrada
e comungam a bebida. Às vezes distinguida como uma religião específica no complexo cenário da espiritualidade
brasileira, mais comumente o culto da Jurema apresenta-se difuso em práticas religiosas nas quais pode ter um papel
mais ou menos central: Pajelança, Toré, Catimbó, Umbanda, Candomblé de Caboclo, Nago etc.
Jurema é uma "entidade" espiritual que se manifesta no transe de adeptos dessas religiões. Ou uma classe, um tipo de
"entidades", havendo muitas Juremas. A Jurema que se manifesta nesses cultos pode caracterizar-se de maneira
bastante variada em diferentes práticas e em diversos núcleos da mesma religião. Às vezes, a sua caracterização pode
ser diversa no mesmo núcleo, ou até mesmo Juremas diversas podem incorporar na mesma médium.
Jurema também pode ser o local de culto e oração: a mesa da Jurema Catimbo ou o "congá" Umbandista. Alguns
Candomblés principalmente o de Caboclo e Nagô, tem um canto reservado para a pratica da Jurema Catimbó.
Jurema é o "mundo espiritual" de onde provêm os encantados (espíritos muito evoluídos, que não fazem mais parte do
proscesso de reencarnação) que se manifestam nas sessões.
Jurema é o "plano espiritual" dos espíritos cultuados na difusa "espiritualidade brasileira", que se apresentam como
índios.
Jurema é uma índia metafísica. Atende pelo nome de Jurema uma apresentação antropomórfica do sagrado florestal. Em
rituais, convivem, a bebida e a "cabocla" do mesmo nome. Una ou duas?
Jurema pode ser uma "linha". A "linha" das "caboclas de Oxossi" (antropomorfoses femininas de epifanias florestais,
"encantos da mata"). É uma e múltiplas.DOUGLAS HARTThttp://www.blogger.com/profile/18060023167714836055noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-166951183833632451.post-31180633401589987612012-05-12T18:31:00.002-07:002012-05-12T18:31:17.406-07:00A cromoterapia na UmbandaA CROMOTERAPIA NA UMBANDA
I. INTRODUÇÃO
A utilização da cor em qualquer religião, ou melhor, em qualquer
processo mágico remonta aos tempos mais antigos. A luz é uma vibração
energética, da mesma forma que as vibrações mais sutis empregadas na Magia.
É perfeitamente sabido da utilização das cores nas mais diversas áreas do
conhecimento.
Hoje em dia, o processo de planejamento de hospitais, como foi o caso do
Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, obedece às técnicas de
Cromoterapia.
Desde a mais remota Antigüidade, o ser humano vem fazendo uso da cor
com as mais diferentes aplicações. Recentemente, uma grande pesquisadora
sueca, desenvolveu uma técnica de harmonização baseada na aplicação das
cores com o nome de aura-soma.
Os egípcios da antigüidade, povo de origem da nossa querida Umbanda,
sabiam perfeitamente utilizar as cores nos seus diversos rituais. Por exemplo,
quando um sacerdote fazia uso de cores nos seus lábios ou nos seus olhos o fazia
dentro de uma rígida técnica cromoterápica. Quando embalsamavam seus
mortos utilizavam, também, as cores adequadas ao ritual.
Assim, foi se difundindo todo o estudo desta grande ciência, que aliada ao
uso da radiestesia, ou seja, o pêndulo, nos ajuda tanto na realização de nossos
rituais.
II. AS CORES E A UMBANDA
Fazendo agora um paralelo entre a Cromoterapia e a Umbanda, iremos
verificar um perfeito casamento entre a religião e a ciência (sim, a Cromoterapia
está fundamentada em conceitos científicos).
Iremos verificar que a exuberância de cores nos rituais Umbandistas tem
seus fundamentos no estudo da Cromoterapia.
A seguir farei uma abordagem de cada Orixá, sua cor e seu significado.
Antes porém, cabe-nos lembrar que o Orixá é uma vibração, da mesma forma
que a luz. Quando utilizo as cores de um dado Orixá para um trabalho de Magia,
é como se estivesse utilizando das mesmas vibrações coloridas da luz para a
mesma finalidade.
OXALÁ
Iniciando por Oxalá, Orixá da paz, da harmonia e do amor. Suas cores são
o branco e o dourado. O branco representando muito bem a paz evocada por este
Orixá e o dourado a vibração luminosa que faz a conexão perfeita com a
Divindade. Que outro Orixá não traduz melhor esta conexão divina.
OMULU
O preto e o amarelo. O preto simboliza o retorno. É Omulu que faz este
retorno através do mundo dos mortos. O amarelo é a mente. Poder mental que
unido a este retorno, realiza todas as mudanças necessárias à nossa vida. Omulu
é o grande Senhor da Transformação, daí muitas vezes, sua representação estar
calcada nas cores roxo e amarela. O roxo é a maior vibração de transmutação
que pode ser sentida. Omulu transmuta todas as nossas dores em alegria, a
doença e saúde.
YEMANJÁ
No azul temos a mais perfeita tradução das deusas femininas. Yemanjá é o
símbolo maior da força feminina. Todas as grandes deusas ostentam a cor azul,
uma vez que esta cor é considerada a mais feminina de todas as cores. O azul,
que da mesma forma que a mãe, acalanta e aconchega. No branco a paz. AssimDOUGLAS HARTThttp://www.blogger.com/profile/18060023167714836055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-166951183833632451.post-84909719837287938212012-04-30T22:24:00.001-07:002012-04-30T22:24:00.976-07:00CENTRO DE CULTURA AFRO BRASILEIRA<a href="http://www.vakinha.com.br/Vaquinha.aspx?e=137570#.T59zJbCBqvY.blogger">CENTRO DE CULTURA AFRO BRASILEIRA</a>: Participe da minha vaquinha!<br />
<br />
JÁ ESTÁ A TODO VAPOR NOSSA VAKINHA PARA CRIÁRMOS O MAIOR PROJETO SOCIAL DA HISTÓRIA DE JACUTINGA, CONTO COM A SOLIDARIEDADE DE TODOS!DOUGLAS HARTThttp://www.blogger.com/profile/18060023167714836055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-166951183833632451.post-302836687237753822012-04-30T21:17:00.002-07:002012-04-30T21:40:48.287-07:00JOGO DE BÚZIOSSISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
“Deus não impôs aos ignorantes a obrigação de aprender,
sem antes ter tomado dos que sabem, o juramento de ensinar!
O JOGO DE BÚZIOS POR ODÚ
O ser humano sempre questionou o motivo de sua estadia sobre a terra e,
principalmente, o mistério que envolve o seu futuro.
A insegurança em relação ao porvir fez com que o homem tentasse, de diferentes
maneiras, prever o que lhe estava reservado, precavendo-se desta forma da má sorte, ao
mesmo tempo em que assegurava a efetivação de acontecimentos tidos com benefícios.
Muitos são os processos utilizados nesta finalidade e, no decorrer dos séculos,
diversos sistemas oraculares foram desenvolvidos e largamente acessados com maior ou
menor possibilidades de erros e acertos.
Dentre os sistemas oraculares utilizados pelos humanos, na ânsia de descobrir o
futuro, ou contactar as deidades com a finalidade de desvendar o motivo de suas provações,
destacamos alguns como, a astrologia, a cartomancia, a quiromancia e a geomancia, que por
sua popularidade e confiabilidade, continuam a ser muito solicitadas nos dias atuais.
Quase todos os oráculos, independente de sua origem cultural, tendem ao aspecto
religioso, sugerindo sempre uma prática ritualística de caráter muito mais místico do que
cientifico.
No Brasil, o sistema divinatório mais amplamente divulgado, aceito e praticado, é o
popularmente denominado “Jogo de Búzios”, que tem suas origens nas religiões africanas,
mais especificamente no culto de Orunmilá, o Deus da Sabedoria e da Adivinhação.
Nossa cultura assimilou de forma notável os costumes oriundos do continente africano,
legados pelos escravos que, no decorrer de vários séculos, foram para aqui trazidos de forma
trágica e brutal.
A música, a culinária, a maneira de ser e de agir do brasileiro testemunham, de forma
inequívoca, esta influência, de que não poderia deixar de ser verificada também, na postura
de nosso povo diante das religiões, quando, independente de sua opção ou credo, adota
sempre uma atitude pautada no profundo misticismo.
Para o brasileiro, como para o africano, não cai uma folha de uma árvore sem que
para isto não haja uma pré determinação espiritual ou um motivo de fundo religioso.
As forças superiores são sempre solicitadas na solução dos problemas do quotidiano +
e, seja qual for a religião professada pelo indivíduo, a prática da magia é sempre adotada na
busca de suas soluções, mesmo que esta prática mágica seja velada ou mascarada com
outros nomes.
O presente trabalho configura-se como uma proposta essencialmente didática que por
isto mesmo, não assegura as pessoas não iniciadas o direito de acessar o oráculo, garantido-
lhes, isto sim, a possibilidade de conhecer a mecânica de seu funcionamento, sua
interpretação e a forma como pode apresentar soluções para os problemas que
diuturnamente apliquem as nossas existências.
Sentimo-nos na obrigação de esclarecer ainda que, o Jogo de Búzios como base
como todos os demais processos divinatórios, exige como pré requisito para que possa ser
acessado, algum tipo de iniciação por parte do adivinho, assim com a consagração dos
objetos concernentes a prática oracular
O Oráculo Divinatório de Ifá.
Denomina-se Oráculo Divinatório de Ifa, o sistema de adivinhação utilizado pelos
Babalawo, sacerdotes consagrados ao culto de Orunmila “O Deus da adivinhação e da
sabedoria”, considerado como a principal divindade do sistema religioso de culto aos Orishas.
O Babalawo (Pai que possui o segredo), é o sacerdote de maior importância dentro do
sistema em questão. Todos os procedimentos ritualísticos e iniciáticos dependem de sua
1
JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
orientação e nada pode escapar de seu controle. Para absoluta segurança e garantia de sua
função o Babalawo dispõe de três formas distintas de acessar o Oráculo e, por intermédio
delas, interpretar os desejos e determinações das Divindades e de outros Seres Espirituais.
Estas diferentes formas são escolhidas pelo próprio Babalawo, de acordo com a importância
do evento a ser realizado, de sua gravidade e significado religioso.
O Jogo de Ikin ou o Grande Jogo.
Por sua importância e precisão o Jogo de Ikin é utilizado exclusivamente em
cerimônias de maior relevância e só pode ser acessado pelos Babalawo, sendo direito
exclusivo desta casta sacerdotal.
Compõe-se de vinte e uma nozes de dendezeiro, que são manipuladas pelo adivinho,
de forma a proporcionarem o surgimento de figuras denominadas Odú, portadoras de
mensagem que devem ser codificadas e interpretadas para que sejam corretamente
transmitidas aos interessados.
Os Odú são portadores, de forma cifrada, dos conselhos, exigências e orientações dos
Seres Espirituais, determinam o tipo de sacrifício exigido e a que tipo de Entidade deverá ser
oferecido.
Os Ikin são selecionados e dos vinte e um, somente dezesseis são colocados na
palma da mão esquerda do advinho que, com a mão direita num golpe rápido, tenta retira-los
dali de uma só vez.
A Configuração do Odú é determinada de acordo com a quantidade de Ikin que
sobrem na sua mão esquerda. Se restarem duas nozes, o advinho fará sobre o seu Opon
(tabuleiro de madeira recoberto de um pó sagrado conhecido como yerosun), um sinal
simples, pressionando com o dedo médio da mão direita, o pó espalhado sobre a superfície
do tabuleiro. se ao contrario restar apenas uma noz o sinal será duplo e marcado com a
pressão simultânea dos dedos anular e médio.
Esta operação é repetida tantas vezes quantas forem necessárias para que se
obtenha duas figuras compostas, cada uma, de quatro sinais simples ou duplos, superpostos
verticalmente, o que proporcionará o surgimento de duas colunas, inscritas da direita para a
esquerda, uma ao lado da outra.
Se na tentativa de pegar os Ikin, sobrarem mais de dois ou nenhum, a jogada é nula e
deve ser repetida.
As duas figuras surgidas desta operação indicarão o signo ou Odú que estará regendo
a questão, apresentando-se como responsável por sua solução, más outros deverão ser
“sacados” para o completo desenvolvimento da consulta.
Todo este procedimento é revestido de um verdadeiro ritual e cada figura surgida é
inscrita no tabuleiro, é saudada com cânticos e rezas específicos, que tem por finalidade
garantir sua fixação e proteção assim como ressaltar o respeito com que são tratadas.
Por sua complexidade, o Jogo de Ikin exigiria, para ser descrito integralmente, uma
obra composta de muitas e muitas páginas, como por exemplo o magnifico trabalho de
Bernard Maupil, “La Geomancie a I’ancienne Cote des Eclaves”, que versa sobre o tema com
excepcional propriedade.
Para melhor compreensão, apresentamos as representações indiciais dos 16
(dezesseis) Odú Meji ou figuras principais do sistema oracular, adotando para isto a ordem de
chegada aceita pelos Babalawo nigerianos.
1 - Eji Ogbe II
II
II
I I
2 - Oyeku MejiI II I
I II I
I II I
I II I
2
JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
3 - Iwori MejiI II I
I I
I I
I II I
4 -Odi Meji I I
I II I
I I I I
I I
5 -Irosun Meji I I
I I
I II I
I II I
6 -Oworin Meji I II I
I II I
I I
I I
7 -Obara Meji I I
I II I
I II I
I I I I
8 -Okanran Meji I II I
I II I
I II I
I I
9 - Ogunda Meji I I
I I
I I
I II I
10 - Osa Meji I II I
I I
I I
I I
11 - Ika Meji I I I I
I I
I II I
I II I
12 - Oturukpon Meji I II I
I II I
I I
3
JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
I II I
13 -Otura Meji I I
I II I
I I
I I
14 - Irete Meji I I
I I
I II I
I I
15 - Ose Meji I I
I II I
I I
I II I
16 - Ofun Meji I II I
I I
I II I
I I
O JOGO DE OPELE
O Jogo do Okpele obedece a mesma ritualistica exigida pelos Ikin, sendo como este,
exclusividade dos Babalawo. Trata-se no entanto de um processo mais rápido, já que um
único lançamento do rosário divinatório proporciona o surgimento de duas figuras que
combinadas formam um Odu.
O colar ou rosário aqui usado, é formado por uma corrente de qualquer metal, onde
são presas oito favas, conchas, ou quaisquer objetos de forma e tamanhos idênticos, que
possuam um lado côncavo e outro convexo, que irão possibilitar de acordo com suas
disposições em cada lançamento a “leitura” do Odu que se apresenta.
Existem correntes confeccionadas com pedaços de marfim, pedaços de osso, cascas
de coco, etc., sendo que a preferência da maioria dos Babalawo, recai sobre um determinado
tipo de semente natural da África Ocidental, conhecida como “fava de Okpele” que por sua
forma, adapta-se perfeitamente as necessidades do rosário divinatório de Ifá.
As favas ou outros materiais utilizados para este fim, são presas pelas extremidades a
corrente, mantendo entre si uma distância sempre igual. com exceção das quartas e quintas
favas, que guardam entre si, uma distância um pouco maior do que a que separa as demais,
o que torna possível a sua manipulação por parte de advinhos.
Na hora do lançamento, a corrente é segura neste exato local pelos dedos indicador e
polegar da mão direita, suas pontas pendentes são batidas de leve sobre o solo, o que
permite que suas favas se agitem livremente, balançadas algumas vezes e lançadas com as
pontas voltadas pra o advinho.
Cada “perna” da corrente contendo quatro favas, apresenta uma figura considerando-
se as fechadas como um sinal duplo e as abertas como um sinal simples, que deverão ser
transcritos para a superfície do tabuleiro Opon Ifá.
Todo o procedimento é idêntico ao do Jogo de Ikin, as figuras são inscritas no Opon,
saudadas interpretadas e decodificadas pelo Babalawo. As rezas e cânticos são os mesmos,
só o processo de apuração é diferente.
MERINDILOGUN - O JOGO DE 4 BÚZIOS.
JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
O Jogo de Búzios ou Merindilogun, tornou-se no Brasil, o sistema oracular mais
amplamente aceito e difundido. Raros são os indivíduos residentes em nossa terra que nunca
tenha recorrido aos seus serviços quer seja por simples curiosidade, que seja por real
necessidade.
A preferência do brasileiro por este sistema verifica-se, provavelmente pela
inexistência de Babalawo no Brasil, o que torna absolutamente impossível o acesso aos dois
processos adivinhatórios anteriormente descritos, enquanto que os búzios podem ser jogados
por qualquer um que seja iniciado no culto dos Orishás, independente de cargo, grau ou
hierarquia.
É Eshú quem através dos búzios, intermedía a comunicação entre os homens e os
habitantes dos mundos espirituais, levando os pedidos e trazendo os conselhos e
orientações, os recados e as exigências.
Uma outra vantagem que o jogo de búzios apresenta sobre os outros sistemas
oraculares existentes em nossa terra é o fato de não somente diagnosticar o problema, como
também apresentar a solução através de um procedimento mágico denominado ebó.
Nossa proposta é descrever minuciosamente a técnica e a magia do verdadeiro jogo
de búzios, na forma exata como é praticada pelos advinhos africanos e se fizermos uma
ligeira referência sobre os demais processos divinatórios(Ikin e Okpele), foi com o objetivo de
ressaltar a sua maior importância e esclarecer que aqueles procedimentos não podem nem
devem ser acessados por pessoas não iniciadas no culto de Orunmila, sendo sua prática
terminantemente proibida a pessoas do sexo feminino, assim como a todos os que pratiquem
o homossexualismo.
Necessária se faz uma explicação sobre a principal chave do sistema divinatório objeto
de nossos estudos, as figuras ou signos denominados Odú, portadoras das revelações e
mensagens que tornam possível a existência do Oráculo assim como sua coerência.
O que é Odú? - Qual a sua relação com o sistema divinatório e com o ser humano? -
Não faz muito tempo, o tema era considerado segredo e o termo Odú, assim como o nome
das dezesseis figuras eram considerados tabu. A simples menção de um destes nomes na
presença de iniciados de alta hierarquia era dita e havida como falta de respeito, como um
verdadeiro sacrilégio. Esta postura radical concorreu para que a maior parte do conhecimento
sobre o tema desaparecesse através dos anos, na medida em que aqueles que o detinham,
negavam-se a transmiti-lo, levando para a sepultura o que lhes havia sido legado por seus
antepassados, colocando desta forma, para o efetivo esclarecimento de subsídios
fundamentais e indispensáveis ao correto procedimento oracular.
Na década de 80, o Brasil formalizou um contrato de intercâmbio cultural com a
Nigéria, o que possibilitou a vinda de inúmeros estudantes nigerianos para nosso país. Este
grupo relativamente numeroso, foi dividido entre as cidades do Rio de Janeiro e de São
Paulo, onde passaram a fazer parte das diversas faculdades para nelas cursarem diferentes
cadeiras de nível superior. Ocorreu então um fenômeno muito interessante. Aqueles jovens,
quase todos de formação evangélica, ao sentirem o interesse dos brasileiros pela religião
original de sua terra, vislumbraram ai a possibilidade de auferir algum lucro e sem o menor
escrúpulo, passaram a divulgar os conhecimentos que trataram de adquirir através de livros
especializados e publicados em Yoruba.
O retorno financeiro era rápido e substancial e a avidez dos menos escrupulosos
levou-os de proceder iniciações e até mesmo de formar grupos de Babalawo, abusando de
forma vil da boa fé e do espirito hospitaleiro de nossa gente.
Isto provocou a divulgação desordenada e pior que isto, deformada do significado dos
Odu de Ifá e a partir de então, antigos manuscritos pertencentes a tradicionais famílias
sacerdotais, caíram de forma espúria nas mão de pessoas nem sempre bem intencionadas,
que deram a eles o uso e a interpretação que melhor convinha aos seus interesses pessoais,
uma vez que lhes faltava o subsidio essencial para a prática oracular que é a interação com o
sagrado, só obtida através da iniciação e do ritual.
Independente de todo o malefício que os jovens estudantes africanos nos trouxeram,
não seria justo que omitíssemos os muitos benefícios que também foram por eles prestados à
nossa religião. Alguns poucos, dentre estes estudantes, pertenciam a famílias que praticam
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
ainda hoje o culto aos Orishas e foram estes que assustados com a atitude desrespeitosa de
seus colegas procuraram colaborar através de esclarecimentos, para um melhor
direcionamento de nossas práticas, através de cursos de idioma Yoruba e da tradução de itan,
ese e oriki, que foram a estrutura de nossa religião e onde estão contidos quase sempre de
forma alegórica, os seus originais fundamentos.
Odu tornou-se, a partir de então, assunto corriqueiro, cada um quer saber mais do que
o outro, mas a grande maioria carece de esclarecimentos e subsídios suficientemente sólidos
para que possam declarar-se, como ousam fazer, profundos conhecedores do assunto.
Trata-se na verdade de uma abstração muitíssimo complexa de difícil compreensão,
desprovida de individualidade, podendo ser vista ora como determinante de um
acontecimento, de uma situação eventual, ora como um caminho, um acesso, um canal de
comunicação ou um carma individual ou coletivo.
Os Odu de Ifá são divididos em duas categorias distintas, a saber:
Os Odu Meji (duplo ou repetidos duas vezes). São em números de dezesseis e compõem a
base do sistema, sendo por isto conhecido também como Odu Principais.
Os Omo Odu ou Amolu, resultado da combinação dos 16 Meji entre si, o que proporciona a
possibilidade de surgimento de 240 figuras compostas ou combinadas que somadas aos
dezesseis principais totalizam o numero de 256 figuras oraculares.
Para melhor compreensão, apresentamos algumas figuras combinadas para que se possa
visualizar a diferença existente entre suas representações indiciais em comparação as 16
figuras anteriormente relacionadas:
Ogbebara: * *
* * *
* * *
* * *Interpretação de Ogbe com Obara.
Oshetura: * *
* ** *
* *
* * *Interpretação de Oshe com Otura.
Odisa: ** *
* * *
* * *
* * Interpretação de Odi com Osa.
Ogbeyuno * *
* *
* *
* * *Interpretação de Ogbe com Ogundá
Examinados os exemplos apresentados, podemos observar que os signos são
inscritos e lidos da direita para a esquerda, ao contrário da maneira ocidental de ler e escrever
e de acordo com o costume árabe de cuja cultura é originário este Oráculo.
Somente os Jogos de Ikin e de Okpele permitem acessar os 256 Odu que totalizam as
possibilidades de revelação do sistema. O merindilogun se reporta somente a interpretação
dos 16 Meji, pois cada lançamento condiciona-se ao surgimento de um Odu Meji,
impossibilitando o encontro e conseqüente combinação entre eles.
6
JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Para melhor compreensão desta limitação, cabe-nos explicar que nos demais
processos, os Odu são inscritos no Opon, consecutivamente, para que possam ser invocados
combinados, o que torna-se impossível numa caída de Búzios onde cada Odu se apresenta
individualmente de acordo com o número de búzios abertos.
Segundo uma lenda de Ifá, o acesso a adivinhação não era permitido as mulheres,
numa época em que só se conheciam os jogos de Ikin e de Okpele. Instigados por Oshun,
Eshú Elegbara, assistente direto de Orunmila, apoderou-se do segredo dos 16 Meji,
revelando-o a Oshun para que pudesse advinhar através dos búzios. Em pagamento, Eshú
exigiu que todos os sacrifícios determinados pelo Oráculo fossem a partir de então, entregues
a ele, até mesmo os destinados aos outros Orishas, dos quais retira sempre para si, uma boa
parte.
Ao contrário do que muitos pensam, todos os Odu de Ifá são portadores de coisas
boas e de coisas ruins, o que nos leva a concluir que não existem Odu positivos ou negativos.
Esta acertiva faz com que se complique ainda mais a adivinhação, na medida em que o
advinho tem que interpretar se a mensagem trazida pelo Odu que se faz presente é boa ou
ruim. Existem algumas figuras que são na maioria das vezes portadoras de boas notícias mas
que podem também prenunciar coisas terríveis, acontecimentos nefastos, loucura miséria e
morte.
A ignorância deste fato tem proporcionado grandes absurdos, como o costume de se
“assentar” este ou aquele Odu considerado benfazejo e despachar outros considerados
malfazejos.
Destes costumes surgiu o que se convencionou chamar “Obaramania”, procedimento
através do que todos devem “agradar” Obara Meji, para garantir seus benefícios e
“despachar” Odi Meji, evitando ser atingido por sua carga de negatividade.
A verdade é que nenhum dos signos de Ifá podem ou devem ser assentados,
agradados ou despachados, uma vez que são determinantes de procedimentos ritualisticos,
portadores de conselhos e orientações relativas ao comportamento de cada indivíduo,
indicadores de remédios e de sacrifícios que sempre são oferecidos a Elegbara, em sua
honra ou para que seja por ele conduzido e entre as demais Entidades Espirituais de todas as
classes e hierarquias.
É indispensável portanto a qualquer pessoa que pretenda jogar búzios, um
conhecimento no mínimo razoável dos 16 Odu Meji, seus significados, suas características,
suas recomendações e interdições, os tipos de bênçãos ou de maus augúrios dos quais
podem ser portadores, com quais Orixá e demais entidades podem estar relacionados, os
tipos de sacrifícios que determinam, etc.
Como vemos, trata-se de uma tarefa que por sua importância e responsabilidade
exige, além da iniciação especifica, muita dedicação, muito sacrifício e principalmente, muitas
e muitas horas de estudo.
Para deixar ainda mais evidente a impossibilidade de acesso dos 256 Odu que
compõem o Oráculo, devemos observar que aqueles que integram o jogo de búzios possuem,
em grande parte, nomes diferentes dos utilizados no Ikin ou Okpele, como se pode observar
na relação que se segue:
Okanran Meji 01 búzio aberto - Correspondente a Okanran Meji-8
EjiokoMeji 02 búzios abertos - Correspondente a Oturukpon Meji -12
Etaogunda Meji 03 búzios abertos - Correspondente a Ogunda Meji-9
Irosun Meji 04 búzios abertos - Correspondente a Irosun Meji-5
Oshe Meji 05 búzios abertos - Correspondente a Oshe Meji- 15
Obara Meji 06 búzios abertos - Correspondente a Obara Meji- 7
Odi Meji 07 búzios abertos - Correspondente a Odi Meji-4
Ejionile Meji 08 búzios abertos - Correspondente a Eji Ogbe- 1
Osa Meji 09 búzios abertos - Correspondente a Osa Meji-10
Ofun Meji 10 búzios abertos - Correspondente a Ofun Meji- 16
Owonrin Meji 11 búzios abertos - Correspondente a Owonrin Meji-6
EjilasheboraMeji 12 búzios abertos - Correspondente a Iwori Meji-3
7
JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Ejiologbon Meji 13 búzios abertos - Correspondente a Oyeku Meji-2
Ika Meji 14 búzios abertos - Correspondente a Ika Meji-11
Obeogunda Meji 15 búzios abertos - Correspondente a Irete Meji-14
Alafia Onan 16 búzios abertos - Correspondente a Otura Meji-13
Opira00 búzios abertos determina fechamento do jogo.
A TÉCNICA DO JOGO
Acima de qualquer outra coisa, o jogo de Búzios exige um ritual diário que objetiva
assegurar bons resultados nas consultas.
Todos os dias ao despertar, o advinho tem que proceder ao ritual de “abrir o Jogo” o
que exige a recitação de rezas apropriadas, denominadas “mojuba”, por intermédio das quais
Orunmila, os Orishas, os Ancestrais, os Elementos da Natureza e outras entidades são
reverenciadas e convidados a participarem do Jogo, permitindo que este seja afetuado sob
seus auspícios e proteção.
Após seu banho matinal indispensável e sem que tenha dirigido uma só palavra a
qualquer pessoa, o advinho dirige-se ao aposento onde pratica a adivinhação e ali dá
iniciação ao ritual que deverá seguir a seguinte ordem:
Coloca um copo com água limpa e fresca a direita de sua mesa, peneira ou esteira de jogo.
Acenda uma vela a esquerda.
Coloca seus búzios e demais objetos que compõem o jogo no centro do ate.
Dispõe de cinco símbolos indicadores da natureza da consulta na posição Ire. Os símbolos e
suas disposições serão explicados mais adiante.
Coloca entre as duas mãos espalmadas os 21 Búzios que compõem seu jogo.
Reza o Mojuba do jogo.
Repões no centro de sua mesa os 16 Búzios selecionados para as consultas do dia, podendo
a partir dai, proceder a primeira consulta ou tomar seu desjejum.
A MOJUBA
Com os 21 Búzios entre as mãos o advinho diz:
Ifá ji o Orunmila!
Bi olo loko, ki o wa le o!
Bi olo odo, ki o wa le o!
Bi olo lode, ki o la le o!
Em seguida segura todos os Búzios na mão esquerda e recita:
Mo fi ese re te le bayi! (bate o pé esquerdo no chão).
Passa os Búzios para a mão direita e recita:
Mo fi ese re te ori eni bayi,
Mo gbe oka l’ori ate Fa,
Ki o le gbe mi ka l’ori ate Fa titi lai! (bate o pé direito no chão).
Deposita os Búzios no centro do ate e com os dedos médio e anular, traça um circulo no
sentido anti-horário, em redor dos Búzios e diz:
Mo ko le yi o ka,
Ki o le ko le yi mi ka,
Ki o le jeki owo yi mi ka!
Ki o le jeki owo yi mi ka!
Com os mesmos dedos traça um circulo em sentido contrário e diz:
Mo juba o!
Mo juba o!
Iba shé!
8
JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Iba shé!
Iba!
Em seguida, salpicando água no solo, diz:
Ile mo juba - iba ashé
Traçando uma linha que vai de seu corpo aos búzios:
Mo la ona fun o tororo!
Ki o le jeki owo to ona yi wa sodo mi!
Novamente salpicando água no solo diz:
Mo shé ile bayi!
Salpicando água sobre a peneira diz:
Mo she ate bayi!
Pegando todos os Búzios entre as mãos recita:
A gun shé o, a gun she!
Bi akoko g’ori igui a she!
A gun she o, a gun shé!
Bi agbe ji a ma shé!
A gun shé o, a gun shé!
Bi aluko ji a ma shé!
A gun shé o, a gun shé
Elegbara, iba o!
Ogun shé!
Oshun a ma shé!
Shango iba e o, iba!
Obatala a ma shé!
Bogbo Osha a ma shé!
Oba Aiye, ati Oba Orun, Iba yin o!
Ile iba e o!
Orunmilá Ború!
Orunmilá Boiyé!
Orunmilá Bosise!
Adupe o!
Recoloca todos os Búzios no centro do ate e diz:
A tun ka li ashiwere ika owo re!
Com a mão direita, vai pegando um Búzio de cada vez e depositando na mão esquerda. Para
cada Búzio vai falando:
Búzio: Iba Oluwo!
Búzio: Iba Ojugbona!
Búzio: A ko en li Fa,
Búzio: A te ni l’ere,
Búzio: A Ko bayi,
Búzio: A te bayi,
Búzio: A shé bayi!
Búzio: Iba kukubole
Búzio: Iba Oba,
Búzio: Iba Oyinbo!
Búzio: Iba Olopa!
Búzio: Iba ejo!
Búzio: Iba ofo!
9
JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Búzio: Iba ayalu igui!
Búzio: Iba ibon!
Búzios Iba okuta!
Depositando as 16 búzios recolhidos no meio do ate e vai separando o restante para um lado
dizendo:
Búzio: Iba Ibaju!
Búzio: Iba efin!
Búzio: Iba loko!
Búzio: Iba lodo!
Búzio: Iba lodan!
Estes 5 últimos búzios separados, são cobertos com metade de uma cabacinha e com eles
dentro da cabaça, se diz:
Oro kan sho ko si awo n’ile; (girando a cabaça no sentido anti-horário).
Oro kan sho ko si n’ile! (girando a cabaça no sentido inverso).
TRADUÇÃO DA MOJUBA:
Ifá eu te invoco, óh Orunmilá!
Se você foi para a fazenda, volte para casa!
Se você foi ao rio, volte para casa!
Se você foi caçar, volte para casa!
Eu seguro o seu pé esquerdo e bato o meu com força no solo!
Seguro o seu pé direito e bato o meu com força no solo!
Eu o convido para sentar-se na esteira para que você permita que eu me sente nela para
sempre!
Eu o convido para ficar na bandeja, para que você me permita ficar sempre nela!
Eu construo uma casa ao seu redor, para que possa construir uma casa ao meu redor! Só
você pode colocar muitos filhos em minha vida! Só você pode colocar muito dinheiro ao meu
alcance!
Eu te reverencio! Eu te reverencio!
Terra, eu te presto homenagem!
Eu abro um caminho através do qual a revelação virá a mim!
Só tu podes permitir que, através deste caminho, o dinheiro chegue as minhas mãos!
Eu refresco a terra!
Eu refresco a peneira!
Enquanto o Akoko for maior entre as árvores!
Subir e permanecer! Subir e permanecer!
Enquanto a agbé me der permissão!
Subir e permanecer! Subir e permanecer!
Enquanto o aluko me der permissão!
Subir e permanecer! Subir e permanecer!
Salve Elegbara!
Ogun me de permissão!
Oshun me de permissão!
Salve Shango! Salve!
Obatala me de permissão!
Que todos os Orisha me deem permissão!
Reis da Terra e Reis dos Céus, minhas reverências!
Terra, eu te presto homenagens!
Orunmilá, indique o ebó!
Orunmila receba o ebó!
Orunmila aceite o ebó!
Eu agradeço!
Eu conto e reconto como um homem avaro reconta sempre o seu dinheiro!
10
JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Salve o meu Oluwo!
Salve meu Ojugbona!
E todos os que oferecem sacrifícios a Ifá!
E todos os que propagam o seu nome!
E todos os advinhos que recorrem ao seu oráculo!
E todos os que utilizam suas marcas!
E todos os que reconhecem seu poder!
Salve as formigas da montanha!
Salve os Reis!
Salve os homens brancos!
Salve a policia!
Salve os casos de justiça!
Salve as perdas
Salve as folhas dos arvoredos!
Salve os metais
Salve as pedras!
Salve as pancadas!
Salve a fumaça!
Salve as matas!
Salve os rios!
Salve os campos!
Uma só palavra pronunciada não pode colocar um advinho dentro de casa:
Uma só palavra omitida não pode colocar um advinho fora de casa!
ATENDIMENTO AO CONSULENTE
Cada pessoa que procura um jogo de búzios ou qualquer outro oráculo, é motivado
por algum tipo de problema que a aflige e tira a sua tranqüilidade.
A função do advinho é, através do Oráculo, contactar o problema, disseca-lo e
apresentar soluções para o mesmo.
Para que isto possa ocorrer com absoluta segurança, é indispensável que exista um
clima propicio de concentração e religiosidade total, não se podendo esquecer que as
entidades invocadas durante a Mojuba estão presentes, assistindo e emprestando auxílio ao
advinho ao mesmo tempo em que testemunham seu procedimento, a sinceridade com que
passa as informações obtidas através do jogo, assim como o respeito pela condição do
consulente que, pelo simples fato de estar presente a consulta, demonstra uma confiança que
não pode nem deve ser traída, sem que isto implique em severas penas e punições para o
advinho.
É indispensável que os Guias Protetores do consulente e principalmente seu Olori,
concedam permissão para que seus segredos sejam exteriorizados, para que sua intimidade
seja invadida e vasculhada.
A obtenção desta permissão é solicitada através de um procedimento simples e rápido
más indispensável e que deve ser repetido para cada cliente.
Pegando entre as mãos, ou somente na direita, os 16 búzios selecionados para as
consultas do dia, o advinho vai tocando leve e rapidamente determinados pontos do corpo do
consulente, com a mão onde estão encerrados os búzios e vai rezando um deste pontos, da
forma que se segue:
Tocando o alto da cabeça diz: Ago leri.
Tocando o centro da testa diz: Ka jeri be burú.
Tocando a garganta diz: Ala koko tutu.
Tocando a nuca diz: Eshú ni pa ko.
Tocando o ombro direito diz: Kele opá otun.
Tocando o ombro esquerdo diz: Kele opá osi.
Tocando o centro do peito diz: Elese keta burunuku.
11
JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Tocando o joelho direito diz: Elesentele.
Tocando o joelho esquerdo diz: Elesentele ka ma fa sete.
Tocando o peito do pé direito diz: Ikan burukú.
Tocando o peito do pé esquerdo diz: Ikan burukú lode.
Tocando as costas da mão direita diz: Lo wa ri ku.
Tocando as costas da mão esquerda diz: Lo wa ri ku Baba wa.
Em seguida, coloca os búzios nas mãos do consulente, para que segrede a eles seus
pedidos, avisando-lhes de que nada de mau pode ser pedido neste momento. Somente
coisas boas e acontecimentos felizes podem ser invocados.
Isto feito, o advinho recolhe os búzios e esfregando-os entre as mãos, direciona-os para:
o alto e diz: Ati Orun!
O solo e diz: Ati Aye!
Para o lado direito e diz! Ati Lode!
Para o lado esquerdo e diz! Ati Kantari!
A primeira jogada é então efetuada e, ao lançar os búzios o advinho diz as seguintes
palavras: Oshá re o! (Esta frase deverá ser pronunciada todas as vezes que os búzios forem
lançados durante o decorrer de toda a consulta).
O ODU OPOLE.
A primeira jogada, ou primeira mão lançada, é a mais importante de cada consulta,
pois o ODU Opole (que está com os pés sobre o solo), ou seja, o Odu que se apresenta como
orientador, regente é responsável pela consulta que está sendo feita. Este Odu é anotado ou
memorizado, restando agora, que já se identificou através da contagem dos búzios abertos,
saber se é portador de um bom ou mau augúrio.
Para saber se o Odu Opole esta Ire (positivo, portador de coisas boas), ou se está
Osogbo (negativo, portador de acontecimentos nefastos), é utilizada a técnica conhecida
como “amarração do Igbo” que descrevemos em todos os seus detalhes e minúcias.
São quatro os tipos de Igbo utilizados como elementos de apoio ao advinho e que
fornecem uma segurança absoluta na medida em que respondem sim ou não às perguntas
formuladas no decorrer da consulta.
Igbo - Okuta - Uma pedra lisa, redonda e pequena, geralmente branca ou bem clara,
responde sim, Ire, afirmativo.
Igbo - Oju malu - Trata-se da nossa conhecida fava “olho-de-boi”, Responde não,
Osogbo negativo.
Igbo - Leri Adie - A parte superior do crânio de uma galinha que tenha sido sacrificada a
Esú Elegbara. Substitui o Okuta, assim que se descubra que o Odu Opole está Osogbo.
Como o elemento que substitui, responde sim, Ire, positivo.
Igbo - Aje - Pequeno caramujo do mar, de forma cônica e espiralada. Substitui o okuta
quando o Odu Opole estiver em Ire Aje, um bem relacionado a dinheiro. Responde sim,
Ire, afirmativo. Só participa do jogo se a mensagem for positiva e relacionada a dinheiro.
Para apurar se o Odu Opole está Ire ou Osogbo, o adivinho pega o Okuta, toca com
ele a testa do cliente e diz “Ire”! Na tentativa de obter uma resposta auspiciosa do Odu Opole.
E em seguida entrega o Okuta ao cliente dizendo:
“Okuta bonihem”.
Entrega também o Oju Malu e diz:
“Oju Malu be ko”.
Manda que o cliente sacuda os dois símbolos entre as mãos e que os separe
aleatoriamente, devendo ficar um em cada mão, sem que o advinho possa saber em que mão
se encontra este ou aquele.
Os búzios são novamente lançados por duas vezes consecutivas e os resultados
destas caídas, ou seja, os Odu que se apresentarem é que irão determinar quais das mãos
deverá ser aberta pelo consulente, observando-se para isto, a seguinte regra:
O primeiro lançamento corresponde a mão esquerda do consulente.
O segundo lançamento corresponde a mão direita.
12
JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
O Odu mais velho, (menor número de búzios abertos), determina que mão deverá ser aberta.
Em caso de empate, a mão esquerda deverá ser aberta.
Se a mão escolhida encontrar-se o OKUTÁ, o Odu Opole esta IRE.
Se ao contrário, na mão escolhida estiver o OJU MALU, o Odu Opole esta OSOGBO e o Oju
Malu e imediatamente substituído pelo Leri Adie.
A cada lançamento a frase “OSHA RE O” é repetida.
Vamos exemplificar este procedimento descrevendo um jogo imaginário:
O cliente depois de devidamente mojubado, faz seus pedidos aos búzios que são
imediatamente devolvidos ao advinho que, após os procedimentos de praxe, lança a primeira
mão, ao mesmo tempo em que pronuncia a frase “Osha re o”.
Contados os búzios abertos, verifica-se que o Odu Opole é Oshe com 5 Búzios abertos.
O advinho pega o Okuta, toca de leve a testa do consulente pedindo Ire.
Entrega o Okuta ao cliente dizendo: “Okuta bonihem”.
Entrega o Oju Malu e diz: “Oju Malu beko”.
Solicita que o cliente agite os dois Igbo entre as mãos e que os separe aleatoriamente em
cada mão, que deverão ser mantidas fechadas para que o advinho não possa saber em qual
delas se encontra este ou aquele Igbo.
Faz outro lançamento que corresponde a mão esquerda do cliente. Verificando o surgimento
de Obará Meji com 6 búzios abertos.
Mais um lançamento e desta vez apresenta-se Odi Meji, representado por 7 búzios abertos.
Como o Odu da jogada que corresponde a mão esquerda do cliente é considerado mais velho
identifica-se através de um menor número de búzios abertos, o advinho solicita que o cliente
abra a mão esquerda.
Aberta a mão esquerda, verifica-se que o Igbo que ali se encontra é o Oju Malu, o que revela
que o Odu Opole (no caso Oshe Meji), está Osogbo, ou seja, é portador de alguma coisa
ruim, negativa, maléfica.
O Okuta é imediatamente substituído pelo Leri Adie que deverá permanecer até o final da
consulta.
A ORIGEM DO PROBLEMA.
Agora que já conhecemos o Odu Opole e que já sabemos se é portador de uma
benção (Ire) ou de um malefício (Osogbo), precisamos conhecer a natureza do problema que
trouxe o consulente até nossa presença e a presença de Ifá. Para isto, dispomos de outros
cinco símbolos que servem para indicar que tipo de Ire ou de Osogbo esta sendo prenunciado
pelo Odu Opole.
Estes símbolos devem estar sempre presentes na mesa de jogo e na disposição
relativa a Ire, só mudando para a disposição de Osogbo após verificarmos que o Odu
Opole esta Osogbo.
OS SÍMBOLOS DE ORIENTAÇÃO, SEUS SIGNIFICADOS E DISPOSIÇÕES.
Os símbolos utilizados para a identificação do problema são cinco, a saber:
Okuta Keke - (Pedra pequena).
Igbi - (ponta da casca da lesma consagrada aos Orixás Funfun).
Cawri Meji - (dois búzios abertos e unidos de forma que as frestas naturais fiquem
viradas para fora).
Egun - (pedaço de osso de um animal que tenha sido sacrificado a Eshú Elegbara,
pedaços de vértebras sãos os mais usados).
Apadi - (caco de porcelana de qualquer objeto deste material).
Os símbolos devem permanecer sempre na disposição Ire, que é a seguinte (da direita para a
esquerda):
(5)(4)(3)(2)(1)
ApadiEgunIgbiCawriokuta
13
JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
: : : :
:
Ire ishekun Ire omo Ire aiya
Ire aje Ire aiku
: : ou oko :
:
:
vitória sobre descendentes cônjuge
dinheiro não ver a
inimigos filhos
morte
A DISPOSIÇÃO DOS SÍMBOLOS EM OSOGBO
Logo que verifique que o Odu Opole está Osogbo de acordo com o surgimento do Oju
Malu na primeira amarração do Igbo, o advinho, depois de substituir o Okuta pelo Leri Adie,
troca a disposição dos símbolos, que em Osogbo, são arrumados, sempre da direita para a
esquerda, da
forma que se segue:
(5)(4)(3)(2)(1)
ApadiCawriOkutaIgbiEgun
: : : : :
Osogbo Osogbo Osogbo
Osogbo Osogbo
ofu. aje. ija. arun. iku.
: : : : :
Perdas. Falta de dinheiro Problemas judiciais
Doenças. Morte
necessidades. brigas, confusões.
Como podemos verificar, não é só a disposição dos símbolos que muda, seus
significados também variam quando o Odu Opole está em Osogbo.
A ESCOLHA DO SÍMBOLO DETERMINANTE DA ORIGEM DA CONSULTA
Para que possamos saber que tipo de problema aflige nosso consulente, recorremos
ao auxílio dos cinco símbolos anteriormente descritos e é o próprio jogo que irá eleger o
símbolo, indicando assim, qual o problema do consulente
O procedimento é simples e constitui-se em cinco lançamentos dos búzios, um para
cada símbolo, começando do primeiro situado à direita e seguindo em direção à esquerda até
o quinto e último símbolo.
Assim sendo, teremos em Osogbo, a seguinte seqüência de jogadas:
1 - jogada: Relativa ao símbolo Egun (osso)
2 - jogada: Relativa ao símbolo Igbi (casca do caracol)
3 - jogada: Relativa ao símbolo Okuta (pedra)
4 - jogada: Relativa ao símbolo Cawri (búzios)
5 - jogada: Relativa ao símbolo Apadi (caco de porcelana).
Para que se apure qual o símbolo determinado pelas cinco jogadas, devemos observar
a seguinte regra:
a - O Odu mais velho (menor número de búzios abertos), determina o símbolo.
b - Em caso de empate, é escolhido o símbolo que tenha sido indicado primeiro pelo Odu
mais velho.
c - O surgimento de Ofun Meji (10 búzios abertos) determina que o símbolo para o qual surgiu
e o escolhido, não havendo necessidade de se efetuar os lançamentos que faltem.
d - O surgimento de Eji Onile (8 búzios abertos) determina, da mesma forma que Ofun Meji, o
símbolo indicador do problema, não é necessário complementar os lançamentos que faltam.
Voltemos, então, ao nosso exemplo:
14
JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Havíamos constatado, com o surgimento do Oju Malu não mão esquerda do cliente
que o Odu Opole (Oshe Meji) estava em Osogbo, agora depois de havermos efetuado os
cinco lançamentos correspondentes aos cinco símbolos, anotamos o surgimento dos
seguintes Odu:
(Posição Osogbo)
1 símbolo = Egun - Osa Meji (9 búzios abertos).
2 símbolo = Igbi - Odi Meji(7 búzios abertos).
3 símbolo = Okuta - Eji Oko(2 búzios abertos).
4 símbolo = Cawri - Oshe Meji(5 búzios abertos).
5 símbolo = Apadi - Obara Meji(6 búzios abertos).
Efetuados os cinco lançamentos conforme o gráfico acima, pode-se verificar que o
Odu mais velho surgido nesta seqüência é Eji Oko, respondendo na 3a. mão, referente ao
okuta, do que apuramos que o consulente está envolvido em algum tipo de confusão e agora,
pela técnica da amarração do Igbo, poderemos verificar de que tipo de confusão se trata,
perguntando se é problema de justiça, envolvimento com polícia, briga em família, briga de
rua, etc. É neste momento que o conhecimento das mensagens do Odu Opolé (no caso Oshe
Meji é de grande valia para um melhor encaminhamento da consulta).
Jogadas duplas com amarração do Igbo, são efetuadas até que se tenha certeza de
que o Osogbo ija é referente por exemplo, à uma questão de justiça que se configura de
forma desfavorável para o nosso consulente. Sua derrota é iminente e os resultados serão
muito desfavoráveis.
Amarra-se novamente o Igbo para saber se existe um meio de amenizar o problema,
se a resposta for não, deve ser transmitida ao cliente: se for sim, pergunta-se a Elegbara se
basta um dos ebó especificados de Oshe Meji: se a resposta for sim, prescreve-se o ebó e
pergunta-se a Eshú se isto basta. Se ao contrário a resposta for não, pergunta-se a Eshú se
que algum sacrifício animal, que tipo de sacrifício deseja (começa-se sempre a oferecer o
mais simples e menos dispendioso, levando-se em consideração que Elegbara aceita os mais
diversos tipos de sacrifícios animais, desde um simples peixe, um pinto, ou uma codorna, até
um boi ou outro animal de grande porte).
Terminada a negociação com Elegbara, pergunta-se se o sacrifício a ele oferecido é
bastante para solucionar o problema. Em caso de resposta afirmativa, encerra-se o jogo. Se a
resposta for não, devemos novamente recorrer aos símbolos auxiliadores, para saber desta
vez, quem além de Elegbara, pode agir favoravelmente, se é possível modificar o que esta
sendo preconizado e o que deverá ser providenciado a nível de sacrifício e oferenda para que
o resultado passe a ser favorável.
Os símbolos são reagrupados em nova ordem para que nos indiquem agora, se é
Egun, Orixá, Ebora, Orunmilá ou o próprio Ipori do cliente quem deverá receber o sacrifício
para assegurar um final feliz para a questão.
Neste caso, os significados dos símbolos passam a ser os seguintes:
Egun ... a solução do problema será confiada a um Egun, que tanto pode ser Baba
Egun, como um ancestral familiar do consulente, um Guia Espiritual como Caboclo, Preto
Velho, Eshú ou Pomba Gira de Umbanda, etc...
Igbi...significa que é orixá Funfun quem se encarrega da solução.
Cawri...significa que Orunmilá se encarrega do problema.
Okuta...significa que quem se encarrega de resolver o problema é um Ebora.
Apadi...significa que é o próprio Ipori do consulente quem vai se encarregar do
problema.
Como nas ocasiões em que se apura o tipo de Ire ou o tipo de Oshobo, lança-se então
os búzios por cinco vezes consecutivas, uma para cada símbolo. A regra de apuração é a
mesma, ou seja, o Odu com menor número de búzios abertos determina o símbolo escolhido.
Em caso de empate ganha o símbolo em que o Odu surgir primeiro. O surgimento de Ofun
15
JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Meji ou Eji Onile representa ser, o símbolo para o qual tenham saído o elemento. A pesquisa
para aqui.
Imaginemos uma situação em que o adivinho tenta apurar que entidade se
encarregará de resolver uma determinada situação vislumbrada no decorrer de uma consulta:
Joga para o 1o. símbolo - (Egun) cai Obara Meji (6 búzios abertos).
Joga para o 2o. símbolo - (Igbi) cai Odi Meji (7 búzios abertos).
Joga para o 3o. símbolo - (Cawri) cai Oshe Meji (5 búzios abertos).
Joga para o 4o. símbolo - (Okuta) cai Eta Ogunda (3 búzios abertos).
O Odu com menor número de búzios abertos na seqüência de jogadas descritas, é Eta
Ogunda, com 3 búzios abertos. No caso, este Odu surgiu duas vezes (4a. e 5a., jogadas).
Segundo a regra anteriormente descrita, prevalece o símbolo para o qual este Odu
surgiu primeiro, concluindo-se então que o símbolo eleito seja o Okuta.
De posse desta informação, o adivinho sabe que quem se encarrega de solucionar o
problema é um Ebora, restando saber qual Ebora.
Ebora, como todos sabemos, são os nossos Orishas, que por este nome, diferenciam-
se dos denominados Funfun:
A diferença é fundamental e está relacionada ao diferente posicionamento hierárquico
entre estas e aquelas divindades.
Orisha - Funfun ou Orishas Brancos são aqueles que participaram da Kosmogeneses,
ou seja, da elaboração de todo o universo. Segundo os ensinamentos de Ifá são inumeráveis
e citamos dentre eles, alguns mais conhecidos entre nós, como Oshalufan, Oshaguian, Baba
Ajala, Osha Oko, Oduduwa, Obatala, Oban La, Osha Oke, Baba Elejugbe, etc...
Os Ebora são de hierarquia imediatamente inferior e teriam participado da criação do
nosso planeta, quiçás do nosso sistema planetário e dentre eles citamos apenas alguns,
como Ogun, Oshossi, Omolú, Shangô, Ossain, Ayra, Aganju, Logunedé, Oshumaré etc., todos
considerados masculinos e também Yemonja, Oshun, Oiya, Yewa, Oba, Nana, etc., estes
últimos portadores de características femininas.
Agora o adivinho terá que saber qual o Ebora que se apresenta em auxílio de seu
cliente, e para isto, terá que novamente recorrer a amarração, perguntando primeiro, se é
Ebora masculino. Se a respostas for sim, segue perguntando se é Ogun, se é Shangô, se é
Oshossi, etc., até que o Igbo forneça um sim como resposta. O mesmo ocorrerá se a resposta
for não, só que agora, as perguntas formuladas serão em relação as Iyabas, é Oshun? é
Oiya?, etc., até obter uma resposta afirmativa.
Identificado o Ebora - convencionemos que tenha sido Oshun, o adivinho procurará
saber o que deseja para resolver o problema e para isto, pergunta primeiro se Oshun quer
adimu (presente) ou agrado que se oferece à uma divindade e que não requer sacrifícios
animal.
Se Oshun aceitar, pesquisa, sempre amarrando o Igbo - qual o tipo de adimu. Se não,
pergunta se quer sacrifício animal (pombo? galinha?, cabra?, etc.), até se defina o tipo de
sacrifício exigido pela Iyaba.
Algumas vezes, a coisa se complica e por mais que se ofereça, o Ebora responde não.
Nestes casos é preciso perguntar se o Ebora em questão é Olori do consulente e se quer
feitura, obrigação, assentamento, etc.
Uma vez apurado o sacrifício e a quem deve ser destinado, o adivinho completa sobre
o que foi contactado no jogo e passada ao cliente, acrescida de conselhos e orientações
contidas nas mensagens, Itans e eses do Odu Opole.
O jogo de búzios deve sempre ser cobrado. Segundo um Itan, “quem provoca o ruído
produzido pela queda dos búzios, do Okpele ou dos Ikin, deve pagar por isto”. Se o cliente for
por demais desfavorecido pela sorte ou se esta atravessando uma fase de absoluta miséria,
deverá mesmo assim, colocar uma moeda, de valor insignificante, nos pés de Elegbara.
OS DIVERSOS TIPOS DE IRE E DE OSOBGO.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Sabemos que cada símbolo utilizado na adivinhação é determinante de um tipo de Ire
ou de Osogbo e que tem um sentido genérico, funcionando como uma espécie de pista que
deverá ser trilhada até que a essência do problema seja trazida à superfície.
Tentaremos dissecar, de forma mais aprofundada, os significados de cada um dos
símbolos.
OS SÍMBOLOS EM IRE.
Okuta - Ire aiku ou ariku- Significa um bem que não vê a morte. Assegura que não haverá
morte, seja qual for o problema que a pessoa esta enfrentando. O consulente, embora esta
ou venha a estar em confronto com a morte, escapará com vida. Pode fazer referência a uma
doença, uma cirurgia, um acidente, uma ameaça pessoal, etc., assegurando, contudo, que a
pessoa não morrerá.
Cawri - Ire aje - Um bem que chega através ou em forma de dinheiro. Pode significar solução
de um problema financeiro, melhorias de posição econômica por diversos meios, como
aquisição de emprego, recebimento de herança, aumento de salário, obtenção de empréstimo
ou financiamento, ganhos em jogos, etc. Refere-se sempre a aquisição de recursos
pecuniários. Refere-se sempre a aquisição de recursos peculiares. (Todas as vezes que surgir
este tipo de Ire, o okuta utilizado na amarração do Igbo, deve ser substituído por um pequeno
caramujo aje, que será usado até o final da consulta. Este procedimento é indispensável e
exclusivo de Ire Aje).
Igbi - Ire Okunrin (para mulheres) ou Ire Obinrin (para homens) - Um bem que chega através
do cônjuge, noivo(a), namorado(a), amante, ou qualquer pessoa com qual o consulente se
relacione sexualmente. Pode anunciar reatamento de uma relação rompida, volta da pessoa
amada, conquista de um amor, ou um benefício de qualquer espécie adquirido por intermédio
desta pessoa.
Egun - Ire Omo - Um bem que chega através do(s) filho(s) - É prognóstico de alegria
adquiridas por intermédio dos filhos. Pode prenunciar o nascimento de um filho desejado; o
retorno de um filho pródigo; sucesso dos filhos em qualquer atividade que exerçam;
benefícios adquiridos por intermédio dos filhos.
Apadi - Ire ashekun ota - Um bem de vitória sobre os inimigos. Prenuncia qualquer tipo de
vitória em situações que envolvam disputas com outras pessoas. Fala de vitória judiciais,
concorrências comerciais, concursos, questões pessoais, brigas, etc.
OS SÍMBOLOS EM OSOGBO
Egun - Osogbo Iku - Pode significar a morte do consulente ou de alguém a ele ligado. É
indispensável que se pergunte quem está ameaçado de morte, se é o próprio cliente, se seu
cônjuge, pai, mãe, filho, etc. A evidência da morte é sempre assustadora, más este tipo de
preconização nem sempre é irremediável. É necessário que se apure o que deve ser feito,
para evitar o evento nefasto, se para isto houve consentimento.
Igbi - Osogbo Arun - Um mal relativo a doença. Se a pessoa não estiver doente ou se não
houver alguém de suas relações preso de alguma enfermidade, seguramente isto está
prestes a acontecer. Pode também prenunciar um acidente que resultará em seqüelas mais
ou menos graves. Cirurgias, internações hospitalares geradas nos mais diversos motivos, etc.
É necessário que se tenha uma compreensão bastante ampla deste Osogbo que pode por
vezes, ser visto como um benefício, principalmente quando se consulta para uma pessoa já
doente e consciente de seu mal. Neste caso, o Osogbo assegura a existência da enfermidade
mas não prenuncia morte em decorrência dela.
Okuta - Osogbo Ija ou Ejo - Anuncia qualquer tipo de confusão na qual o consulente se meteu
ou ira se meter. Fala de questões judiciais, envolvimento com policia, brigas em casa ou na
rua, falatórios desabonadores da honra, etc., sempre tendo o envolvimento do cliente e em
seu prejuízo.
Cawri - Osogbo Aje - Prenuncia toda a sorte de dificuldades financeiras, fala em miséria, falta
de recursos que supram as necessidades mais imediatas, absoluta falta de dinheiro agravada
pela ausência de meios para obte-lo. Este Osogbo traz uma mensagem inversa, mas
perfeitamente relacionada com o Ire Aje.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Apadi - Osogbo Ofu - Fala principalmente em perdas que já ocorreram ou estão para
acontecer. É necessário aprofundar-se bastante na interpretação deste Osogbo, levando-se
em consideração que as perdas a que se refere nem sempre são patrimoniais ou financeiras,
podendo tratar-se de outros tipos de perdas como de amizades, cargos, empregos,
relacionamentos afetivos, oportunidades, vitalidade, energia física ou psíquica, etc...
SIGNIFICADOS E INTERPRETAÇÃO
OKANRAN MEJI
Okanran Meji é o primeiro Odu no jogo de búzios e corresponde ao 8º na ordem de
chegada no sistema de Ifá, onde é conhecido pelo mesmo nome.
Responde com um búzio aberto.
Em Ifá, é conhecido entre os Fon (Jeje), como “Aklan Meji” ou “Akãlã Meji”.
O significado do termo “Okanran” em Yoruba seria: “Uma só palavra” ou “A primeira
palavra é a boa” - (Okan o lan).
Sua representação indicial em Ifá é : * ** *
* ** *
* ** *
* *
que corresponde, na Geomância européia a figura denominada “tristitia”.
Okanran Meji é um Odu composto pelos Elementos Terra sobre Água, com
predominância do primeiro, o que indica a sensação de sufoco, vácuo, saturação e
estreitamento.
Corresponde ao ponto cardeal Noroeste, a carta numero 18 do Tarot (A Lua) e seu
valor numérico é o 15. Suas cores são o vermelho, o negro, o branco e o azul. É um Odu
feminino, representado esotericamente por dois perfis humanos enquadrados num retângulo,
numa referência inequívoca ao culto dos orixás Gêmeos (Ibeji).
Okanran Meji é o chefe dos gêmeos e simboliza o mistério que envolve a sua
existência. Segundo os ensinamentos de Orunmila, todos os gêmeos são gerados neste signo
e dependem dele e de sua influência.
A fala humana foi introduzida por este Odu e com ela todos os idiomas existentes. Por
este motivo, Okanran Meji é considerado o protetor da oratória.
As pessoas nascidas sob este signo não recebem qualquer reconhecimento por parte
de seus semelhantes, por mais que lhes façam o bem. Assegura invulnerabilidade contra
feitiços e bruxarias.
Prenuncia morte súbita, riscos de cirurgias no ventre e no aparelho urinário, briga em
família, independência, incapacidade de realizar o que se queira.
Os filhos deste Odu são desconfiados, esquivos, medrosos e tristes.
Okanran Meji indica situações de perigo diante das quais, a pessoa está indefesa e
sem possibilidades de ser socorrida.
Indica depressão física e moral, má nutrição celular, hipotensão, todos os tipos de
enfermidades causadas por insuficiências e deficiências, diminuição da força vital.
Demonstra fanatismo religioso, impossibilitando a capacidade de um raciocínio lógico e
filosófico.
É um Odu de prenúncios quase sempre negativos, como a noite que chega, a
tempestade que se aproxima.
SAUDAÇÕES DE OKANRAN MEJI:
Em Nagô: Okanran ki kara ko ma fonja
ki ma fikan iya kosi kan.
Em Fon: Mi kan Aklan Meji.
emi site sin, nontõ ñãnlu do me,
bo jijõ dãgbe be me!
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Tradução: Saudemos Okanran Meji!
Eu me perdi num local onde imperam a falsidade e a traição,
Más agora parto em busca de um lugar melhor, Onde exista apenas
sinceridade.
OKANRAN MEJI EM IRE:
Quando em Ire, Okanran Meji pode indicar, principalmente: Vocação religiosa,
eloquência, solução de problemas por intermédio de simples entendimentos, nascimento de
uma criança, nascimento de gêmeos, virilidade no homem, sexualidade na mulher, progresso
ou enriquecimento repentino.
OKANRAN MEJI EM OSOGBO:
Em Osogbo. este Odu pode indicar: Fanatismo religioso exacerbado, injustiça,
ingratidão, inquietude, abandono, lágrimas, perigo iminente e irremediável, inimigos ocultos,
novidades, barulhos, alvoroços, visita estranha, coisas negativas em todos os sentidos, ou
negativa até certo ponto, susto, grandes perigos, roubo, prisão, ruína e perda de tudo.
Neste Odu falam as seguintes divindades:
Vodun (Jeje): Hohovi, Legba, Dã, Sakpata, Xevioso e Toxosu.
Orixás (Nagô): Ibeje, Exú, Oshumaré, Omolú e Egungun geralmente, (os Egun que se
comunicam por este Odu são ancestrais consangüíneos do consulente).
INTERPRETAÇÕES DE OKANRAN MEJI:
Okanran Meji proíbe a seus filhos: Comer acaçá envolvido em folhas que não tenham
sido colhidas com preceito ritualístico; carne de cão; de búfalo; feijão akpakun; carne de
macaco. Cortar ou queimar galhos ou ramos de Iroko; amarrar feixes de lenha; tocar em
cipós.
SENTENÇAS DE OKANRAN MEJI:
Se alguém soldar dois pedaços de ferro, jamais poderá separa-los. (Os inimigos do
consulente são impotentes para ocasionar-lhe qualquer malefício).
Consultaram para saber sobre a enxada e ninguém ousou dizer, que ela fora destruída. (Não
adianta ao consulente, persistir numa empreitada em que ele se meteu, pois ela não lhe trará
o menor proveito).
A água com que se lavam as mãos depois de cair no chão, será absorvida pela terra e dela
nada restará. (Se alguém pretende de alguma forma, prejudicar o cliente, basta que ele faça o
ebó determinado pelo jogo, para que o mal que estejam desejando, seja absorvido pela terra,
da mesma forma que a água com que lavamos as mãos).
Se o saco de carregar crianças estiver bem amarrado ao colo, mesmo que vire, a criança não
cairá no chão. (Está é a resposta dada a uma mulher com mais de três meses de gravidez e
que tendo sofrido uma pequena hemorragia esteja com medo de abortar. Neste caso, deve
ser feito o seguinte sacrifício:
A mulher deverá preparar, com suas próprias mãos dois saquinhos de tamanhos diferentes.
No saco menor serão colocados 16 grãos de milho branco e no saco maior 16 grãos de milho
vermelho. Uma galinha que já tenha gerando pintinhos é sacrificada para Elegbara e dela, 16
penas serão separadas. Feito isto, o Awo marca Okanran Meji no yerosun, sobre seu Opon,
recolhe um pouco do pó e o coloca, junto com os grãos contidos no saco menor e as penas
da galinha oferecida a Elegbara, dentro do saco maior. O saco é então amarrado com muita
segurança, enfeitado com os traços indiciais de Okanran Meji e pendurado, de boca para
baixo, sobre a cama da mulher. A boca do saco deverá estar muito bem amarrada, para que
nada se derrame do seu interior.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
o outro saco será preparado da mesma forma, sendo que os grãos de milho branco que
haviam sido colocados inicialmente em seu interior, serão substituídos por outro tantos de
milho vermelho, devendo ser entregue ao marido, para que o pendure sobre sua cama, de
boca para baixo. Este procedimento evitará que a mulher venha a abortar.
Uma árvore abatida, deixa em pé, uma parte de seu tronco. (Sempre que morre um gêmeo, a
mãe deve mandar entalhar uma estatueta de madeira com as características do falecido,
dando a ela o nome do filho morto oferecendo uma parte de tudo o que o gêmeo sobrevivente
venha a consumir como alimentação).
A rede de pesca não pode capturar o hipopótamo. (O consulente vencerá as dificuldades
pelas quais está passando).
ITAN DE OKANRAN MEJI:
(1) Buru, Boye e Boshe, eram os nomes dos Babalawo que consultaram Ifá para os macacos.
Naquela época, os macacos possuíam penas muito fracas, o que os impediam de
trepar em árvores, permitindo-lhes apenas movimentarem-se com muita dificuldade sobre o
solo.
Expostos a perigos constantes, resolveram consultar os três advinhos, para saberem o
motivo de tanta adversidade e de que forma poderiam fortalecerem-se um pouco mais.
Quando foi feita a consulta para os macacos, surgiu Okanran Meji, que mandou-os
recolher todas as frutas que encontrassem e que as trouxessem junto com duas cabaças,
duas galinhas, uma pequena talha com alças, uma outra de igual tamanho sem alça, duas
estacas de madeira do tamanho de pernas humanas e oferecessem a Elegbara todas estas
coisas, para que pudessem se tornar semelhantes aos homens.
Imediatamente os macacos saíram em busca do material necessário, voltando pouco
depois com tudo, que entregaram aos advinhos para procederem ao ebó.
Os advinhos fizeram o ebó e recomendaram aos macacos, que voltassem no dia
seguinte.
No outro dia, os advinhos entregaram aos macacos um amasi, para que fosse utilizado
em banhos durante 15 dias, garantindo que no décimo sexto dia, tudo estaria mudado, suas
pernas estariam tão fortes que poderiam andar sobre dois pés como qualquer ser humano.
Acontece que os homens, dando falta das frutas da floresta e preocupados com o
procedimento dos macacos foram também consultar os adivinhos, para saberem o que estava
acontecendo.
Na consulta surgiu novamente Okanran Meji, que ordenou que fossem trazidas duas
galinhas, duas cabaças e todas as frutas encontradas, para que fosse feita uma oferenda,
que deveria ser transportada por duas pessoas.
As duas cabaças foram repartidas em dezesseis pedaços e, em cada um desse
pedaços, foram colocadas as frutas mais deliciosas. Um homem foi encarregado de oferecer
um pedaço a Mawu-Ji (Oeste) e se esconder nas proximidades. Um outro pedaço foi
oferecido por outro homem, a Lisa-Ji (Leste), e o ofertante se escondeu ali por perto. Um
terceiro e um quarto pedaços foram oferecidos, respectivamente a Vovoliwe e a Xu-Ji (Norte e
Sul), restando portanto, doze pedaços, dos quais, quatro deveriam ser colocados da seguinte
maneira: um entre Mawu-Ji e Lisa-Ji, um entre Lisa-Ji e Vovoliwe, um entre Vovoliwe e Xu-Ji e
o quarto entre Xu-Ji e Lisa-Ji.
Os oito pedaços restantes foram dispostos, simetricamente, entre cada um dos
pedaços já oferecidos, permanecendo um homem escondido, perto de cada um deles.
Quando Ifá concedeu aos macacos a graça desejada, obrigou-os a jurar que jamais
revelariam aos homens o ocorrido e também que jamais ficariam de pé diante deles, até que
se passassem dezesseis dias, sob pena de nada dar certo.
Os macacos, sempre que encontravam um seu humano, punham-se de quatro, a fim
de manter em segredo a dadiva recebida.
No décimo sexto dia, os macacos resolveram a se reunir, para fazerem o ultimo
preceito e, antes da cerimonia, encontram os pedaços de cabaça com as frutas que os
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
homens haviam sacrificado, sem saber no entanto, que cada um estava sendo vigiado por um
humano.
Neste momento, o macaco Lwe, chamou o macaco Xã e disse: “Xã, veja o que os
nossos Bokono fizeram para nós! Está tudo bem, amanhã teremos o que comer em nossa
floresta”, Xã passou a notícia a Kran, que avisou a Tokran, que comunicou a Ziwo, que avisou
a todos os macacos: “Falta apenas um dia para que possamos fazer tudo na frente de todo
mundo!”.
Empolgado, Kran ficou de pé. Como Lwe o reprovasse, afirmou em altos brados: “Não!
Acabou! Nós podemos fazer tudo o que quisermos diante de todo mundo!” e caminhou
imponente, apoiado nas pernas traseiras... e todos os macaco o imitaram, marchando e
cantando:
“Meu Ashe disse que me levantarei amanhã,
Eu me levantarei amanhã,
Sim, eu me levantarei amanhã...”
Os homens que a tudo assistiam, de repente se mostraram: “Então é assim? Vocês
são animais peludos, não são como nós! Se desejam ser semelhantes a nós, preferimos
voltar a nossa origem em Mawu!”
E os macacos somente puderam ficar um pouco parecido com os homens, esboços de
seres humanos, dos quais só tem semelhanças nos membros e nas nádegas.
Ainda hoje, cheios de inveja, os macacos gritam pela floresta:
“Kran we!
Kran we!
Akran we”!
(Foi Kran que errou! Foi Kran que errou! Foi Okanran que puniu!)!
Este Itan determina que a pessoa tem a sua posição ameaçada por outras pessoas
que lhe tem inveja e querem vê-la derrotada. Um ebó deverá ser oferecido, para que o mal
que lhe desejam, volte para quem o desejar.
Ebó: Duas cabaças grandes dezesseis espécies de frutas diferentes, duas galinhas.
As galinhas são sacrificadas a Elegbara, as cabaças são divididas, cada uma em oito
pedaços. Em cada pedaço das cabaças coloca-se uma fruta e arruma-se em volta de
Elegbara, seguindo-se a ordem determinado no Itan.
(2) Na antigüidade o Galo era um dos maiores Babalawo e sua fama corria longe.
O Rei de um povoado, mandou convida-lo, para lhe fazer uma consulta sobre a grande
seca que assolava aquela terra.
Antes de partir, o Galo Consultou o seu Ifá, surgindo Okanran Meji, que exigiu um
sacrifício de sete cacetes, sete acarajés, um preá, epo pupa, mel e velas.
Oferecido o ebó, lá se foi o galo.
Quando chegou a porta da cidade, o porteiro lhe advertiu que não poderia entrar
assim, sem fazer alguma declaração sobre sua procedência.
Ouvindo estas palavras, o Galo revoltou-se e tirando-se debaixo das asas os
cacetinhos que trazia, fez uso deles, dando na cabeça do porteiro, provocando um grande
derramamento de sangue.
Indignado, o homem rogou-lhe pragas de uma forma tal, que em poucos minutos os
astros se transformaram em tempestade. Roncou muita trovoada, foi um verdadeiro horror.
Debaixo da tempestade seguiu o galo, direto para a casa do Rei do lugar e lá
chegando, o soberano lhe disse: “É grande é teu poder! Só a tua presença faz chover
abundantemente!”.
Mandou seus servos dar-lhe alimentos e um poleiro no fundo da casa, com grandes
admirações e louvores.
Para quem se aplica, este Itan prediz que a pessoa se acha diante de um grande
perigo, que deverá enfrentar com muita coragem e disposição, para que saia vitorioso.
Ebó: um ekú, sete cacetes de madeira, sete acarajés, epo pupa, mel, aguardente e
sete moedas. Passa-se tudo no corpo do cliente, arruma-se em um alguidar, sacrifica-se o eku
em cima, entrega-se a Exú e despacha-se em uma estrada longa.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
(3) Mandaram Esú fazer um ebó, com o objetivo de obter fortuna rapidamente e de forma
imprevista.
Depois de oferecer o sacrifício, Exú empreendeu viagem rumo a cidade de Ijelu.
Lá chegando, foi hospedar-se na casa de um morador qualquer da cidade,
contrariando os costumes da época, que determinavam que qualquer estrangeiro recém
chegado receberia acolhida no palácio real.
Alta madrugada, enquanto todos dormiam, Exú levantou-se sorrateiramente e ateou
fogo as palhas que serviam de telhado à construção em que estava abrigado, depois do que,
começou a gritar por socorro, produzindo enorme alarido, o que acordou todos os moradores
da localidade.
Eshú gritava e esbravejava, afirmando que o fogo, cuja origem desconhecia, havia
consumido uma enorme fortuna, que trouxera embrulhada em seus pertences, que como
muitos testemunharam, foram confiados ao dono da casa.
Na verdade, ao chegar, Exú entregou ao seu hospedeiro um grande fardo, dentro do
qual, segundo declaração sua, havia um grande tesouro, fato este, que foi testemunhado por
enumeras pessoas do local.
Rapidamente, a notícia chegou aos ouvidos do Rei que, segundo a lei do país deveria
indenizar à vitima de todo o prejuízo ocasionado pelo sinistro.
Ao tomar conhecimento do grande valor da indenização e ciente de não possuir meios
para salda-la, o rei encontrou, como única solução, entregar seu trono e sua coroa a Eshú,
com a condição de poder continuar, com toda sua família, residindo no palácio.
Diante da proposta, Eshú aceitou imediatamente, passando a ser deste então o rei de
Ijelu.
Para quem se faz esta consulta, pode-se garantir a aquisição de fortuna ou melhora
substancial de situação financeira, fim de dificuldades e estabilização.
Ebó: um galo, uma talha adornada com búzios e contas, o restante deve ser
perguntado no jogo.
(4) Havia um homem que não tinha paradeiro, não conseguia fixar-se em nenhum lugar, por
mais que para isso se esforçasse.
Sempre que se estabelecia em algum lugar, depois de trabalhar a terra e fazer sua
plantação, acabava sendo expulso dali e outra pessoa se beneficiava de seu trabalho, ficando
dono de tudo o que por direito deveria ser dele.
Certo dia, desesperado com sua sina, foi consultar Ifá e na consulta surgiu Okanran
Meji que lhe determinou fazer um sacrifício de um cão em honra de Ogun, o que deveria ser
feito no interior de uma floresta ou mata fechada.
Logo que o sacrifício foi feito, ouviu-se um barulho ensurdecedor, e diante do homem,
surgiu Ogum, o dono daquela terra.
Apavorado diante da terrível visão do Orishá, o homem lançou-se ao chão implorando
misericórdia e proteção ao Deus da Guerra e da Agricultura.
Ogun, penalizado pela sua situação e pelo respeito demonstrado, concedeu-lhe
permissão para estabelecer-se ali mesmo, em terra de sua propriedade.
A partir de então, o lavrador pode trabalhar a terra: plantar e colher, usufruindo assim,
o resultado do seu trabalho, sem que ninguém viesse mais apossar-se do que era seu
conhecendo então, a fartura e a riqueza.
Ebó: Torra-se uma boa quantidade de milho, coloca-se em um alguidar grande,
sacrifica-se um cabrito, limpa-se, tempera-se com bastante epo pupa e ataré moído, assa-se
no braseiro, coloca-se no alguidar com o milho torrado, enfeita-se em volta com bastante
Mariwo e oferece a Ogun, junto com emu ou uma bebida de boa qualidade, dentro de uma
mata. Outros ingredientes podem ser acrescentados, dependendo de se perguntar no jogo o
que o Orixá quer mais.
Se houver necessidade de desvencilhar-se da pessoa que está ocasionando o
problema, recolhe-se um pouco do sangue do animal sacrificado e com ele, marca-se a porta
da casa da pessoa em questão. Este ultimo procedimento não é recomendado, pois ira
despertar a fúria de Ogun, que se lançará contra a casa marcada ocasionando ali um grande
mal, provavelmente a morte de alguém.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
(Este Itan aplica-se para as pessoas que, por mais que se esforce-se não conseguem
desfrutar do seu trabalho, não vendo seus esforços reconhecidos ou devidamente
recompensados. Serve também para aqueles que empreendem em qualquer tipo de atividade
que depois de concluída, e usurpada por terceiros).
(5) Okanran Meji tentava de tudo para progredir na vida, más seus esforços de nada
adiantarem, se dava um passo a frente, imediatamente dava dois para trás.
Um dia, resolveu fazer um ebó que lhe assegura-se algum tipo de poder e por
intermédio do qual, pudesse garantir uma vida de fartura e conforto.
Feito o sacrifício que lhe determinara Ifá, resolveu entregar um bode, único bem que
possuía, aos cuidados de Ikú, para que o criasse de meias.
Pouco tempo depois, o animal apareceu morto e Okanran Meji resolveu exigir que Iku
o indenizasse, já que o bode fora entregue a sua responsabilidade.
A Morte concordou com a exigência do Odu e perguntou-lhe o que queria por tua parte
do bode morto. Astucioso, Okanran exigiu, não só a metade do valor do animal como também
a metade de tudo o que ele poderia gerar durante o tempo em que poderia ainda ter vivido e,
ao valor do bode, foi acrescentado o valor de toda a sua possível geração de muitas cabra e
cabritos.
Diante do valor da indenização exigida, Ikú assustada, propôs ao Odu que pedisse
outra coisa qualquer, que estivesse ao seu alcance, pois não tinha como satisfazer o exigido.
Astutamente, Okanran Meji exigiu o poder de interferir na missão de Ikú sobre a terra,
que se resume na obrigação de periodicamente, carregar homens e animais para os seus
domínios no outro mundo.
Sem contestar, Iku delegou a Okanran este poder e deste então, podemos pedir que
interfira junto a Morte, para evitar que alguém, por muito mal que esteja, venha a falecer.
Ebó: três galos, uma cabaça inteira, (mais ou menos do tamanho e forma de uma
cabeça humana), epo pupa, mel, aguardente, efun, ataré, velas, alguidar grande, pano
branco, um chocalho. Sacrificam-se os galos a Elegbara sobre a cabaça arruma-se os
animais sacrificados dentro do alguidar com a cabaça por cima, rega-se com mel, epo e oti,
tempera-se com alguns grãos de ataré, cobre-se com muito pó de efun, deixa-se algumas
horas nos pés de Exú, depois do que embrulha-se com o pano branco e se carrega para o
local determinado no jogo. O chocalho é para ser agitado sobre o ebó, enquanto se faz a
saudação do Odu, deve sair com o carrego e ser deixado ao seu lado, com velas acesas.
Este Ifa é para ser feito em casos de Osogbo Ikú, Osogbo Arun ou Ire Aikú.
(6) Shangô, queria ser muito poderoso e respeitado e para isto consultou Ifá. Na consulta
surgiu Okanran Meji, que determinou um sacrifício, que iria garantir ao orixás, tudo que
desejava.
Feito o ebó, Todas as vezes que Shangô abria a boca para falar, sua voz saia
possante como um trovão e inúmeras labaredas acompanhavam suas palavras.
Diante do poder de seu marido Oya resolveu consultar o Oráculo com a finalidade de
se tornar tão poderoso quanto ele. Na consulta surgiu Okanran Meji, que lhe determinou o
mesmo ebó.
Quando Shangô descobriu que sua mulher havia adquirido um poder igual ao seu,
ficou furioso e começou a maldizer Ifá por haver proporcionado tamanho poder a uma simples
mulher.
Humilhada, Oiya recorreu a Olorun para que desse um paradeiro ao impasse. Olorun
determinou então que a partir daquele dia, a vós de Shangô soaria como o trovão e que
provocaria incêndios onde ele bem intendesse, mas para que isto pudesse acontecer, seria
necessário que Oya, falasse primeiro, para que o fogo de suas palavras (os raios)
provocassem o surgimento do som das palavras de Shangô (o trovão), assim como o fogo
que elas produzem sobre a terra (os incêndios provocados pelos raios que se projetam sobre
a terra).
E por este motivo até hoje, não se pode ouvir o ribombar do trovão sem que antes, um
raio ilumine o céu.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Este Ifá garante bom resultado naquilo que se pretende, por mais difícil que possa
parecer principalmente se o Ebora que se apresentar para solucionar o problema, for Shangô
ou Oya.
Ebó: fósforos, pólvora, dois galhos de arvore seco, um produto inflamável, algodão,
quatro galos, carneiro, e muitas pedrinhas. Com o algodão enrolados nas pontas dos galhos
secos, fazem-se dois archotes, que deverão ser embebidos no produto inflamável (álcool,
querosene, gasolina, ou qualquer outro). Os animais são sacrificados ao Ebora a quem se
esteja oferecendo o ebó, sendo que dois galos são para Elegbara. Os archotes são acesos e
colocados ao lado do ebó, Até que se apague naturalmente. (Se o Ebora, for Oya, substituir o
carneiro por cabra). Depois que os archotes se apagarem despacha-se tudo, de acordo com a
orientação apurada no jogo.
(7) Olorun fez o homem a sua imagem e semelhança, dando o nome de Ishele.
Como o Isele vivia muito só, pediu uma companheira a Olorun.
O Criador determinou então, que seu mais puro e belo orishá, ajudasse Ishele naquilo
que fosse necessário.
O Orishá não aceitou as determinações e revoltou-se, negando-se a obedecer as
ordens de Olorun.
Aborrecido diante de tal insubordinação, Olorun ordenou-lhe que descesse a uma
grande fossa, com todos os seus pecados, para que ali fosse transformado no Odu Okanran
Meji.
Ebó: morim vermelho, acarajés, akasa branco, akasa vermelho, velas, charuto, frango
branco, padê de mel, padê de dendê, padê de água, osun, nós moscada. Abre-se o frango,
coloca-se tudo dentro, despacha-se numa encruzilhada. O banho de ervas é indispensável
depois deste ebó.
Este ebó, é para quando Okanran Meji estiver em qualquer tipo de Osogbo.
(8) Naquele tempo, o céu e a terra estavam tão perto um do outro, como o teto do chão sendo
que a terra era habitada por homens muito pequenos, muitíssimo menores do que os de hoje
existem.
Céu e Terra eram então muito amigos e costumavam ir juntos a caça de animais, que
sempre dividiam irmãmente entre si.
Sempre que Céu capturava alguma caça, oferecia uma parte a Terra, que agia da
mesma maneira quando abatia qualquer animal.
Certo dia durante a caçada Terra capturou um emon. Na hora de repartir o animal,
Terra falou: “Como Sou mais velha, ficarei com a parte da cabeça”. Ao que Céu retrucou:
“Sabes muito bem que sou maior e portanto a parte da cabeça deste animal, cabe a mim por
direito. Dá-me logo essa parte e não se fala mais nisso!”.
Como não chegasse a nenhum acordo, Céu furioso, resolveu afastar-se de Terra, indo
morar muito distante de seu ex-amigo.
Com o distanciamento de Céu, Terra ficou muito árida, por falta de chuva, o que
provocou um total desequilíbrio no ciclo de vida. As sementes deixaram de germinar, as
fêmeas deixaram de gerar filhos e desta forma, tudo estava condenado a desaparecer.
Diante do problema, os homens e, dirigindo-se a Terra, recomendaram: “Para
apaziguar a ira de Céu, deves caçar outro emon e enviá-lo a seu ex-amigo”.
Terra tratou então, de abater outro emon, que foi transportado pelos pássaros, a nova
morada de Céu. Foi o pássaro Aklãsu, o encarregado de fazer o transporte, sob a promessa
de lhe ser construída uma casa, em pagamento. Quando Aklãsu voltava de sua missão, foi
apanhado a meio caminho, por uma forte chuva, que Céu enviara em agradecimento a
gentileza recebida.
Ao chegar à Terra, Aklasu percebeu que a casa que lhe haviam prometido não fôra
sequer construída, tendo que permanecer ao desabrigo.
Diante disto, disse aborrecido: “Vocês não foram fiéis ao que me prometeram, más não
faz mal, minhas grandes asas são mais que suficientes para me protegerem da chuva!”.
É por isto, até hoje, não se vê o Aklasu se esconder da chuva por mais forte que ela
seja. Pousado nos galhos das mais altas árvores, protege a cabeça com as próprias asas e
pensa: “Amanhã, logo que esta chuva passar, construirei uma casa para mim!” E logo que a
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
chuva passa ele diz: “Para que preciso de uma casa? Não existem inúmeras casas para mim,
entre todas as árvores?” E voa feliz sob os raios do Sol, agitando suas imensas asas para
seca-las.
(9) Quando o Vodum Xevioso veio ao mundo, não passava de um pequeno covarde que só
possuía um galo que cantava e um cabrito que berrava. Convencendo-se de que não poderia
viver desta forma, resolveu consultar Ifá, em busca de auxílio.
Seu Babalawo chamava-se Afeke e foi ele quem, consultando Ifá, encontrou Okanran
Meji, que exigiu que Xevioso oferecesse um ebó composto de duzentos e uma pedrinhas, um
saco, uma cabra, cento e cinqüenta moedas do mesmo valor e mais quinze de valor diferente.
As pedras foram colocadas dentro de um saco e entregues a Xevioso depois do
sacrifício, representando o seu poder e a sua força.
As moedas foram dadas ao Babalawo, em pagamento.
Na verdade depois que Xevioso passou a possuir estas pedras, seus olhos tingiram-se
de vermelho, passou a ser muito corajoso e as pessoas tremem a sua aproximação. Quando
encolerizado, enfia a mão no saco e lança suas pedras em forma de raio, destruindo quem
quer que o tenha provocado.
Foi assim que Xevioso, o covarde, tornou-se um exemplo de coragem para todos os
homens.
OUTROS EBÓ DE OKANRAN MEJI EM OSOGBO:
(1) Uma vela, uma garrafa de aguardente, folhas de mamona com talo e sementes; quatro
tipos de padê (dendê, mel, cachaça e água), um ovo, um bolo de farinha, efun, pipoca, um
charuto, uma rosa vermelha, frango ou galinha, fósforos, pano branco, linha branca, um acaça
branco, um acarajé. Passa-se tudo no cliente e despacha-se na encruzilhada ou no mato.
(2) Sete folhas de mamona com talos e sementes; quatro tipos de padê (dendê, mel água e
aguardente), um metro de morim preto, vermelho, branco, velas, frango. Arriar as sete folhas
no chão, colocar um pouco de cada pade dentro de cada uma delas, passar e bater as folhas
nas costas da pessoa. Sacrifica-se o frango, dividir em sete pedaços, colocar um em cada
folha. Despachar em sete encruzilhadas diferentes, sendo uma folha em cada encruzilhada.
Depois de despachado o ebó, tem que dar banho de ervas na pessoa e oferecer comida seca
ao seu Orishá.
(3) Um galo, farofa de dendê, uma folha de mamona, pano preto, pano branco, sete ovos,
sete velas, sete bolos pequenos de farinha com água. Fazer sara yeye no cliente, sacrificar
o galo a Eshú abrir o bicho pelas costas, colocar tudo dentro, enrolar nos panos e
despachar na rua. Banho de ervas no cliente.
EBÓ DE OKANRAN MEJI EM IRE:
(1) Dendê, aguardente, mel. um coração de boi, um pedaço de fígado, uma vela, uma moeda.
Passar no cliente, arrumar no alguidar, regar com mel, dendê e aguardente, levar para a rua e
oferecer a Elegbara.
(2) Sete tipos de pade (mel, dendê, água, cachaça, água de arroz, azeite doce, champanhe),
sete akasas branco, velas, fósforo, cigarrilhas, rosas, galinha. Despachar no alto de uma
ladeira.
(3) Pade de mel, de água, de cachaça, vinte e um akasa, um metro de corda, um metro de
morim branco, ebó de Oxalá, milho verde cozido. Passa-se tudo no cliente, recolhe-se no
morim e despacha-se em uma encruzilhada.
SIGNIFICADO E INTERPRETAÇÕES
EJIOKO
Ejioko é o 2º Odu no jogo de búzios e corresponde ao 12º na ordem de chegada do
sistema de Ifá, onde é conhecido pelo nome de Oturukpon.
Responde com dois búzios abertos.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Em Ifá é conhecido entre os Fon (Jeje), como “Turukpon” ou “Turukpon Meji”, onde o
“r” é consequentemente substituído pelo “l”. Alguns o chamam ainda de “Bokono Lelo”,
“Awonõ lelo”, Lelojime, ou simplesmente “Lelo”.
Em Yoruba os termos “Lelo”, “Lero”, “Ilero”, (de “Ile-Oro”), significam “Terra firme”.
Sua representação indicial em Ifá é: * ** *
* ** *
* *
* ** *
que corresponde, na Geomancia, à figura denominada “Albus”.
Ejioko é um Odu composto pelos Elementos Terra sobre Ar, com predominância do
primeiro, sua figuração indicial evoca luminosidade, transparência.
Corresponde ao ponto cardeal Oeste-Noroeste, a carta no. 5 do Tarot (O Hierofante)
seu valor numérico é 14.
Suas cores são todas aquelas derivadas do vermelho, aceitando também o negro e
tudo o que for estampado com estas duas cores.
É um Odu feminino, representado esotéricamente por um feto dentro de um útero,
referência inequívoca à sua influência sobre os estados de gravidez.
Representa a gravidez, as inchações e de forma geral, tudo o que é arredondado,
rostos redondos, seios grandes, protuberâncias anormais como hérnias, elefantíase,
furúnculos, tumores e inchações diversas.
E um Odú ligado as Kennesi e segundo dizem, foi criado da diarréia.
É muito temido pelas mulheres gravidas, pelo seu poder de provocar abortos e partos
prematuros.
Aqui, segue as ordens de Ofun Meji, foi criada a Terra e por este motivo é um signo ligado a
abundância e a riqueza.
Foi este signo que criou as montanhas e é também um dos Odu dos gêmeos Hoho
(Ibeji).
Sempre que este Odu surgir numa consulta, o advinho deve tocar o solo com as
pontas dos dedos e depois tocar, de leve seu próprio peito, pronunciando: “Ilero” ou “Lero”,
como forma de saudação à Terra, gesto este que deve ser imitado pelo consulente.
Fala de inversões sexuais e de bruxarias feitas através de comidas ou bebidas.
Foi por intermédio deste Odu, que Orunmila transmitiu sua ciência aos sábios, para
que eles a transmitissem aos homens comuns.
Indica que a mulher trai o marido e que se ainda não o fez, é por falta de
oportunidade.
Determina separação de mãe e filho e muita tristeza por este motivo.
Os filhos deste Odu são pessoas destinadas ao sucesso, a galgarem altos postos,
devendo para isso, submeterem-se, com muito boa vontade, aos sacrifícios exigidos.
É uma figura quase sempre boa, que propõe paz interior e equilíbrio nas ações
SAUDAÇÕES DE EJIOKO:
Em Yoruba:Ejioko ejife
Owo ejife owo.
Em Fon: Mi kan Turukpon,
Turukpon Lelo!
Kagbeto nogbe ko-a!
Emi kun naje goto,
hun kponshõ o!
Tradução: Saudemos Oturukpon,
Oturukpon Lelo!
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Que jamais sejamos atingidos pelas doenças que se
escondem debaixo dos panos (Doenças venéreas).
EJIOKO EM IRE:
Quando em Ire, Ejioko pode indicar, principalmente: Atitudes puras e inocentes,
sensibilidade artísticas, dignidade, evolução material ou espiritual, conquistas de posições
elevadas, progresso em todos os aspectos, vitórias, honrarias, encontro de dois corações,
casamento, convivência sexual, empreendimento bem sucedido.
EJIOKO EM OSOGBO:
Em Osogbo, este Odu pode indicar: Possibilidades de aborto prematuro, inveja de
terceiros, atraso de vida por olho grande, trabalho de feitiçaria feito contra a pessoa,
problemas gerados por má interpretação de palavras ou atitudes, melancolia, perdição por
amor, separação de família (principalmente da mãe), frigidez nas mulheres, impotência nos
homens, inimigos ocultos.
TIPOS DE DOENÇAS INDICADAS POR ESTE ODU:
Órgãos sexuais internos nos homens, órgãos reprodutores nas mulheres, sífilis,
doenças adquiridas sexualmente, inchações em geral, elefantíase, diarréias, indisposições da
gravidez, anomalias sensoriais, impotência sexual, inversões sexuais (para ambos os sexos).
Neste Odu falam as seguintes Divindades:
Vodun (Jeje): Sakpata, Dã Aydohwedo, Gu, Xeviosso, Na, Hoho, Mawu e Kpo Vodun.
Orishá (Nagô): Omolú, Oshumarê, Ogun, Shangô, Oduduwa, Nanã, Ibeji.
INTERDIÇÕES DE EJIOKO:
Ejioko proíbe aos seus filhos: o mamão: uma certa corcubitácia muito utilizada na
prática da feitiçaria e conhecida entre os Fon, como “ayikpen”: O galo; a galinha d’Angola; as
serpentes; o leopardo; o elefante; a hiena; o sorgo; todos os tipos de pássaros usados em
feitiçaria, os macacos; o cão e o gato.
SENTENÇA DE EJIOKO:
(1) “Aquele que trança uma corda não saberá trançar a Terra, não pode levantar a mão e
agarrar o Sol”. (Ninguém pode causar danos aquele que, tendo encontrado este signo,
ofereça os sacrifícios exigidos).
(2) “A Terra não se assenta sobre a cabeça de uma criança”.
(Ejioko - Segundo Odu no merindilogun, corresponde a Oturukpon, décimo segundo
signo na ordem de chegada em Ifá e último de uma série de forças misteriosas que, segundo
se afirma, estão associadas aos signos do zodíaco. Os doze primeiros signos estão como que
reunidos no símbolo do último. Aquele que encontra Oturukpon Meji supostamente encontra
todos que o antecedem).
“Le”, assim como “Lo”, designa aquilo que não se deve fazer, dizer, entender, tocar e
ver e na presente sentença evoca os doze primeiro signos de Ifá.
A criança a que se refere a sentença, é o próprio consulente, indefeso diante dos
perigos desencadeados pelas energias contidas nos doze primeiros Odu Meji, energias estas
que sua cabeça é incapaz de suportar.
“Quando “Le”- a Terra - exige um sacrifício que substitua a morte próxima de sua mãe,
seu pai, mulher ou filho, pressupõe-se que o sacrifício será considerável, uma vez que tem
por objetivo enganar a morte”.
No mesmo dia em que o signo for encontrado, o cliente adquire o cabrito mais bonito
que puder encontrar e uma cabaça suficientemente grande para que possa comportar uma
galinha, a polpa de uma abóbora, um mamão e akaças.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
O sacerdote sacrifica o cabrito, derrama o seu sangue dentro da cabaça, retira seus
intestinos que são esvaziados, limpos e lavados com muito cuidado; o coração, os pulmões,
os rins, o fígado e a gordura. Sacrifica a galinha, junta suas vísceras ao conteúdo da cabaça.
Antes de iniciar este ritual, os traços indiciais dos dezesseis Odu Meji devem ser
traçados no yerosum, que é despejado dentro da cabaça depois das vísceras da galinha.
Depois disto, vai colocando dentro da cabaça um número de búzios correspondente ao
número de parentes vivos do consulente. Os búzios são colocados um a um dentro da cabaça
e a cada búzio colocado, o cliente diz: “Eis aqui minha mãe, ela pagou! Eis aqui o meu pai,
ele pagou! Eis aqui minha mulher (ou marido) ela (ele) pagou! Eis aqui meu filho fulano, ele
pagou! Eis aqui meu filho sicrano, ele pagou”! E assim, até chegar ao nome do último parente
vivo. Depois de oferecido o búzio correspondente ao filho ou neto mais novo, o cliente
colocará um último búzio, dizendo as seguintes palavras: “Eis aqui, este sou eu e também
estou pagando”!.
Este ebó exige muito critério e muita atenção, se o nome de algum parente for omitido,
propositadamente ou não, durante a entrega dos búzios, a pessoa cujo nome não tenha sido
relacionado, estará irremediavelmente condenada a morte. Somente Mawu, e nenhum outro
Vodun, poderá modificar este destino. O Sacerdote deverá prescrever, além deste, outros
sacrifícios considerados de segurança, tanto sua, como do cliente.
O Sacerdote, acompanhado do cliente, penetra numa floresta, constrói um monte de
terra limpa sobre o qual coloca toalhas brancas e toalhas vermelhas; traça os doze primeiros
signos e, por deferência, os quatro últimos. Na medida em que vai traçando cada signo, vai
fazendo suas saudações, depois despeja o yerosun em que foram traçadas, sobre o sacrifício
que está oferecendo.
A cabaça, com todo o seu conteúdo, é depositada sobre os panos vermelhos. Junta-se
(10) obi bata dentro de uma quartinha com água a esquerda da cabaça. Depois disto, todos
os presentes batem cabeça em homenagem a Terra e retiram-se no mais absoluto silêncio.
(Este sacrifício serve para todos os Odu).
(3) “A casa de estuque é muito bonita, más dentro dela faz muito calor”.
(A casa de estuque representa o útero da mulher do consulente, ou da própria consulente,
que se encontra sob risco de sofrer um parto prematuro ou um aborto).
(4) “A mulher está no meio da gravidez e seu filho já tem os pés sobre a Terra”.
(Mesma interpretação da sentença anterior).
(5) “Se o bracelete de ferro, filho do rei Aja, for colocado no fogo, sairá dali incólume; mas tu
não sairás do fogo em que agora te encontras”. (O consulente corre o risco de sofrer um
acidente do qual não sairá com vida).
(6) “Um belo dia, Kaja, com todos os seus amuletos, será vítima de uma acidente”.
(Mesma) interpretação da sentença anterior).
(7) “O rio que atravesso corre sobre um leito repleto de vegetação”.
(O consulente encontrará satisfação naquilo que deseja).
ITAN DE EJIOKO
(1) Naquele tempo, os macacos não sabiam trepar em árvores e por este motivo viviam
assustados e inseguros, pois eram presas fácil dos outros animais.
Resolveram consultar um Babalawo e na consulta surgiu Ejioko, que lhes determinou
um ebó, composto de dois preás e comidas caseiras de vários tipos.
No mesmo dia, os macacos ofereceram o sacrifício e logo começou a chover
copiosamente. O rio que passava perto do local onde se encontravam, avolumou-se e
transbordando, inundou toda aquela região.
Apavorados, os animais corriam de um lado para outro, sendo irremediavelmente
apanhados e arrastados pelas águas revoltas.
Foi então que os macacos, pela primeira vez, escalaram as árvores para não serem
arrastados pelas águas e a partir deste dia, sempre que se sentem em perigo, é nos galhos
mais altos dos arvoredos que encontram refúgio e segurança.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Este Itan indica que a pessoa passa por grandes dificuldades, insegurança e
intranqüilidade. O ebó indicado trará ótimos resultados, com a proteção dos Ibeji.
Ebó: dois preás, arroz, feijão, farinha, etc., (comida preparada normalmente, como a
que se faz para as pessoas da casa), duas velas, dois alguidares, cachaça. Os preás são
sacrificados a Elegbara, no igba, as comidas são servidas nos dois alguidares e arriadas ao
lado. Os preás são limpos e seus couros permanecem na casa de Eshú depois que o ebó
tenha sido despachado no mato.
(2) Ha muito tempo, dois príncipes disputavam entre si, o trono de Abeokuta. O primeiro
príncipe, chamado Kun, foi consultar Ifá, para saber de que forma poderia resolver
favoravelmente a questão e na consulta surgiu Ejioko, que determinou que fosse oferecido
um sacrifício a Eshú, de um etu e vários pregos, além de todas as coisas que fazem parte dos
sacrifícios oferecidos a Eshu. Kin, no entanto, afirmou para si mesmo: “Não preciso oferecer
nada a Eshú para que o trono de Abeokuta me seja entregue. Sou mais forte que meu
concorrente e vou derrota-lo numa luta corporal, resolvendo a questão definitivamente”.
O segundo príncipe, conhecido pelo nome de Koogun, também foi se ver com Ifá,
saindo na sua consulta o mesmo Odu, que lhe recomendou oferecer o mesmo ebó.
Feito o ebó, Elegbara surgiu diante de Koogun e mandou que, no dia da decisão sobre
quem iria ocupar o trono, vestisse uma roupa inteiramente branca e levasse consigo uma
pequena bandeira da mesma cor.
No dia da decisão, os anciãos da tribo se reuniram na praça da cidade e todo o povo
também se fez presente naquele local.
Kun foi o primeiro a chegar, trazendo nas mãos suas armas de guerra, completamente
despido, com o corpo untado de óleo de palma, o que fazia ressaltar sua esplêndida
musculatura.
Logo em seguida chegou Koogun, trajando asho funfun e acenando para todos com
uma pequena bandeira branca.
Ao ver aquilo, Kun foi acometido de fúria incontrolável, lançando-se sobre seu
adversário com a intenção de terminar logo com a questão.
Os anciãos, que a tudo assistiam, ordenaram que os guardas detivessem o impetuoso
Kun e que o expulsassem da cidade por não saber respeitar os sinais de paz ostentados por
Koogun.
Foi assim que, tendo seguido as orientações de Ifá, Koogun pode ser coroado rei de
Abeokuta.
Este Itan indica que existe luta acirrada por bens ou posições e que o consulente
deve, além de oferecer o ebó determinado, proceder com muita cautela e diplomacia,
evitando qualquer tipo de confronto direto.
Ebó: Um etu, dois pregos de cumeeira, dendê, mel, oti, farinha crua, pano branco,
efun. Prepara-se pade de mel, dendê e oti num mesmo alguidar, sacrifica-se o etu sobre Eshú
e coloca-se arrumado no alguidar com o pade, cobre-se tudo com pó de efun. Os pregos de
cumeeira recebem eje do etu e são colocados no igba de Eshú. Prepara-se uma bandeira
branca, envolvendo-se o ebó em pano branco e despacha-se numa praça, com a bandeira
branca espetada em cima.
(3) Um certo casal, apesar de se amarem muito, viviam brigando por absoluta falta de
compreensão.
A desarmonia superava o amor e a convivência já era insuportável, por este motivo,
foram procurar o Bokono do lugar, em busca de orientação.
Feita a consulta, surgiu Ejioko, que determinou um sacrifício composto de um casal de
eyele funfun, fitas de várias cores, ori da costa, igbi meji, etc.
Como o casal não possuísse recursos suficientes, foi preciso que a mulher preparasse
muito mingau de acaça, que o marido ia vender no mercado para obter dinheiro para o
material do ebó.
Oferecido o ebó, o que só foi possível pelo trabalho conjunto do casal, voltou a reinar a
paz e a compreensão entre os dois, que continuaram a trabalhar da forma que fizeram para
obter o dinheiro do sacrifício.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Ebó: Um casal de pombos brancos, vários pedaços de fitas de cores diversas, dois
igbi, mingau de acaça, um alguidar de tamanho médio. Unta-se o alguidar com bastante ori da
costa, sacrifica-se os igbi deixando o soro escorrer sobre Elegbara, coloca-se os igbi dentro
do alguidar, cobre-se com o mingau de acaça, sacrifica-se os eyele a Elegbara (eje no igba),
arruma-se em cima, mel, dendê e oti, enfeita-se a gosto com as fitas coloridas, deixando-se
no pé de Eshú por algumas horas e depois se leva a beira de um rio.
Este ebó deve ser feito com muito carinho, para reunir casais que estão separados, ou
trazer paz aqueles que vivem brigando.
(4) Tela Oko era o nome de um príncipe que, apesar de ser um dos pretendentes ao trono de
Arara, era muito pobre, sendo por este motivo, muito humilhado e desprezado pelos demais
pretendentes a coroa.
Para poder sobreviver, Tela Oko tinha que trabalhar na roça como qualquer lavrador
humilde, apesar de sua descendência nobre.
Certo dia, foi procurar o Oluwo do local, para fazer uma consulta, durante a qual surgiu
Ejioko, pedindo, para Eshú, um ebó com galinhas, orogbo, um avental e uma enxada usada.
Feito o ebó, passaram-se alguns dias, até que, ao roçar perto do local onde havia oferecido o
sacrifício, Tela encontrou um poço muito fundo. Imediatamente convocou os companheiros
que trabalhavam nas cercanias, que o ajudaram a descer ao fundo do poço.
Ao chegar no fundo, qual foi sua alegria ao deparar com uma imensa fortuna. Voltando
a superfície e indagado pelos colegas, Tela Oko, muito excitado, afirmou haver encontrado
muito “owo ila” (dinheiro-quiabo). motivo pelo qual foi dado como louco por seus
companheiros, que imediatamente voltaram aos seus afazeres, deixando-o sozinho.
Tela Oko amarrou a corda em sua cintura e novamente desceu ao fundo do poço, de
onde voltou carregado de muitas moedas de prata, tornando-se então imensamente rico.
Este Itan determina que a pessoa que está passando por sérias dificuldades
financeiras, deverá oferecer o sacrifício indicado, para que seus problemas sejam resolvidos e
seus caminhos de dinheiro abertos.
Ebó: Adie Meji, orogbo meji, avental novo, uma enxada usada. Com a enxada cava-se
um buraco dentro de uma mata, sacrifica-se as adie dentro do buraco, coloca-se um orogbo
no bico de cada uma, cobre-se com o avental e coloca-se um punhado de moedas por cima.
O buraco deve permanecer aberto depois de entregue o sacrifico. rega-se tudo com dendê,
mel e oti.
(5) Quem faz um filho deve carrega-lo às costas. Oturu fez dois filhos e carrega os dois.
Como é possível uma só pessoa carregar duas crianças?
Quatro Babalawo consultaram para Abi Maku (Eu fiz um filho imortal), e este era o
nome da montanha. Abi Maku ofereceu um sacrifício; a Montanha ofereceu um sacrifício e ela
gerou um filho que é imortal.
Montanha imutável, imutável montanha! Foi Oturukpon Meji quem engendrou esta criatura
que não morrerá jamais!
Montanha imutável, imutável montanha! A ira é impotente diante de ti!
Imutável montanha! inalterável montanha!
(Aquele que encontrar este signo perderá muitos filhos sob o estigma de Abiku. Deve ser feito
um ebó para que um de seus descendentes possa sobreviver com força e saúde, mas antes
perderá dois gêmeos, cujos espíritos retornarão em filhos que sobreviverão.
O consulente e a mãe de gêmeos que padecem com terríveis dores lombares, deverão
oferecer um ebó composto de duas jarras, dinheiro e dois panos estampados nas cores
brancos, preto e vermelho. Um amassi é preparado e colocado nas duas jarras, o consulente
e sua mulher guardarão as jarras envolvidas nos panos e tomarão banhos diários com o seu
conteúdo.
Receita de amasi: Tritura-se folhas de cedro em água de poço, depois de quinadas as
folhas, sacrifica-se eyele dudu meji, deixando o eje correr dentro do banho; pega-se uma
brasa viva de carvão vegetal e atira-se dentro do banho, junta-se um pouco de efun, dois
pedacinhos de ori da costa., um pouco de mel e açúcar mascavo. Divide-se nos dois potes e
completa-se com água de poço. O banho deve ser tomado diariamente, inclusive na cabeça.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
(6) Ifa chegou a este mundo antes de seus mensageiros Legba, Miñona e Abi, que estão sob
suas ordens, ao contrário de Igbadu que esta acima dele.
Criado por Mawu, Ifa desceu do céu trazendo para a terra todas as arvores, todas as
plantas, todos os animais, todos os pássaros e todas as pedras.
Naquela época, existia sobre a terra somente um protótipo de ser humano, muito
pequeno, negro e muito parecido com o homem.
Ao chegar ao Aye, Ifa transmitiu todo o seu conhecimento a este estranho ser, a que,
deu o nome de “Koto”.
Logo que Mawu criou os seres humanos, Koto transmitiu-lhes toda a ciência que havia
recebido de Ifa: o conhecimento de todas as coisas e principalmente, o conhecimento do
próprio Ifa.
Koto, que sabia o nome de tudo quanto existia, ensinou-os aos homens, esquecendo-
se, no entanto, de transmitir o nome de uma única arvore, a qual os homens chamaram de
“Kotoble” e depois de Wugo.
Assim, foi apenas a uma única arvore, dentre as coisas que existem no mundo, que os
homens deram nome.
(7) Num tempo em que Ifa era pobre, consultou seu Kpoli para saber de que forma poderia
mudar de vida e conquistar a simpatia de Metolõfi, que não gostava dele.
Na consulta, surgiu Oturukpon Meji, que mandou que pegasse um cabrito, uma
cabaça, todas as frutas redondas que encontrasse e preparasse um ebó, que deveria ser
levado a sua mãe e entregue com as seguintes palavras: “Veja minha mãe, eu nunca recebi
desta vida qualquer alegria. O rei deste pais não gosta de mim. Oturukpon Meji me disse que
oferecesse este sacrifício, pois de ti depende minha sorte nesta vida”!
Ifa, no entanto respondeu: Isto é impossível. Minha mãe não está aqui. Ela partiu ha
algumas semanas para uma reunião em lugar muito remoto. De que maneira, estando ela
ausente, poderei oferecer-lhe o ebó?
Legba intervindo disse: “Em troca de alguma coisa que me ofereças, reaproximarei tua
mãe de ti. Em pagamento quero um galo e alguns bolos”.
Ifa pagou o exigido a Legba que, durante a noite, procurou sua mãe e lhe disse: “Seu
filho está morto já fazem quinze dias e não há ninguém para oficiar seus funerais. Anda, vá ao
pais de Metolõfi para fazer a cerimônia”.
Desesperada a velha pôs-se a chorar, dizendo: “Que fazer? Sou tão velha, mal posso
andar...”
“Dá-me qualquer coisa que te transportarei”, disse Legba.
A velha possuía um bode que tinha doze chifres na cabeça, ao vê-lo Legba falou: “Se
me deres este bode de doze chifres, te levarei, agora mesmo, para junto de teu filho”.
“Mas este bode não é meu...”Respondeu a velha. “...ele pertence a Vida. Ele me foi
confiado e está sob minha responsabilidade”.
“Se não me deres o bode, sem dúvida não poderei ajuda-la”.
“Tudo bem, carrega-o! Eu já perdi tudo o que tinha para perder, o bode não fará
diferença!”
Legba, pegando o bode, matou-o. O sangue que escorria do corpo do animal era fogo
que espalhando-se, cobriu o corpo de Legba. Aterrorizado como tão estranho acontecimento,
Legba foi consultar Ifa e na consulta surgiu Oturukpon Meji, ordenando que os intestinos do
bode fosse retirados e oferecidos em sacrifício, num caminho qualquer.
Naquele tempo, Legba não possuía cabeça e pegando a cabeça do bode, colocou na
panela para cozinha-la. Durante dias e dias, Legba insistiu na tentativa de cozinhar a cabeça
por mais que gastasse lenha, nada conseguia.
Cansado, resolveu procurar a mãe de Ifa e, para isto, transportou a cabeça e a carne
do animal até o reino de Metolõfi.
Para conduzir a enorme panela, Legba derramou a água nela contida, preparou uma
rodilha que depositou sobre os ombros pra servir de base a panela que estava
completamente enegrecida pela fumaça. A rodilha fixou-se em seus ombros, transformando-
se em pescoço e a panela transformou-se um cabeça e Legba descobriu que agora, como
todo o mundo, também possuía uma cabeça. Alegre pôs-se a cantar:
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Eu operei uma magia em meu caminho,
Assim adquiri uma cabeça!
Eu saí sem cabeça para uma viagem,
retorno agora para casa com cabeça!
Desta forma, chegou diante de Ifa, que também era desprovido de cabeça.
Ao tomar conhecimento do destino do bode, Ifa exclamou revoltado: “Como? Já paguei
a Legba por seus serviços! Ele recebeu de mim o exigido e ainda consegui uma cabeça!...”
Zangado, preparou seu ebó composto de várias frutas redondas e o entregou a sua
mãe, para que o conduzisse a Metolõfi.
Entregando as frutas ao rei a mulher disse: “Eu venho de muito longe em
reconhecimento ao seu nome. Como não sou rica, aceite estas coisas. É tudo o que tenho
para oferecer!”
Metolõfi, ordenou que a mulher pegasse um mamão e que o cortasse em duas partes
iguais. As sementes negras se derramaram e o mamão, colocado sobre os ombros de Ifa, ali
se fixou, transformando-se em cabeça.
Notando que a mulher estava cansada, o rei mandou que lhe oferecessem uma
esteira, mas ela negou-se a sentar-se na presença de Sua Majestade. De tanto que o rei
insistisse, a mulher acabou sentando-se sobre algumas almofadas.
Vendo-a acomodada e mais calma, o rei perguntou qual era o seu nome, ao que lhe
respondeu, afirmando chamar-se “Nã”. Metolõfi então disse: “Nã Taxonumeto” (aquela que
coloca uma cabeça nas pessoas).
Depois deste fato, pra que as crianças possam receber uma cabeça, as mães devem,
durante a gestação, pedir a proteção de Nã Taxonumeto todos os dias.
É sob este signo que as crianças vem ao mundo “de cabeça”.
Ifá tornou-se muito conhecido graças a sua mãe e ao bode de doze chifres que não
era outro senão o próprio Sol.
Foi através do fogo misterioso do bode, que Legba adquiriu controle sobre as chamas
e visão para compreender as mensagens surgidas no Oráculo.
Foi desta forma que Legba e Ifa, conseguiram cabeças, graças a Oturukpon Meji que
rege tudo o que e redondo, como redondas são as cabeças.
Aquele que encontrar este signo, deve oferecer um sacrifício para não ser perseguido
pela má sorte. Sua mãe terá um papel muito importante em sua vida, cujo sucesso depende,
quase que exclusivamente, dela.
SIGNIFICADO E INTERPRETAÇÃO
ETA OGUNDA
Eta Ogunda é o 3º Odu no jogo de búzios e corresponde ao 9º na ordem de chegada
do sistema de Ifá, onde é conhecido pelo nome de Ogunda Meji.
Responde com 3 (três) búzios abertos.
Em Ifá, é conhecido entre os Fon (Jeje), como “Guda Meji” ou “Gudoji”.
Etmologicamente, propõe-se a seguinte análise: Ogun (Yoruba) ou Gu (Fon) - Orishá
ou Vodun do ferro e por extensão da guerra e Da - repartir, dividir, separar. Ogunda Meji
significa, então “Ogun dividido em dois”.
O termo Yoruba, “Ogunda Meji, propõe ainda outra interpretação: “Ogun da eja meji”-
Ogun partiu o peixe em dois, numa alusão a uma lenda de Ogunda Meji.
Sua representação indicial em Ifá é: * *
* *
* *
* ** *
que corresponde, na Geomancía européia, a figura denominada “Cauda Dracônis”.
Eta Ogunda é um Odu composto pelos Elementos Fogo sobre Ar, com predominância
do primeiro, o que representa o dinamismo transformado em obstáculo, o esforço voltando-se
contra quem o desprendeu e levando ao fracasso.
32
JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Corresponde ao ponto cardeal Nornordeste, a carta “O Diabo” no Tarot e seu valor
numérico é o 2.
Suas cores são o negro, o branco e o azul. É um Odu masculino, representado
esotericamente por um punhal ou facão, numa referência inequívoca ao orisha Ogun, ou a
ereção do membro viril. (Gun em Yoruba evoca a idéia de ereção. Agun-do no Baixo Dahome,
o sentido de membro viril”).
Este Odu, assim como o Orisha Ogun, rege todos os metais negros tudo o que é de
ferro e o trabalho realizado nas forjas, ocupando-se também, do arco e da flecha.
Considerado um símbolo muitíssimo perigoso, comanda o membro viril, os testículos, a
ereção, o esperma e determina, ate certo ponto, os hábitos sexuais e as doenças venéreas.
Foi sob este signo que Shango desceu a Terra. Segundo alguns Bokono, Gu (Ogun) e
Xevioso (Shango), possuem origens idênticas e a diferença reside apenas em suas
manifestações. Eta Ogunda preside os partos e desta forma, todas as crianças vem ao
mundo sob sua ação e responsabilidade.
A noção de corte, de separação, esta ligada a Eta Ogunda, no entanto a decapitação
não é de seu domínio, embora esteja sempre presente a esse tipo de acontecimento,
somente como instrumento do mesmo.
As pessoas nascidas sob este signo, possuem um sentido de moral não muito sólido,
são ciumentas, enganadoras e dissimuladas. Dotadas de inteligência muito bem
desenvolvida, costumam usá-la de forma astuta e diabólica.
Prenuncia duvidas, falsidade oculta, prisão, briga, caso de justiça, perigo, vícios,
depravação e guerra.
Aconselha a não confiar nos outros, para não sofrer decepções. Se o consulente for
do sexo masculino, é pessoa volúvel e sem fé.
E um Odu de prenúncios quase sempre negativos, quase sempre diz não e sua ação é
destrutiva e dissolvente.
SAUDAÇÕES DE ETA OGUNDA
Em Fon: Mikã Guda Meji
Ma saglagla ka ie o!
Tradução: Saudamos Ogunda Meji
Para que sua força nunca se volta contra nós!
Em Yoruba:Ogunda teteii,
Farale, afesule,
Lesi losun.
ETA OGUNDA EM IRE:
Quando em Ire, Eta Ogunda pode indicar, principalmente: desmascaramento de
pessoas que vem agindo com falsidade, descoberta de uma traição, vitórias sobre inimigos,
guerra ou disputa em que a vitória está assegurada, vigor físico, virilidade, nascimento de uma
criança, sobrevivência de uma situação de extremo perigo, (Ire Aiku).
ETA OGUNDA EM OSOGBO:
Em Osogbo, este Odu pode indicar: Violência imposta ou sofrida, corrupção moral,
toxicomania, alcoolismo, falta de escrúpulos, guerra, disputas acirradas que levam a
desenlaces violentos, acidentes, morte violenta, agressões, perigos em viagens, inversões e
perversões sexuais, traição, morte por envenenamento, conduta imoral.
Neste Odu falam as seguintes Divindades:
Vodun (Jeje):Lisa, Age, Dã, Ke, Toxosu, Hoho, Gu e Xevioso.
Orixás (nagô):Ogun, Shango, Oshossi, Oxumare, Ibeji, Oshaguian, Eshú e Ajé.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
INTERDIÇÕES DE ETA OGUNDA:
Eta Ogunda, proíbe seus filhos: Carne de galo, inhame pilado, bebidas alcóolicas,
mandioca, crocodilo, antílopes, as serpentes, cavar sepulturas ou buracos, transportar armas
ou guardá-las em baixo da cama (principalmente facas e punhais).
Os animais oferecidos sob as ordens desse Odu, devem ser decapitados em
decorrência da idéia de divisão incluída o próprio nome do signo. Proíbe ainda, a seus filhos o
uso de certas vestimentas como o “godo” (espécie de tapa-sexo) e um tipo de culote,
denominado “shokoto shaka”.
SENTENÇAS DE ETA OGUNDA:
(1) A árvore que conhece o aço, terá seu desenvolvimento interrompido. (Existe uma ameaça
de morte pairando sobre o consulente, que deve fazer ebó, para se livrar do perigo).
(2) A faca que ataca o sorgo, come o seu cadáver (a espiga do sorgo). (Se o consulente não
morrer, derrotara seu inimigos).
Ebó: Com uma faca, cortas algumas espigas de sorgo(pode substituir por milho) e
embrulha-lhas num pano, juntando a elas várias frutas que possam ser cortadas com faca. O
Sacerdote sacrifica um cabrito, pila alguns grãos de sorgo e mistura a farinha obtida a um
pouco de yerosun, coloca tudo dentro de uma almofada que será entregue ao cliente, que
depois de enfeitá-la com contas verdes e amarelas, oferecerá a Ifá. Enquanto este objeto
permanecer no local onde for colocado, o cliente triunfará sobre seu inimigos.
No forro da almofada, são colocados os chifres do cabrito sacrificado, o yerosun misturado
com a farinha e vários grãos inteiros do sorgo. O embrulho com as espigas e as frutas, é
oferecido a Elegbara, junto com o cabrito sacrificado. A faca utilizada também fica dentro da
almofada.
3- A mulher do caçador não grita em vão, a flecha de seu marido penetrou o corpo de um
animal. (Os desejos do consulente serão realizados).
Ebó: O consulente devera oferecer a Elegbara uma lança de ferro, sobre a qual deverá
ser sacrificado um galo. A lança devera permanecer para sempre, no igba de Elegbara.
Prece do Ebó:Guda gbãun
Gun!
Gbãun!
Te!
Gbãun!
Tete!
Tete gbãun!
Te!
Gbãun!
(4) A maneira recurvada não precisa mais preocupar-se com suas costas. (O consulente, não
tendo mais ereções, não precisa mais preocupar-se com o cansaço ocasionado pelo ato
sexual)
Ebó: Um pequeno arco de ferro (gã-da ou ofá), deverá ser colocado sob o pênis do
consulente, um galo é imolado sobre o conjunto, de forma que o ejé escorra sobre o pênis e o
arco e caia sobre o igba de Ogun ou de Eshú, (apura-se a quem será oferecido o sacrifício). O
arco deverá ser mantido para sempre, no igba.
(5) Se o machado foi ao campo e cortou muita madeira, voltará para casa. (Ogun está dando
uma chance ao cliente, dependendo deste, saber aproveitá-la).
(6) Guda entrou em ereção: se o pênis de Elegba Adingbã ficou ereto, todas as vaginas serão
penetradas. (O consulente, embora esteja com as funções sexuais em forma, terá em breve,
problema de impotência).
Ebó: O mesmo da sentença no 4, apenas substituindo o ofá por um parafuso de linha
de trem.
34
JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
ITAN DE ETA OGUNDA
(1) O antílope Agbãli, lançava seu brado em Ife e as pessoas morriam.
O mocho Agbigbi, lança seu brado nesta vida e as pessoas morrem.
Ifá foi consultado por Oshossi e recomendou-lhe que fizesse um sacrifício porque,
mesmo fazendo o bem aos outros, nunca conseguia tirar disso o menor proveito, ficando sem
ter sequer o que comer.
O sacrifício constava de vasos quebrados, flechas, duas galinhas e um cabrito, mais
Oshosi, negou-se a oferecer o ebó.
Como a cada grito do antílope Agbãli as pessoas morressem, o rei Metolonfin, não
sabia o que fazer para caça-lo. Sabendo disto, Oshosi se apresentou ao rei, dizendo que, se
lhe construíssem uma casa em forma de circulo e o colocassem dentro e lhe desse uma
flecha e se todo o povo do pais se reunisse ao redor, lançaria a flecha que iria atingir a marca
branca, existente no pelo do antílope e que ficava justamente na direção de seu coração.
Tudo foi feito de acordo com a orientação do caçador e no dia que o animal surgiu, uma
flecha foi atirada, indo atingir a marca branca que ficava na altura de seu coração.
Oshosi gritava feliz: “Eu o matei!” - E o povo, olhando na direção Agbãli, via que era
verdade.
Quando o mocho Agbigbi se aproximou, Oshosi disse: “É na garganta que devo atingi-
lo” e lançando sua flecha, atravessou com ela o pescoço do animal.
Todos reunidos foram ver o que estava acontecendo e assustados comentaram:
“Aquele que prendemos na choupana onde não existem partas nem janelas consegue abater
qualquer tipo de caça! Quando não mais existirem animais para serem caçados no pais, sem
dúvida caçará o próprio rei!”.
Mais havia muita caça na região e Oshosi construiu sua casa no interior da floresta,
reforçando as paredes com os cacos de muitos vasos quebrados.
O caçador recusara-se a oferecer o sacrifício determinado pelo Odu e por isto, todo o
bem que fizesse aos homens não lhe resultaria em nenhum proveito. Mesmo assim, Elegbara
fez dele o caçador do pais. Depois disto, os muros de seu templo devem ser incrustados de
cacos de vaso de barro Para que o bem praticado pelo consulente obtenha o merecido
reconhecimento, deve ser oferecido um sacrifício com o seguinte elemento:
- Vários cacos de vasos quebrados, um galo, um cabrito, dezesseis flechas, um pequeno
arco, uma aljava (seteira).
(o sacrifício é oferecido a Oshosi e os animais sacrificados em seu igba).
(2) Quem procura o combate? E a vez de Ogun lutar contra Meji!
Metolonfin tinha uma linda filha chamada Meji. O rei, por muito que tentasse, não
conseguia arrumar marido para a jovem.
Meji era muito belicosa e guerreira valente, todos os que se apresentavam com a
intenção de desposa-la, eram desafiados para um combate singular, e acabaram derrotados
pela poderosa princesa.
Desesperado com a situação e temendo que a filha jamais viesse a encontrar um
marido, Metolonfin convidou os reis de Aja, de Ke, de Hun e de Ayo, para candidatarem-se ao
casamento.
Atendendo ao convite, os quatros reis vieram acompanhados de toda sua corte. Mas
Meji não abriu mão de suas exigências, só se casaria com o homem que conseguisse derrota-
la em combate.
O primeiro a amargar a humilhação de derrota, foi Aja Xosu e em seguida, de nobres
componentes de sua comitiva: depois foi a vez de Ke Xosu e seus amigos foram derrotados
pela bela princesa.
Ogun, que a tudo assistia, foi perguntar a Ifa sob que Odu poderia encontrar proteção
para derrotar a nobre guerreira, conquistando assim, o direito de desposa-la.
Na consulta surgiu Ogunda Meji, que ordenou: “Traga um galo, acaça, azeite de
dendê, uma cabaça, um pombo, uma corda e vários pedaços de pano”.
Quando Ogun lhe entregou o material, Ifa enfiou na corda, algumas contas, com ela
amarrou os pedaços de pano e as pernas do pombo, pegou o galo e enfiou debaixo de suas
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
asa, varias folhas de kpelegun e entregando tudo a Ogun, disse: “Quando partires, deixe o
galo em casa e amarre a corda em volta de tua cintura”.
No mesmo dia, Ogun desafiou a bela Meji para o combate, durante o qual, a corda que
trazia a cintura, rompeu-se e caindo ao chão, embaraçou as pernas da princesa que
desequilibrada, caiu derrotada aos pés de Ogun.
No mesmo instante, o galo começou a cantar:
Gbo gbo gbo,
Guda Mejiiii!
(Ogun desposou Meji!).
Ebó: Conforme indicado no itan. O galo é solto no quintal e o pombo sacrificado para
Ogun é oferecido dentro da cabaça, com acaça e azeite de dendê. O fio de contas com os
pedacinhos de pano, é colocado em volta do igba Ogun.
(3) Havia um homem que, por sua enorme sabedoria, era muito procurado por seus vizinhos e
demais moradores da cidade.
Certo dia, o sábio adoeceu e sua morte era aguardada a qualquer momento.
Usando de seus conhecimentos, o ancião resolveu enganar a morte e para isto,
preparou um ebó com o igbi, dois pombos, um preá, mel e efun, colocando tudo num buraco
que cavou no chão.
Quando a morte aproximou-se sob a forma de um grande pássaro, o homem correu
ate o local onde havia depositado o ebó e pegando o igbi, colocou-o sobre sua cabeça, que
antes havia untado com bastante mel.
O pássaro Iku, pensando tratar-se do ori do sábio, cravou as garras afiadas no igbi,
carregando-o para o mundo dos mortos.
Desta forma, o velho, com seu saber, conseguiu ludibriar a morte.
Ebó: Um igbi, dois pombos, um preá, mel e efun ralado.
Cava-se um buraco no chão, sacrifica-se, dentro dele, os dois pombos e o preá, rega-se tudo
com mel e cobre-se com o efun ralado. Unta-se a cabeça da pessoa doente com mel, puxa-se
o igbi e envolve-se o ori com um pano branco. Em seguida, coloca-se a carne do igbi dentro
do buraco e sobre ela mais um pouco de mel e pó de efun, tapa-se o buraco sepultando os
animais sacrificados. Sobre o buraco, coloca-se o casco do igbi, coberto de mel e pó de efun.
O cliente deve permanecer em repouso absoluto e guardar resguardo total por um período de
24 horas, findo o qual, deve tomar banho com ervas frias e usar roupas brancas por 7 dias. O
sacerdote deve fazer sara iyeiye em seu próprio corpo, tomar banho de ervas e guardar o
mesmo resguardo do cliente. Trata-se de um ebó muito perigoso, que exige o maior cuidado,
é aconselhável dar comida a Eshú antes do ebó, para garantir seu sucesso.
(4) Enure era o nome do homem que, apesar de muito trabalhador e esforçado, não
conseguia progredir na vida, por ser perseguido permanentemente por dois inimigos muito
poderosos, chamados Perseguição e Inveja.
Orientado por amigos que testemunhavam sua penúria, Enure foi consultar o Oluwo,
surgindo Eta Ogunda, que determinou um sacrifício para Eshú.
Feito o ebó, Enure conseguiu livrar-se de Perseguição e Inveja, que pela ação de
Eshú, esqueceram seu endereço, passando, a partir de então, a ser visitado constantemente,
por Progresso e Riqueza.
Ebó: Uma galinha d’Angola, pólvora, moedas correntes, mel, dendê, oti e uma
bandeira branca.
Passa-se tudo no cliente, sacrifica-se o etu a Eshú, dá-se ponto de fogo com a tuia,
despacha-se na encruzilhada, com a bandeira branca asteada em cima.
(5) Ogunda Meji foi procurado por Nã, Vodun mãe de Ifá, que não conseguia parir, uma vez
que não possuía nádegas.
Naquele tempo, Ifá tinha seu conhecimento restrito aos acontecimentos do local onde
se encontrava. Consultando seu próprio jogo, na esperança de obter uma maior capacidade
de predição, encontrou Ogunda Meji, que lhe pediu um peixe como sacrifício.
Sabedor de que Nã possuía em sua casa um poço para criação de peixes (Togodo).
Ifa pediu-lhe que lhe trouxesse um, para que pudesse fazer o ebó.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Os dias se passaram e como Nã não trouxesse o eja, Ifá, que possuía uma cabaça,
pegou-a e dirigiu-se a casa de Nã.
Lá chegando, dirigiu-se ao poço e com sua cabaça, começou a retirar água de seu
interior, para deixar os peixes a seco, o que facilitaria sua tarefa.
Vendo o que estava acontecendo, Nã protestou, afirmando que o Babalawo que havia
consultado, também havia lhe pedido um peixe como sacrifício, mas ela não possuía cabaça,
o que impedia que capturasse um peixe em seu próprio poço.
Combinaram, que quando toda a água tivesse sido retirada, os peixes encontrados
seriam repartidos entre os dois, acontecendo no entretanto, que quando a água acabou,
somente um único peixe foi encontrado no fundo do poço.
Nã reclamou o peixe para si sob a alegação de que o poço se encontrava em seu
quintal e que tudo o que estivesse dentro dele lhe pertencia.
Por sua vez, Ifá considerava-se dono do peixe, já que fora ele quem com a cabaça de
sua propriedade, o havia capturado, o que certamente não poderia ter sido feito por Nã.
A discussão prolongava-se sem que ninguém cedesse seu direito sobre o peixe.
Naquele tempo, o Vodun Gu, que já havia consultado o Oráculo e feito o seu sacrifício,
recebeu um gubasa. do qual jamais se separava. Como passasse pelo local em suas
andanças em busca de caça, foi chamado a intervir como arbitro da questão.
Gu ordenou então, que Ifá segurasse o peixe pela cabeça e que Nã o segurasse pelo
rabo, puxando com firmeza, cada qual para seu lado, ao mesmo tempo em que mantinham os
olhos bem fechados.
Com um rápido golpe de seu afiado gubasa, Gu dividiu o eja em duas partes e depois,
ordenou que Nã ficasse com a cauda do peixe e fizesse com ela o sacrifício, para que
pudesse obter nádegas, que permitiriam que viesse a parir filhos como todas as mulheres. Ifá
ficou com a parte da cabeça, que ofereceu em sacrifício ao seu próprio Ori, para fortifica-lo
em melhor capacita-lo para suas funções.
Foi assim que Nã, colocando a cauda do Peixe abaixo de sua cintura, logrou vê-la
transformada em nádegas, enquanto Ifá oferecendo a cabeça do peixe ao seu ori, teve sua
capacidade de previsão aumentada infinitamente.
Depois disto, costuma-se dizer:
“Gu da eja-meji”
(Ogun partiu o peixe em dois).
Ebó - Uma cabaça, um peixe de água doce, uma faca nova e bem afiada. Corta-
se a cabaça em duas partes, o peixe e dividido, com auxilio de faca, em duas partes. A parte
da cabeça é colocada dentro de uma das metades da cabaça é oferecida a Orunmila, a parte
do rabo, colocada na outra metade da cabaça, é oferecida a Nanã. Tudo deve ser muito bem
temperado com mel, dendê e grãos de Lelekun e oferecido aos orisha correspondente a
Orunmila, fica a Este e a parte de Nanã, no lado oposto ao poço (Oeste). A faca utilizada no
ebó, é oferecida a Ogun e deve ficar no seu Igba, para ser utilizada em outros ebó.
Este ebó, é indicado para pessoas que estejam com dificuldades de assimilação em
qualquer tipo de aprendizado e também para mulheres que, por qualquer motivo, não
conseguem engravidar.
(6) Um certo príncipe, tendo ficado na mais absoluta miséria e não agüentando as privações
às quais estava sendo submetido, resolveu dar fim a própria vida.
Munido de uma corda, internou-se na floresta em busca de uma árvore onde pudesse
enforcar-se.
Já no interior da floresta, encontrou um pobre leproso coberto de chagas, sem roupas
nem comida, que apesar de tanta infelicidade, lutava para sobreviver, procurando naquele
lugar, folhas e raízes, que pudesse matar sua fome e amenizar suas dores. No desespero de
seu sofrimento, o leproso tentava colocar a água de um igbi sobre sua própria cabeça, com a
intenção de refresca-la e alivia-la do terrível calor que a tudo castigava. Chocado com o que
viu, o príncipe retornou a sua aldeia e lá chagando, ofereceu um ebó que lhe determinou o
Oluwo.
Poucos dias depois de haver oferecido o sacrifício, chegou a noticia de que o rei do
pais havia falecido e ele, como parente mais próximo, fora indicado para substitui-lo no trono.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Em sinal de agradecimento, o novo rei mandou buscar o pobre leproso que vivia
internado na floresta, oferecendo-lhe conforto e tratamento para sua doença.
Este Itan indica que o cliente apesar das dificuldades por que vem passando,
oferecido o ebó, sairá vitorioso ao final.
Ebó: Uma corda do tamanho da pessoa, dois pombos, um igbi, obi, efun, mel dendê,
muitas moedas e ataré. Passa-se tudo no cliente, coloca-se a corda no fundo de um alguidar,
sacrifica-se os bichos em cima e arruma-se no mesmo alguidar, tempera-se com os demais
ingredientes e espalha-se as moedas por cima de tudo. Despacha-se no alto de um morro por
onde passe uma estrada.
(7) A vida não será ruim para aquele que encontrar dois ovos negros de pássaro adowe.
Adowe, conhecido entre os yoruba como leke-leke, é um pássaro de plumagem
inteiramente branca e seus ovos, como ele próprio, são completamente brancos. As penas do
adowe são utilizadas nas cerimonias de Obatala, cuja cor é também o branco.
Este pássaro, é uma espécie de garça que se alimenta das parasitas existentes na
pele dos búfalos que vivem nos pântanos.
Agbogbo nla fo laga le gã.
(quando o agbogbo voa, ouve-se ao longe o ruído de suas asas).
Os dois adivinhos que consultaram Ifá para Tela, filho do rei, deram a ele este nome.
Quatro advinhos que consultaram Ifá pra Tolo, advinho da floresta de Were.
E Tolo comeu, Tolo bebeu, ela caminhou levantando os dois pés ao mesmo tempo
(com facilidade, com leveza): ele demorou vinte anos antes de retornar a sua floresta.
Um filho do rei de Ayo, chamado Tela, encontrava-se certa ocasião, muito endividado.
Querendo se casar, pegou emprestado, dinheiro para o dote, comprometendo-se a efetuar o
pagamento com seu trabalho no campo.
Seu credor, que era um homem muito ganancioso, explorava terrivelmente o pobre
rapaz, exigindo dele, cada dia mais e mais trabalho no campo.
Desesperado, Tela foi consultar os pássaros Leke-leke e agbogbo que, entre os
pássaros, eram conhecidos como excelentes Babalawo.
“Como fazer? “- perguntou ele - “Para livrar-se desta dívida e voltar novamente a ser
livre?”.
Os pássaros prescreveram sacrifícios e disseram que depois de oferecidos os ebó, a
pessoa que o escravizava seria duramente castigada e para ele, adviria uma grande riqueza e
muita felicidade, só não podendo revelar a ninguém o que seria feito.
Tela teria que comprar dois cabritos para serem oferecidos a Ifá. O que não foi
possível, devido a extrema miséria em que se encontrava.
Voltando ao campo de seu amo, enquanto trabalhava a terra, Tela encontrou um
buraco onde havia esquecida um grande quantidade de dinheiro.
Feliz com o achado, o jovem pagou a divida e passou a viver como um nababo,
organizando banquetes onde, em companhia de seus amigos, consumia muita comida,
bebida, dinheiro e conversa.
Numa destas reuniões, já tendo bebido e comido demais, Tela contou a seus amigos
tudo o que se passara entre ele e os pássaros advinhos, quebrando a promessa de manter
segredo sobre o que acontecera.
Os amigos e as farras levaram Tela novamente a ruína. Se tivesse oferecido os
cabritos, o segredo não teria sido revelado e nada de mal poderia lhe acontecer.
Ao saber do acontecido, Agbogbo disse a Tela: “Olhe só, todo mundo sabe do nosso
segredo, da mesma forma que todo mundo sabe quando levanto vou. Os teus azares
surgiram de tua indiscrição, nada temos com isso!”.
Ebó: Dois cabritos devem ser oferecidos a Exú e sacrificados, obedecendo o ritual de
praxe. Coloca-se em Exú, como adorno, duas penas de Leke-leke e duas penas de Aloko.
Este trabalho, é para solucionar problemas de pessoas que estejam demasiadamente
endividadas.
(8) Ogun Badagli, era o chefe das tropas de Oduduwa. Um dia, Oduduwa ordenou que seu
general, a frente de seus exércitos, invadisse e dominasse a cidade de Igbo, para ali
estabelecer o seu domínio.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Quando Ogun Badagli invadiu a cidade, conheceu ali uma belíssima jovem, filha do rei
de Igbo, por quem se apaixonou e tomou como mulher.
Era costume, que todos os despojos de guerra, deveriam ser entregues ao rei
vencedor e Ogun Badagli entregou a Oduduwa, tudo o que havia trazido da cidade saqueada,
com exceção da mulher pela qual havia se apaixonado.
Informado de que seu general havia ocultado uma prisioneira, Oduduwa exigiu que
esta lhe fosse entregue. Maravilhado pela beleza da jovem, o rei conduziu-a a seus
aposentos, onde a possuiu. Dez luas depois, a mulher deu a luz a um menino, que tinha o
lado esquerdo negro e o lado direito inteiramente branco, filho que era de dois pais. Ogun
Badagli, de pele negra e Oduduwa, de pele branca como a neve.
Ao recém nascido foi dado o nome de Oraniyan.
Este itan não é determinante de nenhum tipo de ebó, servindo apenas, como muitos
outros, como narração sobre a origem de um Orishá.
SIGNIFICADO E INTERPRETAÇÃO.
IROSUN MEJI
Irosun Meji é o 4º Odu no jogo de búzios e o 5º na ordem de chegada do sistema de
Ifá, onde é conhecido pelo mesmo nome.
Responde com 4 (quatro) búzios abertos.
Em Ifa, é conhecido entre os Fon (Jeje), como “Loso Meji”, “Losun” ou “Olosun Meji”.
Os Nagô o chamam também de Oji Orosun.
Irosun, designa uma tintura vegetal vermelho - sangue, conhecida pelos Fon por
sokpepe é utilizada ritualistica e medicinalmente, como cicatrizaste. Irosun Meji é por vezes
chamado “Akpan”, nome de um pequeno pássaro negro, muito esquivo dos demais pássaros
e que tem a fama de costumar defecar sobre as cabeças das outra aves.
Sua representação indicial em Ifa é: * *
* *
* ** *
* ** *
que corresponde, na Geomancia Européia, a figura denominada “Fortuna Minor”.
Irosun Meji é um Odu composto pelos Elementos Fogo sobre Terra, com
predominância do primeiro, o que indica escasses, parcimônia, insuficiência de recursos para
que a meta seja atingida em toda a plenitude. Corresponde ao ponto cardeal, Este-Nordeste,
a carta 3a do Tarot, (A Imperatriz ) seu número é o 4.
Suas cores são o vermelho e o laranja. É um Odu masculino, representado
esotericamente por uma espiral, ou por dois círculos concêntricos, representação de um
“do”(buraco ou cavidade).
Irosun Meji é muito forte e muito temido. Expressa a idéia de maldade, de miséria, de
sangue. Segundo informações, Irosun Meji teria dado aos reis da terra o sabre de Ogunda
Meji, para que fizessem derramar o sangue humano.
Foi este Odu quem criou as catacumbas e as sepulturas.
Sempre que surgir durante uma consulta, deve-se imediatamente, passar pó de efun
nas pálpebras, por três vezes.
Exatamente por ser um signo muito negativo e estar sua negatividade diretamente
associada a cor vermelha, e que se recomenda, tanto ao advinho, quanto ao cunsulente e aos
assistentes, neutralizarem os malefícios da cor vermelha, através da proteção da cor branca
do efun.
Irosun Meji, rege todos os buracos da Terra, sendo esta a sua mais importante
atribuição. Por ele foram criados os macacos “Xlan”, a planta “sokpepe”, cuja cor faz lembrar o
sangue, a menstruação feminina (inclusive dos animais), o pássaro “dregbawe”, que segundo
dizem , teria inventado os jogos de azar, ao jogar contra a morte e continuar vivo: o pássaro
“Ge”, de plumagem vermelha, além de inumeráveis outras coisas.
A mentira descende de Oyeku Meji (Eji Ologbon) - mentiras que visam conservar a
vida: de Ogunda Meji (mentiras dos caçadores - engodos, armadilhas, arapucas); de Otura
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Meji - mãe da mentira, cujo pai é o roubo e de Irosun Meji - que pretende ter domínio sobre o
sangue, mas não possui faca para fazê-lo escorrer.
Irosun Meji comanda todos os metais vermelhos, como o cobre, o bronze, o ouro, etc...
Prenuncia acidentes, miséria, fraudes, sofrimentos, ambição e impetuosidade.
Pequenas vitórias, aquisições de pouca importância, satisfação com pouca coisa são também
prenúncios deste signo.
Os filhos deste odu são predestinados a adquirirem conhecimentos dentro de Ifá, para
que não permaneçam precocemente. Para que a morte não ocorra de forma precoce, faz-se
um ebó, composto de uma vara do tamanho da pessoa, a qual se sacrifica eyele Meji e se
enterra no pátio ou quintal da residência, junto com os pombos, bastante efun, mel e dendê,
tendo-se antes lavado a vara com omi-ero de erva pombinha e sempre viva.
São pessoas orgulhosas, animadas, exaltadas, realizadoras, muito agressivas e que
se deixam dominar pela cólera com muita facilidade.
Indica problemas relacionados ao ritmo cardíaco, inflamações e avermelhamento das
vistas, paralisia do sistema motor, inflamações cerebrais e intestinais, problemas circulatórios
em geral.
É um Odu de prenúncios medianos, que fala do bem e do mal com a mesma
intensidade.
SAUDAÇÕES DE IROSUN MEJI:
Em Fon:Mi Kã Loso-Meji
Ma do nu kun mia ni e o!
Tradução: Saudemos Irosun Meji, para que nossos olhos
jamais se anuviem.
Em Yoruba: Irosun Meji, Ojiroso apantaritá
Begbe ojoroko
To begbe lojokun.
IROSUN MEJI EM IRE:
Quando em Ire: Irosun Meji pode indicar, principalmente: Vitória pelo esforço
despendido, conformação, trabalho que surge, início de uma nova empresa, peregrinação
religiosa, conquista de bem de pouco valor mas que irão trazer satisfação, obtenção de
recursos suficientes para satisfazer as necessidades, sorte no jogo.
IROSUN MEJI EM OSOGBO:
Em Osogbo, este Odu pode indicar: Ofensas, calunias, perigos de acidente,
derramamento de sangue, homem que deve ser evitado, mulher perigosa e faladeira, notícias
ruins, doença em casa ou na família, miséria, recursos insuficientes.
Neste odu falam as seguintes Divindades:
Vodun (Jeje): Nã, Lisa, Xevioso, Dã, Iyalode e Tovodun.
Orisha (nagô): Iyansã, Oshosi, Obaluaie, Osain, Iyemanja e Egun.
INTERDIÇÕES DE IROSUN MEJI:
Irosun Meji proíbe os seus filhos: O uso de roupas e objetos vermelhos, as frutas e
cereais de casca vermelhas, relacionamento sexual com filhos de Omolu ou de Shango,
envolvimento em brigas, discussões ou questões judiciais (das quais saem sempre como
perdedores, carne de macaco, de antílope, de galo e de elefante. Não devem comunicar a
ninguém seus planos, sob pena de não vê-los realizados. Não podem roer ou chupar ossos
de animais, principalmente da cabeça; saltar sobre valas, buracos e fossas; caminhas por
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
locais onde existam mangues e, se isto for inevitável, devem fazer limpeza de corpo, com
ovos e velas.
SENTENÇAS DE IROSUN MEJI:
(1) Ninguém conhece tudo o que existe no fundo do mar.
(o cliente deve controlar a sua curiosidade, pois o fato de conhecer determinados segredos,
pode colocar sua vida em perigo).
(2) Se um pássaro pretende capturar um alaxa (espécie de verme provido de pele espinhosa
e urticante), deve adaptar ao seu bico uma pinça de ferro.
(Alguém que quer o mal do consulente, verá este mal virar-se contra si).
(3) Todos os pássaros compraram roupas brancas, mas Ge, por vaidade, comprou um seda
vermelha como sangue e dentro da floresta ficou parecendo uma chispa de fogo. Guando os
caçadores o viam de longe não hesitavam em abatê-lo, atraídos por sua beleza.
(O consulente deve conservar a modéstia, para não atrair atenção sobre sua pessoa).
(4) Quando o Akpan está encolerizado, todos os pássaros se escondem. Quando os homens
se encontram com o rei, também devem se esconder.
(O consulente deverá oferecer sacrifícios, para livrar-se de uma situação embaraçosa com
alguém de autoridade).
(5) Enquanto existir homem, a águia, o pássaro vermelho Ge, não pode intitular-se rei).
(O consulente herdará os bens e a autoridade de seu pai, devendo para isso, oferecer os
sacrifícios determinados).
(6) Quem diz azeite vermelho, não diz azeite rançoso. Todos estão sujeitos aos sofrimentos e
provas impostos pela vida e ninguém morre por isso.
(O consulente conhecerá a dor e o sofrimento mas, se oferecer os sacrifícios determinados,
sobreviverá a tudo).
(7) Todo fogo se apaga, mas o fogo que ilumina a cauda do pássaro Kesse, não se extinguirá
jamais.
(O consulente terá todos os seus sacrifícios recompensados).
Obs.: Esta sentença, embora pertencendo originalmente a Owonrin Meji, adapta-se
perfeitamente a proposta de Irosun Meji.
(8) É embaixo do Sol que o martelo malha a bigorna pesadamente.
(O consulente triunfará sobre seus inimigos se realizar o ebó determinado).
ITAN DE IROSUN MEJI
(1) Fogo e Chuva disputavam o amor de uma mulher, mas os esforços tanto de um como de
outro, não adiantavam nada. A discórdia passou a reinar entre os dois, a mulher os separaria
para sempre.
A questão tornou-se publica, uma vez que a disputa entre eles era feita abertamente.
O escândalo foi tamanho, que Metolonfi, convocou a sua presença todos os envolvidos,
inclusive a mulher.
Diante do rei, cada um expôs suas razões e foram intimados a cessarem a disputa por
um período de nove dias, findo os quais, certamente já se teria encontrado uma solução
definitiva para o problema.
Depois da audiência, cada um procurou se destino.
Fogo foi consultar seu advinho, Ina Pupa (Fogo Vermelho) e durante a consulta surgiu
Irosun Meji, determinando que Fogo fizesse um sacrifício composto de duas cabras, dois
panos negros, dois panos brancos, vinte moedas e mais nove moedas. Fogo no entanto, não
levando em consideração a orientação, não ofereceu o ebó.
Chuva também tratou de procurar o seu advinho, Ojo Dudu Nimije (Eu sou a Chuva
Negra) e durante a consulta, apareceu também Irosun Meji, que exigiu que fosse oferecido o
mesmo sacrifício. Ao contrário de seu adversário, Chuva cumpriu sua obrigação, segundo a
orientação do Oluwo.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Fogo morava a uma distância do palácio real, como a que separa Porto Novo de
Sakete (38 Km) e Chuva morava a uma distância, como a que separa Porto Novo de Shotonu
(32 Km).
Quando chegou o nono dia, o rei convocou os três interessados para uma nova
reunião no palácio.
Fogo já se pusera a caminho, antes da convocação do rei, queimando tudo o que
encontrava em seu caminho, provocando toda a luminosidade que era capaz.
Chuva, depois da consulta, envolveu-se num tecido negro que obscurecia a própria
natureza e ninguém caminhava ao seu redor.
Apesar de Fogo haver saído primeiro, Chuva, talvez por residir um pouco mais
próximo, chegou primeiro ao palácio real. Quando Fogo, com enorme alarido, se aproximou
do palácio, Chuva precipitou-se sobre ele, apagando-o antes mesmo que pudesse se
apresentar a Metolofin.
Foi desta forma que Chuva, provando ter mais força que Fogo, conquistou o coração
da mulher, que cantava diante do combate:
O Fogo Vermelho brilha de fúria!
Chuva é tomada da mesma cólera!
Grande é a minha glória!
Meu coração preferiu o frescor (de Chuva).
Ebó: Duas Cabras, dois panos brancos, dois panos pretos, efun, epô pupa, mel, osun,
efun, uma pena de ekodide. As cabras são sacrificadas a Elegbara. Uma é coberta com pó de
Osun, mel dendê e um pouco de ataré. É embrulhada, primeiro no pano branco, depois no
pano preto, tendo-se antes, colocado a pena de ekodide entre os chifres e finalmente, é
despachada na beira de um rio ou lagoa. A segunda cabra tem o ori recoberto com efun,
devendo permanecer algumas horas nos pés de Elegbara. Sua carne e limpa e comida pelas
pessoas da casa do consulente, ou distribuídas entre seus amigos. O ori deve ser enterrado
perto de um formigueiro, sendo retirado depois de nove dias e colocado para sempre, na casa
de Elegbara.
Este ebó é recomendado para qualquer pessoa que esteja envolvida numa disputa de
ordem sentimental, servindo tanto pra homem quanto para mulher.
(2) Kpo, o Leopardo, era, por sua força e astúcia, o animal mais temido e odiado da floresta.
Um dia, todos os bichos reuniram-se para arquitetar uma maneira de se livrar
definitivamente do tão indesejável vizinho.
Informado do que estava ocorrendo, Kpo consultou o Bokonõ, surgindo Irosun Meji na
consulta, que lhe determinou ser oferecido um sacrifício composto de dois galos, um etu, epo
pupá, mel, oti e bastante algodão.
No dia do ebó, depois de oferecer o sacrifício, o Bokonõ envolveu cuidadosamente, as
patas do Kpo com o algodão, libertando-o em seguida.
Ao aproximar-se da praça onde todos os bichos estavam reunidos, o leopardo caiu
num grande buraco, que haviam preparado como armadilha para ele e no fundo do qual
haviam colocado muitos espinhos, com a intenção de provocar-lhe sérios ferimentos nas
patas, o que o deixaria indefeso diante de seus inimigos.
O algodão colocado ao redor de suas patas, serviu de defesa contra os espinhos e
Kpo incólume, saltou do interior do buraco, colocando em fuga aqueles que pretendiam fazer-
lhe mal.
Este Itan faz referência a uma grande falsidade que estão tramando contra o cliente
que, feito o sacrifício indicado, sairá vitorioso depois de desmascarar seus inimigos.
Ebó: Dois galos, um etú, dendê, mel de abelha, oti e algodão em rama. Cava-se um
buraco, dentro do qual os animais são sacrificados em louvor a Eshú, cobre-se tudo com mel,
epo e oti e tapa-se a boca do buraco com folhas, não enchendo-o de terra. As patas dos
animais oferecidos, são envolvidas em algodão e todo o sacrifício também é recoberto com o
mesmo material, dentro do buraco.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
(3) Certo homem, encontrando-se doente e na mais absoluta miséria, resolveu consultar Ifá,
em busca de solução para seus males, Irosun Meji apareceu na consulta, determinando que
fosse oferecido um sacrifício e que depois disto, o homem deveria partir pra Savalu, onde
deveria, aos pés de um araba, protestar publicamente contra a situação de miséria em que se
encontrava.
Oferecido o ebó o homem dirigiu-se a Savalu e ali, na praça principal, pôs-se a
esbravejar, com um obi em cada mão, atribuindo ao rei do lugar, toda a sua miséria.
Ao tomar conhecimento do escândalo que estava sendo promovido, o rei ordenou que
o infeliz fosse conduzido a sua presença, com o objetivo de fazer alguma coisa pelo homem e
desta forma, calar a sua boca.
Chegando ao palácio, o doente disse que não tinha descanso nem saúde e que tudo o
que desejava era uma vida normal e confortável.
Penalizado, o rei mandou que lhe fosse dispensado tratamento e meios de subsistir
com dignidade, até o final de seus dias, recebendo do pobre enfermo, como sinal de
agradecimento, os dois boi que trouxera consigo.
Ebó: Akuko Meji, um igbi, uma moringa com água, vários tipos de bebidas, dendê, mel,
boi bala Meji. Sacrifica-se os bichos a Eshú, normalmente, com todos os demais ingredientes
do ebó. Os dois obii são oferecidos aos Orisha que se encarregar da solução, conforme
indicado pelo jogo. O sacrifício deve ser oferecido aos pés de um grande arvoredo, de
preferência um Araba. Os obi oferecidos ao Orisha, devem permanecer, durante todo o
tempo, nas mãos do cliente, que, terminado o sacrifício a Eshú, fará seus pedidos, em voz
alta, de frente para a árvore.
Este ebó é indicado para pessoas que estejam com problemas de saúde ou de ordem
financeira.
(4) Ifá havia esquecido suas roupas em Ifé e não conseguia encontra-las, porque não havia
luz. Sentindo-se por demais inquieto, consultou seu Kpoli, surgindo Irosun Meji.
O Fogo, para vir ao mundo, utilizou-se do mesmo signo, mas foi impedido pela Chuva.
O Bokono que consultava para o Fogo, chamava-se Bedezo (O Grande Fogo).
O Odu ordenou que fosse oferecido por Ifá, dezessete insetos diversos, um cabrito e
um carneiro. Fogo recusou-se, sob a alegação de que um simples pedaço de pano o
protegeria melhor de Chuva, que um cabrito e um carneiro.
Zõfloñeñe, o Vaga-lume, consultando por causa da Chuva que apagava o seu fogo,
encontrou o mesmo signo. Toda vez que a Chuva apagava o seu fogo, Zofloñeñe ficava sem
ter o que comer, pois era seu fogo que clareava sua caça.
O advinho prescreveu o mesmo sacrifício: um carneiro e um cabrito. Como o Vaga-
lume não dispunha de meios para fazer o ebó, suplicou a Ifá: “Eu nada tenho, não sei ao
menos onde poderei encontrar estas coisas...”.
Naquela noite Zofloñeñe se encontrava na beira do rio, quando surgiu Legba que
vinha pegar água. Como estivesse muito escuro, Legba murmurou: “Onde poderei encontrar
um pouco de luz para poder colocar minha cabaça na água?”. E direcionando-se aos insetos:
Vocês têm luz?”. Ouvindo aquilo, Zofloñeñe gritou. “Eu tenho luz!”. Legba respondeu:
“Empresta-me tua luz para que eu encontre água e te darei os componentes para o teu
sacrifício!”.
Zofloñeñe imediatamente forneceu luz a Legba e, depois de recolhida a água,
acompanhou-o até sua casa, onde ficou com ele.
Na manhã seguinte, Legba entregou-lhe um carneiro e um cabrito, para que pudesse
oferecer em sacrifício.
Enquanto isso, Ifá reunia os dezessete insetos exigidos para o seu sacrifício e dentre
eles estava o Vaga-lume, que de sua parte, já havia feito o ebó.
Depois disto, Ifá ordenou a Zofloñeñe, que se dirigisse a Ifé e utilizando sua
luminosidade, trouxesse a quinta folha que encontrasse. Não poderia ser a primeira, nem a
segunda, nem a terceira ou a quarta folha, mas somente a quinta folha encontrada. “Tu
colherás a quinta folha que encontrares e a trarás para mim!” A quinta folha encontrada pelo
Vaga-lume era um ewe Kpaklesi (Ologun sheshe), que recolheu e levou para Ifa.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
No caminho de volta, a Chuva caiu com muita intensidade, mas desta vez não
conseguiu apagar o fogo do Vaga-lume. Ifá, muito grato, não hesitou em recompensar
regiamente o inseto, pelo valioso serviço prestado.
Naquela época, o rei Metolõfin possuía uma filha muito bela, que rejeitava tantos
quantos se apresentassem como candidatos a desposa-la.
Fogo e Zofloñeñe, conduzidos por Ifá, apresentaram-se como candidatos a mão da
princesa e disseram ao rei: “Nós viemos nos apresentar pra que sua filha escolha um de nós
como esposo. “A princesa encantada com o brilho e as cores de Fogo, não hesitou em
escolhe-lo recusando assim, as pretensões do Vaga-lume.
Diante disto, Metolofin ordenou que os candidatos voltassem dali a nove dias, para
que se realizasse o casamento e todos os súditos foram convidados para comparecerem e
presentearem os nubentes.
Ao saber da novidade, Elegbara perguntou: “Agbo afa kan Meji te ko si?” “(Qual dos
dois candidatos não ofereceu o sacrifício?)”. E lhes reponderam que o Grande Fogo não
havia feito o ebó. “Como pretende então, desposar a filha do rei Metolofin? Jamais permitirei
que isto aconteça!”. E enviou uma mensagem ao orun: “A mulher que Xevioso pretende tomar
como esposa aqui na Terra, está prestes a casar-se com Fogo”.
Ao receber a mensagem, Xevioso encolerizado, rasgou os céus com seus raios,
clareando a Terra, para que pudesse ver quem era o atrevido chamado Fogo, que pretendia
desposar sua amada. Foi somente a partir deste dia que os raios puderam ser vistos aqui da
Terra.
Em seguida, o Vodun preparou-se para descer à Terra. Todo o céu tornou-se negro.
Fogo, cheio de pavor perguntava: “Como posso ir ao encontro de minha noiva, se não para de
chover?”. E procurou seu Bokono, para saber o que fazer. Na consulta, Ifa cobrou o sacrifício
que havia sido determinado e que Fogo negligenciara. “Se é por isso!”. Disse Fogo, “...vou
faze-lo imediatamente”. Primeiro vou pegar minha noiva e farei o sacrifício logo em seguida.”
No dia das núpcias, Ifa foi o primeiro a chegar ao palácio, em seguida, chegou Xevioso
acompanhado de Legbara.
Fogo, chegando ao local, colocou-se de lado e tocando seu tambor cantava: “Ajuba
Gegezõ...”. E tudo brilhava a sua passagem e as folhas, mesmo as menores, dançavam ao
som de seu tantã.
Xevioso, desejando estragar a festa trovejou: “Búuu!”, e a Chuva caiu com tanta
intensidade, que Fogo se extinguiu. Xevioso, penetrando no palácio, queixou-se por ter Fogo
como rival.
Zofloñeñe, aproveitando-se da confusão, penetrou também no palácio, fazendo com
que sua luz iluminasse o ambiente, enquanto cantava:
“Afete naun! Able ñaun!
Afete naun! Able ñaun!”
(Meu fogo é branco mas pode ficar vermelho subitamente)!
Metolofin defendendo-se: “Foi minha filha quem quis desposar Fogo. Para evitar
qualquer demanda, fica decidido que nenhum de vocês a terá como esposa. A partir de agora,
sempre que qualquer um se habilite a tirar uma jovem da casa de seus pais para com ela se
casar, se neste momento a Chuva começar a cair, o casamento não deverá ser realizado.”
Xevioso, muito aborrecido com a decisão do rei, sentenciou: “Foi por causa de Fogo
que eu perdi esta bela mulher! Sendo assim, eu o controlarei sempre e serei seu chefe e
senhor!”
É por isto, que sempre que chove num dia de casamento, a cerimônia dever ser
adiada para outra data.
Zõ si, ñañe Zõ mon non si, Loso Jime!
(Todo fogo se apaga, mas o do Vaga-lume jamais se apagará, Irosun Meji”).
Ebó: um carneiro e um cabrito, brasas, uma jarra com água, um vaga-lume vivo.
Sacrificam-se os bichos a Elegbara, apagam-se as brasas derramando sobre elas a
água da jarra e solta-se o vaga-lume com vida. A saudação descrita no final do Itan, deve ser
repetida três vezes no momento em que o vaga-lume é posto em liberdade. Este ebó se
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
aplica para pessoas envolvidas em qualquer tipo de disputa, principalmente aquelas
relacionadas a conquista de um amor proibido.
(5) Certo dia, Sol, Lua, Fogo e Kese o Papagaio-de-Cauda-Vermelha, resolveram disputar
entre si, o poder sobre a Terra.
Kese, tratou logo de consultar Ifá, para saber de que forma poderia resolver a disputa
a seu favor. Durante a consulta, o Odu Irosun Meji apareceu, prescrevendo um sacrifico
composto de Igbi, etu e ekodide.
Oferecido o ebó, uma chuva torrencial abateu-se sobre a Terra, apagando o Fogo. Por
muitos dias e noites, as nuvens cobriram os céus, impedindo que o Sol durante o dia e a Lua
durante a noite, pudessem ser vistos pelos habitantes da Terra. Aproveitando-se da ausência
de seus adversários, Kese, que apesar de muito molhado não perdeu o vermelho de sua
cauda, estabeleceu definitivamente seu reino sobre a Terra, saindo vitorioso da disputa.
Ebó: Uma galinha da Angola, um Igbi, quatro penas de ekodidé, mel, dendê, efun e
ataré. Sacrifica-se a galinha da Angola a Eshú, de acordo com o rito normal, cobre-se com
mel, dendê, oti e grãos de ataré. Puxa-se o Igbi, deixando sua água escorrer sobre o ebó,
cobre-se com bastante pó de efun e despacha-se num lugar alto, enfeitando com as quatro
penas vermelhas. Este sacrifício deve ser feito em noite de lua nova ou em qualquer lua,
desde que o céu esteja encoberto de nuvens. É recomendado para pessoas envolvidas em
disputas com adversários poderosos, contando com pouca chances de sair vitoriosa.
(6) Macaco encontrava-se em sérias dificuldades, resolvendo por isto, consultar seu Oluwo.
Na consulta, o advinho encontrou Irosun Meji, que prescreveu um sacrifício de edie funfun,
adie dudu, etú, Igbi, epo pupa, obé e um braseiro cheio de brasas vivas, onde deverão ser
depositadas, depois do sacrifício dos animais, bogbo ata pupa.
Quando o Macaco estava colocando as pimentas no braseiro, desprendeu-se uma
fumaça que penetrando em seus olhos, provocou-se grande irritação, seguida de um forte
lacrimejamento.
O herdeiro do trono, que neste exato momento passava pelo local, ao ver o Macaco
banhado de lagrimas, penalizado quis saber o motivo de tanto choro.
Astucioso, o Macaco descreveu sua desdita, exagerando bastante em suas
necessidades.
O nobre príncipe, condoído com a triste história, ordenou que os guardas conduzissem
o Macaco até o palácio, onde passou a residir, cercado de muito conforto e fartura.
Ebó: Uma galinha branca, uma galinha preta, uma galinha d’Angola, um Igbi, uma faca
virgem, dendê, mel, aguardente, um braseiro, carvão e uma boa quantidade de pimentas
vermelhas. Acende-se o braseiro, cuidando-se que as brasas fiquem bem vivas, proceda-se o
sacrifício dos bichos, utilizando-se para isto a faca nova, tempera-se normalmente com os
demais ingredientes, colocam-se as pimentas vermelhas sobre as brasas acesas defumando-
se, com a fumaça desprendida, o cliente. Despacha-se no lugar determinado pelo jogo. Este
ebó, deve ser aplicado para pessoas que estejam passando por vexames ocasionados por
falta de recursos financeiros, ou em Osogbo ofo ou aje, quando o Opole for Irosun Meji.
(7) Certa mulher, que possuía um pequeno negócio em que fornecia mingau de acaça e de
inhame, estava passando por sérias dificuldades e por isto, foi orientada, por seu advinho a
oferecer um ebó com galos, pombos, acaça e inhame assado.
Feito o ebó, encontrava-se a mulher em seu pequeno negócio quando chegou o
Balogun do pais, acompanhado de toda a sua tropa de guerreiros. Os homens, que
regressavam de uma campanha, estavam famintos e embora não possuíssem dinheiro, foram
servidos pela mulher, que confiando na palavra do General, serviu-lhes toda a comida de que
dispunha, tendo mesmo que pegar emprestado com seus vizinhos, para poder atender a
todos os soldados.
Sete dias depois, o General retornou ao mercado e dividiu com a mulher o produto do
saque obtido em sua campanha, o que representava uma fortuna capaz de assegurar a
bondosa comerciante, uma vida de muito conforto.
Quando procurou seus vizinhos para pagar-lhes o que devia, estes se negaram a
receber, alegando que não lhes devia nada, uma pessoa que vivia sob a proteção de um
guerreiro tão poderoso como Balogun.
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Ebó: Dois galos, dois pombos, quatorze acaças, um inhame. Sacrifica-se um galo a
Eshú, com tudo o que lhe cabe por direito, acrescentando a tudo, sete acaças. Isto feito,
sacrifica-se o outro galo e os pombos a Ogun, deixando-se o eje correr sobre a ferramenta e
um pouco sobre o mingau de inhame pilado que já deve estar num alguidar à parte. Arruma-
se o galo da maneira usual, sobre o mingau, e enfeita-se com sete acaças. Devendo-se
indagar onde será despachado. todos os ingredientes, são passados no corpo do cliente.
Este ebó é indicado para pessoas que não conseguem progredir em seus negócios,
passando por dificuldades referentes a dinheiro.
SIGNIFICADO E INTERPRETAÇÃO
OSHE MEJI.
Oshe Meji é o 5º Odu no jogo de búzios e o 15º na ordem de chegada do sistema de
Ifá onde é conhecido pelo mesmo nome.
Responde com 5 (cinco) búzios abertos.
Em Ifá é conhecido entre os Fon (Jeje), como “She Meji”. Os Nagô o chamam Oshe
Meji e também, de Oji Oshe, para melhor eufonia. A palavra evoca, em Yoruba, a idéia de
partir, quebrar, separar em dois. O nome é desagradável. Este Odu teria cometido incesto (16)
com sua mãe Ofun Meji e foi por isto, separado dos outros signos.
Sua representação indicial em Ifa é: * *
* ** *
* *
* ** *
corresponde, na Geomancia Européia a figura denominada “Amissio”.
Oshe Meji é um Odu composto pelos Elementos Ar sobre Ar, o que representa uma
dispersão súbita, a impotência diante de um obstáculo e o surgimento de novos obstáculos.
Corresponde ao ponto cardeal Noroeste, a carta no. l6 do Tarot (A Torre) e se valor
numérico é o 6.
Suas cores são irizadas, matizadas, insípidas. Não têm preferência por nenhuma cor
específica, mas exige que lhe sejam apresentadas sempre três cores diferentes e reunidas,
não importando quais sejam elas.
É um Odu masculino, representado esotericamente por uma lua crescente com as
pontas viradas pra baixo. O signo tem, realmente o poder de dobrar o objeto que deseja partir
em dois.
Oshe Meji comanda tudo que é quebradiço, quebrado, mal cheiroso, decomposto,
putrefato. Todas as articulações e juntas provêm deste Odu e ele representa numerosas
doenças, notadamente os abscessos; ele é a própria representação de Sakpata, a varíola e
está intimamente ligado aos Kenesi. Trata-se, portanto, de um Odu muitíssimo perigoso.
Da mesma forma que Ofun Meji, exige sempre em seus sacrifícios, dezesseis
unidades de cada objeto ou animal a ser oferecido.
Foi Oshe Meji quem ensinou aos homens o hábito de grelhar os alimentos. Criou as
arvores, as presas dos elefantes e a galinha d’Angola.
Apesar de ser um signo de péssimo augúrios, é por vezes portador de riquezas e
longevidade.
Seu nome não deve ser pronunciado jamais em conjunto com o de Irete Meji, dado a
grande carga de negatividade de que ambos são portadores.
Prenuncia a diminuição das energias físicas o que predispõe o organismo,
enfraquecido e sem defesas, e qualquer tipo de doença, principalmente aquelas que se
situam na cavidade abdominal.
Fala muito de perdas de todos os tipos e em todos os setores da vida, através deste
Odu, Oshun costuma comunicar-se para avisar que o consulente é seu filho. Ao contrário do
que muitos afirmam, as pessoas que possuem este Odu não tem cargo para cuidar dos
Orishas de outras pessoas, devendo restringir-se a cuidarem somente de seus Orishas
Os filhos deste Odu são pessoas de comportamento instável, variando segundo a
situação que se configura no momento. Costumam ser pródigos e dispersivos o que os leva a
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envolver-se constantemente em problemas relacionados a dinheiro. São engenhosos e
possuem iniciativa própria, adaptam-se com muita facilidade as mais diversas situações.
Diplomatas e hábeis, estão sempre prontos a colaborar com o próximo, mostrando neste
aspecto, total desinteresse. É um Odu de prenúncios quase sempre negativos, anunciando
maus tempos e dissolução.
SAUDAÇÃO DE OSHE MEJI:
Em Nagô: Oshe muluku olotoba ogbo
Ashe muluku, muluku dafun.
Undere ebó, iba ogbo,
Iba omo, iba Iyalode odidé.
Em Fon:Mi kan She Meji,
Ku kplakpla,
Azõ akplaakpla,
Emi gbe bi!.
Tradução: (Saudemos Oshe Meji, para que nos defenda
da morte súbita e de qualquer tipo de doença repentina!).
OSHE MEJI EM IRE:
Quando em Ire, Oshe Meji pode indicar, principalmente: Recuperação de coisas
perdidas; enriquecimento súbito; cura de uma doença; capacidade e engenhosidade; intuição
que deve ser seguida; boa inspiração.
OSHE MEJI EM OSOGBO:
Em Oshogbo, este Odu pode indicar: perda de todos os tipos; desperdícios; evasão de
energias físicas; falsidade; cirurgias e doenças (principalmente na barriga); morte ocasionada
por doenças; traição e pranto.
Neste Odu falam as seguintes Divindades:
Vodun (Jeje): Sakpata, Lisa, Xevioso, Gu e Toxosu.
Orisha (Nagô): Oshun, Obatala, Omolu, Logunede, Iyemonja, Shangô e Aje.
INTERDIÇÕES DE OSHE MEJI:
Oshe Meji proíbe aos seus filhos: Transportar feixes de lenha sobre a cabeça, tocar em
madeira apodrecida, usar roupas confeccionadas com tecidos de três cores ou mais, comer
farinha de acaça torrada, inhame assado, galinha d’Angola, perdizes, galo, obi de mais de
dois gomos (só é permitido o obi de dois gomos ou banja, que por sua dureza não pode ser
aberto com as mãos. Também devem ser observadas todas as interdições de Sakpata.
SENTENÇAS DE OSHE MEJI:
(1) O inhame grelhado diz ao homem, além do rio Ajagbe (*): “Se pretendes me comer, deves
apressar-se, senão, o que abre a boca aos teus pés, (**) te impedirá de comer.”
(se o consulente quiser ser bem sucedido, deve apressar-se na realização de seus planos).
(*) Rio legendário que representa a morte.
(**) A morte.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
(2) O crânio velho de um homem diz ao crânio jovem de outro um homem: “Eu já estou
completamente seco, se alguém me golpear não correrá nenhum sangue, mas se te
racharem, correrá algum sangue”.
(O consulente deve oferecer um sacrifico para livrar-se de um acidente que o ameaça).
(3) Oshe! Tudo que fiz, os cânticos que cantei, os sacrifícios que ofereci, não bastaram. Se tu
me vês, tu vês a morte.
(O consulente encontrou o dispensador do mal e da morte. Deve fazer sem demora, os “adra”
(*) do signo).
(*) Sacrifícios expiatórios.
(4) Azagada (*) grilhou o inhame para o visitante e o convidou para comer. Aviti (**) chegou!
(Era costume oferecer inhame assado aos condenados a morte. O sentido interpretativo é o
mesmo da sentença anterior).
(*) A morte.
(**) A morte.
(5) Se o pote que contém o medicamento estiver por perto, a doença não será muito grande.
(O consulente ameaçado por uma doença, deve oferecer os sacrifícios que lhes forem
prescritos).
(6) O inhame não se parte quando é retirado da terra, mas será partido quando for retirado
das cinzas.
(O consulente esta temeroso dos perigos que o ameaçam antes da cerimônia do Fazun (*).
Sua introdução no Ifá não poderá matá-lo se fizer os sacrifícios apropriados).
(*) Cerimônia de iniciação de um neófito ao culto de Ifá.
(7) Não é por possuir muitas folhas que o arvoredo deve se considerar um rei. O excesso de
folhas atrai a atenção do lenhador.
(O consulente deve agir com mais discrição para não se prejudicar de alguma forma).
ITAN DE OSHE MEJI
(1) Owo, filho de Obatala, querendo provar o seu poder, resolveu aprisionar Ikú, que era por
todos temido e respeitado.
Resolvido a cumprir sua determinação, deitou-se no chão de uma encruzilhada e ficou
observando o que diziam as pessoas que o viam ali.
Foi desta forma que ouviu de um ancião do lugar, a seguinte pergunta: “O que faz este
homem assim estendido, com a cabeça para a casa da morte, os pés para o lado da doença e
os lados do corpo para o lugar da desavença?”.
Ouvindo estas palavras, Owo levantou-se e afirmou vitorioso: “Já sei tudo o que
precisava saber”. E em seguida encaminhou-se para a fazenda de Ikú.
Lá chegando, entrou sorrateiramente e pôs-se a tocar o ilu que a Morte fazia soar
sempre que saia para buscar alguém.
Ao ouvir o som do tambor, Ikú saiu indignado com a intenção de punir o atrevido que
ousava tocar seu instrumento ritualistico e na pressa, não viu a rede que Owo havia estendido
no caminho, embaraçando-se e sendo facilmente capturado.
Com a ajuda de uma corda, Owo amarrou Ikú bem amarrado e levou-o em seguida a
presença de seu Pai, dizendo-lhe que, conforme havia prometido, estava trazendo a sua
presença Ikú como prisioneiro. Assustado com tal atitude, Obatala sentenciou: “Vá embora de
minha presença e leva contigo tudo o que, de bom e de mal possa existir na face da Terra,
inclusive a própria Morte. Parte agora pois te é dado o poder de conquistar tudo o que de
material existir no universo”.
Foi a partir deste dia que Owo e Iku passaram a caminhar lado a lado, o primeiro
ensejando sempre o surgimento do segundo.
Ebó: um preá, um peixe assado, ebô, dezesseis acaças, dezesseis bolos de arroz.
Sacrifica-se o preá a Eshú, arruma-se o peixe e os dezesseis acaças num alguidar a parte e
despacha-se numa encruzilhada de rua.
Este ebó é indicado para pessoas envolvidas em disputas ou problemas de dinheiro de
origem ilegal.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
(2) Sángó e Efon entraram em atrito pelo amor de uma mulher muito bela, filha de Apako.
Por determinação da mulher, os pretendentes deveriam combater entre si e no fim de
dezesseis dias, ela resolveria qual dos dois seria considerado vencedor, conquistando assim o
direito de desposá-la. Efon armou-se de um poderoso par de chifres e dirigindo-se ao campo
de luta, atacou furiosamente a Shangô que surpreso, bateu em retirada, indo refugiar-se, com
a ajuda de uma corda, em sua morada no Orun.
Naquele tempo, Shangô era ainda muito jovem e inexperiente, mas aconselhado por
Elegbara, consultou Orunmila para saber de que forma poderia vencer a disputa pela mulher
amada. Na consulta surgiu Oshe Meji, que prescreveu um sacrifício com dezesseis pedrinhas,
dezesseis kobo (*), um par de chifres de búfalo, dois galos e dois pombos, além de tudo o que
se oferece normalmente a Eshú.
Enquanto isso, os adversários de Shangô espalhava na Terra, o boato de que ele era
um grande covarde, que havia fugido de Efon sem opor a menor resistência.
Shangô, com a ajuda de alguns amigos tratou logo de oferecer o sacrifício e
imediatamente depois começou a trovejar.
No meio da tempestade, surgiu Shangô e a cada brado que emitia, numeroso raios
saiam de sua boca numa demonstração de seu poder incontestável.
Diante de tão assustadora visão, Efon depôs suas armas e curvando-se, submeteu-se
ao poder do Orisha, suplicando piedade.
Shangô perdoou-o e fez com que todos reconhecessem, a partir de então que o seu
poder estava no Orun.
E o vencedor levou consigo a bela mulher, objetivo de toda a disputa.
(*) moeda Nigeriana que corresponde a uma décima parte da Naira. No Brasil, o Kobo pode
ser substituído nos ebó, pelo vintém.
Ebó: Dezesseis pedras-de-fogo (pequenas), dezesseis vinténs, dois galos, dois
pombos, dendê, mel, osun e aguardente. Sacrifica-se um galo a Eshú, no igba, com ritual
normal. O outro galo é oferecido a Shangô e colocado num alguidar com as pedras e as
moedas. O eje corre também sobre os chifres que, depois de despachado o ebó, deve
permanecer aos pés de Shangô. Os pombos tem seus bicos, pés e pontas das asas tingidos
com osun e em seguida são libertados. Todo o sacrifício, tanto o destinado a Eshú quanto o
destinado a Shangô, é recoberto com muito pó de osun.
(3) Sentar sem se encostar, é como permanecer de pé. Este era o nome do advinho que
interpretou Ifa, junto ao poste central de uma casa de conferências em Ibadan.
O mesmo advinho interpretava Ifa também para os habitantes de Olowu.
Os reis de Ibadan e de Olowu mantinham entre si, um relacionamento de sincera
amizade. O rei de Oluwu era casado com Nde, filha do rei de Ibadan.
Certo dia, o rei de Olowo partiu em missão de guerra para o pais do Gboho. No
caminho, teve sua passagem e de suas tropas impedidas por um rio muito caudaloso. Pediu
ao rio que lhe desse passagem, prometendo pra isso, oferecer-lhe um belo presente quando
voltasse vitorioso da batalha.
O rio cedeu passagem e o rei prosseguiu viagem em busca de seu destino.
Algum tempo depois o rei retornou vitorioso, trazendo muitos cativos, muito gado e
toda a riqueza capturada no pais de Gboho. Ao chegar diante do rio, resolveu pagar o
prometido oferecendo-lhe dezesseis carneiros, dezesseis cabritos, dezesseis bois, dezesseis
homens e dezesseis mulheres, que foram lançados às águas revoltas. O rio, para surpresa de
todos, não aceitou nada do sacrifício oferecido, devolvendo intactos, cada carneiro, cada
cabrito, cada boi, cada homem e cada mulher. O rei, assustado com o ocorrido, procurou o
advinho para saber por que razão Odo não aceitara sua oferenda. Na consulta surgiu Oshe
Meji que informou que o rio queria Nde como sacrifício e nada poderia substitui-la.
Apavorado, o pobre monarca lembrou-se que ao assumir compromisso com o rio,
havia dito em idioma Fon: “Nu dagbe n’de”, (eu te darei belas coisas), e o rio teria interpretado
como “Nu dagbe Nde” (eu te darei Nde - nome de sua esposa). Nde era o nome de sua
esposa... o rei não pagara o prometido!
A partir deste dia a terra começou a secar, as mulheres não tinham filhos, as fêmeas
não davam crias.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Preocupado, o rei voltou a presença do Bokono para saber o motivo de tanta miséria.
Após a consulta o advinho disse: “Tu não entregastes ao rio o que lhe prometeste. Tu
deixastes que o rio ouvisse o nome de Nde. Tu não lhe falastes de escravos e animais... para
acabar com esta maldição terás que lançar tua mulher ao rio”.
Obrigado a cumprir sua promessa, o rei mandou lançar ao rio sua mulher que estava
grávida. No dia seguinte Nde deu a luz, dentro das águas do rio, a um menino e o rio falou:
“Ele não me prometeu nenhuma criança, foi só Nde o que me foi prometido!” e devolveu a
criança que não lhe pertencia.
O rei de Ibadan tomou conhecimento do acontecido e mandou dizer ao rei de Olowu
que não havia dado sua filha para que fosse lançada as águas de um rio, mas para que fosse
transformada em sua esposa, respeitada e amada como tal.
Este fato gerou uma guerra entre os dois reis, que teve a duração de trinta anos,
terminando com a vitória de Ibadan e a total destruição do pais de Olowu.
(4) Uma jovem muito pobre, conhecida pelo nome de Iyalode, era muito astuta e ambiciosa, o
que a tornava perigosa.
Pretendendo melhorar sua situação, Iyalode foi consultar Ifá, na esperança de receber as
orientações necessárias. No decorrer da consulta, surgiu o Odu Oshe Meji, que prescreveu
um sacrifício que Iyalode tratou logo de oferecer.
No dia seguinte, quando passava pela porta do palácio do rei Oba Nla, a jovem foi
acometida de uma fúria inexplicável e pôs-se, em altos brandos, a culpar o rei pela situação
de miséria em que vivia.
“O rei é um perverso insensível.” gritava a jovem, “tem o que deseja e por isso não se
incomoda com a miséria de seus súditos!”. As pessoas que passavam, ao ouvirem as
acusações feitas pela jovem, tomaram partidos diferentes, alguns achando que ela estava
coberta de razão, enquanto outros defendiam Oba Nla, por conhecerem sua bondade e senso
de justiça.
Ao ser informado do que estava ocorrendo, o rei ordenou que a moça fosse
imediatamente conduzida a sua presença, para um entendimento pessoal.
Frente a frente com o rei, Iyalode relatou suas desditas, chorou suas magoas e falou
de seus sonhos de jovem. Impressionado com a coragem da moça e com a sinceridade que
marcava o seu caráter, Oba Nla, mandou que lhe fosse dado um aposento no palácio, onde a
partir de então, a jovem passou a residir cercada de todo o luxo e conforto que sempre
desejou desfrutar, ficando desde então, encarregada de todo o ouro que pertence a Oba Nla.
Ebó: Adie Meji, eiyele Meji, eku, eja assado, oyin, epo pupa, oti, etc... Sacrifica-se um
adie, um eiyele e o eku para Elegbara no igba, de acordo com o rito. A outra adie e o eja são
oferecidos a Oshun e cobertos com muito mel e pó de efun. O segundo eiyele é solto depois
de pintado com efun.
Este ebó é indicado para pessoas que tenha necessidade de resolver problemas que
envolvam grandes somas em dinheiro e que dependam de algum tipo de decisão de outrem,
como no caso de heranças, indenizações, etc...
OUTROS EBÓ DE OSHE MEJI EM OSOGBO:
(1) Para limpeza de casa: Água de cachoeira, mel de abelhas e clara de cinco ovos, mistura-
se tudo e passa-se, durante cinco dias um pano molhado com a mistura por toda a casa.
(2) Para agradar Oshun e obter seu perdão: uma galinha, um peixe fresco, cinco cabacinhas,
cinco idezinhos dourados, cinco moedas e uma pena de ekodide. Numa travessa de louça,
arruma-se o peixe limpo e assado com as cabacinhas, as moedas e os idezinhos em volta. O
peixe deve ficar com o dorso para cima. Sacrifica-se a galinha deixando o sangue correr em
cima da travessa com o peixe e os demais ingredientes, enfeita-se com as penas da galinha
de forma que fique tudo bem coberto. o ekodide é colocado de pé, na cabeça do peixe. A
galinha ter que ser consumida pelas pessoas da casa e seus pés, asas, leri e rabo são
arrumados num alguidar, regados com dendê, mel, e oti e despachados imediatamente, numa
encruzilhada de rua.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
O peixe é arriado aos pés de Oshun e permanece diante do igba de um dia para o
outro, depois do que é levado para um rio ou uma cachoeira. Durante o sacrifício da galinha
não se canta nada nem se reza nenhum oriki. Os pedidos são feitos somente na hora de
arriar a travessa diante de Oshun.
EBÓ DE OSHE MEJI EM IRE:
(1) Grão-de-bico, camarão seco, cebola, um peixe fresco, ori da costa, mel de abelhas.
Refoga-se a cebola e o camarão em banha de ori da Costa, ferve-se ligeiramente o grão-de-
bico e sem que fique muito mole, junta-se ao camarão refogado, mexe-se bem deixando
dourar em fogo brando. Coloca-se tudo numa travessa de barro, coloca-se o peixe (cru) por
cima, rega-se com muito mel de abelhas e entrega-se a Oshun para garantir qualquer tipo de
Ire prenunciado por este Odu.
(2) Um prato branco, cinco laranjas doces, milho torrado, ori da Costa, gordura de coco, peixe
defumado, aguardente, mel de abelhas. Com uma faca bem afiada, corta-se as laranjas no
sentido horizontal, sem no entanto separar as duas metades. No meio de cada laranja coloca-
se um grão de pimenta da costa, um pouquinho de aguardente, mel de abelhas e sobre elas,
um conezinho de ori misturado com a gordura de coco, um pedacinho bem pequeno de peixe
defumado e um grão de milho torrado, de forma que fiquem presos ao cone de ori(como se
fosse um oshú sobre as laranjas). Arruma-se tudo no prato branco e deixa-se diante da
sopeira de Oshun durante cinco dias, findo os quais despacha num rio de águas limpas.
Durante cada um dos cinco dias, pela manhã, acende-se uma vela diante do prato e pede-se
o que se quer obter.
SIGNIFICADO E INTERPRETAÇÃO
OBARA MEJI.
Obara Meji é o 6º Odu no jogo de búzios e o 7º na ordem de chegada do sistema de
Ifa, onde é conhecido pelo mesmo nome.
Responde com 6 (seis) búzios abertos.
Em Ifá, é conhecido entre os Fon (Jeje), como “Abla Meji”. Os Nagô o chamam
também de Obala Meji. Para o termo encontramos duas etimologias. Certa corcubitácia
existente nas regiões Oeste e Centro-Ooeste da África, produz uma fruta grande, cujas
sementes são comestíveis e muito apreciadas pelos nativos. Estas frutas, denominadas
“bara”, não podem no entanto ser cortadas ao meio para retirada das sementes, devendo
para isto, ser arrebentadas com golpes de pau ou pedra. A proibição de se cortar a fruta
(bara) em duas partes (meji), objetiva evitar a coincidência de nome com o sétimo signo de
Ifa.
Por outro lado, Oba Meji significa em Yoruba, “dois reis”, o sétimo signo por origem, o
rei dos ventos, através do qual, costuma comunicar-se com muita freqüência e o Criador lhe
deu muitas atribuições e honrarias, sendo o encarregado de representar os próprios reis. É o
símbolo representativo do rei dos Hausa ( Zowgo-Xosu).
Sua representação indicial em Ifá é: * *
* * * *
* ** *
* ** *
que corresponde na Geomancia Européia a figura denominada “Laetitia”.
Obara Meji é um Odu composto pelos Elementos Ar sobre Terra, com predominância
do primeiro, o que indica a evolução através da experiência adquirida na busca do objetivo
pretendido.
Corresponde ao ponto cardeal Sul-Sudeste, a carta no. 4 do Tarot (O Imperador) e seu
valor numérico é o 8.
Suas cores são o azul e o violeta. É um Odu masculino, representado esotericamente
por uma corda, em referencia ao poder que possui de tudo levantar. Exprime a força, o poder
e a possibilidade de realização humana.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Obara Meji, criou o ar e por extensão os ventos. Dele depende a existência dos
bosques cheios de ramagens, das forquilhas e de todo tipo de bifurcações.
Neste odu nasceram as riquezas, o costume de usar jóias, os mestres e o ensino. Aqui
surgiu o adultério e neste Odu o ser humano aprendeu a mentir e a ser enganoso.
Prenuncia expansão física e moral, regularização, alegria, ambição, questões
relacionadas a dinheiro, processos em andamento, solução de problemas de ordem
financeira.
Os filhos deste Odu são pessoas alegres e festivas, carregadas de religiosidade e que
gostam de observar e manter tradições. Um tanto quanto atraídas pela mentira, criam
situações fantasiosas, nas quais acabam acreditando, como se fossem a mais pura verdade.
Gostam de se envolver em problemas que não lhes dizem respeito, o que quase sempre
acaba por deixa-los em situações delicadas. Devem cuidar-se muito bem, pois tem uma
tendência muito forte pelas ações fantasiosas, o que pode deixar completamente loucas. Bem
dispostas e alegres, são geralmente pessoas saudáveis e que se recuperam com facilidade
de qualquer doença, usando para isto, recursos buscados em si mesmo.
É um odu de prenúncios quase sempre positivos, muito embora seu aspecto negativo
seja terrível e traga fatalidades como loucura, miséria total, traição e calunia.
SAUDAÇÕES DE OBARA MEJI
Em Nagô: Aka emon a l’owo dudu gbe toko
Bori shia-shia botoko bo bi ko ri.
Unkã ja n wen abafe:
A difa fun Liokpo mu pi o lo oko
Ajamo de tan, oloun kpo liokpo nunje.
Tradução: Quando não está comendo, sente-se infeliz.
Ifá ordenou que Liokpo defenda a fazenda.
Até aquelas que Liokpo não pode enganar.
Em Fon:Mi kan Obara Meji
Afafa we nõ kõ dehawã!.
Tradução:Saudemos Obara Meji. Ele é o abano que faz secar o
nosso suor!
(A saudação evoca a idéia de alivio. Da mesma forma que um abono refresca um corpo suado
e cheio de calor. Obara Meji tem o poder de trazer alivio pra os problemas que nos estejam
afligindo).
OBARA MEJI EM IRE:
Quando em Ire, Obara Meji pode indicar, principalmente: Aquisição de bens materiais
de um modo geral, fim de um obstáculo que deve ser o último, expansão física e moral,
ausência de enfermidades, evolução no sentido ascendente.
OBARA MEJI EM OSOGBO:
Em Osogbo, este odu pode indicar: Deslealdade, imoralidade, orgulho nocivo,
injustiças, libertinagem, adultério, maldade, filho adulterino, guerra em família de Santo.
Quando em Osogbo Arun, pode estar indicando uma das seguintes doenças: infecções do
sangue, problemas circulatórios, atrofias musculares, apoplexia, desnutrição, problemas
respiratórios, mania de grandeza, loucura.
Neste odu falam as seguintes Divindades: Vodun (Jeje): Dã, Lisa, Hoho e Tovodun.
Orisa (Nagô): Shangô, Iyansã, Iyemanja, Oba, Ewa e Ipori.
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UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
INTERDIÇÕES DE OBARA MEJI:
Obara Meji proíbe aos seus filhos: Comer peixe defumado, bolos de acaça que tenham
sido enrolados em folhas de bananeiras, farinha de milho, carne de tartaruga, de cobra, de
crocodilo, de antílopes, de macaco, de galo, de elefante, de hiena. São proibidos também, de
usarem roupas tecidas com uma espécie de rafia denominada “devo”, de ajudarem a outras
pessoas a levantar qualquer coisa do chão, para colocar sobre os ombros ou a cabeça, de
relatar fatos que tenha assistido e que não lhe digam respeito.
SENTENÇAS DE OBARA MEJI:
(1) O porco-espinho espetou a fêmea do leopardo e o leopardo não pode fazer nada contra
ele.
(se o consulente sofreu algum dano causado por alguém mais poderoso que ele, é melhor
deixar como está, pois qualquer atitude que venha a tomar, só agravará a situação de forma
desfavorável para ele).
(2) O bem estar que encontramos na água fresca, e o peixe Xwa que vem buscar fora dela
para nela depositar.
(a casa do consulente é pobre, mas tornará rica pelo seu esforço e merecimento. Se o
consulente for rico, deverá oferecer sacrifícios para que a fortuna não o abandone).
(3) Sem a lama estar misturada a água do rio, o peixe Zoken, que tem os olhos claros, verá o
que se passa no fundo.
(O consulente descobrirá coisas que se passam em sua casa e que lhe são ocultas.)
(4) A mulher que come de duas mãos, acabará encontrando a morte... (*)
(se a mulher do consulente estiver enganando-o, morrerá praticando adultério.)
(*) E du alo we, e du bla - (ela come de duas mãos) - Diz-se da mulher adultera.
ITAN DE OBARA MEJI
(1) Ifá e o Male (Muçulmano) eram amigos. Um dia Male disse a Ifá: “Vou procurar uma mulher
gravida, se ela concordar, será instalada em minha casa, pra que não tenha contato com mais
ninguém. Se esta mulher parir uma menina, eu a criarei para que seja minha esposa: sou
muito ciumento para casar-me com uma mulher de cuja inocência não tenha absoluta certeza.
Indo ao mercado, ele encontrou uma mulher grávida, que concordou em colaborar com
seus planos.
Passado algum tempo a mulher deu a luz uma linda menina, para alegria do Male. O
Mulçumano ficou muito contente e logo pôs-se a pensar: “Como poderei evitar que olhos
masculinos vejam esta menina, até o dia em que possa desposa-la!” Depois de muito pensar,
decidiu construir um casa dentro de sua própria casa e ali instalar mãe e filha.
Nenhum homem, nem mesmo ele, tinha acesso a menina, que cresceu rapidamente.
Quando a jovem completou dez anos, sua mãe abandonou a casa, deixando-a
sozinha. Enquanto isso, Ifá contava os anos de idade da menina.
Um dia, achando que ela já deveria estar suficientemente grande, foi visitar Male e
chegando a sua casa, entrou saudando-o cordialmente.
Depois da visita, Ifá pôs-se a pensar: “Como é que pode? O mulçumano contratou
uma mulher gravida que pariu uma menina, esta menina jamais viu ou foi vista por qualquer
pessoa do sexo masculino! Nem mesmo Metolõfi, o rei de nosso pais, viu a criança. Mas eu
vou tentar vê-la!”
Munindo-se de seus instrumentos divinatórios, fez a consulta, surgindo Obara Meji,
que lhe recomendou que tomasse uma caixa, acaça, um galo, azeite de dendê e fizesse uma
oferenda a Legba. Feito isto, teria que entrar na casa de Male e tranca-la por dentro com a
chave.
Ifá preparou tudo e foi a casa do amigo. Lá chagando saudou-o: “Salamaleikun!” E o
muçulmano respondeu: “Alakumasala!” Ifá disse então: “kalafi!” Male respondeu: “Laafia!” Ifá,
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
entrando no quarto do amigo, disse: “amanhã partirei em viagem, gostaria de confiar-lhe a
caixa de meu tesouro. Minha mulher preferida lhe entregará a caixa, para que você a guarde
em lugar tão seguro que nenhum homem possa encontrá-la. “Como não?” disse o Marabú.
“Não somos amigos? Quando partirás?” - “Dentro de três dias e só voltarei daqui a três
meses”.
No terceiro dia pela manhã, Legba disfarçado na esposa preferida de Ifa, foi a casa de
Male e disse: “meu marido encarregou-me de procura-lo para entregar-lhe a caixa que se
encontra embrulhada nestes panos. Ele virá busca-la dentro de três meses, quando
regressará da viagem.
Male chamou a escrava que cuidava da menina, para que guardasse a caixa na casa
onde vivia a jovem, mas a caixa era por demais pesada e a mulher não pode carrega-la.
Diante do impasse, Male resolveu levar ele mesmo a caixa para o quarto da jovem e ao faze-
lo, viu-a pela primeira vez, saindo em seguida e trancando por fora todas as portas.
Ifa, que mantinha-se escondido dentro da caixa, vendo Male sair, trancou por dentro a
porta do quarto da jovem e avistou-a, saudou-a, no que foi correspondido.
“Você me conhece?” perguntou. “Não!” retrucou a moça.
Ifa então colocou-se a vontade e começou a divertir a moça, depois, deitando-se com
ela, possuiu-a. Isto feito aconselhou a jovem a lavar-se com água morna, no que foi atendido.
Ifá só se alimentava de obi. Na hora da refeição, vendo-o comer somente nozes de
kola, a moça perguntou por que não se alimentava das mesmas coisas que ela? e Ifa
respondeu: “Eu como feijão sem pimenta, carne defumada, peixe defumado, tudo temperado
com lelekun. A jovem ordenou então as servas que não mais pusessem pimenta na comida.
Os alimentos passaram desde então a ser preparados com lelekun, Ifa revelou então, que não
come cabrito da forma simples que todo mundo prepara e que também não se lava como as
outras pessoas.
Finalmente, a jovem ficou gravida e Male de nada desconfiou. Como estivesse próximo
de findar-se o terceiro mês, Ifá disse a moça: “se o muçulmano lhe indagar sobre sua barriga,
não fale nunca no meu nome.
Findo, o terceiro mês, Ifá encerrou-se novamente na caixa, que a moça embrulhou nos
panos, da mesma forma que viera.
Legba, novamente disfarçado na mulher de Ifa, apresentou-se ao Male dizendo: “meu
marido chegou de viagem e pediu viesse buscar sua caixa, Assim que se sinta descansado,
virá agradecer pessoalmente pelo grande favor prestado.
Depois de seis meses, o muçulmano resolveu tomar a jovem como mulher. Lavou-se
cuidadosamente, vestiu um belíssimo búbú que lhe havia presenteado Ifa, entrou no quarto e
encontrou a moça com uma enorme barriga... Quase sufocado exigiu explicações. “Eu
pensava que todas as barrigas deveriam crescer como a minha... não sei como são as coisas
do lado de fora desta porta!”
Male correu a contar o acontecido ao rei, que surpreso, mandou que cuidasse do
parto, já que havia uma gravidez.
O dia do parto chegou, a criança, antes de nascer, tinha que ouvir o nome do pai
pronunciado por sua própria mãe.
O Marabu não conseguia entender o que se passava. A mulher gemia e contorcia-se
em dores. A criança teimava em não nascer. Foi então que resolveu pedir os conselhos de
seu amigo Ifa.
Ifa consulta e surge novamente Obara Meji, exigindo que uma perna de antílope seja
sacrificada. O pernil é cortado em sete partes que depois de cozidos, são entregues, uma a
Mawu, uma a Metolõfi, uma a Mingã e é Ifá o encarregado de fazer estas oferendas. O quarto
pedaço, é oferecido a esposa preferida do Male, o quinto, a esposa preferida de Ifa, o sexto
ao Bokono e o último a parturiente, levado pelas mãos de Ifa.
Ao receber a oferenda, a mulher cheia de dores, perguntou: “Quem me envia esta
carme? - “É Ifa quem te oferece!”- “ Ifa? Que Ifa?” - “O que disse?” Perguntou Ifa. - “Ifa!” - “O
que?” - “Ifa! Eu falei Ifa! Foi Ifa que me deu esta carne!”
Quando a mulher acabou de falar, a criança, ouvindo o nome de seu verdadeiro pai,
resolveu sair para o mundo... e era o retrato de Ifa.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Male ficou desconfiado com tudo o que acabara de assistir e aborrecido, levou o
problema ao conhecimento do rei Metolõfi que, achando tudo muito natural, aconselhou o
muçulmano a deixar de desconfiar do amigo.
Um belo dia, Ifa convocou todas as pessoas, inclusive Male e disse a todo o mundo:
“Hoje lhes farei uma revelação. A mulher do muçulmano, que recentemente deu a luz uma
criancinha... “e revelou todo o segredo que envolvia aquele nascimento. Depois concluiu
“Qualquer mulher, mesmo se a prenderem dentro de quarenta caixas, encontrará um dia, um
homem. E um ser no qual não se deve confiar e ao qual não se dever revelar segredos. As
mulheres são pouco mais que os animais!”
Ebó: modela-se um voko (*) de argila semelhante ao homem. O voko é colocado
dentro de uma caixa com cabelos e aparas de unhas da mulher. Embrulha-se tudo, em panos
coloridos e entrega-se a Loko (**). A Elegbara, sacrifica-se um galo, que é entregue com
muitos acaças e epo pupa.
Este ebó é para evitar traição e aborrecimento por parte de mulheres que tem
tendência a pratica do adultério.
(*) imagem, estatueta.
(**) Vodun Jeje, que corresponde ao Iroko dos nagô.
(2) Naquele tempo, as aves foram consultar Ifá, para saberem de que forma poderiam se livrar
das armadilhas que lhes faziam os homens e nas quais, invariavelmente acabavam caindo.
Na consulta, surgiu Obara Meji, determinando que fosse feito um sacrifício que iria livra-las de
tal perigo.
As aves, com exceção da pomba-rola, negligenciaram a recomendação e por este
motivo, continuaram a cair nas armadilhas que os homens lhes preparavam.
Certo dia, os caçadores organizaram uma grande festa e para obterem alimento para o
evento, prepararam uma grande armadilha, próximo a fonte onde as aves constumavam
beber água, impregnando de visgo todos os galhos das arvores vizinhas. Como resultado,
todas as aves foram capturadas, com exceção da pomba-rola que fora anteriormente
orientada por Elegba, para que não se aproximasse da fonte naquele dia e que fosse beber
água em outro local bem distante.
Desta forma, por ter seguido a orientação de Ifa e oferecido o sacrifício indicado, a
pomba-rola livrou-se de ser transformada em alimento para os caçadores.
Ebó: Uma forquilha de qualquer madeira, um eku, um peixe assado, mel, dendê, oti,
farinha de mandioca. Prepara-se um pade de mel e dendê. arruma-se num alguidar com o
peixe assado por cima. O ekú é sacrificado no igba de Eshú e depois de limpo, é ligeiramente
tostado num braseiro. Despacha-se tudo numa bifurcação de rua ou estrada.
Este ebó, é pra defender o cliente de traições e falsidades que estejam perturbando o
andamento de sua vida.
(3) O Guarda-Chuvas e a Bandeira, surgiram no mundo simultaneamente. Os dois ao
chegarem, foram consultar Ifa, para saberem se seriam honrados em suas vidas. Na consulta,
surgiu Obara Meji e Ifa ordenou um sacrifício, que somente Bandeira se dignou a fazer.
Para justificar sua negligência, Guarda-Chuvas dizia: “Por que razão tenho que
oferecer sacrifício, se sei muito bem que minha posição neste mundo será a de permanecer
constantemente, acima das cabeças dos homens, até dos mais poderosos reis?”
Um dia, estourou uma guerra e os dois foram levados, junto com seus donos, para o
campo de batalha. Guarda-Chuvas, aberto sobre a cabeça do rei, enquanto Bandeira, seguia
na frente, conduzida por um simples escravo.
Por arte de Elegbara, a batalha foi desfavorável ao nosso rei, que para salvar a própria
vida, teve que refugiar-se numa floresta de arvores baixas e repletas de ramificações. No
decorrer da fuga, dentro da floresta, bastava baixar a Bandeira, para que ela passasse
incólume entre os galhos, enquanto que Guarda-Chuvas, atingido por ramos incontáveis,
terminou todo rasgado, tornando-se completamente inútil. Quando chegaram do outro lado da
floresta, o rei vendo o estado deplorável em que se encontrava Guarda-Chuvas, jogou-o fora,
pois não mais servia para protege-lo da chuva ou do Sol.
Depois disto, Guarda-Chuvas passou a ser um instrumento utilizado somente quando
há conveniência para tal, ao passo que Bandeira é usada permanentemente, podendo ser
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
encontrada no meio das praças, nas torres dos palácios, nos templos de todas as religiões e
sempre que um rei parte para uma guerra, ela segue a sua frente. Todas as nações do mundo
são por ela simbolizadas e os homens prestam-lhe juramento de fidelidade e muita honrarias.
Este itan determina que o consulente, por sua vaidade e auto valorização excessiva,
encontra-se em perigo eminente de sofrer uma grande derrota.
Ebó: Uma corda, muitos ramos de diferentes arvoredos, moedas, um peixe fresco e
uma bandeirinha de tecido azul claro. Passa-se tudo no corpo do cliente, arruma-se num
alguidar e coloca-se a bandeira estendida por cima. Despacha-se em mata fechada.
Prece do ebó: (para ser dita na hora em que se despacha dentro da mata:.
Hwelexo no zõ kike yi zun an, ku don bo, Azon don bo!
Tradução:O Guarda-Chuvas não pode entrar aberto dentro da mata, que a morte
se afaste, que a doença se afaste!
(4) Foi para roubar nos campos de Ifá, que os muçulmanos vieram à Terra.
Ifá possuía campos imenso, de onde retirava abundantes colheitas.
Certo dia, descobriu que muitos ladrões andavam “visitando” suas terras e praticando
grandes roubos, que causavam enormes prejuízos. Procurou imediatamente os conselhos de
Elegbara, sobre uma maneira de prender os larápios.
Dirigindo-se aos campos na companhia de Ifá, Legba esticou uma corda que do solo,
alcançava o céu.
Pouco depois, inúmeros seres começaram a descer pela corda e sem que Legba
tomasse qualquer atitude, puseram-se a roubar tudo o que podiam alcançar.
Foi só então que Legba, munido de três pedaços de carvão, que havia recebido de Ifá
em pagamento aos seus serviços, produziu uma fogueira, ateando fogo á corda que havia
estendido.
Destruída a corda, os ladrões não puderam voltar, tornando-se assim, escravos de Ifá.
O desespero entre os prisioneiros foi de tal ordem, que se debatiam desordenadamente, em
busca de uma saída e com tal violência, que a maioria deles morreu, sobrando somente treze.
Foram estes treze homens, que propagaram a religião muçulmana e que em sua
emoção gritavam: “Salama Ke kun!”, o que em idioma Fon, significa: Ifa rompeu a corda.
originando-se daí a saudação islâmica “Salamaleikun”.
Este caminho, indica que o consulente está sendo vítima de roubo e traição, devendo
para livrar-se da situação e desmascarar quem quer que o esteja enganando, oferecer o
seguinte sacrifício a Eshú.
Ebó: Um cabrito, três pedaços de carvão vegetal, um pedaço de corda virgem, mel,
dendê, oti, etc. Sacrifica-se o cabrito a Eshú, dentro do procedimento de praxe, acende-se um
braseiro com os três pedaços de carvão e coloca-se a corda sobre as brasas. Pergunta-se no
jogo, o caminho em que deve ser despachado.
(5) Certo dia, Olofin convocou a sua presença, todos os Odu que havia colocado no mundo.
Obara consultou Ifa, recebendo a orientação de não partir, sem antes oferecer um
sacrifico a Egun.
Obara faz o que lhe foi determinado e além disso, preparou comida para seus irmãos,
os quinze outros Odu, que já haviam partido para a audiência com o Criador.
Olofin, dando pela falta de Obara, indagou aos seus irmãos o que era feito dele e ao
saber que se atrasara porque estivera cultuando Egun, ficou plenamente satisfeito.
“Nada tenho para oferecer-lhes como presente , senão um inhame para cada um.
Quando chegarem em suas casas, preparem cada um, o inhame recebido e comam
sozinhos”. Disse Olofin aos Odu.
Sem que ninguém soubesse, Olofin havia introduzido em cada inhame todas as
riquezas da vida: dinheiro, filhos, terras, casas, etc...
Quando voltaram para casa, os quinze encontraram Obara que os aguardava, pra
oferecer-lhes as comidas que havia preparado para eles.
Satisfeitos com a atenção, os Odu tomaram dos alimentos que lhes eram oferecidos e
em sinal de agradecimento, deram a Obara os inhames que lhes havia presenteado Olofin.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
No dia seguinte, Ifá pediu a sua mulher que lhe preparasse um dos inhames
recebidos. Ao cortar o tubérculo, a mulher sentiu que alguma coisa dura impedia que a faca
dividisse-o e depois de muito tentar, pediu auxílio a seu marido.
Ifá, usando de toda a sua força, consegui dividir o inhame em duas partes, foi então
que deparou maravilhado, com a riqueza contida no seu interior.
Ansioso, passou a abrir a todos os inhames que havia ganho e desta forma, com tudo
o que neles encontrou, tornou-se a pessoa mais rica do país.
Três dias depois por ordem de Olofin, todos os Odu voltaram a se reunir no palácio e
qual não foi a surpresa, ao verem Obara aproximando-se, montado num belíssimo cavalo,
vestindo trajes riquíssimos, acompanhado de inúmeras esposas e escravos e guardado por
muitos soldados, numa ostentação de riqueza sem precedentes.
Diante da surpresa dos quinze Odu, Olofin perguntou-lhes: “Que fizeram dos inhames
que lhes dei?”
“Nós os demos a Obara, já que nenhum de nós gosta de inhame!”
“Ignorantes! Obara, que já era rei, tornou-se muito mais rico e poderoso com o que eu
coloquei dentro dos inhames! Ele será agora, “oba di Meji”” (ele é duas vezes rei). Sua realeza
é dupla.
Cânticos do itan: Obara gba i dudu!
G’uu ......!
Obara gba i funfun!
G’uu......!
Tradução: Obara possui o que é negro! (a noite).
G’uu......!
Obara possui o que é branco! (o dia).
G’uu......!
Ebó: Uma cabra, duas galinhas, dezesseis cabaças médias, moedas em quantidades,
dezesseis obi, dezesseis orogbo, mel, dendê, velas. Sacrificam-se a cabra e as galinhas a
Elegbara, abre-se as cabaças e coloca-se dentro de cada uma, um punhado de moedas, um
obi, um orogbo e rega-se tudo com muito mel e dendê. Despacha-se numa estrada. No
momento em que se oferece o sacrifico, faz-se a reza (cântico do itan, que deve ser repetida
três vezes).
Este trabalho é indicado para pessoas que almejem conquistar alguma coisa
importante, que esteja relacionada a dinheiro, como promoções, nomeações, empregos,
assossiações, aumentos, casamento por interesse. etc.
EBÓ DE OBARA MEJI EM OSOGBO:
(1) Para Osogbo Arun: um pedaço de corda do tamanho da pessoa, um eku, um peixe
assado, moedas correntes e uma juriti. Arruma-se o ejá num alguidar ou travessa de barro,
com a corda ao redor, espalha-se as moedas por cima, sacrifica-se o eku a Elegbara, em seu
igba, passa-se a juriti na pessoa e solta-se com vida.
(2) Velas, abanos de palha, forquilhas de madeira, quiabos, bolos de inhame, bolos de arroz,
acaças, (tudo em numero de seis). Passa-se tudo no cliente e vai-se arrumando dentro do
alguidar, quando tudo estivar arrumado, “puxa-se” um pombo em cima, deixando que o eje
escorra sobre o ebó, arruma-se o pombo em cima de tudo e rega-se com mel, dendê e oti.
Leva-se tudo para um lugar bem alto e prossegue-se o trabalho da seguinte forma: Arreia-se o
ebó na sombra de uma arvore frondosa, faz-se a saudação do Odu Obara Meji (nagô ou Fon),
passa-se pó de efun sobre o ebó. (o pó de efun que é espalhado, foi anteriormente colocado
num prato de louça e sobre ele foi traçado a configuração de Obara Meji).
SIGNIFICADO E INTERPRETAÇÃO
ODI MEJI
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Odi Meji é o 7º Odu no jogo de búzios e o 4º na ordem de chegada do sistema de Ifa,
onde é conhecido pelo mesmo nome.
Responde com 7 (sete) búzios abertos.
Em Ifa, é conhecido entre os Fon (Jeje), como “Di Meji”.
A palavra Yoruba é “edi” ou “idi”, que significa “nádegas”. Odi Meji significa portanto, “duas
nádegas”.
Sua representação indicial em Ifá é : * *
* ** *
* ** *
* *
que corresponde, na Geomancía Européia a figura denominada “Cárcere”.
Odi Meji é um Odu composto pelos Elementos Ar sobre Água, com predominância do
primeiro, o que indica a renovação dos obstáculos. Representa uma porta fechada, um círculo
mágico, um tabú, limitação, obstrução, aprisionamento. Corresponde ao ponto cardeal Norte,
á carta no. 12 do Tarot (O Enforcado) e se valor numérico é o 7.
Suas cores são o negro ou a mistura de quaisquer outras cores.
É um Odu feminino, representado esotericamente por um circulo dividido ao meio por
uma linha vertical, significando duas nádegas, os ainda, os órgãos sexuais femininos, que
provem de Osa Meji. A palavra nádega, no caso, não passa de um eufemismo que pretende
somente designar a fealdade e as impurezas do órgão sexual feminino. É inconveniente, no
entanto, fixar-se esta opinião como definitiva, principalmente quando o aparecimento deste
signo se relacionar a um Orisha, como Orunmila ou quando surgir em resposta a consulta de
uma pessoa muito idosa ou de posição respeitável.
Odi Meji, representa a mulher (em Fon ñõnu), palavra cuja etimologia costuma ser
explicada por sua tradução literal: ñõ-nu= coisa boa / a mulher = coisa boa). Algumas
correntes dão ao termo outra interpretação: - “ñõ nu, bo nu kpo nu me de”, (um homem depois
de morto, não pode querer ocupar uma mulher).
Dizem ser este signo que incita o ser humano a copular. E por estas razões que
encontramos uma estreita correspondência entre Odi Meji e as Kannesi, a impureza das
mulheres, proporciona-lhe uma tendência natural a pratica da feitiçaria.
Odi Meji corresponde a Vovolive, o Norte. Sob este signo apareceram na Terra as
mulheres, os rios cujas margens tem a aparência de lábios, as nádegas e o costume de
sentarmos sobre elas. Este signo ensinou aos homens o uso de deitarem-se indiferentemente
virados para a direita ou para a esquerda.
Odi Meji ocupa-se dos partos efetuados com a parturiente de cócoras e preside ainda
ao nascimento de gêmeos e de todas as espécies de macacos considerados gêmeos que
são: zin-wo, klã, oxa, zinblawawe, toklã, etc.
As pessoas nascidas sob este signo são perseverantes, duras e inflexíveis. A busca
constante de auxilio para seus problemas, em nada muda a atitude das pessoas em relação a
elas.
Não crêem em nada nem em ninguém, mas podem facilmente ser levadas por
superstições tolas que nem sempre são aceitas pelos demais.
Dotados de muita inteligência e excelente memória, assimilam com facilidade tudo o
que se proponham a aprender, negando-se entretanto, a transmitir seus conhecimentos,
preferindo antes, usá-los como instrumento de manipulação de tantos quantos deles
dependerem.
No amor, são desconfiados, mas muito zelosos do objetivo de seus sentimentos.
Adoram viver isolados e suas ações contribuem efetivamente para que isto ocorra,
independente de sua vontade.
Odi Meji, indica, aprisionamento, possessão demoníaca, prejuízos de toda ordem,
roubo, seqüelas advindas de acidentes ou de enfermidades, sendo portador de mensagens
quase sempre ruins. É um signo muito ruim, malvado mesmo. Responde não e representa
caminhos fechados. Por vezes anuncia estado de gravidez e seu surgimento em questão
sobre se uma mulher está gravida ou não, representa resposta afirmativa.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
SAUDAÇÕES DE ODI MEJI:
Em Fon:Mikã di-Meji Mi hwe kpako do mi o!
Tradução:Saúdo Odi Meji para que as enfermidades não nos
possam molestar!
Em Nagô:Kpanli kpaninkpa o joko bili kale
Baba Iku yeke ofin lon gbã di non
Ode keeku, le egbe ni odon
Ki a to gbo Olodumare
Ota onigbo ku mi.
Tradução: Desconhecida.
ODI MEJI EM IRE:
Quando em Ire, é necessário apurar o tipo, pois pode ser qualquer um. Deve-se
perguntar imediatamente se é Ire Aiku (não ver a morte), ou Ire Omo (um bem vindo através
de um filho, levando-se em consideração que este Odu fala muito em gravidez)
ODI MEJI EM OSOGBO:
Em Osogbo, este Odu pode indicar: Prisão, condenação, roubo, prejuízo, seqüelas
advindas de acidentes ou moléstias, abandono, perfídia, possessão de maus espíritos, mulher
de maus hábitos e vida sexual desregrada, homossexualismo (só masculino), caminhos
fechados, imobilidade ou dificuldades de ação.
Em Osogbo Arun, indica quase sempre, um dos tipos de doenças que se seguem:
bexiga, bacia, necrose, dermatoses, câncer, lepra, hipocondria, melancolia, neurastemia,
doenças dos ossos.
Neste Odu falam as seguintes Divindades:
Vodun (Jeje):Hoho, Gbaadu e os Toxosu.
Orishas (Nagô): Omolu, Eshú, Obatala, Ogun, Egun e Ajé (neste Odu podem falar
todos os Orishas, mas os aqui relacionados sãos os que mais comunmente se comunicam
através dele).
INTERDIÇÕES DE ODI MEJI:
Odi Meji proíbe aos seus filhos: Consumir carne de lebre ou de coelho, purê de batata
doce, feijão fradinho ou de qualquer tipo de alimento em que esteja incluído como ingrediente,
grão de Angola ou suas folhas. Não podem dormir de barriga para cima (posição em que os
mortos são colocados em seus ataúdes), matar moscas com as mãos, possuir coleção de
objetos em números de sete, participar de reuniões, almoços, festas, etc., em que se
encontrem sete pessoas. (o número sete atrai as energias negativas deste Odu).
É aconselhável, sempre que se vá fazer um sacrifico indicado por Odi Meji, usar
roupas vermelhas ou marrons.
SENTENÇAS DE ODI MEJI:
(1) A morte não pode te alcançar, a doença não pode te alcançar, os processos judiciais não
podem te alcançar, ninguém penetra num bosque de espinhos, envolvido somente num
pedaço de pano.
(Fazendo o ebó indicado, o consulente estará protegido contra tudo).
(2) O leopardo não pode capturar o cão que está protegido por uma grade de ferro.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
(mesma interpretação da sentença anterior).
(3) Se um grande pedaço de carne foi perdido, procure-o atras da cerca. Um ladrão não pode
roubar um cadáver e faze-lo desaparecer.
(O consulente é um malvado muito bem instruído, que embora consiga concretizar a maldade
que está arquitetando, jamais poderá tirar nenhum proveito de seu ato).
(4) Um rio não pode mudar seu curso para fazer guerra com outro rio.
(O cunsulente tem inimigos dentro de sua própria casa, mas nenhum deles podem lhe fazer
nenhum mal).
(5) A ira do homem que tem uma chaga, não pode espantar a mosca que pousa na ferida. A
vontade do homem é bater na mosca que o incomoda, mas o medo da dor impede que ele
bata na ferida.
(O consulente, embora conheça a origem de seus problemas, não tem forças para eliminá-la).
(6) Se o vento sopra muito forte nas folhas do espinheiro, as ervas não brotam aos seus pés.
(O cliente, por ser perdulário e não saber administrar o seu dinheiro, jamais chegará a
acumular fortuna).
ITAN DE ODI MEJI.
(1) “A criança que está agora no ventre, fala a sua mãe”.
Certo dia, quando Ifá encontrava-se ainda no ventre de sua mãe, estando ela ocupada em
recolher lenha no interior de uma floresta, foi surpreendida por uma voz que dizia: “Mãe! Eu
vou dizer uma coisa. Trata-se de um segredo que jamais deverá ser revelado!” - Espantada, a
mulher começou a procurar no meio da floresta, pela pessoa que lhe falava, sem encontrar
ninguém. Novamente a voz se fez ouvir: “O que estás procurando? Sou eu, teu filho quem
está falando! Quero prevenir-te que no décimo sexto dia, a partir de hoje, me darás a luz!
neste mesmo dia haverá uma guerra em nossa vila e meu pai será morto pelo inimigo... Tu,
minha mãe, será capturada e separada de mim...”.
No dia seguinte, ao raiar do sol, o menino novamente fez contato com sua mãe,
dizendo-lhe: “Compreendeu bem o que te disse ontem? Faltam somente quinze dias para o
acontecimento!...”. E todos os dias de manhã ele falava com a mãe e no décimo sexto dia
depois do primeiro contato, disse: “Eis que é chegado o dia!” E imediatamente iniciou-se o
parto. No exato momento em que a criança vinha ao mundo, iniciou-se um ataque contra a
cidade. Durante a batalha, o pai do menino foi morto e a mulher foi capturada e levada como
escrava. Ifá, escondido em lugar seguro, viu quando um homem se aproximava e dirigindo-se
a ele, implorou: “Leva-me contigo! Estou só no mundo. meu pai está morto e minha mãe
reduzida a condição de escrava! Leva-me contigo e não te arrependerás por fazeres esta
caridade!”
Comovido, o homem pegou o recém-nascido e levou-o consigo em total segurança,
para sua própria casa. Ifa imediatamente começou a realizar curas miraculosas. Sempre que
alguém adoecia, o menino após identificar o tipo de doenças, receitava ervas que traziam a
cura imediata. Todos os doentes recuperados faziam questão de pagar muito bem pela cura e
desta forma, o homem que recolheu a criança tornou-se muito rico e poderoso. Naquele
tempo, o pais era governado por um rei chamado Lõfin, que logo que soube dos milagres,
chamou a sua presença o responsável pela criança, que ali chegando, narrou de que forma
encontrara o pequenino, o pedido de ajuda e seus maravilhosos poderes sobrenaturais. O rei,
entre espantado e descrente, afirmou: “Se isto é verdade, se este menino for realmente
dotado de tantos poderes, ocupará ao meu lado, um lugar no reino deste pais!”
Logo o menino foi transferido para o palácio e sempre que um familiar do rei adoecia,
era por ele curado. Nada mais se fazia no reino sem uma prévia consulta a Ifa e suas
orientações eram seguidas no mínimos detalhes. Com o passar do tempo, o menino cresceu
e logo que se tornou adolescente, recebeu de Lõfin uma cidade onde foi coroado rei. Seu
milagres se multiplicavam, todos aqueles que sofriam vinham atrás dele em busca de auxílio.
sua fortuna aumentava a cada dia, possuía muitas mulheres e muitos servos, além de todas
as coisas que representam riqueza para os seres humanos. Ifa na esperança de um dia
encontrar sua mãe, adquiria escravas na mão de um mercador. Era chegado o dia em que se
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
deveria comemorar a festa chamada Fanuwiwa que todos os anos se faz em honra a Ifa. As
mulheres de Ifa, junto com suas escravas, ficaram encarregadas de pilar milho para produzir a
farinha que seria usada na festa. Entre as escravas estava a mãe de Ifa, que devido a
situação miserável em que se encontrava, tinha medo de identificar-se e não ser aceita pelo
filho. Enquanto realizava sua tarefa, a mulher entoava uma triste canção, na qual dizia: “Ifa Di-
Meji, Tu não me conheces mais?” Ao ouvir a canção, Ifa ordenou que a mulher fosse levada a
sua presença, interpelando-a da seguinte forma: “Então tu me conheces?” E a mulher
respondeu: “Mas não fostes tu mesmo quem me anunciastes o dia do teu nascimento? Tu me
dissestes que no décimo sexto dia viria ao mundo e que no mesmo dia teu pai seria morto e
eu feita escrava”. “És tu minha mãe!” Gritou Ifa e ordenou que a banhassem e oferecessem
muitos e belíssimos vestidos, além de um torso branco para adornar a cabeça. Em seguida,
Ifa fez com que a mulher se assentasse ao seu lado, sobre uma grande almofada branca
denominada akpakpo e pegando uma cabra, ordenou que a imolasse em honra de sua mãe,
que passou desde então, a viver ao seu lado, cercada de todas as honrarias e reverências
reservadas a mãe de um rei.
É por isto que sempre que se oferece um sacrifico a Odi Meji, dever-se lembrar desta
história e pega-se um akpakpo que serve de assento para Nã, um pano de cabeça (kpokun
abuta), uma cabra, farinha de milho misturada com azeite de dendê (amiwo) e oferece-se a
Nã Naxixe a mãe de Ifa.
(2) Odi Meji disse: “Metolõfi, por avareza, não quis sacrificar um boi, de malhas brancas e a
morte veio busca-lo.”
Quando Ifa estava ainda no ventre de sua mãe, pediu que seu pai pegasse um boi
malhado de branco e oferecesse em sacrifício, a fim de evitar que dentro de três anos, uma
guerra viesse dizimar o seu reino. Seu pai negligenciou o sacrifício e no dia do nascimento de
Ifá, seu pai morreu e sua mãe foi capturada como escrava.
Três anos depois, a guerra arrasou o pais e Ifá mandou que Ajinoto, a parteira, o
encerrasse dentro de uma cabaça, de forma que ninguém o pudesse ver. A parteira foi
encarregada também, de avisa-lo logo que alguém passasse por perto, para que ele
revelasse ao passante, a causa de seus sofrimentos e os remédios e sacrifícios que
resolveriam todos os seus problemas.
Tudo ocorreu da forma como Ifá planejara e o homem que passou naquele local, não
hesitou em levar para sua casa, a cabaça onde Ifa havia sido encerrado.
Para deslumbramento de todos, Ifá, de dentro da cabaça, dava conselhos, receitava
medicamentos e resolvia os mais difíceis problemas.
Um dia, Ifa ordenou que alguém se dirigisse ao mercado onde, pelo preço de quarenta
e um cauris, deveria comprar sua mãe que estava sendo vendida junto com outras escravas.
“A primeira mulher que for oferecida deve ser comprada, pois esta é minha mãe”.
Naquela época, Ifa costumava aceitar sacrifícios humanos no festival de Fanuwiwa.
Quando a escrava adquirida no mercado foi trazida, Ifá ordenou que lhe fosse
entregue certa quantidade de milho, para que pilasse e transformasse em farinha destinada a
preparação do amiwo.
Enquanto pilava o milho, a mulher ouvia os consultantes invocando Ifá, “Orunmila!
Akefoye! Agbo wi dudu nu do fe to!” (Orunmila! Akefoye! Se teu nome é Ifá, jamais
esquecerás de mim!). Reconhecendo em Ifá o seu próprio filho, a pobre mulher pôs-se a
cantar em voz alta a saudação que ouvia: “Orunmila! Akefoye! Agbo wi dudu nu do fe to!”
As pessoas contaram a Ifa sobre a mulher que cantava aquela saudação enquanto
pilava o milho e Ifá ordenou que ela largasse aquele trabalho e que, no dia seguinte pela
manhã, chamasse por ele, junto com seus fiéis, para que pudesse mostrar a todos de que
forma deveria ser corretamente alimentado. Ordenou ainda, que fosse preparado um akpakpo
e dois panos brancos de cabeça denominados kpokun abuta, proibindo a todos de olharem
para aqueles objetos.
Como Ifá vivera até então, fechado dentro de sua cabaça, jamais havia sido visto por
ninguém. Quando todos se afastaram, Ifá saiu de sua cabaça coberto por um grande chapéu,
vestindo um avental de pérolas e calçando sandálias, indo sentar-se no alto de um tripé de
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
onde gritou: “Olhem bem, sou eu Ifá! que ninguém viu jamais... A mulher que mandei comprar
no mercado de escravos, deve ser trazida até aqui!”
A mulher foi trazida a sua presença e Ifá mostrou-a a todo mundo, dizendo: “Olhem
bem, esta é minha mãe! Quando eu estava no seu ventre, determinei que meu pai
deveria sacrificar um boi malhado de branco, para evitar malefícios que já estava previstos,
más meu pai não atendeu minha orientação e todo mal acabou por se concretizar.
Tanto tempo se passou e eu comprei esta escrava para ser sacrificada em minha
honra. Entretanto não sacrificarei, não poderia trair minha própria mãe, mesmo que ela me
tenha traído.”
Dito isto, ordenou que cortassem os longos cabelos de sua mãe, que envolvessem sua
cabeça com um belo torso branco e que a instalassem sobre a almofada akpakpo. Depois
pediu um boi e um cabrito para serem sacrificados. Com a farinha moída por sua mãe,
mandou preparar um amiwo para ela, que não poderia ser comido em sua presença.
Desta forma, assentada sobre um akpakpo, transformou-se ela em Nã, mãe de um rei.
Aos jovens que prepararam as carnes do boi e do cabrito, assim como o amiwo,
ordenou que fosse dado uma parte de cada coisa, para que comessem depois da cerimônia.
Depois das cerimônias de Nã, aqueles que prepararam os alimentos a ela oferecidos,
recebem uma pequena parte destes alimentos, parte esta que recebe o nome de kle ou kele e
que só pode ser consumido depois que o Vodun for servido. (Este rito acompanha as
cerimônias às Divindades Nagô sob o nome Atowo e as divindades Fon sob o nome de
Nudide).
A mãe de Ifá disse então a seu filho que sentia-se muito envergonhada pois não
merecia tantas honrarias e que naquela dia iria encontrar-se em Lõ (local para onde vão os
espíritos dos mortos), com seu finado esposo.
“A partir de hoje, quando fizerem uma cerimônia em minha honra, digam: “Nã Kuagba!
(Nã seja bem vinda!) e virei receber as oferendas.” Disse a mulher.
Nã disse ainda, que faria o Sol tornar-se mais brando ou mais quente, comandando-o
de cima de seu akpakpo.
A partir de então, realiza-se sempre o ritual de Xe Nã (dar comida a Nã), quando
terminam os festivais Fanuwiwa.
(3) Odi Meji diz: “Não se pode ocultar um cadáver de uma mosca!” O rei Metolõfi não gosta da
mosca porque não conseguia ocultar nada dela. Um dia, resolveu coloca-la a prova, sob pena
de morrer se acaso falhasse no teste.
Certo dia, a Mosca teve um sonho, atraves do qual foi avisada para manter-se em
guarda, pois a menor distração poderia representar sua morte. Pela manhã, logo ao
despertar, Mosca foi consultar Ifá, que lhe mandou oferecer um sacrifício de quatro galinhas,
quatro pombos e farinha. A Mosca ofereceu os bichos, más preferiu entregar a farinha a sua
mãe, para ser por ela vendida.
Enquanto isto, Metolõfi mandou preparar duas grandes esteiras em forma de sacos.
Numa das esteiras, pintada de fuligem negra, colocou um Xla (hiena), na outra, pintada de
branco e vermelho, enfiou um Kpo (leopardo), sendo que os dois animais estavam vivos. Dois
carregadores foram encarregados pelo rei de levarem as esteiras, com seus perigosos
conteúdos, até a casa de Mosca, para que esta adivinhasse o que havia dentro, sobe pena
de, em caso de erro, ser punida com a morte.
Chegando a cidade, os carregadores encontraram uma mulher que vendia mingau de
farinha e arriando seus pesados fardos, comeram do mingau ali vendido, sem saber que a
mulher era a mãe de Mosca.
Tendo acabado de comer, o primeiro carregador dirigiu-se à sua carga e perguntou em
voz alta: “Xla! Queres comer um pouco de mingau de farinha?” e como a hiena aceitasse,
entregou-lhe uma porção do alimento.
O segundo carregador, seguindo o exemplo de seu companheiro, dirigiu-se a sua
carga e perguntou: “Kpo! Kpo! Queres mingau de farinha?” e o leopardo aceitou.
Descobrindo a armadilha, a mãe da mosca tratou de arquitetar um plano para deter os
carregadores, enquanto ia avisar à sua filha e dirigindo-se a eles, falou: “Tomem conta de
minhas coisas enquanto vou em casa buscar água fresca para beberem.”
62
JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Chegando em casa, avisou a mosca que na esteira pintada de preto, havia uma hiena
e que na outra de branco e vermelho, havia um leopardo, retornando em seguida com a água
para os homens.
Depois de saciarem a sede, os homens perguntaram à mulher onde ficava a casa de
Mosca. “Estão vendo aquela casa ali a frente? é de lá que vejo sair todas as manhãs. Vão até
lá e a encontrarão.”
Chegando a casa da Mosca, os carregadores bateram e foram atendidos pela própria.
“Somos mensageiros do rei Metolõfi que nos mandou procura-la.”
“Procurar por mim? E com estas feras sobre as cabeças? Tu carregas um Xla, um Xla
vivo! Trate de deixa-lo bem longe de mim! E tu... tu trazes um kpo vivo e não o quero aqui em
minha casa! Tratem de levar esta feras para o local de onde as trouxeram!”
Os carregadores, sem ao menos arriarem os seus fardos, voltaram a presença do rei a
quem disseram: “Esta mosca é terrível, nem chagamos a depositar nossas cargas no chão e
ela já havia identificado o conteúdo!”
Desolado o rei respondeu: “É, ela é mesmo terrível. Não pude elimina-la desta vez e
ela continuará a viver e a descobrir tudo, ainda que esteja muito bem oculto.”
Ebó: Quatro eiyele, quatro adie, bastante mingau de farinha. Prepara-se dois sacos
confeccionados com esteiras (tipo nagô); um dos sacos é tingido de negro e o outro de
vermelho e branco (usar carvão, efun e osun). Em cada um dos sacos, coloca-se um boa
quantidade de mingau de farinha, sacrifica-se os bichos à Elegbara (ejé no igba), coloca-se os
animais mortos dentro dos sacos, dividindo em partes iguais e despacha-se próximo a uma
lixeira.
Este ebó é indicado para pessoas que tenha sua liberdade ou suas vidas ameaçadas.
(4) Havia naquele tempo, uma tribo de selvagens que costumava atacar as aldeias
circunvizinhas, onde faziam prisioneiros pra serem transformados em escravos.
Foi assim que Olatunde foi transformado em escravo e penava sob maltratos e a mais
absoluta miséria.
Certo dia, o pobre escravo retornava de sua labuta diária, quando encontrou caído no
chão um pedaço de obi. Cheio de fome, pegou o achado e tratou imediatamente de come-lo,
no que foi pilhado por seu cruel senhor, que sem hesitar, acusou-o de haver roubado o obi de
seu celeiro.
Levado a julgamento, o infeliz foi condenado a morte, embora protestasse por sua
inocência.
Era costume daquele povo, encerrarem os condenados a morte em uma grande caixa
de madeira, que depois de devidamente lacrada, era atirada do alto de um penhasco às
águas revoltas do rio que por ali passava, cabendo ao condenado a chance de realizar sua
última vontade.
Indagado sobre o que gostaria de fazer antes de ser executado, o prisioneiro
expressou o desejo de oferecer um sacrifico em louvor de seus ancestrais, para que quando
chegasse em Ló (*), pudesse ser recebido de maneira satisfatória.
Concedida a permissão, recebeu de seus algozes o material necessário para o
sacrifício. Dentro de um jacá (cesto com tampa), sacrificou uma cabra, duas galinhas, um preá
e dois galos, que foram depositados dentro do cesto. Por cima dos animais sacrificados,
colocou dois peixes assados, aguardente, epô e todas as coisas que agradam a Egun. O jacá
foi então fechado e muito bem amarrado com cordas sem uso anterior, sendo em seguida
atirado às águas do rio. Logo que terminou seu ritual, o homem foi amarrado e encerrado na
caixa, que depois de bem fechada, foi atirada do alto do abismo, nas águas do rio.
Ao chocar-se com a superfície das águas, a caixa não se quebrou e flutuando, foi
arrastada até uma localidade muito distante, onde foi resgatada por pescadores que ficaram
estarrecidos com seu achado. Verificando que o condenado ainda estava vivo, conduziram-no
até a cidade para apresenta-lo as autoridades locais.
Ora, os pescadores estavam longe da cidade há muitos dias e desconheciam o fato de
que, depois de sua partida, o rei havia falecido e seus funerais estavam sendo realizados.
Segundo as leis do país, quando morria um rei sem deixar filho varão, o primeiro estrangeiro
que surgisse na cidade, seria coroado rei e desta forma, Olatunde, que por força do sacrifício
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
que oferecera a seus ancestrais, fora salvo da morte, tornou-se rei daquele pais, livrando-se
para sempre da miséria e do sofrimento.
(*) Lugar para onde vão os espíritos dos mortos.
Ebó: Conforme descrito no itan, este sacrifício é indicado para pessoas que se
encontrem em dificuldades de todos os tipos, principalmente em relação a condenações,
desemprego ou falta de recursos financeiros.
(5) Odi Meji foi o signo que as mulheres encontraram, no tempo em que não tinham nádegas
e desejavam ter.
Para resolver o problema, as mulheres foram consultar Azwi a lebre, que advinhava
por intermédio das folhas Kwelekun (Cajanus Indicus).
A própria Azwi, quando chegou a este mundo, consultou Ifá, que lhe determinou um
sacrifício com uma galinha, um sosiovi (pedra de raio, também conhecida como edun ara
entre os Yoruba), um bastão de caça e um ofa.
No entanto, mesmo tendo negligenciado seu próprio sacrifício, a lebre metia-se a dar
consulta com as folhas, como se para isso tivesse permissão.
Na consulta das mulheres, Azwi pediu em sacrifício, duas galinhas e duas grandes
porções de farinha e quando as mulheres trouxeram os ingredientes, ele fez o ebó.
Legba no entanto, recusou o sacrifício dizendo: “Quem mandou fazer este ebó?” E
Azwi respondeu: “Foram as mulheres que consultaram para adquirirem nádega:. E Legba
exasperado: Agbo afa kan me ji te ka sin? Esin do Azwiji! (Quem é que está consultando sem
ter feito seu sacrifício? É a lebre!) Como Azwiji, tu não fizestes teu próprio sacrifício e te
permites prescrever coisas aos outros? isto não ficará assim!”
Legba convocou todos os caçadores do país e fazendo-os entrar entre as folhagens
de kwelekun, falou: “Os grãos de Angola que vocês tanto apreciam, estão sendo guardados
por um animal, para seu próprio consumo.” Os caçadores, com suas armas de caça, saíram
em perseguição a lebre, gritando: “Matem! Matem!”
Morta a lebre, sua carme foi comida e só então descobriram o quanto é deliciosa.
Foi então que Legba sentenciou: “Aquele que pretende oferecer uma cadeira a
outrem, deve cuidar antes, que ele mesmo tenha uma. A lebre que nada tinha e quis dar
alguma coisa aos outros, está morta!”
Aquele para quem surgir este signo, oferecerá em sacrifício, dois bastões de caça
(dãkpo), um ofa em miniatura e uma pedra de raio, para que não tenha o mesmo destino da
lebre.
(6) Oderere era o nome do advinho que consultou Ifá para Orinrere e sua mulher, que viviam
da venda de folhas de palma que recolhiam na floresta, mas que tendo perdido o seu facão,
não tinham como realizar o seu trabalho.
Na consulta, surgiu Odi Meji, que determinou um ebó que deveria ser entregue
próximo ao local onde o facão havia desaparecido.
Feito o ebó, o casal embrenhou-se mata a dentro, na esperança de encontrar a
ferramenta, quando depararam com as ruínas de um palácio muito antigo e abandonado.
Penetrando no que em tempos passados fora o salão principal do palácio,
encontraram meio encoberto pela vegetação, um grande pote de barro, no interior do qual
alguém havia guardado muitos objetos de valor. Recolhidos os objetos e vendidos, pode o
casal apurar uma substancial importância em dinheiro, o que lhes garantiu uma sobrevivência
confortável para o resto da vida.
Ebó: Adié meji, um facão de mato, epo, oti, mel. Sacrifica-se as adie a Elegbara,
deixando o eje correr sobre o facão e o igba. Procede-se normalmente com os demais
ingredientes. O facão sai junto com o carrego que deve ser despachado dentro de uma casa
em ruínas e tomada pela vegetação.
Este caminho indica possibilidades de melhoras financeiras ou recuperação de
emprego, cargo ou negócio perdido.
(7) Naquele tempo, Odi era considerado como um grande Babalawo, muito respeitado por sua
competência de prever o futuro. Sabedores de sua fama, dois sujeitos foram procura-lo, em
diferentes oportunidades, para saberem como deveriam proceder para que tudo lhes corresse
bem nesta vida.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Ao primeiro consulente, Odi determinou um sacrifício com um carneiro e ao segundo
que era cego, um sacrifico com um galo.
Odi, no entanto, não havia cumprido com o seu próprio preceito, que era o de fazer um
certo ebó sempre que consultasse qualquer pessoa.
O homem a quem fora determinado o sacrifico do carneiro, padecia de uma moléstia
nas pernas, que lhe trazia sofrimento. Na hora do ebó, o homem segurou o carneiro e pediu
com muita devoção que o Egun de seu pai aceitasse o sacrifício e aliviasse seus males.
Repentinamente o carneiro atacou-o com violenta cabeçada, que atingiu em cheio seus
testículos. Uma dor insuportável fez com que o pobre homem rolasse no chão desesperado,
enquanto uma grande quantidade de liquido maligno, que durante muitos anos havia se
acumulado em seus órgãos ocasionando todo o sofrimento, era expelido completamente.
Desta forma, assim que passou a dor, o homem pode observar que estava
completamente curado.
No dia seguinte, chegou o cego com o galo pra ser oferecido ao Egun de seu próprio
pai. Na hora do sacrifício, o galo debateu-se furiosamente e suas unhas, atingindo as vistas
do homem, retiraram delas, não sem muita dor, uma pele que impedia sua visão. Depois de
estancada a hemorragia, o homem descobriu que já podia enxergar com perfeição.
Dias depois, os dois homens resolveram regressar a casa de Odi para agradecerem
pelas graças recebidas e coincidentemente encontraram-se no caminho.
Ao chegarem ao seu destino, encontraram Odi acorrentado a uma cadeira e souberam
que aquilo era um castigo que deveria ser cumprido, porque Odi havia negligenciado seu
próprio sacrifício.
Em agradecimento pelas curas em que haviam sido submetidos, os dois homens
propuseram-se a comprar os ingredientes para que Odi pudesse oferecer o seu ebó e assim
fizeram eles mesmos o sacrifico em favor de Odi.
No mesmo dia, a filha do rei daquele pais, foi acometida de um desmaio que a deixou
fora de si por muito tempo. Conhecedor dos poderes curativos de Odi, o rei ordenou que ele
fosse solto imediatamente e levado a sua presença, implorando-lhe que curasse sua filha.
Sem perda de tempo, Odi providenciou uma medicina que curou a menina
imediatamente e o rei, como prova de gratidão, fez com que Odi desposasse sua filha.
A partir de então, Odi passou a residir no palácio real, com honras de príncipe e nunca
mais conheceu dificuldades.
Ebó: Um carneiro, um galo, um preá, um garfo, uma colher, uma faca de mesa e um
prato. O preá é sacrificado a Elegbara, o carneiro e o galo são sacrificados a Egun (ancestrais
familiares da pessoa), junto com o prato e os talheres.
Este trabalho é indicado para problemas de saúde e de sofrimentos causados por
ingratidão.
SIGNIFICADO E INTERPRETAÇÃO
EJIONILE MEJI
Ejionile é o 8º Odu no jogo de búzios e o 1º na ordem de chegada do sistema de Ifa,
onde é conhecido pelo nome de Ejiogbe.
Responde com 8 (oito) búzios abertos.
Em Ifá, é conhecido entre os Fon (Jeje), como “Jiogbe”. Para melhor eufonia dos
cânticos, costuma ter as silabas invertidas para Gbe-Jime.
Um outro nome com que é muito conhecido é Ogbe Meji, dentro do sistema divinatório
de Ifá.
Ejionile, Jionile ou Jionle, devem ser contrações das palavras Oji lo n’ile, cuja tradução
é: “Aquele que possui a Terra (o mundo). “Este Odu recebe ainda, em nagô, os seguintes
nomes:
Ogbe Oji - Duas palavras (vida e morte).
Oji Nimor Gbe - Eu recebi duas dádivas.
Alafia - Coisas boas.
Awulele - Cumpra com seu sacrificio e serás bem sucedido.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Aluku Gbayi - Aquele que, conhecendo a morte, se ergue sobre o mundo. Ele sabe se agitar
ao redor do Sol.
Sua representação indicial em Ifá é:**
**
* *
**
que corresponde, na Geomancia Europeia, a figura denominada “Via”.
Ejionile é um Odu composto pelos Elementos Fogo sobre Fogo, o que indica
dinamismo puro que impede, de forma instintiva, à conquista do objetivo.
Corresponde ao ponto cardeal Leste, a carta n. 1 do Tarot (O Mago) e seu valor
numérico é o 1.
Sua cor é o branco, podendo por vezes aceitar também o azul. É um Odu masculino,
representado esotericamente por um circulo inteiramente branco.
O circulo representando Ejionile (Ejiogbe), chama-se Gbe-Me, seu interior é branco,
como branco é o amanhecer do dia. ë o universo conhecido e o desconhecido, chama-se em
fon, Keze e em yoruba, Aye.
Ejionile é considerado o pai dos demais Odu, sendo portanto, o mais velho de todos,
com excessão de Ofun Meji, de quem foi gerado.
Sua principal função é de proteger o nosso mundo, suprindo-o em todas as suas
necessidades e cuidando de sua permanente renovação. Representa o Oriente, é o senhor
do dia e de tudo o que acontece durante ele. É responsável pelo movimento de rotação, que
provoca, depois de cada noite, o surgimento de um novo dia.
Controla os rios, as chuvas e os mares, a cabeça humana e as dos animais. O pássaro
lekeleke - consagrado a Oshalá, o elefante, o cão, a arvore Iroko, as montanhas, a terra e o
mar pertencem a este signo, assim como todas as coisas naturalmente brancas.
Rege o sistema respiratório e tem também, sob suas ordens a coluna vertebral, além
de todo o complexo de vasos sanguineos do corpo humano, embora se saiba que o sangue
não lhe pertence, mas a Osa Meji.
As pessoas pertencentes a este odu, são impulsivas, chegando quase a
irracionalidade. Seus objetivos devem ser atingidos a qualquer preço, mesmo que represente
o sacrifico de outrem.
Possuem desenvolvimento intelectual mediano, alimentado por uma curiosidade
incontrolavel e enfraquecido por imaginação excessiva, que os leva a criar fantasias
demasiadamente absurdas.
Tendem ao vulgar, ao mais facil, ao comum, não se importando muito com a qualidade
das coisas.
Costumam ser diretos e sutileza é coisa que desconhecem quase que totalmente.
SAUDAÇÕES DE EJIONILE:
Em Nago:
Baba Ejionile alalekun moni lekun oko lola
Omodu aboshun omo eni ko shé
Ileke ri shi ka mu
Ileke omo lori adifafun aladeshe
Imaparo tin babeledi agogo.
Em Fon:
Mi kan Jiogbe.
Ku li ma nun nu mi o!
Tradução:
Salve Ejiogbe.
Que os caminhos da morte não a conduzam a nós!
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
EJIONILE EM IRE:
Quando em Ire, Ejionile pode indicar, principalmente: Independência, determinação,
um caminho aberto e que deve ser seguido, auto suficiência, vitória sobre o inimigo,
dedicação em face de problema próprio ou alheio, desenvolvimento intelectual pela vontade
de saber, vitória em problemas de órdem financeira.
EJIONILE EM OSOGBO:
Em Osogbo, este Odu pode indicar: Perdição pelo jogo, estupidez, teimosia,
irracionalidade, ações impensadas que ocasionam problemas, confusão, agressividade, fúria
incontrolada, casos judiciais, uma aventura que terá final desastroso, falta de escrupulos,
adultério (por parte do cliente), sexualidade excessiva. Fala de doenças (Osogbo Arun) como:
anemias, males do estômago, das mamas, da garganta e do ventre, loucura por imaginação
excessiva, problemas da coluna vertebral e do olho esquerdo.
Neste Odu, falam as seguintes Divindades:
Voduns (Jeje): Xevioso, Sakpata, Lisa, Mawu, Gu e Gbaadu.
Orisha (nagô): Obatala, Shangô, Ayra, Ogun e Omolu.
INTERDIÇÕES DE EJIONILE:
Ejionile proibe aos seus filhos: Roupas vermelhas, pretas ou de cores
demasiadamente escuras; emú (vinho de palma); carne de galo, de cobra e de elefante; bolo
de acassa que tenha sido enrrolado em folha de bananeira, pérolas negras, corais negros e
onix. Não devem também matar ratos.
SENTENÇAS DE EJIONILE:
(1) Óh Ejiogbe! Que o cheiro da morte jamais se oculte do cão. Que Aklasu (*) possa sempre
farejar no ar, o cheiro da morte!
(O cliente vem sendo enganado dentro de sua própria casa e o ebó prescrito, fará com que a
verdade seja descoberta).
(2) O buraco abriu a boca. O buraco não abre a boca se nada houver para ser engolido.
(O cliente encontra-se em perigo eminente de morte).
(3) Aklasu encontra um corpo sem vida e diz: “Graças a Ejiogbe, ainda existe alimento para
mim”.
(O Odu Ejiogbe, determina que o aklasu se alimente de carniça. Por este motivo, toda vez que
o animal encontra um cadáver, dá graças a Ejiogbe. O cliente pra quem for determinada esta
sentença, encontra-se em sérias dificuldades).
(4) O Iroko (árvore) e a parasita ava que o envolve, uma vez que se uniram, devem
envelhecer juntos.
(O cliente não deve abrir mão do que é seu ou separar-se de um ente querido. Qualquer
atitude nesse sentido, lhe trará grandes conseqüências).
(5) Óh, Ifá Ejiogbe! O brilho do Sol desbotará a bela coloração vermelha do agidibaun (**) que
vive nas montanhas!
(O cliente não deve expor-se em demasia, para não ver seu prestigio abalado ou diminuído).
(6) As pequenas contas brancas dos colares das sacerdotisas de Obatala, demonstram que
inegavelmente, elas são suas esposas.
(O cliente não deve pretender obter coisas, que por direito não lhe pertençam, usando para
isto métodos espúrios).
(*) Cão selvagem que habita as savanas).
(**) Espécie de preá de pelo avermelhado.
ITAN TI EJI-ONILE
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
(1) Os olhos chegaram ao mundo primeiro que a cabeça, sendo por isso seu irmão mais
velho.
Certo dia, Ashé - criador de todas as coisas, encheu uma cabaça com carne de
carneiro conservada em óleo de palma e embrulhou-a num belo corte de seda. Numa
segunda cabaça, Ashé colocou ouro, prata e pedras preciosas, embrulhando depois, em
panos comuns e de pouco valor.
Isto feito, chamou seus filhos Olhos e Cabeça, para que cada um escolhece uma
cabaça para si.
Deslumbrado com a beleza da seda, Olhos escolheu a primeira cabaça, deixando a
outra para seu irmão.
Desembrulhando a cabaça, deparou com a vianda nela contida e sem exitar, tratou de
come-la na companhia de alguns amigos.
Ao abrir a cabaça que lhe restou, Cabeça perguntou decepcionado: “Que farei com
estas coisas se não posso comer? enfim, como foi meu pai quem me deu, vou guarda-las
com muito carinho.”
No dia seguinte, Cabeça resolveu reexaminar o conteúdo de sua cabaça, derramando-
o sobre sua esteira. Só então percebeu do que se tratava e pôs-se a gritar: “Estou rico! Minha
cabaça vale infinitamente mais do que a de meu irmão!”
Tempos depois, Ashé reuniu seus filhos e lhes perguntou: “Muito bem, que
encontraram dentro das cabaças que lhes presenteei?”
“Na minha havia uma bela vianda que tratei logo de comer.” Disse Olhos.
“Dentro da minha, encontrei tudo o que representa riqueza e sou grato a meu pai por
me haver regalado com tão maravilhoso presente”. Afirmou Cabeça.
Então, Ashé sentenciou: Olhos, tu és muito avido! A visão te atrabalha, tu enxergas
sem ver. Cabeça, que melhor refletiu, escolheu a cabaça que, embora envolta em pano
comum, guardava em seu interior uma enorme fortuna. Por este motivo, será Cabeça quem, a
partir de hoje, tomará todas as decisões, sem se deixar enganar pelas aparências.
Depois disto, sempre que tivermos chanche, devemos dizer: “Minha cabeça é boa e
não meus olhos são bons”.
Canticos do Itan: Ta she dokpo we nõ nu, bo ta yi yo.
Ori bo ge, aboge, aboge
Ori she! Ori ta dokpo,
O gboge, gboge, gboge!
Tradução: Eu não tenho mais que uma cabeça que pensa.
E ela provem de muitas outras cabeças!
Minha cabeça é forte e pensante,
Oh! Cabeça, eu não tenho mais que uma!
Mas ela é forte e pensante!
Ebó: Duas cabaças médias, um pedaço de pano branco, um pedaço de pano
estampado de boa qualidade, um pedaço de carne de carneiro ou de bode, azeite de dendê,
ataré, 8 moedas, 8 búzios, 8 pedrinhas brancas pequenas, um pedacinho pequenino de ouro
e outro de prata. Abre-se as duas cabaças pelo meio, retira-se as sementes, deixando-as bem
limpas por dentro, pinta-se por dentro e por fora com efun. Numa delas se coloca o pedaço de
carne, dendê e vários grãos de ataré e embrulha-se no pano estampado. Na outra, coloca-se
as moedas, os búzios, as pedrinhas, o ouro e a prata, fecha-se e embrulha-se no pano
branco. Oferece-se as duas cabaças a cabeça do cliente e despacha-se a que contem a
carne, numa mata. A outra, deve ficar guardada na casa do cliente e participar, todas as vezes
em que a pessoa tomar bori.
Este ebó é indicado para melhorar a sorte e fortalecer a cabeça. Pode ser indicado
sempre que, na consulta, surgir o símbolo indicador de que é o Ori do cliente, quem se
encarrega de solucionar o problema. Recomenda-se dar Oshebili ao Ori, depois do ebó.
(2) Ejiogbe desposou uma mulher, que lhe deu dois gêmeos em sua primeira gravidez.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
Dois meses depois do parto, a mãe teve relações com um homem, que queria a
qualquer preço, leva-la para longe de seu marido. A mulher concordava em fugir com seu
amante, mas não descobria de que maneira poderia assumir seu ato, sem trágicas
conseqüências.
Certo dia, o sedutor entregou à mulher um pó negro, poderoso veneno, que deveria
ser misturado à comida do esposo, o que segundo ele, iria solucionar definitivamente os seus
problemas.
No dia seguinte, a mulher preparou um nunsunun (*) e aproveitando-se da ausência do
marido, derramou sobre o alimento uma grande quantidade do veneno que lhe presenteara
seu amante, tendo antes o cuidado de separar uma parte num recipiente a parte.
Quando o marido regressou, a mulher serviu-lhe a comida envenenada, retirando-se
em seguida, sob a alegação de que iria buscar um pouco de água fresca, no poço próximo de
casa.
Acontece que, na hora em que a mulher envenenou a comida, Zinsu, o mais novo dos
gêmeos, que a tudo assistira, marcou o recipiente com a parte envenenada.
Antes do nascimento dos gêmeos, o Bokonõ do local, previra que tal acontecimento,
seria seguido de uma grande desgraça para aquela família e para evitar que a profecia se
cumprisse. Zinsu resolveu avisar a seu pai, da trama que estava sendo preparada contra ele,
mostrando-lhe onde estava a porção boa de alimento, que a mulher havia separado pra seu
próprio consumo.
Incontinente, o pai trocou a comida envenenada, para o recipiente em que se
encontrava a parte boa, tratando de come-la imediatamente, o que foi presenciado pelo outro
gêmeo, chamado Sagbo.
Quando a mulher voltou com a água, Sagbo contou-lhe tudo o que acontecera em sua
ausência e a mulher, com grande alarido, convocou a presença de toda a vizinhança, gritando
que o marido tentara envenena-la.
O acontecimento foi levado ao conhecimento do rei Metolõfi que, imediatamente,
intimou a sua presença o marido, interrogando-lhe sobre as acusações que lhe fazia a mulher.
Ouvindo as alegações do homem, o rei resolveu tomar depoimento dos gêmeos que,
apesar da pouca idade, foram ouvidos como se fossem adultos, depondo em separado.
Interrogado primeiro, Zinsu afirmou não conhecer a origem do veneno que sua mãe
colocará na comida de seu pai, mas que considerava o seu nascimento e o de seu irmão,
como um sinal de azar para a familia, principalmente se seu pai viesse a morrer, decorridos
apenas dois meses de seu nascimento e que por este motivo, havia denunciado a trama de
sua mãe.
Sagbo, por sua vez, declarou que sua mãe havia realmente envenenado a comida
destinada a seu pai que, sabedor disto, trocara os alimentos de prato, consumindo o bom e
deixando o envenenado pra sua mulher, com a intenção de castiga-la. Tomara a decisão de
avisar sua mãe sobre o ocorrido, por achar que, se ela tivesse morrido, não haveria dúvida de
que a culpa seria atribuida ao seu nascimento e de seu irmão que, segundo a previsão do
advinho, traria desgraça a sua família.
Foi então que Metolonfi disse ao pai dos gemeos: “Tu es defendido por duas pessoas.
Tu chamaras sempre pelo seu nome, em sua proteção, este nome é Ibeje.”
O consulente que corre o risco de sofrer uma traição, descobrirá tudo em tempo e se
livrará do mal que lhe estiverem tramando.
(*) Prato tipico do Benin.
Ebó: Dois pombos brancos, um pedaço de fita vermelha, um pedaço de fita azul, ori da
costa. Enfeita-se os pombos com laços de fitas no pescoço (um com cada cor), durante oito
dias a pessoa que vai fazer o ebó, deve cuidar dos pombos com todo carinho, dando-lhes
água e alimentação e passando-os no corpo uma vez por dia. No oitavo dia, os pombos
deverão ser levados a uma mata e ali, depois de serem passados pela ultima vez no corpo da
pessoa, devem ser soltos com vida e levando suas fitas ao pescoço, devendo ter seus pés e
bicos, untados com a banha de ori. Depois de obtido o resultado desejado, oferece-se um
caruru aos Ibeje.
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JOGO DE BÚZIOS
UM BREVE ENSAIO AO SISTEMA ORACULAR – MERINDILOGUN
(3) Naquele tempo, a Terra havia sido criada e sua extensão ainda era muito pequena,
estando a maioria do globo, coberta pelas águas do oceano.
Olofin ordenou que os orishas, viessem habitar sobre a pequena faixa de terra firme
então existente, pra ali estabelecerem o ambiente nescessário, para o surgimento da vida
humana.
Todos foram consultar Orunmilá e na consulta, surgiu a figura de Ejiogbe (Ejionile),
sendo determinado um sacrificio, que todos os Orishas deveriam oferecer, para que suas
missões fossem coroadas de sucesso.
Como o ebó determinado fosse muito despendioso, todos, com excessão de Orishala,
negligenciaram-se a fazê-lo e assim, rumaram para a terra recem criada.
Como Orishala oferecera o seu sacrificio, foi o primeiro a chegar, já que Eshú lhe
indicara o caminho mais curto e sem qualquer obstáculo. Aos outros, Eshú criou todos os
tipos de dificuldades e desta forma, ao chegarem a terra, encontraram Orishala já
estabelecido.
Durante o tempo em que Orishala permaneceu sozinho sobre a terra, teve que fazer,
com suas próprias mãos, todo tipo de serviço pesado, como cortar e carregar lenha para a
construção de seu palácio, o que lhe provocou uma deformação nas costas, passando, a
partir de então, a caminhar apoiado num cajado.
Um a um, os Orishas foram chegando e todas as terras já estava cercadas e
plantadas, sendo Orishala seu legítimo dono.
Sem ter onde ficar e estabelecer seus reinos, reuniram-se em assembléia, para
deliberarem de que maneira iria proceder, para que pudessem cumprir suas missões e a esta
reunião, orishala também compareceu.
“Que desejam, agora que realizei todo o trabalho pesado? ”Perguntou o poderoso
Funfun. “Só lhes resta habitarem as profundezas de Okun (*), já que ao chegarem,
encontraram toda a terra trabalhada por mim!”
Diante da posição do Orishala, os demais Orishas prostraram-se diante dele e com os
rostos encostados no solo, suplicaram que lhes desse um pedaço de terra firme, para que
pudessem realizar seus trabalhos e que ficasse ele mesmo com os mares e toda a riqueza
neles contidas.
Orishalá então, nomeou Olokun, seu filho mais velho, para reinar sobre os Oceanos,
enquanto ele reinava sobre todo o planeta, concordando em distribuir, entre todos os Orishas,
um setor da natureza, para que ali pudesse estabelecer os seus reinados, sempre prestando
obediências a ele, coroado e aclamado por todos, como o rei dos reis.
A partir de então, por ter feito o ebó determinado, Orishalá passou a ser o mais
importante dentre todos os Orishas, seus reinos se expandiram, na medida em que as águas
do mar iam deixando mais e mais terras habitáveis e os demais Orishas puderam cumprir
suas missões, governando os elementos e as diversas manifestações da natureza.
Este itan se aplica as pessoas que por seus próprios esforços e méritos, pretendem
obter um lugar de destaque na vida.
Ebó: Oito espigas de milho verde bem tenras, mel de abelhas, efun, ori. Descascam-se
as espigas, assam-se ligeiramente num braseiro. Depois de assadas, passa-se ori e rega-se
com mel; arruma-se numa tigela branca. Pulveriza-se com pó de efun, pó de peixe e de preá.
Cobre-se tudo com algodão e deixa-se por oito dias nos pés de Oshalá, mantendo iluminado
com velas ou lamparina de óleo de algodão. No oitavo dia, leva-se à uma mata e despacha-se
sob uma árvore velha e frondosa, forrando o chão com pano branco. O pó de peixe e de preá
devem ser preparados em casa, torrando-se os bichos e reduzindo a pó, num ralador. (é bom
ter-se em casa estes ingredientes guardados em vidros, pois são muito utilizados em
trabalhos de Ifa.).
(4) Naquele tempo, Orunmila não era mais que um jovem, que de excepcional, possuía
apenas uma vontade imensa de saber tudo o que pudesse.
Em suas andanças sobre os países então conhecidos, soube da existência de um
grande palácio, onde havia dezesseis quartos, num dos quais encontrava-se aprisionada uma
belíssima donzela denominada Sabedoria.DOUGLAS HARTThttp://www.blogger.com/profile/18060023167714836055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-166951183833632451.post-48994799929250546382012-04-30T21:12:00.000-07:002012-04-30T21:12:38.512-07:00REZAS DO BATUQUEBÁRÁ
T. Exu o Lodê...................................................................R. Exu exu o Bará Lanã
T. Bará exu.......................................................................R. Bará
T. Lanã exú.......................................................................R. Bará
T. Lodê exu.......................................................................R. Bará
T. Alalupagema.................................................................R. Alalupagema
T. Alalupaô........................................................................R. Alalupagema
T. Ai o ke Bará..................................................................R. Alalupagema
T. É Bará Bará..................................................................R. Alalupagema
T. Bará exú li.....................................................................R. Alalupagema
T. Bará exu Lanã..............................................................R. Alalupagema
T. Bara Dague..................................................................R. Alalupagema
T. Bará Lodê.....................................................................R. Alalupagema
T. Bará Agelú....................................................................R. Alalupagema
T. Bará Gelufã..................................................................R. Alalupagema
T. Xoni xoni xoni padô......................................................R. Guem guem guem guem xoni padô
T. Bará no éco xoni padô.................................................R. Guem guem guem guem xoni padô
T. Amaxere onibará exu abanadá amaxere
onibá exu abanadá.......................................................R. Amaxere onibará exu abanada amaxere onibá exu
abanadá
T. Ogum ademi xexemirê.................................................R. Ogum ademi xexemirê
T. Ogum ademi xexemibará.............................................R. Ogum ademi xexemirê
T. Exú jalãna fuá...............................................................R. Exú jalãna fumalé
T. Exú jalãna idê...............................................................R. Exú jalãna fumalé
T. Bará exu berim.............................................................R. Exu berim exu berim Lanã
T. Lanã exu berim.............................................................R. Exu berim exu berim Lanã
T. Bará é a bana bana exú a bana é................................R. Exú a bana bana exú a bana é
T. Ae ae onibaraô ae ae onibaraô amacélo
T. Ogum o amacélo Ogum já ae ae onibaraô..................R. Ae ae onibaraô ae ae onibaraô amacélo Ogum o
amacélo Ogum já ae ae onibaraô
T. Onibará o eléreo...........................................................R. Ae ae onibará
T. Óia óia..........................................................................R. Óia o elefa
T. Exu demi modibará com seu ajó modipaim.................R. Exu demi modibará com seu ajó modipaim
T. Oelebará oeleô elebará oeleo modibará oeléfa epô....R. Oelebará oeleô elebará oeleo modibará oeléfa epô
T. Barabô anarue aexulanã barabó anarue aexulana
amadeconi coni Bará Ogum talabô Bará oeléfa
exulanã.........................................................................R. Barabô anarue aexulanã barabó anarue aexulana
amadeconi coni Bará Ogum talabô Bará oeléfa
exulanã
T. Ogum abeô olebara Ogum abeô..................................R. Ogum abeô olebara Ogum abeô
T. Cara cara mexe............................................................R. Lebara lebara lebara
T. Ogum megê mireuo......................................................R. Lebara lebara lebara
T. Lodé megê mireuo........................................................R. Lebara lebara lebara
T. Megê megê mireuo.......................................................R. Lebara lebara lebara
T. Megê megê...................................................................R. Bara e Ogum megê mireuo
T. Cara megê....................................................................R. Bara e Ogum megê mireuo
T. Bararãmo jecum lodá bararãmo jecum lodá babarum
éco barárundeô bararãmo jecum lodá bararamo reumR. Chegou lodá
T. Baramo reum................................................................R. Chegou lodá
T. Papainhale....................................................................R. Papainhale
T. Exulãna fomiô baralana fumaléo..................................R. Exulãna fomiô exulãna fumaléo
GEGÉ
T. Olebará iaboduma sanabore oeléba............................R. Olebará iaboduma sanabore oeléba
T. Olebará iaboduma oaçakere keoue.............................R. Olebará iaboduma oaçakere keoue
T. Ocoro ocoro ocoro okere kere kere o eléfa iaboduma.R. Ocoro ocoro ocoro okere kere kere ocoro ocoro
ocoro e eléfa iaboduma
T. Ogum léba ...................................................................R. Ogum
T. Ogum fererê.................................................................R. Ogum
T. Ogum dae ae ae...........................................................R. Ogum dae anaisô
T. Ogum onira alasebó.....................................................R. Ogum dae anaisô
T. Ogum abeô Ogum anicéo Ogum anicéo
Ogum anicé o Ogum.....................................................R. Ogum abeô Ogum anicéo Ogum anicéo Ogum
anicéo Ogum
OGUM
T. Ogum nadio ario nokerê. .............................................R. Ogum nadio ario nokerê
T. Amadiocoli de Ogum ô. ...............................................R. Erumalé amadiocoli de Ogum ô erum malé
T. Xangô delá oabachame siogum ô oabachame
siaolê Ogum. ................................................................R. Xangô delá oabachame siogum ô oabachame
siaolê.
T. O Ogum orum odô oamaconi eloaboum anaisô
o ajaba miô. .................................................................R. O Ogum orum odô oamaconi eloaboum anaisô o
ajaba miô.
T. Ara Ogum orum adeô. .................................................R. Ario ara Ogum orum odô ariô
T. Erundê y ocoeiro eloagareô. .......................................R. Erundê y ocoeiro eloagareô.
T. Ogum Ogum afoiba. ....................................................R. Oamorô amofererê
T. Ogum Ogum afabami. .................................................R. Oamorô amofererê
T. Iemanjá lupeteô. ..........................................................R. Ogum onira anaisô kerê kê
T. Sô sô sô. ......................................................................R. Ogum onira anaisô kerê kê
T. Ogum adaiba. ..............................................................R. Adepa y Ogum farerê
T. Ogum talabaixoro obeceô Ogum ô. ............................R. Ogum talabaixoro obeceô Ogum ô.
T. Ogum talajó. ................................................................R. Ogum lai Ogum lai Ogum
T. Ogum onira o aceço o ebó. .........................................R. Ogum onira o aceço o ebó.
T. Ogum onira o aceço o emí. .........................................R. Ogum onira o aceço o emí.
T. Oromitala de tala Ogum. .............................................R. Oromitala de erumalé
T. Onira opêe onira opê Ogum anirê onira euateua
Ogum anirê onira euateua Ogum anirê. ......................R. Onira opêe onira opê Ogum anirê onira euateua
Ogum anirê onira euateua Ogum anirê.
T. E Ogum feremi ............................................................R. Ara Ogum dê
T. E Ogum feriamã. .........................................................R. Ara Ogum dê
T. Ara no areô ara no areô y amafekeoé. .......................R. Ara no areô e amafekeoé ara no areô e amafekeoé
T. E oamafekeoé..............................................................R. Ara no areô Ogum dê
T. Ogum Ademiô...............................................................R. Elefa tala ademiô
T. E ê ademiô...................................................................R. Elefa tala ademiô
T. Ogum Onira Ogum loro Ogum dalocha epê Ogum
Onira Ogum loro Ogum dalocha erumalê....................R. Ogum Onira Ogum loro Ogum dalocha epê Ogum
Onira Ogum loro Ogum dalocha erumalê
T. Ogum dê anire ire ire y Ogum ló acaradeô anire
ire ire Ogum ló. ...........................................................R. Ogum dê anire ire ire y Ogum ló acaradeô anire ire
ire Ogum ló.
T. A bela muja y a bela muré. ..........................................R. Abela mujá o kereô
T. Okereô. ........................................................................R. Akiçorô
T. Farariri mafara bia mafara bia mafara Ogum. .............R. Farariri mafara bia mafara bia mafara Ogum.
T. Ogum talajó. ................................................................R. Ogum lai Ogum lai Ogum
T. Colulô. .........................................................................R. Oiá abela mujá
GEGÉ
T. Ogum fara fara fara Ogum fara marajó. ......................R. Ogum fara fara fara Ogum fara marajó.
T. Ogum dae ae ae. .........................................................R. Ogum dae anaisô
T. Ogum onira alasebó. ...................................................R. Ogum dae anaisô
T. E ile ile alasebó............................................................R. Ogum dae anaisô
T. Ogum abeo Ogum aniceô Ogum aniceô Ogum
aniceô Ogum. ..............................................................R. Ogum abeo Ogum aniceô Ogum aniceô Ogum
aniceô Ogum.
T. Ogum maca maca cabecine abeô. ..............................R. Ogum maca maca cabecine abeô.
T. Ogum onira y Ogum lorô. ............................................R. O amakere kere kere Ogum lorô
T. Ogum elefa lai lai Ogum elefa lai lai. ...........................R. É de lai lai Ogum elefa lai lai
T. Ogum daloa Ogum babalorixá Ogum daloa omio
pra Iemanjá...................................................................R. Ogum daloa Ogum babalorixá Ogum daloa omio
pra Iemanjá
T. Ogum daloa..................................................................R. Omio pra Iemanjá
T. Elefa lai lai babalorixauê..............................................R. Elefa lai lai Xangô edeué elefa lai lai
T. Ogum edeué.................................................................R. Elefa lai lai Xangô edeué elefa lai lai
T. Babalorixauê.................................................................R. Elefa lai lai Xangô edeué elefa lai lai
OIÁ
T. Oberece maniceô. .......................................................R. Oiá docô obeceô
T. Oberece mani Iansã. ...................................................R. Oiá docô obeceô
T. O sonireô oberece c ari de Ogum. ..............................R. O sonireô oberece cari de Ogum
T. Oberece cari de Ogum ................................................R. O anireu eoateuá.
T. Ogum Oiá maueuitê. ...................................................R. Ariô onira obeceô.
T. Ogum onira eloatauaô. ................................................R. Ariô onira obeceô.
T. Ogum onira eloatomiô..................................................R. Ariô onira obeceô.
T. Eloatauao.....................................................................R. Ariô onira obeceô
T. Eloatomio......................................................................R. Ariô onira obeceô
T. A maia maia maia jaro jaro a maia omocepô jaro
jaro. ...........................................................................R. A maia maia maia jaro jaro a maia omocepô jaro
jaro
T. Ogum mela mela deu. .................................................R. Aliança é de loiá.
T. Oiá calulu Inhaçã cenin ebó. .......................................R. Oiá calulu Inhaçã cenin ebó
T. Ogum siribó paco taco maraçó Ogum siribó paco
taco maraçó Ogum seribó orixa orioco. .....................R. Ogum siribó paco taco maraçó Ogum siribó paco
taco maraçó Ogum seribó orixa orioco
T. Ogum Ogum seribó. ....................................................R. Orixá orioco.
T. Iansã Ogum siribó........................................................R. Orixá orioco
T. Aliança é de loia aliança é de loia aliança de loia
erumalé y modibaue. ...................................................R. Aliança é de loia aliança é de loia aliança de loia
erumalé y modibaue.
T. Aliança de loia para nafo e kiloda. ..............................R. Aliança de loia para nafo y kiloda
T. Aliança é de loia paliança é kiloda. .............................R. aliança é de loia paliança é kiloda
T. Ebiaodoa comadeô ebiaodoa comadeô
aliança de Oiá epê ebiaodoa comadeô. ......................R. Ebiaodoa comadeô ebiaodoa comadeô eleuará epê
ebiaodoa comadeô
T. Açageuaê ....................................................................R. Adeuae
T. Açageuemi. ..................................................................R. Adeuae
T. Oiadoni toto Inhaçã adupé odoco marejó. ..................R. Oiadoni toto Inhaçã adupé odoco marejó
T. Ogum laçapado Inhaçã. ..............................................R. Odoco minhanhã Oiá
T. Ogum lepafune. ...........................................................R. Epa
T. Ogum elebara...............................................................R. Epa
T. Inhaçã com Ogum. ......................................................R. Epa
T. Ogum com Iansã..........................................................R. Epa
T. Oiá beleu beleu eliçô. ..................................................R. Beleu beleu eliçô.
T. Oiarebete. ....................................................................R. Arepê
T. Erumicero erô erô.........................................................R. Erumicero erô erô
T. Aloiro é para amaô aloiro é para jô. ............................R. Aloiro é para amaô aloiro é para tô
T. Onicororo okeboloiará oi minilaba lokiloia. ..................R. Onicororo okeboloiará oi minilaba lokiloia
T. Oiá e ea ae. .................................................................R. Oiá e ea ae
T. Ogum fara Ogum fara Ogum fara daumiceró eró. ......R. Ogum fara Ogum fara Ogum fara daumiceró erô
T. Ogum alaiê. .................................................................R. fara Ogum fara
T. Oiá erunde a loia doco y eró erô .................................R. Oiá erunde a loia doco y eró erô
T. Oiá docô eró erô. .........................................................R. Oiá docô eró eró
GEGÉ
T. Obilaia obilaia. .............................................................R. Oiá makê kerê.
T. É de aganjú Xangô loia. ..............................................R. Okéro keró uesse.
T. Xangô Iansã.................................................................R. Okéro keró uesse.
T. Oiá leluia Oiá leluia Oiá leluia alalupaô Oiá leluia........R. Oiá leluia Oiá leluia Oiá leluia alalupaô Oiá leluia
T. Edê Xangô baia Oiá doco o aganju cabelecile
Xangô baia. ..................................................................R. Yde Xangô baia Oiá doco o aganju cabelecile
Xangô baia
T. Oiá Oiá Oiá nigodo Oiá nigodo sapatá nigod. .............R. Oiá Oiá Oiá nigodo sapatá nigodô
T. Obilaiá Obilaiô..............................................................R. Babaraíle baraiô
T. Obilaia obilaia...............................................................R. Oiá makê kerê
T. Oiá matê inháriuô acaraô o iacorô...............................R. Oiá matê inháriuô acaraô o iacorô
XANGÔ
T. Oluô Ogum nabor ibor elefa orixa oluô Ogum nabor
iber elefa no ebó. .........................................................R. Oluô Ogum nabor ibor elefa orixa oluô Ogum nabor
iber elefa no ebó.
T. Aganju ecó minaué jenje ori jen je agaju ecó minaué
jenjé ori Xangô. ............................................................R. Aganju ecó minaué jenje ori jen je agaju ecó
minaué jenjé ori Xangô.
T. Ogodoci remi remi aganju amiçaora ogodomam a
rema Xangô a agodo amiçaora. ..................................R. Ogodoci remi remi aganju amiçaora ogodomam a
rema Xangô a agodo amiçaora.
T. Aguntaô. ......................................................................R. Amiçaora
T. O aladeum. ..................................................................R. Launkere
T. Obomoré. .....................................................................R. kere ké obomoré kere ké
T. Choro choro onigodo . .................................................R. Choro choro onigodo .
T. Choro choro onixangô..................................................R. Choro choro onigodo
T. Acumberi. ....................................................................R. Ara acumberi ara.
T. Onipeni Xangô. ............................................................R. abado onipê oi abadô
T. Onipeni aganjú. ...........................................................R. abado onipê oi abadô
T. Onipeni Iansã. .............................................................R. abado onipê oi abadô
T. Alabataô cabelecile adeô. ...........................................R. Alabataô cabelecile adeô.
T. Oluo maido Xangô agodo. ...........................................R. Ele kele uele Xangô marisô ele kele uele Xangô
marisô.
T. Aganjuéco erepe. ........................................................R. aganjuéco saranha.
T. Saranha acafamodê saranha acafamodê. ..................R. Oiá badilê saranha acafa modê
T. Calulu calunudê. ..........................................................R. Anareum calunudê
T. Ogodo sala sala sauô. .................................................R. E kê boreuá ogodo sala sala sauô e kê boreuá
T. Caô cabelecile amochire amodibau. ...........................R. Caô cabelecile amochire amodibau.
T. Caô. .............................................................................R. Cabelecile
T. Xangô...........................................................................R. Cabelecile
T. Nagoro naguiachaôro. .................................................R. Agô ie ie
T. Omodibau. ...................................................................R. Lai lai modibau aie amodibau lai lai modibau aiê
T. Lai lai guinachaoro. .....................................................R. Lai lai guinachaoro.
ALUJÁ
T. Acacha Xangô lufine oni Xangô acacha Xangô lufine
anareuá.........................................................................R. A aé ê aé ê A aé ê aé ê
T. Calunude calunude é de caô cabelecile ae é de godo
cabelecile ae é de godo cabelecile ae. ........................R. Calunude calunude é de caô cabelecile ae é de
godo cabelecile ae é de godo cabelecile ae.
T. Ogum elefa lai lai Ogum elefa lai lai.............................R. Ogum lai lai lai Ogum elefa lai lai
T. Ogum onira ai Ogum loro.............................................R. Uamakere kere kere Ogum loro
T. Aliança é paramauo aliança é de Ogum ló..................R. Aliança é paramauo aliança é de Ogum ló
T. Locumadeô. .................................................................R. Ara decum decum decá
GEGÉ
T. Sobo undê. ..................................................................R. Acalum alarudê ae ae acalum alurundê
T. Ococundê. ...................................................................R. Acalum alarudê ae ae acalum alurundê
T. Baía laundê Xangô baía laundê baía laundê
Xangô baía laundéô......................................................R. Baía laundê Xangô baía laundê baía laundê Xangô
baía laundéô
OBÁ
T. Erunselé erunselé babairaó. .......................................R. Erunselé erunselé babairaó
T. Anagorô anagorô babairaô. .........................................R. Anagorô anagorô babairaô
T. Erunrê olegobunlero cokinabá. ...................................R. Erunrê olegobunlero cokinabá
T. Labata. .........................................................................R. Alabata
T. Labata. .........................................................................R. Conchererê
T. Acachopadonirô côcô acachopadonirô é inho. ...........R. Labaê acachopadonirô é inho
T. Oconi chaléu. ...............................................................R. Ia ia odê
T. Sapadoro. ....................................................................R. Cominhanhã
T. Sapadoro. ....................................................................R. Cominhanhã
T. Sapadoro. ....................................................................R. Cominhanhã sapadoro cominhanhã
T. Obabaomi. ...................................................................R. Olasueni
T. Obabaomi. ...................................................................R. Olasueni
T. Obabaomi. ...................................................................R. Olasueni obabaomi olasueni
GEGÉ
T. Obá onixangô Xangô de Obá Obá nerim. ...................R. Obá onixangô Xangô de Obá Obá nerim
ODÉ / OTIM
T. Osampa erepê oman oluro erepê. ..............................R. Osampa erepê oman oluro erepê
T. Mineró mineró Odé mineró mineró Odé ô. ..................R. Osampa mineró Odé
T. Odé omata. ..................................................................R. Otimborô Odé
T. É mota é mota timborô. ...............................................R. Odé omata timborô
T. Ajacuna pamirô ajacuna ajacuna pamirô o ajacuna
olemote emote afarireu ajacuna pamirô. .....................R. Ajacuna pamirô ajacuna ajacuna pamirô o ajacuna
olemote emote afarireu ajacuna pamirô
T. Olemote emote afarireô. ..............................................R. Ajacuna pamirô
T. Odé pamilaro. ..............................................................R. Odé pamilaro
T. Odé pamilaro safomodé. .............................................R. Pamilarô safamodé
T. E aba o aba Odé. ........................................................R. Ara çoço a Odé
T. Cacarelê cacarelê. .......................................................R. Ace ace carelê
T. Digalaire lairepê digalaire lairepê digala. ....................R. E epê digalaire lairepê digalá
T. Ebereçulá ebereçulô ebereçula ae aô. .......................R. Ebereçulá ebereçulô ebereçula ae aô
T. Otim e ae. ....................................................................R. E ae
T. Otim acoro. ..................................................................R. Acorô
T. Otim abeçu. .................................................................R. Acorô
T. Eloamachite adibeô. ....................................................R. Eloamachite adibeô.
T. Beni bení seodéo beni bení seodéo acaco daô
cunfarere beni bení seodeô. .......................................R. Beni bení seodéo beni bení seodéo acaco daô
cunfarere beni bení seodeô.
T. Y a cokinokê. ...............................................................R. Okê acocuino okê okê
T. Odé camalaia ceçumalé Odé cemalaia ceçumalé. .....R. Orô orô cundê Odé cemalaia ceçumalé
T. Ogum beô. ...................................................................R. Ogum beô
T. E edioê. .......................................................................R. Adioê
T. Colimote coni chabim. .................................................R. Otim
T. Elibobô é com eleci com eleci ocutaô. ........................R. Elibobô é com eleci com eleci ocutaô
GEGÉ
T. Eloabrekete o abrekete oara. ......................................R. Oiá bobô e o abrekete o abrekete oara Oiá bobôDOUGLAS HARTThttp://www.blogger.com/profile/18060023167714836055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-166951183833632451.post-42939473449966677552012-03-11T20:08:00.000-07:002012-03-11T20:08:29.563-07:00Pomba Gira Rosa CaveiraPomba Gira Rosa Caveira, a Bruxa-Guerreira, tem duas faces: uma é linda, a outra uma face esquelética. Uma senhora muito assustadora. Não se surpreenda, ela é do reino das Almas e vive no cemitério.<br />
<br />
Características<br />
<br />
Arma Espadas, Lanças, Punhais<br />
Fuma Cigarros, Cigarrilhas<br />
Guia Preta/Branca ou Amarela/Preta<br />
Lugar cruzeiro das almas, onde são entregues seus pedidos e oferendas<br />
Planta Rosa Amarela ou Vermelha<br />
Vela Rosa, Preta/Vermelha e Branca<br />
Lendas<br />
<br />
<br />
<br />
Trabalha na linha das almas e faz parte da falange do Exú Caveira. Ela viveu aproximadamente á 2.300 anos antes de Cristo, na região da Mongólia, os seus pais eram agricultores e tinham muita terra. Ela era uma das 7 filhas do casal, seu nascimento deu-se na primavera e sua mãe tinha um jardim muito grande de rosas vermelhas e amarelas, que rodeava toda sua casa. E foi nesse jardim, onde ocorreu seu parto. Seus pais além de serem agricultores, também eram feiticeiros, mas só praticavam o bem para aqueles que os procuravam, sua mãe tinha muita fé em um cruzeiro que existia atrás de sua casa no meio do jardim, onde seus parentes eram enterrados. No parto da Rosa Caveira, a mãe estava com problemas, estava perdendo muito sangue e podendo morrer . Foi quando a avó da Rosa Caveira quejá havia falecida há muito tempo, e estava sepultada naquele cemitério atrás de sua casa, vendo o sofrimento de sua filha, veio espiritualmente ajuda-la no parto, conseguiu dar a luz a Rosa Caveira, e como prova de seu amor a neta, sua avó, colocou em sua volta, várias Rosas Amarelas e pediu a sua filha que a batiza-se com o nome de Rosa Caveira, pelo fato dela ter nascido em um jardim repleto de Rosas e em cima de um Campo Santo e também pela aparência astral de sua mãe que aparentava uma caveira. E em agradecimento a ajuda da mesma, ela colocou uma Rosa Amarela em seu peito e segurando a mão de sua mãe, a batizou com o nome de Rosa Caveira do Cruzeiro<br />
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Ela cresceu com as irmãs, mas sempre foi tratada de modo diferente pela suas irmãs, sempre quando chegava a data de seu aniversário sua avó ia visitá-la espiritualmente e por causa destas visitas e carinho que seus pais tinham a ela, suas irmãs começaram a ficar com ciúmes e começaram a maltratar Rosa, debochar dela, dizer que ela era amaldiçoada pois havia nascido em cima de um Campo Santo e seu parto feito por uma morta.E a cada dia que se passava, Rosa ficava com mais raiva de suas irmãs. Então ela pediu para seus pais, que ensinasse a trabalhar com magia, mas não para fazer maldade, mas sim para sua própria defesa, e ajuda de pessoas que por ventura a fosse procurar. Sua avó vinha sempre lhe dizer que ela precisaria se cuidar, pois coisas muito graves estariam para acontecer. Seu pai muito atencioso a ensinou tudo o que sabia, e também ensinou-a a manejar espadas, lanças, punhais. Sua mãe lhe ensinou tudo o que poderia ser feito com ervas, porções, perfumes, e principalmente o que se poderia fazer em um Cruzeiro.<br />
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Suas irmãs ficaram com mais raiva ainda, pois ela estava sendo preparada para ser uma grande Feiticeira, e sendo ajudada por seus Pais e sua Avó, e zombava mais ainda dela, chamando-a de mulher misturada com homem e demônio, uma aberração da natureza, não por causa de sua aparência, pois ela era linda, mas sim por vir ao mundo nas mãos de uma Caveira (sua avó).<br />
<br />
Suas irmãs se casaram com agricultores da região, porém a mais velha, se aperfeiçoou em Magia Negra, e por vingança do carinho e a presteza que seus pais davam a Rosa e não a elas, não porque seus pais gostavam mais dela, pois eles tinham amor igual a todas, mas Rosa demonstrava mais interesse do que as outras, ela fez um feitiço que matou seus pais. Rosa com muita raiva, matou sua irmã e seu marido. As outras irmãs com medo dela, juraram lealdade a ela e nunca mais zombaram dela. Aos 19 anos ela saiu ao mundo querendo descobrir algo novo em sua vida, foi quando ela conheceu um homem (Mago) que tinha 77 anos, e juntos com seus 4 irmãos, ele foi ensinando a ela varios feitiços, tudo sobre a vingança, o ódio, a dor, pois esse homem era o Mago mais odiado e temido da redondeza pelos Senhores Feudais e Magos Negros. Vivia em um cemitério com seus 4 irmãos e discípulos. Ela aprendeu a ver o futuro e fazer varios feitiços de um modo diferente, sempre usava um crânio tanto humano como de animal e em sua boca colocava uma rosa amarela, foi quando em uma de suas visões, viu suas irmãs planejarem sua morte. Ela fez um feitiço, que matou todas suas irmãs. Após fazer isso ela voltou a companhia do mago, e com sua ajuda percorreu várias aldeias, causando guerras para fazer justiça e para livrar os povos dos Senhores Feudais, e dos encantos de Magos Negros e Feiticeiros Malignos, e por causa disso ela era muito venerada, adorada e respeita por todos. Aos 99 anos, seu amado e seu mestre, morreu e ela assumiu seu lugar junto com o irmão mais velho do mago.<br />
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Aos 77 anos ela foi traída por um dos irmãos do mago falecido, o terceiro irmão, que a entregou a um mago que estava a sua procura, este Mago era um dos mais temidos e perversos e que sabia o ponto fraco dela. Com a ajuda desse irmão, esse Mago a matou, e degolou a Rosa e entregou sua cabeça em uma bandeja de ouro rodeada de rosas vermelhas, para os Espíritos Negros. Após isso ela ficou aprisionada espiritualmente por esse mago até ser liberta pelo seu amado e mestre o mago falecido, que entregou a falange do Exú Caveira. O irmão do mago que a traiu, foi morto 3 anos depois pela própria Rosa, e deu sua alma de presente a seu amado e Mestre, se tornando assim seu escravo. Foi ai que ela começou a trabalhar na linha das almas e ficou conhecida como Rosa Caveira (Pomba-Gira Guerreira e Justiceira), pois em sua apresentação astral ela vem em forma de mulher ou caveira, ou meio a meio sempre com uma rosa amarela em suas mãos e uma caveira aos seus pés, caveira esta que representa, todos seus inimigos que cruzam seu caminho.DOUGLAS HARTThttp://www.blogger.com/profile/18060023167714836055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-166951183833632451.post-58210613354405716652012-03-11T20:01:00.000-07:002012-03-11T20:01:39.799-07:00LENDAS DE EXÚ DO LODOÉ ligado aos Orixás das Águas, Yemanjá, Oxum e Nanã. Trabalha com as coisas que estão estagnadas, manipula as energias paradas, os processos sem andamento, sem horizontes. Promove grande limpeza e descarrego tirando as pessoas das doenças, principalmente as de pele, e das misérias. Possui grande poder mágico pois trabalha no encontro das águas com a terra e as pedras onde se forma o lodo, tirando destes elementos todo subsídio.<br />
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Pontos Cantados<br />
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Na praia deserta eu vi Exu<br />
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Então o meu corpo tremeu todo. (bis)<br />
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Acendi minha vela o meu charuto<br />
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Arrie minha marafo<br />
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Saravei Exu do Lodo (bis)<br />
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Pontos Riscados<br />
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Kimbanda<br />
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É o mesmo que Exu Nanguê da nação Keto. Este ancestral é o que devastou recentemente com lama uma região no outro lado do mundo. Provoca catástrofes naturais como lamaçais devastando tudo que encontra pela frente.<br />
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Muitos adeptos deste ancestral o procuram para destruir a vida de um inimigo querendo com ele que sua vida se torne miserável.<br />
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Lenda<br />
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Diz a lenda, que uma vez estabelecida a Kimbanda, Exú Rei e sua esposa, decidiram andar pelo mundo para verificar o trabalho que realizavam seus súditos (ou seja, os Exus) e dessa maneira, comprovar se eles eram fiéis no cumprimento as regras ou não. Para fazer isso, disfarçaram-se, ocultando seu ricos adornos para poderem passar despercebidos.<br />
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Em uma ocasião, Pomba Gira Rainha caminhando por uma trilha, defrontou-se com um enorme pântano, sujo e podre, o que lhe impediu de continuar sua ronda. (Não se esqueça que os Exus nunca voltam para trás, eles não caminham sobre os seus próprios passos).<br />
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Enquanto decidia como fazer para atravessa-lo, apareceu a sua frente um homem de estatura média, com o perfil de um ermitão, bastante despenteado e aparentando ser antisocial. Apesar de sua imagem sombria, coberta por uma enorme capa escura, parecia não coexistir com aquele lugar.<br />
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Ela se assustou bastante a principio, mas ficou lisonjeada com o gesto educado daquele homem, que rapidamente retirou a sua capa e jogou sobre o lago que ela pudesse passar, podia ver nos olhos dele um interminável desolação.<br />
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A Rainha caminhou por sobre a longa capa e seguiu seu caminho sem olhar para trás. Atônito, fascinado pela beleza desta estranha mulher que nunca tinha visto, mas eu estava certo, nunca se esqueça de, pela primeira vez tinha sido no amor. Ele não sabia quem era ELA. Ela não pode imaginar a sua ansiedade: não foi fácil ser o guardião daquele lugar. Nenhuma mulher gostaria de acompanha-lo no seu esforço. Como recompensaria sua educação e respeito ? de que maneira poderia melhorar a sua vida?<br />
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Após a conclusão da sua viagem, chegou ao palácio e disse ao seu marido o que ele tinha descoberto. "Existe um ser nobre - lhe digo - que cuida de uma pantanal imundo. Quando uma pessoa chega a esse charco pestilento, do nada ele vem e te ajuda a pessoa a superar obstáculos tremendos. Eu vi a tristeza em seus olhos para ter uma local como aquele para atendimento, mas, no entanto, faz o seu trabalho com cuidado e sem soluçar. Sua figura, curva, malcheirosa e bruto, mas é humilde e cortes.<br />
<br />
Interessado no vizinho, Exú Rei queria convida-lo para uma celebração que iria fazer em sua casa para no final do mês. Sua intenção era premia-lo por sua abnegada dedicação à missão que lhe tinha sido encomendada e pelo respeito a sua esposa. E em sua busca, ordenou ao general de seu exército, Senhor Tranca Ruas.<br />
<br />
Uma vez reunidos na Mansão Real, qual não seria a surpresa de Exu do Lodo ao notar que a esposa de seu soberano era a mulher que ele amou profundamente! E a dor, ao mesmo tempo, porque, em menos de uma fração de segundo deveria ser retirado de sua mente. Não podia sequer imaginar que, uma vez que ele sentindo-se atraído por ela.<br />
<br />
Naquela noite, Exú Rei o condecorou e lhe deu a honra de se sentar-se à sua direita. E desde então ocupa este lugar, mantendo a base do trono de seu monarca.<br />
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Pomba Gira Rainha, em seguida, dá-lhe um lenço perfumado com seu aroma, e solicita que você guarde suas lágrimas, e depois, ao retornar para o seu local, jogue-o no meio do pântano. Ela lhe agradece pela respeito e ternura, e promete ajudá-lo a sair da solidão em que se encontra.<br />
<br />
Naquela noite, enquanto voltava para o seu território, cabisbaixo, pensei: Como poderia ser feliz vivendo no lodo! nenhuma mulher queria juntar-se a mim em meu trabalho. Ao chegar, jogou o lenço sobre a lama e ficou a observar a lua que o cobria com a sua luz prateada. Saiam do lenço todas as suas lágrimas e espalharam-se por sobre o pantano, espalhadas como um colar de pérolas que desmanchava. Na manhã seguinte, ao observar o local onde ele tinha atirado o lenço tinha começado a crescer uma planta, e que as suas lágrimas dispersas, eram botões florais que começaram a pressagiar uma nova era. Era fim de inverno, e a primavera produzia milagres mesmo através da lama.<br />
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Foi a primeira vez reparou as flores. Considerou um presente de sua Sra. Rainha e pos-se a aspirar a fragrância do seu amor. Era o mesmo perfume de sua soberana, o qual, cuidaria a cada primavera.<br />
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Depois de algum tempo, a história repetiu-se com outro protagonista. Uma mulher que circulava por aquele mesmo caminho, e de repente estava próxima ao charco. Solicito como sempre, Exú do Lodo saiu de seu esconderijo e ofereceu-lhe o casaco dele. Ao olha-la, descobriu em seus olhos a simpatia que ele tanto buscava, e sem pensar duas vezes, cortou algumas de suas flores e ofereceu-as a linda mulher. Ela as aceitou, por sua vez, lançou uma gargalhada. Era, Maria Molambo, que desde então, passa a ser sua parceira e ficou a viver ao seu lado.<br />
<br />
A moral desta história nos permite compreender os sentimentos mais profundos.<br />
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Quantas vezes devemos renunciar a alguns sonhos, reconhecendo que não podemos alcançá-los! E, que afortunados somos se podemos faze-lo, nos livramos de tantas dores de cabeça, de tantos contratempos, e que ao final, nos aguardam outras flores que possuem uma fragrância que ao senti-la, queremos te-la sempre ao nosso lado<br />
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A Educação, a obediência, o respeito e a renuncia de Exú do Lodo foram premiadass. Não somente se tornou o braço direito de Exu Rei, como também de toda a Kimbanda. Mas ele poderia encontrar o amor e ponha um fim a seus dias de pessimismo.<br />
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Isso aconteceu, de acordo com as entidades próximo ao inicio da primavera. Portanto, a celebração ocorre a cada 21 de setembro em todos os templos que tem como protetores os Reis da Encruzilhada.<br />
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Esta noite a festa é especial. Exú Rei volta a cada ano para reafirmar a sua atribuição ao seu leal sudito e o destaca com uma banda. Permanece junto a algum tempo e, no momento de despachar, eles caminham juntos para a porta do Terreiro, onde a direita do monarca, e sempre ajoelhado, espera a chegada da Pomba Gira Rainha. Uma vez que Exú Rei deu o passe a sua companheira, Exú do Lodo a toma pelo braço e juntos ingressam no salão de baile. sob uma chuva de pétalas de flores que os filhos de santo soltam no ar no momento, Saravando a presença de sua rainha, e aplaudindo, em ambas as entidades a quem paga seu tributo nesse dia à noiteDOUGLAS HARTThttp://www.blogger.com/profile/18060023167714836055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-166951183833632451.post-60800751214169938202012-03-11T19:53:00.002-07:002012-03-11T19:53:34.717-07:00UMA LENDA DE TATA CAVEIRAAntes de ser uma entidade, Tatá Caveira viveu na terra física, assim como todos nós. Acreditamos que nasceu em 670 D.C., e viveu até dezembro de 698, no Egito, ou de acordo com a própria entidade, "Na minha terra sagrada, na beira do Grande Rio".<br />
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Seu nome era Próculo, de origem Romana, dado em homenagem ao chefe da Guarda Romana naquela época.<br />
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Próculo vivia em uma aldeia, fazendo parte de uma família bastante humilde. Durante toda sua vida, batalhou para crescer e acumular riquezas, principalmente na forma de cabras, camelos e terras. Naquela época, para ter uma mulher era necessário comprá-la do pai ou responsável, e esta era a motivação que levou Próculo a batalhar tanto pelo crescimento financeiro.<br />
<br />
Próculo viveu de fato uma grande paixão por uma moça que fora criada junto com ele desde pequeno, como uma amiga. Porém, sua cautela o fez acumular muita riqueza, pois não queria correr o risco de ver seu desejo de união recusado pelo pai da moça.<br />
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O destino pregou uma peça amarga em Próculo, pois seu irmão de sangue, sabendo da intenção que Próculo tinha com relação à moça, foi peça chave de uma traição muito grave. Justamente quando Próculo conseguiu adquirir mais da metade da aldeia onde viviam, estando assim seguro que ninguém poderia oferecer maior quantia pela moça, foi apunhalado pelas costas pelo seu próprio irmão, que comprou-a horas antes. De fato, a moça foi comprada na noite anterior à manhã que Próculo intencionava concretizar seu pedido.<br />
<br />
Ao saber do ocorrido, Próculo ficou extremamente magoado com seu irmão, porém o respeitou pelo fato ser sangue do seu sangue. Seu irmão, apesar de mais velho, era muito invejoso e não possuía nem metade da riqueza que Próculo havia acumulado.<br />
<br />
A aldeia de Próculo era rica e próspera, e isto trazia muita inveja a aldeias vizinhas. Certo dia, uma aldeia próxima, muito maior em habitantes, porém com menos riquezas, por ser afastada do Rio Nilo, começou a ter sua atenção voltada para a aldeia de Próculo.<br />
<br />
Uma guerra teve início. A aldeia de Próculo foi invadida repentinamente, e pegou todos os habitantes de surpresa. Estando em inferioridade numérica, foram todos mortos, restando somente 49 pessoas.<br />
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Estes 49 sobreviventes, revoltados, se uniram e partiram para a vingança, invadindo a aldeia inimiga, onde estavam mulheres e crianças. Muitas pessoas inocentes foram mortas neste ato de raiva e ódio. No entanto, devido à inferioridade numérica, logo todos foram cercados e capturados.<br />
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Próculo, assim como seus companheiros, foi queimado vivo. No entanto, a dor maior que Próculo sentiu "não foi a do fogo, mas a do coração", pela traição que sofreu do próprio irmão, que agora queimava ao seu lado.<br />
<br />
Esta foi a origem dos 49 exus da linha de Caveira, constituída por todos os homens e mulheres que naquele dia desencarnaram.<br />
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Entre os exus da linha de Caveira, existem: Caveira, João Caveira, Caveirinha, Rosa Caveira, Dr. Caveira (7 Caveiras), Quebra-Osso, entre muitos outros. Por motivo de respeito, não será indicado aqui qual exu da linha de Caveira foi o irmão de Caveira enquanto vivo.<br />
<br />
Como entidade, o Chefe-de-falange Caveira é muito incompreendido, e tem poucos cavalos. São raros os médiuns que o incorporam, pois tem fama de bravo e rabugento. No entanto, diversos médiuns incorporam exus de sua falange.<br />
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Caveira é brincalhão, ao mesmo tempo sério e austero. Quando fala algo, o faz com firmeza e nunca na dúvida. Tem temperamento inconstante, se apresentando ora alegre, ora nervoso, ora calmo, ora apressado, por isso é dado por muitos como louco.<br />
<br />
No entanto, Caveira é extremamente leal e amigo, sendo até um pouco ciumento. Fidelidade é uma de suas características mais marcantes, por isso mesmo Caveira não perdoa traição e valoriza muito a amizade verdadeira. Considera a pior das traições a traição de um amigo.<br />
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Em muitas literaturas é criticado, e são as poucas as pessoas que têm a oportunidade de conhecer a fundo Caveira Chefe-de-falange. O cavalo demora a adquirir confiança e intimidade com este exu, pois é posto a prova o tempo todo.<br />
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No entanto, uma vez amigo de Caveira, tem-se um amigo para o resto da vida. Nesta e em outras evoluções.DOUGLAS HARTThttp://www.blogger.com/profile/18060023167714836055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-166951183833632451.post-33030402139069166132012-01-28T14:49:00.000-08:002012-01-28T14:49:05.498-08:00SIGNIFICADO DOS SONHOSAbacate - Ver abacates aos montes: amor sem esperança. Comê-los: alegria e<br />
felicidade. Maduros: Prosperidade. Verdes: contrariedades. Sorte: camelo.<br />
Abacaxi- Encontro amoroso. Sorte: tigre.<br />
Abandonar- Abandono é sempre indício de mudança de vida. Abandonar algo<br />
ou alguém: desejo de mudar. Ser abandonada(o): prosperidade. Abandonar<br />
vício: reconciliações. Sorte: avestruz.<br />
Abdômen- Dores no abdôm en: conquista de dinheiro. Pessoa casada sonhar<br />
com abdômen: infelicidade no amor. Sorte. avestruz.<br />
Abelha - É sinal de prosperidade. Ser picada(o) por uma abelha: cuidado com<br />
inveja de colegas. Vê-las: lucros. Se uma m ulher sonha estar sendo picada na<br />
face pode indicar ,gravidez. Sorte: borboleta.<br />
Abismo- Vê-lo: você tem adversários poderosos. Sair de um: amor recuperado<br />
com dificuldades. Cair: cuidado, sérios obstáculos. O sonho com, abism o é<br />
sempre medo de alguma coisa. Sorte: touro.<br />
Abóbora - Herança próxima. Luc ros, inesperados. Sorte: porco.<br />
Aborrecimento - Ser aborrecida(o) por inimigos: dificuldades financeiras.<br />
Parentes que aborrecem: infelicidade amorosa. Aborrecer alguém: fortuna<br />
considerável. Sorte: porco.<br />
Aborto - Aviso de deslizes na vida. Insegurança nos planos e perigo de<br />
cometer faltas graves. Sorte: vaca.<br />
Abraçar - Abraçar um desconhecido: novidades. Pais: paz doméstica. Marido<br />
ou esposa: cuidado com desavenças. Am igo: intrigas. Sorte: urso.<br />
Abril- Dia 1º de Abril: viagem. Tapear antigos: perda de pessoa querida.<br />
Tapear parentes: bons tem pos à frente. Sorte: vaca.<br />
Abrir- Abrir portas e janelas: chance de enriquecer. Abrir algo: novidade<br />
amorosa. Sorte: águia.<br />
Acácia - Vê-las: indica sucesso. Sentir seu perfum e: manobras secretas de<br />
alguém. Sorte: coelho.<br />
Acariciar - Uma criança: prazeres inocentes. Pessoa jovem: sensualidade.<br />
Pessoa velha: consolo. Sorte: gato.<br />
Acampamento - Estar em um: sorte no lar. Amigos acampando: bons<br />
resultados nos negócios. Sorte: leão.<br />
Acender- Geralmente o ato de acender algo em sonho tem ligação com<br />
sucesso e abundância. Se o sonho for carregado de alguma maldade significa<br />
inseguranç a. Sorte: leão.<br />
Achar- Se for algo valioso significa obstáculos nos negócios; do contrário, é<br />
mudança importante. Sorte: veado.<br />
Acidente - Com você mesma(o): herança. Com os outros: contrariedades. Se<br />
escapar ilesa(o): vencerá obstáculos. Sorte. elefante.<br />
Ácido - Pode ser alvo de fofocas e intrigas. Sorte: cobra.<br />
Aço - Se ele for brilhante: sucesso. Segurá-lo: segurança em sua posição<br />
social. Quebrá-lo: vitória em seus empreendimentos. Sorte: urso.<br />
Aconselha - Receber conselhos: cuidado com falsas amizades. Dar conselhos:<br />
amizade de muitas pessoas. Sorte. coelho.<br />
Açougue - Bons presságios . só é sinal de decepções se o açougue estiver<br />
vazio, sem carne ou pessoas. Sorte: vaca.<br />
Açúcar - Você está segura(o) em suas decisões. Sorte: cachorro.<br />
Acusação - Acusar alguém é sem pre sinal de que queremos transferir<br />
responsabilidades. Ser acusada(o): intrigas. Sorte: camelo.<br />
Adorar - A Deus: paz de espírito. Adorar uma mulher (homem): insensatez<br />
pela qual será castigada(o). Qualquer outra pessoa: cuidado com a parte<br />
financeira. Sorte: vaca.<br />
Adultério - Prazeres de curta duração. Presenciar um: afronta que receberá.<br />
Praticá-lo: paixão violenta. Sorte: veado.<br />
Advogado - Este sonho está sempre relacionado a problemas atuais e futuros.<br />
Sorte: gato.<br />
Afilhado - Casam ento próximo de irmão ou filho. Sorte: leão.<br />
Afogamento - Ver pessoa afogada: alegria, triunfo. Afogar-se: pequenas<br />
perdas. Sorte: jacaré.<br />
Agonia - Se for a própria: boa saúde e longevidade. Ver mulher agonizando:<br />
gravidez ou nascim ento próximo. Ver a agonia de outra pessoa: um parente<br />
pensa em você. Sorte: camelo.<br />
Agressão - Ganhará processo ou será vingada(o) de injustiça sofrida. Sorte:<br />
águia.<br />
Agricultura - Ser um agricultor: prosperidade. Outra pessoa como agricultor:<br />
êxito que virá pelo esforço no trabalho. Sorte: gato.<br />
Água - É o símbolo da vida. Quando clara e limpa indica sucesso e<br />
prosperidade. Água suja e turva: dificuldades que terá de vencer. Água<br />
inundando casa: mudança de domicílio. Beber água: poderá ter m uitas vitórias<br />
sobre inimigos. Sorte: jacaré ou avestruz.<br />
Águia - Voando: esperanças realizadas. Este sonho é sempre um alerta para<br />
que tenha cuidado em decisões. Sorte: aposte na águia e também na cobra.<br />
Agulha - Se for de costura: alguém pode ferir o seu amor próprio. De tricô:<br />
mexericos e intrigas. Enfiar linha na agulha: realização de casamento. Sorte:<br />
cobra.<br />
Ajoelhar-se - Diante de um homem: afronta. De uma mulher: insucesso<br />
amoroso. Ver gente se ajoelhando: poderão falar mal de você. Sorte: jacaré.<br />
Álcool - Desgosto íntimo e aborrecimentos. Sorte: peru.<br />
Alarme - Ouvir alarme: mudança de vida. Dar alarme: acelere seus planos nos<br />
profissionais. Alarme de incêndio: más notícias. Sorte: galo.<br />
Alegria - Tranqüilidade passageira, se for alegria moderada. Excesso de<br />
alegria: má notícia. Sorte: cavalo.<br />
Aleijado - Alguém aleijado; grande desapontamento. Você estar aleijada(o):<br />
dificuldades nos negócios. Sorte: camelo.<br />
Alface - É sinal de boa saúde. Comê-la- desgostos. Sorte: pavão.<br />
Alfaiate - Conversar com ele: prejuízos materiais. Vê-lo trabalhando:<br />
dificuldades. Experimentar roupa que ele confeccionou: alguém tenta ajudá-<br />
la(o). Sorte: m acaco.<br />
Alfinetes - Sofrerá ligeiros aborrecimentos, compensados por sucesso<br />
financeiro. Pode ainda significar pequenas contradições ou desgostos entre<br />
namorados. Sorte: cobra<br />
Algemas - Sucesso amoroso. Sorte: cavalo. ,<br />
Algodão - Em rama: não lhe. faltarão recursos. Tecido em algodão: afeto<br />
sincero, mas de curta duração. O algodão normalmente está relacionado à<br />
traição. Sorte: urso.<br />
Alho- Discussão ou revelação de algum a segredo. É um sinal de que<br />
precisam os de repouso. Sorte: veado.<br />
Aliança/Anel - Se estiver numa vitrine: casamento próximo. Ganhar um(a):<br />
amor correspondido. Achar: novos amores. Dar a alguém: amor não<br />
correspondido. Sorte: cobra.<br />
Alimentos - De boa qualidade: felicidade. Oferecê-los a outra pessoa:<br />
recompensa. Se não estiverem com boa aparência podem significar obstáculos<br />
em família. Sorte: elefante.<br />
Alma- Pode indicar que estamos apegadas (os) dem ais aos valores materiais.<br />
Sorte: elefante.<br />
Altar- Estar orando diante de uni altar: conduta regular: Ver um altar:<br />
casamento feliz. Construí-lo: fam iliar ou amigo seguirá o sacerdócio. Derrubá-<br />
lo: desventuras. Sorte: gato.<br />
Aluguel - Dever o aluguel: será perseguida(o). Pagar aluguel: cuidado com<br />
inimigos traiçoeiros. Sorte: cabra.<br />
Amamentar - Para a mulher é sinal de gravidez próxima. Ver alguém<br />
amamentar: felicidade, sua generosidade será recompensada. Sorte: cabra.<br />
Amante - Este sonho tem significação contrária: se for um encontro<br />
apaixonado ou bonito é sinal de discussões e problemas. Se for uma briga em<br />
sonho, deve-se esperar bons acontecimentos. Sorte: gato.<br />
Amar - Se é você quem ama: pode sentir angústia. Ser amada(o): satisfações.<br />
Se for correspondida(o): você, tem rival. Sorte: gato.<br />
Amarrado - Estar amarrada(o): obstác ulos. Amarrar alguém: embaraço e<br />
perda de dinheiro. Sorte: cobra.<br />
Ambulância - Noticias de pessoas distantes. Sorte: avestruz.<br />
Ameaças - Forte atração e novas conquistas amorosas. Sorte: touro.<br />
Ameixa - Felicidade. Comer ameixa: terá contrariedades. Comprar: vida<br />
tranqüila. Vender: ganhos financeiros. Sorte: cavalo.<br />
Ametista - Receberá presente. Atingirá posição brilhante. Não perca grande<br />
oportunidade que surgirá. Sorte: tigre.<br />
Amigão - Alegrias ou novidade com relação à pessoa vista em sonho. Sorte:<br />
cachorro.<br />
Amor - Reviver em sonho um amor antigo: êxito em negócio com o sexo<br />
oposto. Amor proibido: segredinhos. Em geral tem relação com frustrações e<br />
sonhos não realizados. Sorte: gato.<br />
Amoras - Inquietações, aborrecim entos ou desgostos. Maduras: paixão<br />
violenta. Sorte: elefante.<br />
Amputação - Pode perder uma amizade valiosa. Tem relação também com a<br />
nossa vida erótica. Sorte: leão.<br />
Amuleto - Um amuleto: cuidado com inveja. Usa um am uleto: mudança de<br />
vida. Comprar um : casamento. Vender um: infelicidade. Sorte: gato.<br />
Anão - Ver um anão: pequenos aborrecimentos. Vários: perturbações, na<br />
saúde. Ser perseguida(O) ou agarrada(o) por um anão: herança valiosa. Sorte:<br />
peru.<br />
Andar - Geralmente está ligado a progressos e traz muita sorte. Andar<br />
depressa: ansiedade. Devagar: dificuldades. Sorte: avestruz.<br />
Andorinha -Vê-las voar: notícias de amigos afastados. Matá-las: obstáculos.<br />
Em ninho: felicidade. Sorte: pavão.<br />
Animais - Calmos: seus desejos mais íntimos serão atendidos. Furiosos: será<br />
vítima de intrigas, mas triunfará. Sorte: aposte nos animais que aparecem no<br />
sonho.<br />
Aniversário - Ser a(o) própria(o) aniversariante: boa saúde. Festejar o<br />
aniversário de out ra pessoa: aborrecimentos. Sorte: carneiro.<br />
Anjo - Proteção poderosa e boas noticias. Sorte: cabra.<br />
Apagar - Apagar uma vela, um fogo: tempos difíceis virão. Sorte: leão.<br />
Apaixonar-se- Apaixonar-se por alguém que sua consciência desaprova é<br />
sinal de que pode cometer erros e injustiças. Do contrário é sinal de sorte e<br />
conquista. Sorte: camelo.<br />
Apanhar - Apanhar uma fruta ou objeto: conquistará promoção. apanhar de<br />
pessoa desconhecida: obstáculos financeiros. Conhecida: infortúnios. Sorte:<br />
cavalo.<br />
Aparição- De um m orto que seja parente, amigo ou amiga: dever a cumprir.<br />
Examine a expressão da pessoa; se for dolorosa: reze por ela; se ela estiver<br />
sorridente: pode pedir-lhe proteção ou favor especial. se a pessoa que<br />
aparecer-lhe falar: guarde com cuidado tudo o que disser e siga seus<br />
conselhos. Sorte: avestruz.<br />
Apelido - Ter apelido: dinheiro em breve. Dar apelido a alguém: receberá<br />
presente. Sorte: macaco.<br />
Apostar- Uma aposta alta: incertezas; baixa: fofocas. Ganhar: solução de<br />
problema sério. Perder: conquistas não merecidas. Ver alguém apostando:<br />
desejos. Sorte: persiga os números que viu no sonho.<br />
Aprender - Aprender alguma coisa nova no trabalho: boa sorte. Outras<br />
pessoas que aprendem: dific uldades. Sorte: leão.<br />
Ar - Se for puro: prosperidade, achado de coisas perdidas, viagens felizes,<br />
ganhará um processo ou algo parecido. Ar frio: problemas com amigos. Ar<br />
quente: suas paixões a(o) atormentam. Sorte: elefante.<br />
Aranha - Seu sucesso dependerá do seu esforço. Cuidado no trato com<br />
mulher. Sorte: cobra.<br />
Arco-Íris - Melhora espetacular em sua vida. Sorte: pavão.<br />
Areia- Cuidado com mentiras. Sorte: porco.<br />
Arma - Aviso de cautela nas amizades. Sorte: gato.<br />
Armadilha - Ser alvo de armadilhas: mudança de vida. Prepará-la para<br />
alguém: inimizades; para animais ou pássaros: entrada de dinheiro. Sorte:<br />
águia.<br />
Arrancar - Perda de Prestígio ou insucesso no amor. Sorte: leão.<br />
Arroz - Você é uma pessoa prudente em tudo o que faz. Sorte: peru.<br />
Artista- Cuidado para não se enganar com as pessoas. Sorte: gato.<br />
Árvore - Sucesso nos negócios. Sorte: borboleta.<br />
Asa- Ter asas: melhora de situação. Ver-se voando: ambição. Voar sem asas:<br />
esgotamento nervoso ou sucesso, de curta duração. Ver asas de pássaros: fuja<br />
de pessoas pessim istas ou maldosas. Sorte: borboleta.<br />
Asilo - Um asilo: receberá dinheiro inesperado. Estar num asilo: sorte. Outras<br />
pessoas num asilo: encontrará objetos perdidos. Sorte: vaca.<br />
Assalto - É preciso que você esteja mais atenta(o) as coisas do lar. Sorte:<br />
gato.<br />
Assassinato - Ver um: mudança de residência. Ser a(o) assassina(o):<br />
desavença em família ou injustiça próxima. Sorte: cobra.<br />
Assinar- Ass inatura é a confirmação de realização de negócio ou velho sonho.<br />
Sorte. gato.<br />
Automóvel- Desejo de viagens ou aventuras. Vontade de ter um automóvel.<br />
A maneira de dirigi-lo indica se você é uma pessoa disciplinada ou<br />
indisciplinada. Sorte: veado.<br />
Aventura- Poderá ser enganada(o) e brigará em breve com a pessoa de quem<br />
está gostando. Insegurança em relação ao seu ambiente ou a um a pessoa.<br />
Sorte: touro.<br />
Aves - Terá vantagens financeiras e receberá dinheiro não esperado. Pode ser<br />
ainda viagem maravilhosa. Sorte: pavão ou a ave que aparecer no sonho.<br />
Avestruz - Acontecimento marcante e positivo relacionado a dinheiro. Sorte:<br />
avestruz.<br />
Avião- Receberá noticia de parente ou amigo distante. Avião caindo: medo de<br />
acidente ou más notícias. Sorte: águia.<br />
Avó(ô)- Sinal de proteção, desde que você sinta no olhar ou gesto dela(e) um<br />
certo afeto. Herança próxima. Sorte: coelho.<br />
Azeitonas - Ganhos ou gravidez próxima. Sorte: borboleta.<br />
Baile - Seus desejos de amor serão realizados. Sorte: borboleta.<br />
Bagagem - Bagagem pesada: perda de dinheiro. Leve: receberá dinheiro<br />
atrasado. Perder a bagagem: brigas em família. Parentes com bagagem:<br />
cautela comercial. Sorte: jacaré.<br />
Balança - Ver uma balança: suspeitas infundadas. Usá-la: será chamada(o) a<br />
testemunhar processo na justiça. Sorte: cabra.<br />
Baleia - Receberá ajuda inesperada. Sorte: jacaré.<br />
Banana - Madura: felicidade amorosa. Verde: inveja. Sorte: macaco.<br />
Banco - Pode receber visita im portante se for um banco de praça. Proposta<br />
interessante se for um banco (bancada) de trabalho. Depositar ou retirar<br />
dinheiro num banco: cuidado com perdas. Sorte: veado.<br />
Bandeira - Carregar uma: honrarias. Uma bandeira em movimento:<br />
preocupação com a família. Várias bandeiras: triunfo sobre inimigos. Sorte:<br />
avestruz.<br />
Bandeira - Ser atacada(o): fortuna assegurada. Se conseguir vencê-lo:<br />
triunfos. Não conseguindo: prejuízos. Mais de um bandido: você está sendo<br />
invejada(o). Sorte: gato.<br />
Banho - Ciúme ou vontade de se livrar de alguma coisa velha ou suja. Sorte:<br />
jacaré.<br />
Banquete - Estar em um banquete: os prazeres custarão caro. Desconhecidos<br />
num banquete: recursos abundantes. Sorte: águia.<br />
Bar - Você perde seu tem po com coisas sem importância. Sorte: cavalo.<br />
Baralho - jogar: alguém lhe fará uma revelação totalmente inesperada. o<br />
sonho com baralho indica que você deve tentar a sorte. Sorte. galo.<br />
Barata - Problemas nervosos ou pessoa falsa próxima. Sorte: urso.<br />
Barba- Domínio sobre as pessoas que a(o) cercam. Barba preta e comprida:<br />
segurança em negócios comerciais. Ruiva: ambição exagerada. Branca ou<br />
loira: casará com pessoa de grandes qualidades. Sorte: carneiro.<br />
Barco - Momento difícil de passar. Atravessar um rio de barco: alegria e<br />
prosperidade se o tempo estiver bonito. Barco atracado: entrada de dinheiro.<br />
Em alto mar: precaução. O barco pode indicar mudança no m odo de viver.<br />
Sorte: tigre.<br />
Barriga- Sua própria barriga: saúde. Sentir dores: perturbações em negócios.<br />
Barriga inchada ou grande: sorte aumentada. Barriga de gravidez:<br />
amadurecim ento. Ver barriga de outra pessoa: intrigas. Sorte: coelho.<br />
Barro - Pisar: boa saúde. Estar suja(o) de barro: dificuldades. Geralmente<br />
este sonho demonstra que você se conforma fácil demais com as coisas. Sorte:<br />
porco.<br />
Barulho - Perturbações e obstáculos. Sorte: cachorro.<br />
Bater - Bater em alguém: embaraços. Bater em animal ou objetos: revolta,<br />
insatisfação. Bater com o carro: intrigas. Sorte: burro.<br />
Batida- De automóvel: seja mais prudente em todos os setores, pois corre o<br />
risco de acidente, seja de carro mesmo, acidente comercial, financeiro ou<br />
amoroso. Sorte: vaca.<br />
Batismo - Assistir a um batizado: sorte no jogo durante 8 dias. Ser<br />
batizada(o): dificuldades superadas. Sorte: avestruz.<br />
Batom - Usar batom: você está cercada(o) por amizades falsas. Outras<br />
pessoas usando batom: traição profis sional. Comprar batom: frivolidade.<br />
Homem com batom nos lábios: problema conjugal. Sorte: touro.<br />
Baú - Um baú vazio: viagem. Cheio: planos cancelados. Baú de outra pessoa:<br />
volta de parente distante. Baú próprio: desejo concretizado. Sorte: urso.<br />
Bêbado - Fuja das más companhias. Mude seus atos e vencerá. Sorte: Peru.<br />
Bebê - Felicidade. Ser um bebê: você é amada(o) loucamente. Sorte: gato.<br />
Beber- Em copo de cristal: cura de doença, bem -estar. Beber vinho: energia.<br />
Água: paz de espírito. álcool: esperanças enganadoras. Leite: aborrecimentos<br />
passageiros. De um modo geral é um sonho muito ligado a desejos íntimos e<br />
segredos. Sorte: peru.<br />
Beija-Flor - Êxito rápido na vida. Sorte: cobra.<br />
Beijo - Beijo dado ou recebido: acréscimo de afeto. Ver pessoas se beijando:<br />
amor não declarado. Beijo na face: sucesso amoroso. Na boca: você<br />
imprudente. Beijar um morto: não comente seus planos. Sorte: cobra.<br />
Bel eza - Ver coisas bonitas: espírito nobre e elevado. Ver pessoas bonitas:<br />
amor justificado. Ver-se bonita(o): sucesso no amor. Sorte: gato.<br />
Benzer - Benzer alguém : saúde delicada para esta pessoa. Ser benzida(o):<br />
lucros. Sorte: elefante.<br />
Berço - Se estiver vazio: desgostos passageiros. Com um bebê: discussões em<br />
família. Com dois ou muitos bebês: espere gravidez em família. Se o quarto<br />
estiver escuro é sinal de problemas futuros. Sorte: tigre.<br />
Besouro - Problemas com pessoas incapazes. Sorte: borboleta.<br />
Bezerro - Sinal de abundância. O mesmo que sonhar com gado. Sorte: touro<br />
ou vaca.<br />
Bíblia - Ler a Bíblia: logo surgirão problemas de família. Outro lendo a Bíblia:,<br />
felicidade. Sorte: vaca.<br />
Bicicleta- Passeios agradáveis. Sorte: avestruz.<br />
Bichos - Furiosos: será atacada(o), mas triunfará. Calmos: seus desejos serão<br />
atendidos. Sorte: aposte nos que aparecerem no sonho.<br />
Bigamia- Cometer bigamia: felicidade amorosa. Ser bígam a(o): boa vida<br />
conjugal. Não ser bígama(o): m uito dinheiro. Sorte: cachorro.<br />
Bigode - Usar bigode: pessoa independente. Estar com o bigode raspado:<br />
vaidade. Se a mulher sonhar que tem bigode: atritos com o marido. Pequeno<br />
bigode: timidez. Sorte: cachorro.<br />
Bilhete - Bons tempos a(o) esperam. Receber um bilhete: alegrias no amor.<br />
Mandar um bilhete: evite brigas. Bilhete de loteria: sorte no jogo. Sorte.<br />
veado.<br />
Boca - Bonita: siga os conselhos que recebeu. Fechada: prudência. A boca é<br />
também um forte símbolo sexual. Sorte: cobra.<br />
Bode - Ligação vergonhosa, loucura erótica. Sorte: cabra.<br />
Bofetada - Levar uma bofetada: más companhias. Dar uma bofetada: êxito<br />
no relacionamento am oroso. Pessoa se esbofeteando: bons empreendimentos.<br />
Sorte: leão.<br />
Boi - Abundância, de m odo geral. Pastando: feliz presságio. Gordo:<br />
segurança. Magro: revezes. Mugindo ou furioso: discussão conjugal. Ver boi<br />
morto: seus inimigos não conseguirão vencê-la(o). Sorte: touro.<br />
Bolo - Prossiga com seus planos em segredo. Bolo feio é sinal de obstáculos.<br />
Sorte: leão.<br />
Bolsa- Fechada: segredos . Vazia: entrada de dinheiro. Cheia: tudo lhe corre<br />
bem. Sorte. leão.<br />
Bomba - Uma bomba: notícias desagradáveis. Ser ferida(o) por uma bomba:<br />
contratempos em viagem. Sorte: Touro.<br />
Bombeiro- Ver somente o bombeiro: dificuldades superadas Vê-lo apagando<br />
fogo: passará por c rise financeira. Se ele cair nas chamas: intrigas. Sonhar que<br />
se é bom beiro sem o ser na realidade: você esconde alguma coisa importante.<br />
Sorte: leão.<br />
Boneca - Fortuna e alegria, Sorte: coelho.<br />
Borboleta - Tendência a coisas sem importância. Sorte: borboleta.<br />
Bosque - Confiança no futuro, satis fação íntima. O bosque pode nos avisar<br />
sobre perigo no lado erótico/sexual. Sorte. cobra.<br />
Braço - Vaidade. Trabalho recompensado. Sorte: tigre.<br />
Brasas - Entrada inesperada de dinheiro. Sorte: leão.<br />
Brigas - Desavenças. Sorte: galo.<br />
Brinco- Não acredite demais em promessas. Sorte: borboleta.<br />
Brinquedos - Pequenos prazeres e aparências enganadoras. Sorte: galo.<br />
Bruxa - Medo excessivo de certas pessoas. Sorte: elefante.<br />
Buquê - Um buquê: sorte nos negócios. Dar um buquê: relação amorosa<br />
constante. Receber um buquê: muito prazer na vida. Jogar um buquê:<br />
separação. Sorte: borboleta.<br />
Buraco - Poderá tomar decisão im pensada. Sair de um buraco é sinal de<br />
sucesso para breve. Sorte: cobra.<br />
Burro - Preto: roxa. Branco: entra(Ia de dinheiro. Castanho: aborrecimento.<br />
Em geral este sonho revela perseguição de superior, sem motivo justo. Sorte:<br />
burro ou cavalo.<br />
Buzina- Ouvir uma buzina: noticias inesperadas. Soprar uma buzina: briga<br />
com pessoa amiga. Pessoas tocando buzina de carro: sorte nas finanças. Sorte:<br />
elefante.<br />
Cabeça- Ver uma cabeça decepada: solucionará grave problema. Quem sonha<br />
que está cortando a cabeça de alguém está superando grandes dificuldades.<br />
Ver a cabeça de um animal cortada: prosperidade. Em geral, é sinal de<br />
libertação, independência. Sorte: cachorro.<br />
Cabelos - Bonitos ou abundantes: sucesso com o sexo oposto. Despenteados<br />
ou curtos: decepções. Perder cabelos: problemas com a saúde ou relutarão<br />
Cortá-los: preocupações com dinheiro. Cabelos loiros: lembranças. Castanhos:<br />
energia e boa saúde. Ruivo: ciúme e caprichos. Brancos: amor eterno.<br />
Grisalhos: nascimento de urna criança. Sorte: cavalo.<br />
Cabra - Ver uma ou mais cabras: bons lucros com herança. Comprar uma<br />
cabra: cuidado com invejosos. Vender uma cabra: noivado ou casamento.<br />
Sorte: cabra.<br />
Caçar - Caçar com amigos: grandes sonhos. Caçar sozinho: prejuízos. Caçar<br />
animais: vencerá dificuldades. Sorte: coelho.<br />
Cachimbo - Fumar um cachimbo tranqüilidade passageira. Quebrar o<br />
cachimbo: aborrecimento. Vê-lo é sinal de fartura rápida. Sorte: cobra.<br />
Cachorro - Afeição sincera e desinteressada. Se o cachorro tem uma atitude<br />
amistosa para com você espere alegrias. Se estiver no seu encalço: discussões.<br />
Levar uma mordida: traição. Sorte: cachorro.<br />
Cadáver - Satisfação de desejo oculto. Sorte: coelho.<br />
Cadeia - Pode perder uma grande amizade. Estar presa(o) num a cadeia: você<br />
não está sendo compreendida(o). Sorte: leão.<br />
Café'é - Sucesso em seus em preendimentos. Audácia ou intriga, e vícios.<br />
Sorte: elefante.<br />
Cãibras - Ter: ímpetos negativos. Outras pessoas com cãibras: preocupação<br />
profissional. Sort e: camelo.<br />
Cair - Cuidado com decisões rápidas dem ais. Cair de um telhado, avião ou<br />
montanha: seus planos podem falhar. Num poço: desespero. Sorte: macaco ou<br />
gato.<br />
Caixa - T er uma caixa: terminará projeto. Abri uma caixa: viagem<br />
prolongada. Um a caixa vazia: os planos serão desfeitos. Sorte: veado.<br />
Caixão (Defunto) - Vazio: perdas financeiras. Com alguém: satis fação de<br />
desejo oculto. Sorte: coelho.<br />
Calor - Sentir calor: doença próxima. Sorte: gato.<br />
Calos - Ent rada de dinheiro inesperado. Sorte. macaco.<br />
Calvície - É sinal de que terá que trabalhar muito para conseguir o que<br />
deseja. Sorte: leão.<br />
Cama- Vazia: obstáculos no amor. Alguém na cama: novidades com esta<br />
pessoa. Se você estiver na cama: triunfos. Sorte: gato.<br />
Camarão - Cuidado com mulheres fáceis. Sorte: jacaré.<br />
Camelo - Não confunda perseverança com inteligência. Se ele estiver<br />
correndo é sinal de regresso de pessoa indesejável. Sorte: camelo.<br />
Caminhão - Estar em um caminhão: corrija seus modos no amor. Um<br />
caminhão na estrada: casamento. Amigos num caminhão: acontecimento<br />
importante. Sorte: gato.<br />
Caminho- Caminho reto: segurança. Tortuoso: preocupação. Reencontrar seu<br />
caminho: tudo se resolve. Não conseguir reencontrá-lo: falta-lhe disciplina.<br />
Este sonho é sempre sinônimo de abandono e inquietações. Sorte: cachorro.<br />
Camisa- Rasgada: problemas financeiros. Cam isa do sexo oposto: casamento<br />
em breve. Em geral tem relação com a vida íntima. Sorte: galo.<br />
Campeão - Ser um campeão: bons ganhos financeiros. Vários campeões:<br />
controle mais as atitudes pessoais. Sorte: cavalo.<br />
Campo - Dependendo da situação pode significar desilusão, abandono,<br />
desventuras, esperanças ou saudade da natureza e da vida simples. Sorte:<br />
borboleta.<br />
Canário - Realização de desejo secreto ligado ao amor. Sorte: águia.<br />
Câncer - Terá dinheiro em breve. Outras pessoas com câncer: evite fofocas.<br />
Sorte: camelo.<br />
Caneta - Pessoa amiga pode decepcioná-la(o). Sorte: cobra.<br />
Canivete - Se você recebê-lo: pode ser enganada(o). Dar um: rompimento<br />
com alguém. Apenas ver um canivete: nova paixão. Sorte: galo.<br />
Cantar- Sucesso nos empreendimentos. Sorte: galo.<br />
Caranguejo - Alguém quer tirar algo de você. Sorte: urso.<br />
Carícia - Dada ou trocada: afeto correspondido, benefícios que lhe<br />
agradecerão. Feita por mulher jovem: prazer seguido de mágoa. Acariciar<br />
alguém: ventura. Ser acariciada(o) por crianç as: alegrias. Sorte: pavão.<br />
Carnaval - Alegria seguida de arrependim ento e decepção. Você pode estar<br />
sendo iludida(o). Sorte: águia.<br />
Carne - Ver carne: intrigas. Comer carne cozida: ingenuidade. Crua:<br />
prazeres. Carne com mau aspecto: problem as. Em geral significa que seus<br />
desejos serão saciados. Sorte: vaca.<br />
Carneiro - Prosperidade e fortuna rápida. Sorte: carneiro.<br />
Carrapato - Revelação de segredo de pessoa próxima. Sorte: águia.<br />
Carro - Ver um andando: prosperidade. Parado: dificuldades financeiras.<br />
Andar de carro: mudança de estado civil. Sorte: veado.<br />
Carta - R ecebê-la: poderá ter preocupações. Escrevê-la: reencontrará grande<br />
amigo. Rasgá-la: paz amorosa. Sorte: veado.<br />
Carteira - Cuidado com perda financeira. Sorte: gato.<br />
Carteiro - Um carteiro: boas noticias. Ser um carteiro: perdas financeiras.<br />
Receber carta das mãos de um carteiro: felic idade. Sorte: camelo.<br />
Cartomante - Fato novo modificará a realização de um velho sonho. Sorte:<br />
gato.<br />
Casa- Casa bonita: você está bem em todos os sentidos. Feia: cuidado com<br />
problemas íntimos. O estado da casa tem muita relação com o estado de<br />
espírito ou de saúde de quem sonha. Sorte: cachorro.<br />
Casamento - Por ser insatisfação com sua situação atual, se for casada(o), ou<br />
a expectativa, positiva ou negativa de se casar. Sorte: borboleta.<br />
Castanhas - Visita de gente boa, paixão duradoura. Sorte: jacaré.<br />
Castel o - Um castelo: visita de amigos. Entrar num castelo: grande paixão.<br />
Morar em um castelo: proposta de casamento. Ver um castelo: mudanças na<br />
vida. Sorte: águia.<br />
Castigo - Ser castigada(o): você está exigindo muito de si mesma(o), Castigar<br />
alguém: lucros e vantagem . Sorte: cachorro.<br />
Catarata - Com água limpa: felicidade no lar. Catarata de água suja: perda<br />
de dinheiro. Sorte: galo.<br />
Cavalo- Cavalo tranqüilo: vida sexual em ordem. Espantado: anormalidade na<br />
vida íntima. Cair do cavalo: perdas financeiras. Relincho significa, que<br />
conhecerá alguém importante na, vida. Sorte: cavalo.<br />
Caveira - Ver uma caveira: descoberta de segredo. A caveira de um<br />
conhecido: sorte e prosperidade. Sorte: mac aco.<br />
Cebola - Passará por dificuldades, mas terá vitórias e grande sucesso. Sorte:<br />
porco.<br />
Cego- É sinal de que deve tomar cuidado com negócios duvidosos Sorte:<br />
macaco.<br />
Cegonha - Mudança de residência ou prosperidade. Sorte: cobra.<br />
Cemitério - Se o tempo estiver bom: alegria e proteção de ente quer do.<br />
Com chuva ou escuro: lembrança triste. Sorte: carneiro.<br />
Cenoura - Significa que sua saúde, está necessitando de cuidados especiais.<br />
Sorte: coelho.<br />
Cereja- Aventura agradável, mas de pouca duração. Comer cerejas: amor<br />
enganador. Colher cerejas: alegria. Sorte: carneiro.<br />
Cereja - Encontro com amigos, prazeres. Cerveja gelada: ligação com pessoa<br />
egoísta. Quente: m exericos. Sorte: carneiro.<br />
Cesta- Uma cesta cheia: sucesso comercial. Vazia: perda de dinheiro. Cesta<br />
de outra pessoa: aumento de pessoas na família. Sorte: coelho.<br />
Céu - Azul: vida calma, tranqüilidade. Agitado: aborrecimentos à vista.<br />
Estrelado: esperança. Este sonho pode significar muita insegurança. Sorte:<br />
borboleta.<br />
Chá - Fazer chá: aumento na família. Beber chá: sofrerá com desavenças.<br />
Sorte: camelo.<br />
Chão - Estar estendido no chão: humildade. Ver alguém estendido no chão:<br />
possibilidade de morte de pessoa am iga. Sorte: cobra.<br />
Chapéu - Moça sonhar que está usando chapéu de homem: brevemente se<br />
apaixonará. Este sonho geralmente revela que se está escondendo alguma<br />
coisa, projeto ou segredo. Sorte: burro.<br />
Chave - Fortuna e sucesso. Um a mulher lhe confiar uma chave: ganhará o seu<br />
amor ou os seus segredos. Achar chave: encontro amoroso. Sorte: porco.<br />
Cheiro - Sentir mau cheiro: perda de amizades com vizinhos. Sentir mau<br />
cheiro no ar: será enganada(o) por amigos. Sentir perfume: prostituição.<br />
Sorte: porco.<br />
Chifre - Perigo iminente. Usá-lo: você está sendo enganada(o). Vê-lo em<br />
pessoa ou animal: seu orgulho a(o) levará a negócios arriscados. Sorte: touro<br />
ou veado.<br />
Chocolate - Vê-lo: pessoa negra enam orada. Comê-lo: sinal de casamento e<br />
sucesso. Sorte: elefante.<br />
Chorar- Desejo realizados em breve. Sorte: carneiro.<br />
Chupar - Insegurança e desejo ocultos. Sorte: jacaré.<br />
Chuva- Chuva fina: sucesso lento. De tempestade: lucros e fim de seus<br />
problemas. Sol e chuva: grande triunfo. Sorte: peru.<br />
Cicatriz - Será ferida(o) em seu amor próprio. Se você produzi-Ia em alguém:<br />
problema com infidelidade. Ter uma: doença de um parente. Sorte: coelho.<br />
Cidade - Sonhar com sua própria cidade: você possui am igos fiéis.<br />
Desconhecida: solidão. Bonita: bom sinaI. Em cham as, triste ou feia: será<br />
reconhecida(o) pelo seu trabalho e dedicação. Sorte: burro.<br />
Cigano - Um cigano: volúvel com as idéias. Uma cigana lendo a sorte:<br />
casamento infeliz. Sorte: vaca.<br />
Cigarra - Despreocupação. Ouvi-la cantar: mais atenção com sua saúde.<br />
Sorte: borboleta.<br />
Cigarro - Aceso: terá demonstrações de que é muito respeitada(o). Apagado:<br />
obstáculos na vida social. Sorte: cobra.<br />
Cinzas - Perca de bens. Cinzas de um parente: dinheiro que se avizinha:<br />
Sorte: avestruz.<br />
Circo- Você está confusa(o), procurando um a saída fora do comum. Sorte:<br />
leão.<br />
Cirurgia - Será preciso consertar algo errado para obter resultados melhores.<br />
Sorte: cavalo.<br />
Ciúme - Indica que tudo se resolverá no amor. Sorte: avestruz.<br />
Cobra - Cobra em sua cam a: relações amorosas com pessoa infiel. Matar uma:<br />
vitória sobre pessoas que vinham atrapalhando seu sucesso. Seguir uma cobra:<br />
respeite suas intuições. Ser perseguida(o) por ela: conquistará vitória<br />
considerada impossível. A cor da cobra tam bém é importante. Cobra verde:<br />
ninguém a(o) prejudicará. Azul: grande energia espiritual. Marrom: desejos<br />
sexuais. Vermelha: paixão violenta. Preta: pego. Preta e amarela: desconfie<br />
de alguém falso. Preta e vermelha: violência. Se a cobra aparece com cores<br />
refinadas como azul-celeste ou turquesa, é sinal de amores delicados. Sorte:<br />
cobra, cachorro ou macaco.<br />
Cobrança - Receber cobrança: êxito financeiro. Cobrar: cuidado com anos.<br />
Sorte: burro.<br />
Coelho - Vê-lo brincando: medo injustificado. Branco: pequenos lucros. reto:<br />
decepção. Cinzento: encontro qual faltarão. Sorte: coelho.<br />
Cofre - Dificuldades em descobrir certos segredos. Sorte: cabra.<br />
Col ar - Para mulheres: casamento próximo. Para homens: desavenças<br />
domésticas. Sorte: cabra.<br />
Comer - No chão: cuidado com traições. Comer carne: energia, pão: vida<br />
longa. Pratos finos: riqueza. Não comer: saúde merece atenção redobrada. Se<br />
os alimentos não apresentarem bom aspecto, é sinal de problemas. Sorte:<br />
leão.<br />
Comida - Felicidade, alegria, bem-estar. Sorte: carneiro.<br />
Compras - Se for uma compra ilegal: desavenças. Em geral, comprar é sinal<br />
de que você investe dinheiro em algo duvidoso. Sorte: camelo.<br />
Construção - Em andamento: você está próxima(o) de grande vitória.<br />
Abandonada ou parada: cuidado com adversidade. Demolir para construir é<br />
sinal de que gostaria de recomeçar algo. Sorte: porco.<br />
Contar - Contar dinheiro, objetos: você é um a pessoa pouco sentimental.<br />
Contar piadas, histórias: você é vaidosa(o). Sorte: aposte nos números vistos<br />
no sonho.<br />
Contrabando - Perigo a respeito de um segredo confiado. Sociedade em<br />
contrabando: problemas desaparecerão. Sorte: gato.<br />
Conversar - Se for com amigo: falta-lhe carinho e atenção. Com<br />
desconhecido: você será recompensada(o) por algo. Com Deus: grande<br />
alegria. Sorte: cachorro.<br />
Copo- Cheio: fortuna. Vazio: ainda não chegou o que esperava. Quebrá-lo:<br />
terá grande satisfação em breve. Sorte: peru.<br />
Coração - E sinal de inquietação, mas não tem relação com o organismo,<br />
embora seja uma advertência para não abusar da saúde. Sorte: galo.<br />
Cores - Cores claras e alegres: acontecimentos felizes; escuras: mágoas e<br />
aborrecimentos. Branca: inocência, pureza. Amarela: sabedoria,<br />
generosidade. Azul-clara: fortuna, escura: adversidades. Preta: obstáculos.<br />
Vermelha: excessos, paixão. Cinza: contrariedades no lar. Rosa: proteja.<br />
pessoa querida. Dourada: você gostaria de ser admirada(o). Laranja: não<br />
aprovará atitude de pessoa amiga. Lilás: conseguirá vencer defeitos. Marrom:<br />
brigas por excesso de autoridade. Prata: casamento próximo ou vencerá causa<br />
justa. Roxa: decisão definitiva e muita sorte. Verde: confiança na vida. Sorte:<br />
avestruz.<br />
Corpo - Se você vê o próprio corpo: bem-estar e segurança. Corpo de outra<br />
pessoa ou animal: inquietações. Corpo em perfeito estado: riqueza. Debilitado<br />
ou monstruoso: desonras. Sorte: gato.<br />
Corrente - De ferro: casamento infortunado. De prata, ouro ou flores: lim ão<br />
feliz. Usa-la: revezes. Partida ou enferrujada: rompimento. Sorte: elefante.<br />
Coruja- Desconfiam de você. Sorte: águia.<br />
Corvo- Vê-los: indica perigo iminente. Alguém deseja apoderar-se dos seus<br />
bens. O corvo relaciona-se com roubos, gente desconfiada. Enxotá-los ou<br />
matá-los: perigo afastado. Mas o corvo pode também significar purificação,<br />
melhora do ambiente fam iliar ou de trabalho. Sorte: avestruz.<br />
Cozinha- Pode conquistar fortuna e fazer muito sucesso. Cozinheira(o):<br />
gastos imprevistos. Sorte: águia.<br />
Cravo - Branco: grande felicidade. Amarelo: ciúme no amor. Verm elho:<br />
paixão ardente. Sorte: coelho.<br />
Crescer - Sonhar que se cresce: recompensas. Sorte: camelo.<br />
Criança - Bonita e saudável: alegria, sucesso. Doente ou feia: decepção,<br />
problemas íntimos. Sonhar que se é criança: você está em conflito, querendo<br />
começar tudo de novo. Sorte: avestruz.<br />
Crime - Cometer ou assistir a um crime: cuidado com escândalos e<br />
desavenças. Sorte: tigre.<br />
Crisântemo - Fidelidade eterna, recordações. Sorte: jacaré.<br />
Crocodilo - Cuidado com manobra de pessoa falsa. Sorte: jacaré.<br />
Cruz - Desgostos e sofrim entos imerecidos. Crucifixo: encontro importante.<br />
Sorte: vaca.<br />
Dados - jogar com dados: a sorte mudará em breve. Ganhar nos dados<br />
receberá herança. Outras pessoas jogando: terá recursos abundantes. Sorte:<br />
borboleta.<br />
Dança - Estar dançando é sinônimo de tranqüilidade e riqueza interior. Ver<br />
alguém dançando: necessidade de se distrair. Sorte: borboleta.<br />
Data - Tome sempre nota das datas que aparecem nos sonhos, algo de<br />
importante pode acontecer envolvendo estes dias.Sorte: aposte nos números<br />
do sonho.<br />
Dedo - Queimar ou perder dedos: agitação. Machucá-lo: lucros reduzidos. Ver<br />
mais de cinco dedos na mão ou no pé: herança. É também símbolo sexual.<br />
Sorte: jacaré.<br />
Defender - Alguém: prestará um serviço e lhe agradecerão. Defender-se de<br />
alguém: não se preocupe, pois suas virtudes triunfarão depois de grandes<br />
ameaças. Sorte: cabra.<br />
Deitar - Ver-se deitada(o) sozinha(o): problemas, desgostos. Deitada(o) ao<br />
lado de pessoa do sexo oposto: consolo. Com alguém do mesmo sexo:<br />
contrariedades. Marido deitado com a mulher e vice-versa: felicidade. Sorte:<br />
macaco.<br />
Demissão - Entregar sua própria demiss ão: estima no trabalho. Outras<br />
pessoas entregado sua demissão: melhoria num futuro próximo. Sorte: touro.<br />
Demônio - Se você vencê-lo ou conseguir se livrar dele: conquistará grande<br />
triunfo. Se não conseguir: problem as e dificuldades. Sorte: cobra.<br />
Dentes - Bonitos e sadios: prosperidade. Feios: dificuldades e perda de<br />
dinheiro. Dor de dente: embaraço financeiro. Dor de dente para o homem<br />
pode significar enfraquecimento sexual. Para a mulher: frustração amorosa.<br />
Sorte: elefante.<br />
Dentista - Vê-lo: preocupação. Fazer tratamento com ele: conseguirá escapar<br />
de problemas. Sorte: elefante.<br />
Desastres - Se você estiver envolvida(o) no desastre é sinal de boa saúde.<br />
Presenciar um: cuidado com problemas. Sorte: cachorro.<br />
Desaparecer - Será roubada(o). Amigos que desaparecem: enfermidade na<br />
família. Objetos que desaparecem: grande lucros. Sorte: jacaré.<br />
Descer - Cuidado com suas decisões. Sorte: macaco.<br />
Desconhecido - Pessoa desconhecida: felicidade no lar. Abraçar pessoa<br />
desconhecida: aguarde uma viagem. Sorte: cobra.<br />
Desejar - Ter um desejo: receberá m ás notícias. Desejar alguma coisa:<br />
abundância. Receber um desejo: desonra. Sorte: cachorro.<br />
Deserto - Perigo de rom pimento amoroso. Pode ser também que amigos fiéis<br />
a(o) socorrerão nos problemas. Sorte: cam elo.<br />
Desgraça - Cair em desgraça: boas am izades. Outras pessoas em desgraça:<br />
cuidado com invejosos. Parentes em desgraça: trabalho pesado à frente.<br />
Sorte: touro.<br />
Desonesto - Ser desonesta(o): assinatura de documentos. Outras pessoas<br />
sendo desonestas: está cercada(o) de gente maldosa. Sorte: macaco.<br />
Despedida - É sempre sinal de mudança de vida. Sorte: avestruz.<br />
Despir - Estar despida(o): fofocas que podem causar tristezas. Despir-se:<br />
felicidade am orosa. Conhecidos despidos: receberá visita de parentes em<br />
breve. Sorte: peru.<br />
Deus - Orar com Deus: consolo. Ser abençoada(o): prosperidade. Falar- Lhe:<br />
grande alegria. Ser ameaçada(o) por Ele: seus temores são injustificados.<br />
Sorte: carneiro.<br />
Dia - Um dia claro e bonito é sinal de ótimas notícias. Se em seu sonho o dia<br />
se mostrava escuro, chuvoso, com ventos ou simplesmente triste é indício de<br />
mudanças em sua vida. Sorte: burro.<br />
Diabo - O diabo: viagem e prosperidade. Conversar com o diabo: será<br />
tapeada(o) por amigos. Lutar com o diabo: perigo financeiro. Ver o diabo<br />
rezando: resistira a tentação no amor. Sorte: cachorro.<br />
Diamante - Ambições realizadas por meios nem sempre muito honestos. Pode<br />
ser sinal de complexo de inferioridade. Sorte: pavão.<br />
Dificuldade - Estar em dificuldade: mudanç as no trabalho. Parentes em<br />
dificuldades: felicidade assegurada. Sorte: vaca.<br />
Dilúvio - Um dilúvio: má sorte nas questões amorosas. Casa perdida num<br />
dilúvio: felicidade e prosperidade. Sorte: elefante.<br />
Dinheiro - Achá-lo aborrecimento com finanças. Perdê-lo: sorte, entrada de<br />
dinheiro. Ver dinheiro: você não receberá a quantia que lhe é devida. Sorte:<br />
elefante.<br />
Discussão - Receio de que esteja cometendo injustiça com alguém. Sorte:<br />
galo.<br />
Dívidas - alegrias e sucesso com o sexo oposto. Sorte: águia.<br />
Divórcio - Nem sempre tem relação com brigas e separações e geralmente<br />
indica estreitamento de relações e harmonia familiar. Sorte: cobra.<br />
Doces - Cuidado com reviravolta em sua vida. Sorte: cachorro.<br />
Documentos - Assinar: êxito. Ler: cuidado com invejosos. Sorte: macaco.<br />
Doença - Indício de boa saúde. Ver doentes: aborrecimentos, tristezas e<br />
contrariedades. Sorte: macaco.<br />
Dores - Este sonho é uma advertência para intrigas . Sorte: macaco.<br />
Dormir - sonhar que dorme: sinal de cansaço físico. Ver alguém dormindo:<br />
você está sendo esquecida(o). Sorte: burro.<br />
Dragão - Sentirá muitas dificuldades de se aproximar de quem você ama.<br />
Sorte: tigre.<br />
Drogas - Você está convivendo com alguém desonesto. Sorte: peru.<br />
Duende - Uma surpresa ou alguma coisa muito boa está para acontecer.<br />
Sorte: jacaré e burro.<br />
Eco- Pode ser vítima de calúnias. Sorte: avestruz.<br />
Elefante - Para a mulher é sinal de que será amacia por homem rico,<br />
afetuoso e impetuoso. Se ele encostar a tromba em você, significa afeto de<br />
pessoa importante. Este sonho é sempre sinal de inteligência e prudência.<br />
Sorte: elefante.<br />
Eleição - Vencer uma eleição: cuidado com amizades falsas. Ajudar numa<br />
eleição: concretização de velhos planos. Amigos sendo eleitos:<br />
acontecimentos importantes no amor. Sorte: borboleta.<br />
Elevador - subindo: mudança favorável de situação. Descendo: conquistará<br />
fortuna através de muito trabalho. Circulando vazio: decepções. Cheio de<br />
gente: lucros. Sorte: gato.<br />
Elogios - Receber um elogio: prazer ou então procuram ridicularizá-la(o).<br />
Fazer um elogio: receberá recompensa. Sorte: cavalo.<br />
Emagrecer - Viverá momentos maravilhosos no amor. Tomar remédio para<br />
emagrecer: receberá um presente. Outras pessoas emagrecendo: solidão.<br />
Sorte: cabra.<br />
Embrulho - Receber um embrulho: há alguém que a(o) am a muito. Abrir um<br />
embrulho: casamento duradouro. Carregar um embrulho: desapontamento.<br />
Sorte: veado.<br />
Emprego - Você é espirituosa(o). Sorte: burro.<br />
Enchente - Aumento de bens. Se houver inundação: sinal para não se tornar<br />
escrava(o) de suas paixões. Veja também Água. Sorte: jacaré.<br />
Encruzilhada - Terá que tomar decisão entre duas propostas ou dois<br />
caminhos. Sorte: águia.<br />
Endereço -Procurar um endereço: ter grande sorte nos negócios. Esc rever um<br />
endereço: sinal de cautela no amor. Sorte: galo.<br />
Enfeites - Desejo de agradar a alguém. Sorte: pavão.<br />
Enfermeira(o) - Boa sorte em jogos e abundância de dinheiro. Sorte<br />
avestruz.<br />
Enforcar - Angústias e obstáculos financeiros. Sorte: galo.<br />
Engano - Com eter um engano: evite a presunção. Ser enganada(o): oriente<br />
melhor os negócios. Sorte: leão.<br />
Enojar - Ficar enojada(o): novas amizades. Outras pessoas enojadas: miséria.<br />
Sorte: burro.<br />
Enterro - Assistir ao enterro de um conhecido: traição. Desconhecido: boas<br />
notícias. Assistir ao próprio enterro: sorte no jogo durante 3 dias. Enterrar<br />
algo é sinal de desconfiança no próximo ou intenção de ocultar impulsos<br />
negativos. Sorte: gato.<br />
Ervas - As ervas e plantas de cheiro forte indicam que segredos serão<br />
descobertos brevem ente. Sorte: veado.<br />
Escada - Tudo sairá bem, se você subi-Ia; descê-la: aborrecimentos. A escada<br />
indica insegurança sobre o próprio êxito. Sorte: galo.<br />
Escola- Dificuldade em decidir sobre sua própria vida. Sorte: peru.<br />
Escorpião - cuidado com traições. Sorte: jacaré.<br />
Escrever - Carta: regresso de pessoa querida. Documentos: negócios<br />
lucrativos. A cor do papel e da escrita tem grande importância. Veja Cores.<br />
Sorte: peru.<br />
Escuridão - Aborrecimentos por sua própria culpa. Sorte: macaco.<br />
Esmola - Dar esmola: grande alegria próxima e paz interior. Pedir esmola:<br />
receberá benefícios. Sorte: gato.<br />
Espada - Grandes honrarias. Usar espada: boas amizades. Ferir alguém com<br />
espada: contratempos no amor. Sorte: cabra.<br />
Espelho - Quebrado: desavenças. contemplar-se: vaidade ou casamento.<br />
Sorte: pavão.<br />
Espinhas - Representa riqueza. Espremer espinhas: grande quantidade de<br />
dinheiro. Sorte: borboleta.<br />
Espinhos - Desgostos im previstos. Podem significar, para as mulheres, medo<br />
das relações sexuais violentas. Sorte: cabra.<br />
Espíritos - Consultá-los: siga sua intuição. Chamá-los: está se esquecendo de<br />
coisa importante. Sorte: camelo ou elefante.<br />
Esposa - Medo de que algum segredo seu venha a ser descoberto. Sorte:<br />
veado.<br />
Estação - Pode indicar viagem ou separação. Esperar uma pessoa inutilmente<br />
é sinal de rompimento doloroso. Sorte: cachorro.<br />
Estômago - Contrariedades ou angústias por ter assumido compromissos<br />
superiores à sua capacidade. Sorte: elefante.<br />
Estrada - Se for de dia: felicidade. À noite: perseguição de superior ou rival.<br />
Sorte: cavalo.<br />
Estrangeiro - Você é uma pessoa comprometida e procura soluções de seus<br />
problemas com pessoas e lugares errados. Sorte: cobra.<br />
Estranho - Indecisão e insegurança. Sorte: cobra.<br />
Estrelas - Prosperidade se estiverem brilhando; problemas se encobertas.<br />
Sorte: borboleta.<br />
Estupro - Ser vítima de estupro: amigos falsos. Ver alguém sendo estuprado:<br />
amizade em séria dificuldade. Estuprar alguém: você está sendo injusta(o).<br />
Sorte: macaco.<br />
Explosão - Reviravolta em sua vida para melhor. Novas esperanças. Sorte:<br />
veado<br />
Faca - Achar um a: verá pessoa que estava afastada. Facadas: cautela com<br />
rompimento entre amigos. Vê-Ia: discussão. Cuidado com seus impulsos<br />
violentos. Sorte: galo.<br />
Faces - Belas faces: boa saúde. Faces pálidas: precisa de incentivo no<br />
trabalho. Sorte: borboleta.<br />
Falar - Falar sozinha(o): preocupações. Com alguém: confidências. Com<br />
várias pessoas: intrigas. Com crianças: nascimento de bebê. Com velhos:<br />
insucesso. Sorte: carneiro.<br />
Falsidade - Pessoas falsas: terá contratempos no lar. Ser falsa(o): vida longa.<br />
Sorte: cobra.<br />
Família - Sorte no jogo durante 3 dias. Se for briga ou discussão, é sinal de<br />
problemas com heranças. Sorte: avestruz.<br />
Famoso - Ser famosa(o): prejuízos e mudanças financeiras. Outras pessoas<br />
famosas: tristeza está prestes a chegar. Sorte: águia.<br />
Fantasia - Desfrutará de muitos prazeres. Mulher sonhando com fantasias:<br />
amará outra pessoa. Homem sonhando com fantasias: perda de dinheiro.<br />
Sorte: borboleta.<br />
Fantasma - Más notícias e risco de perdas em negócios ou em preendimentos<br />
incertos. Sorte: burro.<br />
Febre - Torturas a respeito de um caso de dinheiro, saúde ou amor, contra o<br />
qual sua vontade é impotente. Sorte: cabra.<br />
Fechadura - Abrir uma fechadura: a felicidade está assegurada. Ter chaves<br />
em uma fechadura: dificuldades. Sorte: coelho.<br />
Feijão - Comê-lo: críticas. Colhê-los: intimidades. Feijão branco:<br />
ressentimento. Preto: será consolada(o). Verde: má conduta. Sorte: carneiro.<br />
Feio - Ser feio(a): vida longa. Outras pessoas feias: será tapeada(o) por<br />
amigos. Sorte: cavalo.<br />
Feitiço - Fazer um feitiço: infelicidade no setor amoroso. Receber um feitiço:<br />
contratempos com dinheiro. Sorte: leão.<br />
Ferimento - Ser ferida(o) por animal: maldade de adversário. Por touro:<br />
ciúme de rival perigosa(o). Ferimento no coração pode indicar paixão ou<br />
sofrimento amoroso. Sorte: porco.<br />
Ferro- Comprar fero: notícias de parentes distantes. Vender ferro: o dinheiro<br />
virá com facilidade. Ferro de passar roupa: felicidade no amor. Sorte jacaré.<br />
Festa - Quando é agitada: seus planos não estão dando certo. Tranqüila: terá<br />
que decidir sobre uma proposta interessante. Se a maioria dos convidados for<br />
estranha, é sinal de inquietações. Se você conhecer quase todos: tenha calma<br />
ao julgar determinada pessoa. Sorte: vaca.<br />
Fezes - Significa sempre sorte no jogo e nos negócios. Sorte: borboleta.<br />
Figos- Frescos: sucesso e alegria. Secos: problemas. Sorte: águia.<br />
Filhos - Casar com filho: aventura am orosa. Sonhar que tem filhos sem os ter:<br />
decepção no relacionamento amoroso. Filha(o) bonita(o): pres ente. Em geral,<br />
é preocupação excessiva com filhos. Sorte: coelho.<br />
Flor-de-Lis - Pureza, ingenuidade e vaidade. Sorte: águia.<br />
Flores - Alguém pensa em você com afeto e ternura. As orquídeas indicam<br />
relações com pessoa rica e orgulhosa. Veja também Cores. Sorte: pavão<br />
Fogos - Claro e normal: sucesso, saúde e abundância. Fogo baixo ou fraco:<br />
boatos. Pode ser também vontade de liquidar com coisas passadas. Sorte:<br />
leão.<br />
Fome: Este sonho pode ser sinal de ansiedade e expectativa com relação a<br />
algo novo. Em geral, é um sonho bom, revelando sucesso em<br />
empreendimentos futuros. Sorte: carneiro.<br />
Formiga - Riqueza ou acusação sobre sua produção insuficiente. Destruir<br />
formigas: acabará com suas preocupações: Sorte elefante.<br />
Fósforo - Vê-lo aceso ou acendê-lo: conseguirá o que quer. Não conseguir<br />
acendê-lo: obstáculos sérios. Vê-lo apagado: intrigas. Sorte: leão.<br />
Fotografia - Tirar uma: novo amor. Rasgar ou queimar: brigas ou discussões.<br />
Admirar uma: conquistará grande vitória. Dar ou receber uma foto: amor<br />
correspondido. Sorte: cavalo.<br />
Frutas - Belas frutas: relações amorosas e prazeres proibidos. Feias ou<br />
podres: descontentamento. Verdes: inveja. Sorte: coelho.<br />
Fugir - Fugir em sonho é tentar romper com determinado problema na vida<br />
real. Sorte: veado.<br />
Fumar - Fum ar cachimbo: satisfação. Cigarro: você é respeitada(o).<br />
Geralmente, quem sonha que está fumando tem desejos e prazeres ocultos.<br />
Sorte: cobra.<br />
Gado - Sinal de abundância de um modo geral. O mesmo que sonhar com boi.<br />
Sorte: touro ou vaca.<br />
Gaguejar - Tem espírito decidido. Crianças gaguejando: terá um bom futuro.<br />
Outras pessoas gaguejando: novos interesses. Sorte: galo.<br />
Gaiol a - Gaiola com pássaros: conquista amorosa. Vazia: afeto perdido.<br />
Sorte: galo.<br />
Galho - Desejo de alcançar tranqüilidade. Pendurar-se em galho de árvore:<br />
pode se sentir desesperada(o). Sorte: macaco.<br />
Galinha(Galo) - Prosperidade. Galinha botando: lucros. Galinha branca:<br />
aventura. Preta: aborrecimentos. Um galo em meio às galinhas: suc esso no<br />
amor e boas notícias. Ouvi-lo cantar: vitória. Sorte: galo.<br />
Ganhar - Em geral, indica recuperação de dinheiro ou de prestígio. Sorte:<br />
cavalo.<br />
Ganso - Você está cercada(o) de pessoas pretensiosas. Sorte: peru.<br />
Garagem - Novos rumos na vida. Vazia: fique atenta às traição amorosa.<br />
Cheia de automóveis: saúde e dinheiro. Sorte: pavão.<br />
Garfo - Subirá na vida ou terá grandes vitórias por acaso. Este sonho pode<br />
significar problem as na vida sexual. Sorte: gato.<br />
Garganta - Problemas de garganta: ganhos financeiros. Cortar a garganta:<br />
outras pes soas serão obstáculos em sua vida. Sorte: galo.<br />
Garrafa - Cheia: sucesso em pequenos negócios. Vazia: pode gastar dinheiro<br />
inutilmente. Garrafa partida: discussão. Sorte: peru.<br />
Gato - Os gatos nos avisam que perto de nós se pratica ou se prepara uma<br />
traição. Gato branco: fortuna rápida. Preto: acidente. Ruivo: vingança. Sorte:<br />
gato.<br />
Gaveta - Aberta: boa época para a paquera. Abrir uma: felicidade. Não<br />
conseguir abri-Ia: dificuldades pela frente. Sorte: coelho.<br />
Gavião - Problem as com rivais. Sorte: águia.<br />
Gelo - Comer gelo: desilusão amorosa. Caminhar sobre o gelo:<br />
aborrecimentos passageiros. Em geral, indica má fase. Sorte: urso.<br />
Gêmeos - Vê-los: prosperidade. Dar à luz filhos gêmeos: grande fortuna<br />
assegurada. Sorte: águia.<br />
Gente - Feliz: será respeitada(o). Vestida de branco: perderá amizade.<br />
Vestida de preto: infelicidade em sua vida. Sorte: burro.<br />
Gigante - Vê-lo: progresso, fortuna. Ser um gigante: excesso de confiança ou<br />
posição superior a(o) aguarda. Sorte: elefante.<br />
Girafa - Os negócios vão dar certo. Sorte: elefante.<br />
Girassol - Amor não correspondido. Voltado para o sol: preocupações. Colhê-<br />
lo: precisa ter mais calma. Sorte: borboleta.<br />
Goiaba - Perda de energia e de autoridade. Sorte: cavalo.<br />
Grama - Prosperidade nos negócios. Alta: doença. Apará-la: longa vida.<br />
Sorte: cabra.<br />
Grãos - Abundância. Semear significa que se trabalha para o futuro. Se as<br />
sementes não germinarem: suas esperanças dificilmente se realizarão. Sorte:<br />
cavalo.<br />
Gravidez - Revela o medo da gravidez ou então amadurecimento de quem<br />
sonha. Homem grávido: sinal de que o se julga uma pessoa superior. Sorte:<br />
coelho.<br />
Greve - Se estiver organizando uma, deve ajudar uma pessoa necessitada. Ser<br />
a(o) líder de um greve: poderá ser roubada(o). Sorte: carneiro.<br />
Grilo - Alegrias no lar e felicidade conjugal. Sorte: veado.<br />
Grito - Ouvi-lo: passará por situação difícil. Querer gritar e não conseguir:<br />
desgostos. Pedir socorro: pessoa querida corre perigo. Sorte: tigre.<br />
Guarda-Chuva - Você precisa ser mais independente. Perder um: descoberta<br />
importante. Achar: cuidado com perdas financeiras. Sorte: jacaré.<br />
Harém - Você gosta do luxo. Viver em um harém: as verdades aparecerão.<br />
Sorte: cachorro.<br />
Hemorragia - Normalmente, é um sonho positivo. Relaciona-se a um<br />
acontecimento im portante em sua vida brevemente. Sorte: cobra.<br />
Herança - Recebê-la: decepção, contestação, problemas com parentes. Ser<br />
deserdada(o): terá lucros surpreendentes. Sorte: gato.<br />
Herói - Mudanças na vida. Ser um herói: felicidade está assegurada. Sorte:<br />
veado.<br />
Hinos - Cantar hinos: seus planos terão êxitos. Ouvir: boas notícias nos<br />
negócios. Sorte: elefante.<br />
Histeria - Estar histérica(o): mente ativa. Filhos com histeria: não se<br />
intimide. Sorte: vaca.<br />
Homem - Mulher que sonha com hom em: tentação e desejo insatisfeito.<br />
Homem que sonha com hom em: você compreende a si mesmo. Este sonho<br />
também pode indicar homossexualidade reprimida. Sorte: leão.<br />
Homicídio - Matar alguém: romperá relações de m aneira violenta. Sorte:<br />
tigre.<br />
Homossexual - Recuperação de dinheiro perdido. Conversar ou ter contato<br />
com um: controle seus impulsos e paixões sexuais. Sorte: macaco.<br />
Horas - A hora assinalada deve ser guardada, pois certamente lhe será<br />
importante. Sorte: aposte nos números da hora marcada no relógio.<br />
Horta - Alguém tenta prejudicar você, mas não terá nenhum sucesso. Sorte:<br />
coelho.<br />
Hortelã - Amor ardente, sensualidade. Sorte: vaca.<br />
Hortênsia - É a flor de bons propósitos, de demorada, mas total realização.<br />
Evite humilhar quem quer que seja. Sorte. pavão.<br />
Hospício - Ver um hospício de fora: complicações sentimentais. Estar dentro<br />
de uni hospício: transtorno na vida. Sair de um hospício: dificuldades<br />
superadas. Sorte: cachorro.<br />
Hospital - Visitá-lo: inquietação com relação à saúde de ente querido. Estar<br />
no hospital pode significar mudança rápida de vida, às vezes, com sofrimento.<br />
Sorte: cobra.<br />
Hóstia - Comer uma: transações com documentos. Receber uma hóstia de um<br />
padre: alegria. Sorte: cobra.<br />
Hotel - Estar em um hotel: realização de negócio lucrativo. Sair de uni:<br />
reviravolta na vida. Vê-lo do lado de fora: boas noticias. Ser a(o) dona(o) de<br />
um: traição. Sorte: águia.<br />
Humor - Estar de bom humor: desavenças e infelicidade. De mau humor:<br />
falsidades. outras pessoas com mau humor: prosperidade nos negócios. Sorte:<br />
macaco.<br />
Iate - Pode significar boa sorte. Estar em um: realizações próprias. late<br />
encalhado: preocupações nos negócio. Sorte: jacaré.<br />
Idade Se você estiver preocupada(o) com sua idade, pode significar<br />
problemas com doenças. Sorte: avestruz.<br />
Ídolo - Vê-lo: viagens apaixonantes e inesquecíveis. Conversar com ele:<br />
obsessão. Não conseguir tocá-lo: amores proibidos. Sorte: cobra.<br />
Ignorância - Ser ignorante: esforços serão recompensados. Pessoas<br />
ignorantes: melhora de uma doença. Sorte: burro.<br />
Igreja - Entrar numa igreja: bons negócios. Sair: prejuízos nos negócios. Ver<br />
uma igreja: espere sorte nos jogos. Sorte: avestruz.<br />
Ilha - Passear por uma ilha: perda da independência, mas grande<br />
tranqüilidade. Estar numa ilha com tempestades: impossibilidade de realizar<br />
seus desejos. Quem sonha com ilha pode estar querendo fugir de problemas.<br />
Sorte: jacaré.<br />
Imagem - Ver um a imagem: amor correspondido. Vê-Ia cair: desilusões ou<br />
obstáculos. Sorte: carneiro.<br />
Impotência - Você está sendo vítima de sua própria imaginação. Sorte:<br />
cabra.<br />
Incêndio - Vê-lo: dram a de am or. Em sua casa: processo e aborrecimentos<br />
financeiros. Sucesso, se conseguir apagar o incêndio. Este sonho geralmente<br />
indica necessidade de ajuda. Sorte: leão.<br />
Incenso - Receberá muitos elogios. Sorte: macaco.<br />
Inchar - Estar inchada(o): notícias ruins. Outras pessoas inchadas pode<br />
significar riquezas ou maus agouros. Sorte: burro.<br />
Índio - Fato inesperado ou amizade a(o) surpreenderá nos próximos dias.<br />
Sorte: águia.<br />
Indigente - Uma pessoa m uito pobre significa boa sorte e felicidade. Muitas<br />
pessoas juntas: pobreza. Sorte: gato.<br />
Infelicidade - Ser infeliz: receberá visita de uma autoridade: Amigos<br />
infelizes: será trapaceada(o). Outras pessoas infelizes: uma carta lhe trará<br />
boas notícias. Sorte: cachorro.<br />
Inferno - Avistar o inferno: decepções. Estar no inferno: sorte no jogo<br />
durante 3 dias seguidos. Sorte: cobra.<br />
Infidelidade - Às vezes, é aviso de obstáculos na vida amorosa. Sorte: cobra.<br />
Infortúnio - Sorte nos negócios. Outras pessoas sofrendo infortúnio:<br />
dificuldades. Sorte: cobra.<br />
Inimigo - Obstáculos nos negócios. Sorte: galo.<br />
Inocente - Ser inocente: você pode estar apaixonada(o). Não ser inocente:<br />
conseguirá cargo importante e sucesso. Sorte: jacaré.<br />
Insetos - Lutará contra pessoas que a(o) perturbam. Sorte: águia.<br />
Instrumentos - Musicais: conhecerá pessoa bastante importante. Cortantes:<br />
esteja atenta(o) ao usá-los. Se forem objetos que não oferecem perigo, é<br />
aviso de recebimento de proposta interessante. Sorte: galo.<br />
Insulto - Ser insultada(o): tristezas. insultar alguém: am izades perigosas.<br />
Sorte: leão.<br />
Inundação - Presenciar uma: mudança de domicílio. Se a água for suja ou<br />
escura, é sinal de aborrecimentos, do contrário é prosperidade. Sorte: jacaré.<br />
Irmã(o) - Proteção e apoio de pessoa muito próxima. Sorte: elefante.<br />
Jacaré - Cuidado com manobras de pessoa falsa. Sorte: jacaré.<br />
Janelas - Você tem a simpatia de pessoa jovem. Sorte: gato<br />
Jantar - Podem aparecer dificuldades. Receber amigos para o jantar: vitória<br />
sobre os inimigos. Sorte: urso.<br />
Jardim- Passear por um jardim indica gravidez para a mulher casada. O<br />
estado do jardim (bonito, feio, descuidado) tem relação direta com a sua vida<br />
interior. Veja tam bém Flores. Sorte: pavão.<br />
Jasmim - Uma jovem sonhando com essa flor: poderá receber proposta de<br />
casamento. Um buquê de jasmim: boas amizades. Sorte: borboleta.<br />
Javali - Caçar um : seus esforços não terão resultado. Ser perseguida(o):<br />
separação amorosa. Matar um: melhora econômica. Sorte: porco.<br />
Jesus cristo - Estar ao lado Dele: você é guiada(o). Ser abençoada(o) por Ele:<br />
sinal de prosperidade. Falar-lhe: aguarde alegrias. Se o sonho for de ameaças,<br />
perseguições, é sinal de embaraços e problemas em breve. Sorte: carneiro.<br />
Joanete - Se estiver doendo é sinal de regresso de alguém que está viajando<br />
há tempos. Sorte: cabra.<br />
Jogo - jogos de azar: ganhos inesperados. De tênis de mesa, xadrez e dam a:<br />
inteligência. jogos de quadra: união em família. Futebol: saúde. jogos de<br />
cartas: prejuízos. Dominó: intrigas. Sorte: cabra.<br />
Jóias - Perdê-las: relação nova e agradável. De ouro: ambição,<br />
aborrecimentos. De prata: será vítima de sua imaginação. De um modo geral,<br />
este sonho revela que você se preocupa muito com as aparências. Sorte:<br />
pavão.<br />
Jornal - Ler um jornal: viagem próxima. Ver outra pessoa lendo ou ver<br />
somente o jornal: dificuldades superadas. Com prar um jornal: obstáculos nos<br />
negócios. Sorte: veado.<br />
Jovem - Se é velha(o) e sonha que é jovem: boas notícias. Este sonho pode<br />
significar que sua felicidade não duraria muito tempo. Sorte: coelho.<br />
Juiz - Ver um juiz: aborrecimentos. Se ele estiver sentenciando: atraso de<br />
vida. Sorte: camelo.<br />
Julgamento - Assistir: doença. Participar: sua presença é temida. Se o<br />
julgamento for justo: sinal de vitórias. Se for injusto: será alvo de mexericos.<br />
Sorte: camelo.<br />
Jumento - Mulher enam orada e faladeira que lhe dirá duras verdades. Sorte:<br />
cavalo.<br />
Juramento - Fazer um: conquistará posições. Outras pessoas fazendo uni<br />
juramento: pode receber más noticias de amiga(o). Sorte: porco.<br />
Juros - Pagá-los: receberá m ás noticias. Recebê-los: poderá ter infelicidades.<br />
Sorte: avestruz<br />
Lã - Geralmente é sinal de união e afeição. Roupas de lã: seu mérito será<br />
reconhecido. Sorte: carneiro.<br />
Lábi os - Finos: vergonha. Grossos: infelicidade. Se forem os seus lábios, pode<br />
ter entrada inesperada de dinheiro. Sorte: pavão.<br />
Ladrão - Insegurança, medo de perder algo como emprego, amizade, am or ou<br />
dinheiro. Sorte: gato.<br />
Lagarto - Pensamentos negativos e incertezas. Lagartixa: desilusões. Sorte:<br />
jacaré.<br />
lago - Límpido: insucesso. Sujo: problemas nos negócios. Se você estiver<br />
pescando em um lago, significa melhora na s ua situação financeira e amorosa.<br />
Sorte: vaca.<br />
Lágrimas - Conseguirá vencer oposições. Sorte: carneiro.<br />
Lama - Cuidado com calúnias. Pode enfrentar dificuldades. Sorte: porco.<br />
Lamentar - Apesar de negativo, representa alegrias. Se outras pessoas<br />
estiverem se lamentando, receberá boas notícias. Sorte: borboleta.<br />
Lâmpada - Acesa: paz de espírito e esclarecimento de algo obscuro.<br />
Apagada: ingratidão. Sorte: tigre.<br />
Lápis - Boas influências. Apontá-lo: vida normalizada. Sorte: elefante.<br />
Laranja - Casamento, algo relacionado ao sexo. Laranjeira carregada de<br />
frutas: casamento com alguém muito rico. Sorte: águia.<br />
Laia - Abrir uma: problemas com rival. jogá-la: infortúnios. Muitas latas: boas<br />
notícias. Sorte: avestruz.<br />
Latidos - Fique vigilante. Ouvir latidos: bons conselhos. Se o cão ladrar como<br />
se fosse mordê-la(o): aborrecimentos morais. Sorte: avestruz.<br />
Lavar - O rosto: novos amores a caminho. As mãos: melhora de posição<br />
econômica. O corpo: viagem próxima. A casa: mudança em breve. A roupa:<br />
tome decisão enérgica e renuncie a certa paixão. Lavar alguém: boas notícias.<br />
Ver alguém se lavando: novidades com amizades. Sorte: jacaré.<br />
Leão - Proteção de alguém poderoso. Grande força em todas as situações.<br />
Sorte: leão.<br />
Legumes - Muito trabalho e pouca recompensa. Colhê-los: despreocupações<br />
financeiras. Comê-los: prejuízos. Sorte: águia.<br />
Leite - De modo geral, significa fecundidade e realização de desejos. Sorte:<br />
cabra.<br />
Limão - Tirará proveito das verdades que ouvirá. Sorte: águia.<br />
Lírio - Se estiverem na estação, felicidade, fora dela, pode perder suas<br />
esperanças. Plantá-los: casamento em breve. Sorte: veado.<br />
Livros - Ganhar um livro: noivado ou casamento próximo. Oferecê-lo a<br />
alguém: decepções no amor. Ler um livro: discussões. Sorte: cabra.<br />
Lixo - Amizades estranhas. jogar o lixo fora: melhora de um a doença. Sorte:<br />
porco.<br />
Lobo - Relações com pessoas de má fé. Está para acontecer uma luta difícil.<br />
Sorte: cachorro.<br />
Loteria - Se você ganhou na loteria: lucros inesperados e vitórias. Se apostou<br />
e não ganhou: perdas e decepções. Sorte: aposte nos números, bilhetes ou<br />
jogos de seu sonho.<br />
Loucura - Ver loucos: alegrias passageiras. Sonhar que ficou louca(o):<br />
cansaço mental. Para a(o) doente este sonho anuncia recuperação de saúde.<br />
Sorte: cachorro.<br />
Lua-de-Mel - Mudanças repentinas em sua vida pessoal. Amigos em lua-de-<br />
mel: decepções. Sorte: pavão.<br />
Luz - Entrada de dinheiro. Veja também Lâmpada. Sorte: tigre<br />
Macaco - Cuidado com inimizades. Macacos tagarelando: você será<br />
lisonjeada(o). Macacos subindo em alguma coisa: os inimigos vão provocar sua<br />
ruína. Sorte: macaco.<br />
Maças - Grandes rendimentos e boa vida. Felicidade no amor. Sorte: pavão.<br />
Machucado - Passará por tristeza em ocional. Cuidado com os inimigos. Sorte:<br />
cachorro.<br />
Madrasta - Conhecerá pessoa poderosa e influente. Sorte: vaca.<br />
Madrinha - Pode ter solução de questão judicial. Sorte: carneiro.<br />
Mãe - Sorridente: desejos atendidos. Irritada ou chorando: desgosto, sinal de<br />
que está fazendo algo errado. Vê-Ia morrer ou morta: recuperação de saúde.<br />
Sonhar muito com a mãe: insegurança. Pouco: boas relações com ela. Sorte:<br />
borboleta.<br />
Magia - Notícias inesperadas. Sua vida poderá sofrer grandes modificações.<br />
Sorte: gato.<br />
Mágico - Ser um mágico: decepções. Sorte: jacaré.<br />
Magro - Ser magra(o): desfrutará de grandes rendimentos. Fazendo regime:<br />
riquezas inesperadas em breve. Sorte: coelho.<br />
Mala - Carregar apenas uma mala: dívidas. Carregar diversas: traição de<br />
amigo. Sorte: porco.<br />
Manga - Madura: viagem. Verde: notícias. Estragada: cautela com intrigas.<br />
Sorte: avestruz.<br />
Mansão - Possuir uma mansão: prazer de duração curta. Ver uma mansão<br />
distante: melhoria. T er diversas mansões: será molestada(o). Sorte: elefante.<br />
Mão - Mãos grandes: será um (a) grande amante. Mão pequena: infidelidade.<br />
Queimar a mão: perda de emprego. Sorte: leão.<br />
Máquina - Se as máquinas funcionarem normalmente: trabalho útil e<br />
compensador. Se enguiçarem ou quebrarem: obstáculos em seus negócios. Se<br />
ocorrer um acidente: infortúnio. Máquinas paradas: sinal de prejuízos. Sorte:<br />
cavalo.<br />
Mar - Aguarde uma aventura amorosa. Alguma coisa nova está em andamento.<br />
Sorte: jacaré.<br />
Marido - Desavença doméstica seguida de reconciliação. Sorte: veado.<br />
Marinha - Dar baixa na Marinha: honra. Homem casado, sonhando que está na<br />
Marinha: a esposa dele a(o) engana. Sorte: tigre.<br />
Máscara - De c arnaval: intrigas. De beleza: vaidade. De brinquedo ou herói:<br />
segredos. Sorte: burro.<br />
Massagem - Levará vida agradável. Fazer m assagem em local público: seus<br />
esforços serão recompensados. Sorte: galo.<br />
Médico - Vida longa e feliz. A visita de um médico é sempre sinal de entrada<br />
inesperada de bastante dinheiro. Sorte: leão.<br />
Medir - Grandes ganhos comerciais e recursos financeiros abundantes. Medir<br />
roupas: cuidado com os inimigos. Sorte: cobra.<br />
Medo - Cuidado nos negócios e nas amizades. Sorte: cabra.<br />
Meias - De seda: privações. De algodão: fort una. Meias furadas: gastará<br />
dinheiro desnecessariamente. Pretas: tentação. Azuis: vaidade boa. Brancas:<br />
chegada de bebê. Sorte: borboleta.<br />
Mel - Sorte nos negócios, prosperidade. Sorte: avestruz.<br />
Melão - Futilidades. Comprar melões: despesas impensadas. Comê-lo: prazer<br />
enganador, pode ter sucesso com amizade, m as terá adversidades comerciais.<br />
Sorte: burro.<br />
Mendigo - Ver um: desavenças familiares. Dar esmolas a ele: sorte no jogo.<br />
Ser um mendigo: reviravolta na vida. Sorte: tigre.<br />
Menina(o) - Bonita(o) e saudável: alegria, sucesso. Doente: decepção,<br />
problemas íntimos. Sonhar que se é menino ou menina: você está'em conflito,<br />
querendo recomeçar. Sorte: pavão.<br />
Mesa - Ver uma: grande alegria, Sentar-se a uma: aflições. Sorte: jacaré.<br />
Mexericos - Ser alvo de m exericos: surpresas agradáveis estão reservadas.<br />
Fazer mexericos sobre outras pessoas: realizará ambições elevadas. Sorte:<br />
galo.<br />
Milagre - Acontecimentos inesperados irão incomodar você. Acreditar em<br />
milagres: restabelecimento de uma doença. Sorte: camelo.<br />
Militar - Vê-lo(s): decepções amorosas. Ser um militar no sonho sem o ser na<br />
realidade: dificuldades por causa de intriga de amor. Sorte: leão.<br />
Milionária(o) - Dê ouvidos a um conselho am igo. Não deixe que as pessoas<br />
a(o) tapeiem. Sorte. vaca.<br />
Minhoca - Inimigos se esforçam para prejudicar você. Ter minhocas no corpo:<br />
ficará rica(o). Um terreno cheio de minhocas: poderá contrair doença<br />
contagiosa. Sorte: cobra.<br />
Moeda - Dourada: acréscim o de bens. Prateada: dificuldades em enriquecer.<br />
Sorte: águia.<br />
Monstro - Sempre tem relação com temores, ansiedade, traumas e<br />
geralmente indica aborrecimentos. Sorte: macaco.<br />
Montanha - Subir uma montanha é s inal de sucesso. Descer: cuidado com<br />
negócios ou dinheiro. A m ontanha também pode indicar dificuldades em<br />
vencer. Sorte: coelho.<br />
Moradia - Sua própria moradia: declarações falsas estão sendo feitas a seu<br />
respeito. Estar numa casa estranha: sua vida se acha em desordem. Sorte:<br />
coelho.<br />
Morangos - Amizade duradoura. Sorte: cabra.<br />
Morcegos - Cuidado com pessoas que querem se fazer muito am igas. Sorte:<br />
porco.<br />
Morder - Uma mordida: está a ponto de sofrer um prejuízo. Morder outra<br />
pessoa: ficará embaraçada(o). Ser mordido por mulher: uma pessoa ciumenta<br />
está bem perto de você. Sorte: cachorro.<br />
Morte - Ver m orrer alguém já morto: ganhará questão ou aposta. Ver-se<br />
morto: riqueza. Ver uma morte: saúde. O sonho com morte pode significar<br />
que se quer terminar algo definitivam ente. Sorte: peru.<br />
Moscas - Ser picada(o): vingança de pessoa invejosa. Matá-las: vitórias. Em<br />
geral, é sinal de nervosismo, ansiedade. Sorte: avestruz.<br />
Motorista - Dirigir um carro: viagem próxima. Se você dirige de maneira<br />
normal, seguram ente é uma pessoa ordeira e metódica. Se dirige de maneira<br />
diferente e estranha, é alguém aventureiro ou indisciplinado. Sorte: elefante.<br />
Mudança - De cidade: notícias. De emprego: lucros. De residência: viagens<br />
agradáveis. Sorte: gato.<br />
Mulher - Conhecida: novidades. Desconhecida: esperanças. Grávida:<br />
abundância. Se ela a(o) agradar: espere dias felizes. Feia ou rabugenta:<br />
mentiras. Sorte: galo.<br />
Muro - Obstáculos, aborrecimento.,, financeiros ou desejo de se proteger.<br />
Sorte: camelo.<br />
Música - Ouvir música: grande,, prazeres na vida. Pensar em música<br />
desavenças. Sorte: galo.<br />
Nadar - Em água limpa: sucesso Se a água estiver suja: dificuldades i vencer.<br />
Sorte: cobra.<br />
Nádegas - Suas próprias nádegas: a fortuna a(o) espera. As nádegas de um<br />
homem: bons negócios estão por vir. As nádegas de uma mulher: felicidade e<br />
amor. Sorte: elefante.<br />
Namorada(o) - Estar em sua companhia: você vive dias de intenso carinho.<br />
Enganá-la(o): discussões íntim as. Sorte: avestruz.<br />
Nariz - Seu próprio nariz: pobreza. Ter belo nariz: bom caráter e confiança<br />
em si. Sorte: urso.<br />
Nascimento - Quando não está relacionado ao desejo ou medo de<br />
nascimento, este sonho indica para a mulher uma nova atitude diante da vida.<br />
Para o homem, planos se realizarão. Sorte: porco.<br />
Natal - Ir a igreja no dia de Natal: receberá as bênçãos de Deus. O Natal: terá<br />
grande felicidade na família. Sorte: carneiro.<br />
Navio - Receberá notícias ou se reencontrará com pessoa estimada.<br />
Naufrágio: os acontecimentos estão contra você, não insista se a luta for<br />
desigual. Sorte: borboleta.<br />
Neblina - Dinheiro chegando. Estar envolvido em neblina: infelicidade tio lar.<br />
Sorte: pavão.<br />
Negócios -Ilegais: infortúnios. Legais: sorte. Bem-sucedidos: herança.<br />
Fracassados: obstáculos. Indecisão: preocupações. Sorte: borboleta.<br />
Negro - Sua aparência é muito bonita, mas sua vida interior está cheia de<br />
conflitos. Sorte: cobra.<br />
Neve - Boa colheita. Esquiar: tudo sairá bem. Sorte: cabra.<br />
Ninho - Reunião de mulheres. Ninho de répteis: pessoa falsa ao seu lado. De<br />
pássaros: muita prosperidade. Sorte: veado.<br />
Nobreza - Ser um nobre: enfermidade. Obstáculos nos negócios. Dificuldades<br />
financeiras. Sorte: urso.<br />
Noite - Muito escura: tristezas. Clara e estrelada: melhora de s ituação. O<br />
sonho com noite revela que seus planos são perigosos. Sorte: gato.<br />
Noivado - Poderá sofrer decepções. Noivado desfeito: passará por tristeza<br />
emocional. Sorte: cachorro.<br />
Nome - Escrevê-lo: espere por reconciliações. Pronunciá-lo: esteja<br />
cautelosa(o) de seus pianos. Ouvi-lo: prepare-se para muitas surpresas<br />
interessantes. Sorte: peru.<br />
Notícias - Paz familiar e sorte no jogo. Sorte: cavalo.<br />
Novela - Tomará conhecimento de um casamento de parente. Escrever uma:<br />
infelicidade. Sorte: burro.<br />
Nudez - Você tem desejos m uito secretos e íntimos. Sorte: jacaré.<br />
Números - Números pares: evite decisões impensadas. ímpares: sorte<br />
aumentada. Sorte: acompanhe-os durante t rês dias.<br />
Núpcias - Dias felizes à frente. Você terá muitas vantagens, superando as<br />
dificuldades. Sorte: veado.<br />
Nuvens - Nuvens claras: nova paixão; escuras: dific uldades financeiras. Ver-<br />
se no meio das nuvens: notícias inesperadas. Sorte: vaca.<br />
Objeto - Altos e baixos no trabalho. Objeto antigo: terá vida longa. Sorte:<br />
avestruz.<br />
Óculos - Em geraI, indica bondade. Perder os óculos: infidelidade. Ganhar um<br />
par de óculos: falta cometida contra você mesma(o). Sorte: gato.<br />
Ódio - Odiar os outros: não aja injustamente. Ser odiada(o): terá novas<br />
amizades. Sorte: coelho.<br />
Ofensa - Receber uma ofensa: bons tempos estão a caminho. Ofender<br />
alguém: cuidado com inimigos. Sorte: jacaré.<br />
Oficina - Vê-Ia em plena atividade: herança, trabalho recompensado. Vê-Ia<br />
vazia ou parada: prejuízos, obstáculos. Sorte: macaco.<br />
Ol hos - Perder um: perigo. Ver alguém com mais de dois olhos: vitória sobre<br />
seus inimigos. Azuis: triunfos no am or. Verdes: esperanças frustradas. Cinzas:<br />
infidelidade. Negros: amor apaixonado. Castanhos: intrigas. Sorte: cabra.<br />
Ombro - Ver om bros em sonho sem pre é sinal de fortuna e boas notícias.<br />
Sorte: borboleta.<br />
Onça - Melhora de posição econômica. Ser atacada(o): cuidado com pessoas<br />
bravas. Mansa: casamento ou noivado próximo. Sorte: tigre.<br />
Ondas - Fortes: mudanças positivas em sua vida. Fracas: cuidado com<br />
aventuras de amor ou negócio arriscado. Sorte: jacaré.<br />
Ônibus - Sucesso passageiro ou desejo de mudar de vida. Sorte: cavalo.<br />
Operação - Se estiver submetendo -se a um a operação: êxito nos seus planos.<br />
Você própria(o) executar unia operação: riqueza. Sorte: elefante.<br />
Oração - Estar orando: alcançará desejo há muito acalentado. Ver alguém<br />
orando: reconciliações. Sacerdote orando: más notícias de pessoa distante.<br />
Sorte: avestruz.<br />
Ordem - Receber uma ordem: cuidado com falsas amizades. Dar unir ordem:<br />
reconhecimento profissional. Sorte: pavão.<br />
Orelha - Receberá notícia de longe. Perder orelha é sinal de problema com<br />
algum amigo. Sorte: burro.<br />
Órgão - Ver um: proteção. Ser órfão: rompimento ou socorro inesperado.<br />
Adotar um: serviço bem recompensado. Sorte: águia.<br />
Orgulho - Orgulho de si própria(o): você ignora as outras pessoas. Outras<br />
pessoas com orgulho: perseguição. Sorte: urso.<br />
Orquestra - Ser regente: felicidade na família. Ver uma: fortuna. Sorte:<br />
tigre.<br />
Orquídea - Negócio com pessoais rica e orgulhosa. Sorte: pavão.<br />
Ossos - Ossada humana ou de animais: falsas ilusões. Em geral, significa<br />
mágoa de alguém. Roer ossos: desilusões. Sorte: galo.<br />
Ostras - Lucros. Sorte: jacaré.<br />
Ouriço - Tem razão em mostrar que sabe se defender. Sorte: borboleta.<br />
Ouro - Sonho muito bom, sobretudo, se o ouro aparecer em pepitas ou barras.<br />
Sorte: leão.<br />
Ovelha - Seus planos darão certo. Rebanho de ovelhas: ambulância. Um<br />
pastor conduzindo ovelhas: ganhará muito dinheiro. Sorte: carneiro.<br />
Ovos - Suas esperanças se realizarão brevemente. Sorte: galo.<br />
Pá - Ver uma pá: amigos vão dar ajuda financeira. Usar um a pá: conte com<br />
seu bom senso para decisões importantes. Sorte: coelho.<br />
Padaria - Ver uma padaria: riqueza. Estar em uma padaria: terá um bom ano.<br />
Sorte: gato.<br />
Padrasto - Tente recomeçar algo que você acha que não está dando certo.<br />
Sorte: leão.<br />
Padre - sonhar que se é padre: elevação espiritual. Ver padre celebrando<br />
missa dos mortos: fim de amizade ou relação amorosa. Sorte. carneiro.<br />
Padrinho - Pessoa am iga fala mal de você. Sorte: m acaco.<br />
Pagar - Pagar divida: ganhos financeiros. Pagar conta que não devia: sentirá<br />
culpada(o) por tolice. Sorte: gato.<br />
Pagode - Estar em um pagode: boas notícias. Muitas pessoas no pagode:<br />
mudança de cidade. Sorte: cobra.<br />
Pai - Se ele estiver sorrindo ou falando: não tema nada, vá em frente. Calado:<br />
seja prudente. Sorte: cavalo.<br />
Paisagem - Uma bela paisagem: acontecimentos felizes. Escura: dificuldades<br />
e obstáculos. Sorte: pavão.<br />
Paixão - Estar apaixonada(o): prosperidade. Outra pessoa apaixonada: poucas<br />
honrarias. Sorte: borboleta.<br />
Palha - Sinal de desgosto íntimo. Cama de palha: seus negócios precisam ser<br />
vigiados de perto. Sorte: galo.<br />
Palhaço - Vê-lo: você é espirituosa(o). Fazer palhaçadas: ciúme de amigos ou<br />
perda de amizades. Sorte: macaco.<br />
Para - Ver o Papa: outras pessoas lhe farão favores. Morte de um Papa:<br />
espere para realizar seus planos. Receber bênção: pessoa am iga lhe ajudará.<br />
Sorte: coelho.<br />
Papagaio - Ouvirá revelação gravíssima. Sorte: águia.<br />
Papel - De carta: boas notícias. De negócio: processos. Pintado: m udança em<br />
breve. Consulte tam bém Cores. Sorte: águia.<br />
Papoulas - Seu bom temperamento atrairá grande quantidade de amigos.<br />
Receberá notícias de jovem bonita(o), mas ingênua(o) e com uma instrução<br />
medíocre. Sorte: porco.<br />
Par - ver um par de qualquer coisa: indecisão a respeito de planos de<br />
casamento; par de sapatos: problemas em questões comerciais. Sorte: jacaré.<br />
Paraíso - Gozará de felicidade e grande paz futuramente. Sorte: leão.<br />
Pára-quedas - Perigo será evitado ,graças a sua coragem . Vê-lo crescer:<br />
sucesso inesperado. Sorte: borboleta.<br />
Parede - Felicidade: subir em uma: superará os obstáculos. Sorte: galo.<br />
Parteira - Descoberta de um segredo. Ser parteira: inimigo procura sua ruína;<br />
auxiliar parteira: felicidade. Sorte: gato.<br />
Partir - Acontecimento infeliz. Partir com várias pessoas: afastamento de um<br />
inimigo. Sorte: avestruz.<br />
Parto - Assisti-lo: boa notícia. Auxiliar num parto: ajudará amigo. l)ar à luz:<br />
esperança realizada em breve. Parto feliz: fim de sofrimento. Infeliz:<br />
aborrecimentos. Sorte: vaca.<br />
Passageiro - Ser um passageiro: problemas com a família; passageiros que<br />
chegam: bons momentos; passageiros que partem: oportunidade de adquirir<br />
bens imóveis. Sorte: cabra.<br />
Pássaros - Vê-los ou ouvi-los: alegrias em família. Em liberdade: nova paixão.<br />
Na gaiola ou presos: desgostos. Sorte: águia.<br />
Passeio - Passear com uma mulher: sofrimento de relações de amor. Com<br />
homem: separação por causa de mulher. Sozinha(o): benefícios inesperados.<br />
Sorte: borboleta.<br />
Pato - Ouvirá confissão surpreendente sobre amiga(o). Sorte: pavão.<br />
Pavão - Orgulho e vaidade, Você procura um novo caminho por não se<br />
contentar com a atual situação. Sorte: pavão.<br />
Paz - Norm almente, indica o contrario: briga. Namorados que fazem as pazes:<br />
bons resultados em seus interesses. Sorte: veado.<br />
Pé- Seu próprio pé: inveja ou ciúme; pé quebrado: perda de parente: pé sujo:<br />
perigo; pé descalço: infortúnio inesperado. Sorte: tigre.<br />
Pedra - Atirar pedras: ofensas. Receber pedradas: injustiças. Pedra preciosa:<br />
vaidade. Sorte: cobra.<br />
Peixes - Vê-los na água: alegrias. Pegá-los: herança. Comê-los: descoberta<br />
importante. Peixe morto: desenganos. Sorte: gato.<br />
Pele - Muito branca: prazer. Escura: atenção com a saúde. Amarela: traições.<br />
Sorte: cobra.<br />
Penas - Vermelhas: relacionamento amoroso ardente. Verdes: esperançais.<br />
Pretas: aflições. Am arelas: cuidado com intrigas. Brancas: satisfações com<br />
dinheiro. Cinza: atrasos. Azul: aborrecimentos. Sorte: peru.<br />
Pentear - Pentear alguém indica paciência. Pentear-se: seus negócios darão<br />
certo. Sorte: cabra.<br />
Quadris - Sonhar com quadris geralmente é sinal ele notícias agradáveis.<br />
Sorte: elefante.<br />
Quadro - Sozinho: suas relações perderam o interesse. Quadro alegre; amor<br />
venturoso. Triste: infidelidade. Quadro negro: aborrecim entos financeiros.<br />
Sorte: cavalo.<br />
Quartel - Um quartel: trabalho com dificuldades. Ser soldado de um: fim dos<br />
problemas. Sorte: cachorro.<br />
Quarto - Bem iluminado: sucesso e lucros. Vazio: falta de dinheiro. Verse<br />
num quarto com mulher: intrigas. Sorte: vaca<br />
Quintal - Um quintal: noivado de pessoa amiga. Estar em um quintal: am igo<br />
indesejável virá visitá-la(o). Sorte: galo.<br />
Quinzena - Receber pagam ento quinzenal: terá muita felicidade. Pagar uma<br />
conta quinzenal: sorte em jogos. Sorte: burro.<br />
Rã - Vantagens. o sonho com rã anuncia melhoria de posição econômica.<br />
Sorte: jacaré.<br />
Rainha - Ser uma: ilusão amorosa. Falar corri uma: boa sorte. Mandar carta a<br />
ela: perigo. Sorte: águia.<br />
Raio - Um raio de luz: doença; raios de sol: vitória sobre inimigos. Sorte:<br />
cobra.<br />
Raiva - Estar com raiva: evite os rivais; enraivecer-se com a pessoa amada:<br />
acontecimentos importantes. Sorte: carneiro.<br />
Raiz - Alcançará uma posição e sei difícil desalojá-la(o). Sorte: elefante.<br />
Rancor - Alimentara ódio por outras pessoas; rancor secreto de alguém: terá<br />
boas amizades; rancor entre namorados ou cônjuges: separação. Sorte: leão.<br />
Raposa - Inimigo ou rival esta entre seus amigos. Matar raposa: vencerá<br />
dificuldades. Sorte: urso.<br />
Rapto - Medo de que lhe passem à frente. Sorte: cobra.<br />
Rasgar - Roupas: arrependimento papel ou documento: insatisfação com sua<br />
atual situação. Sorte: veado.<br />
Rato - Parente avarento acumulei fortuna para você. Matá-lo: sucesso<br />
financeiro. Sorte: gato.<br />
Receita (médica) - Ter uma receita: sairá de seu estado atual de falta de<br />
saúde. Pedir receita a uni médico: felicidade. Doutor que preenche um a<br />
receita: novidades. Sorte: macaco.<br />
Reconciliação - Vontade de que isso aconteça: cuidado para não ser<br />
enganada(o) outra vez. Sorte: galo.<br />
Reconquistar - Dinheiro perdido: prosperidade. Antigo amor: irias notícias.<br />
Sorte: jacaré.<br />
Relâmpago - Ameaça (te perigo para pessoas poderosas. Sempre bom sinal<br />
para quem não está diretamente no poder. Esclarecimentos repentinos sobre<br />
algo misterioso. Sorte: veado.<br />
Religião - Acreditar em uma religião: desavenças em família. Outras pessoas<br />
religiosas: problemas com imóveis. Ser uma pessoa religiosa: felicidade.<br />
Sorte: touro.<br />
Relógio - Aviso de compromissos assumidos ou medo de que a vida esteja<br />
passando depressa demais. Sorte: siga os números marcados no relógio.<br />
Remédio - tom á-lo: restabelecimento de alguém que estava doente. Dá-lo a<br />
alguém: receberá ajuda valiosa. Sorte: coelho.<br />
Remo - Um remo: aventuras. Segurar remos: decepção no amor. Remar em<br />
barco pequeno: boas transações comerciais. Em l)arco grande: ganhos<br />
financeiros. Remir sozinha(o): m ente vigoros a. Sorte: borboleta<br />
Répteis - Em geral, astúcia, traição, calúnia, perseguição. Sorte: vaca.<br />
Ressurreição - A Ressurreição: viagem a lugares religiosos. Estar no local da<br />
ressurreição: felicidade em atividades religiosas. Sorte: pavão.<br />
Revólver - Aviso de cautela nas amizades. Sorte: gato.<br />
Rio - Transbordando: pode ser vítima de suas próprias paixões. Ser<br />
arrastada(o) pela correnteza: problemas amorosos. O rio pode representar um<br />
obstáculo e uma ponte mostra como poderá vencê-lo. Sorte: jacaré.<br />
Riqueza - Terá grande êxito nos negócios. Sorte: cavalo.<br />
Rir - Sua saúde se torna cada vez m elhor. Sorte: cavalo.<br />
Rival - Derrotar um rival: êxito nos negócios. Ser derrotada(o): vergonha,<br />
tristeza. Sorte: cobra.<br />
Rosas - Alegria em todos os sentidos. Sorte: borboleta<br />
Roubo - Roubar: sinceridade. Ser roubada(o): prejuízos. Sorte: gato.<br />
Roupas - Novas : sua reputação é muito boa. Apertadas, rasgadas ou sujas:<br />
terá decepções. Sorte: carneiro.<br />
Rua - Vê-Ia deserta: riscos em abusos de saúde. Cheia de gente: êxito nos<br />
empreendimentos. Com grande movimento de veículos: viagem inesperada.<br />
Sorte: águia.<br />
Sabão - Sua falha será perdoa-la. Lavar-se c om sabão: sucesso em negócios<br />
difíceis. Bolhas de sabão: desilusão passageira. Sorte: porco.<br />
Sábio - Problemas nos negócios. Consultá-lo: sabedoria. Receber conselho de<br />
pessoa sábia: cuidado com gente duvidosa. Sorte: coelho.<br />
Sacerdote - Pode receber herança. Confessar com um sacerdote: cuidado<br />
com as pessoas, Falar com um: conquistará posição de destaque Sorte: porco.<br />
Sal - Será recebida(o) amigavelmente. Sal é sinal de saúde, energia e<br />
vitalidade. Sorte: vaca.<br />
Salada - Com força de vontade conseguirá melhorar de vida. Comê-la: muita<br />
sorte. Sorte: borboleta.<br />
Salário - Recebê-lo: alegrias. Pagá-lo: muito trabalho. Sorte: cabra<br />
Sangue - Este sonho sempre anuncia modificações importantes e positivas em<br />
nossa vida. Sorte: burro.<br />
Santo - Pense melhor em suas decisões de amor e relacionamento. Sorte:<br />
cabra.<br />
Sapatos - Apertados ou rasgados: Dificuldades financeiras. Calçá-los:<br />
encontro de grande amor. Sapatos em bom estado: satisfeito desejo oculto.<br />
Sorte: vaca.<br />
Sapo - Medo de pessoas ou acontecim entos inofensivos. Sorte: cobra.<br />
Sarampo - Preocupação com os negócios. Sorte: carneiro.<br />
Saudade - Reconciliações para breve. Sorte: camelo.<br />
Seios - Volumosos: amor desinteressado. Criança mam ando: cautela com a<br />
saúde. Mulher que sonha que tem mais de dois seios: dom ine seus instintos<br />
sexuais. Sorte: vaca.<br />
Sementes - Planos de casamento. Plantá-las: fortuna ou dor. Sorte: burro.<br />
Separação - Este sonho tem significado contrário, indicando estreitamento<br />
de relações e harmonia familiar. Sorte: cobra.<br />
Sexo - Manter relação com alguém que a sua consciência desaprova: você tem<br />
Fantasias e impulsos sexuais limito fortes. Com cônjuge ou pessoa amada:<br />
modere seus pensamentos e imaginação; Sonhar que pertence a outro sexo<br />
(masculino/fem inino): terá satisfação com pessoa do sexo oposto. Sorte.<br />
cobra.<br />
Sino - Ouvi-lo: desavenças em família. Se for mais de tini sino tocando, você<br />
poderá receber boas notícias em breve. Sorte: touro.<br />
Sol - Forte, bonito: tudo dará certo. Encoberto: obstáculo em seus planos.<br />
Sorte: leão.<br />
Soldado - Falta disciplina em sua vida ou você teme algo inofensivo. Sorte:<br />
cavalo.<br />
Sombra - Ameaças ou más notícias. Sorte: c arneiro.<br />
Sombrinha - Aberta: prosperidade. Abrir a sombrinha dentro de casa:<br />
problemas amorosos. Sorte: leão.<br />
Sonhar - Sonhar que está sonhando indica que o significado dos sonhos (leve<br />
ser tomado no sentido contrário. Tome um elemento do sonho, veja o seu<br />
significado e inverta-o, interpretando-o do contrário do seu significado. Sorte:<br />
borboleta.<br />
Suar - Esforce-se para conseguir o que deseja. Cheiro de suor: amigos<br />
duvidosos. Sorte: jacaré.<br />
Subir - Negócios favoráveis e progresso. Sorte: gato.<br />
Sufocar - Sonhar que está sendo sufocada(o): problemas morais ou de saúde.<br />
Sufocando alguém: triunfo sobre rival. Sorte: urso.<br />
Suicídio - Vontade de abandonar velhos hábitos ou de recomeçar algo. Sorte:<br />
avestruz.<br />
Susto - Tomar um susto: vitórias. Assustar alguém : viagem inesperada. Sorte:<br />
leão.<br />
Tábuas - Serrá-las: problemas. Com boas notícias. Vendê-las: pode errar em<br />
alguns pontos. Sorte: pavão.<br />
Talismã - Solução de mistério. Uma mulher sonhar com um talismã: perigo<br />
por perto; já um homem, poderá ser enganado por um amigo. sorte. gato.<br />
Tâmara - Vê-Ias ou com ê-las: missão agradável com mulher carinhosa. Caroço<br />
de tâmara que se transforma em tamareira: você terá um filho que ficará<br />
famoso. Sorte: carneiro.<br />
Tangerina - Lucros. Comprar: desilusão amorosa. Chupar: cuidado com você<br />
e sua saúde. Sorte: cavalo.<br />
Tapete - Bem-estar. Futuramente, adquirirá a propriedade dos seus sonhos .<br />
Sorte: tigre.<br />
Tartaruga - Na terra: não se precipite tanto. Na água: seja mais prudente.<br />
Sorte: cobra.<br />
Tatuagem - Inveja e ciúm e rondam você. Sorte: borboleta.<br />
Táxi - Desilusão seguida de vitória. Sorte: camelo.<br />
Teatro - Seus interess es serão recompensados. Estar sozinha(o) num teatro:<br />
novas amizades. Sorte: galo.<br />
Telefone - Falar ao telefone com alguém: noticias desta pessoa. Ver um<br />
telefone: será importunada(o), mas conseguirá safar-se. Sorte: camelo.<br />
Telegrama - Documento ou carta importante vai aborrecê-la(o) muito Sorte:<br />
cachorro.<br />
Televisão - Aparecer na televisão desejo realizado. Ver amigo ou parente:<br />
noticias. Assistir, ver televisão quebrada ou com defeito: espere novidades<br />
agradáveis. Sorte: touro.<br />
Telhado - Cair de um: especulação negativa. Subir por ele: cuidado com<br />
investimentos arriscados. Passeai num telhado: triunfo financeiro amoroso.<br />
Sorte: touro.<br />
Tempero - Se estiver pronto, você gosta de comer bem. Colocá-lo na comida:<br />
alegrias. Sorte: galo.<br />
Tempestade - Se acalmando: amor que renasce. Em geral anuncia mudança<br />
de situação. Sorte: jacaré.<br />
Templo - Entrar em um: é bom você ter discrição. Sorte: águia.<br />
Terra - Coberta de flores: felicidade em vários setores da vida. Pobre e<br />
desolada: dificuldades. Beijar a terra: humilhação. Lavrar a terra: você<br />
precisa de apoio. Terremoto: ver a terra tremendo é sinal de m udanças<br />
positivas Sorte: galo.<br />
Tesoura - Discussões amorosas, Agredir alguém com tesoura: rompimento. A<br />
tesoura pode indicar vontade ou necessidade de se cortar certas coisas. Sorte:<br />
pavão.<br />
Tesouro - Descobri-lo: doença. Em geral, é sinal de que você conhece seu<br />
próprio valor. Sorte: cachorro.<br />
Testamento - Seu: saúde e viela longa. De outra pessoa: lucros e momentos<br />
de felicidade. Sorte: águia.<br />
Testar - Se você estiver testando sua capacidade poderá encontrar objetos<br />
valiosos que estavam perdidos. Sorte: avestruz.<br />
Testemunha - Você tem am igos duvidosos. Ser testemunha em tribunal: s erá<br />
acusada(o) injustamente. Sorte: borboleta.<br />
Tigre - Inimigo invejoso e cruel. Um tigre em liberdade: você corre perigo.<br />
Este sonho é um aviso para que você não se deixe dominar pelos seus fortes<br />
impulsos. Sorte: tigre.<br />
Tinta - Faltas graves. Tam bém é um aviso de que você deve resolver assunto<br />
pendente. A tinta vermelha é uma declaração de amor. Sorte pavão.<br />
Tiros - Ouvi-los: incompreensões. Levar tiros: melhoras na vida. Atirar em<br />
alguém: problemas. Sorte: veado.<br />
Touro - Amor cego. Sinal de potência para o homem e de desejo insaciável<br />
para a mulher. Sorte. touro.<br />
Trabalho - Você é espirituosa(o). Sorte: burro.<br />
Traição - Insegurança. Traição de amigo: surpresas. De amor: obstáculos.<br />
Sorte: cobra.<br />
Trem - É sempre sinal de algo novo na vida: viagem, empreendimento,<br />
separação. Sorte: cavalo.<br />
Trigo - Riqueza e abundância, sucesso nos negócios. Dar trigo: ganhará<br />
dinheiro graças a ajuda de outra pessoa. Sorte: vaca.<br />
Trovão - Sinal de acontecimento marcante em sua vida nos próximos dias.<br />
Sorte: burro.<br />
Tubarão - A mensagem muda de significado de acordo com o que aconteceu<br />
entre você e o tubarão no seu sonho. Quando vence o tubarão depois de uma<br />
luta, terá sorte em seus projetos. Mas se perde, os prejuízos na vida real<br />
serão grandes. Sorte: jacaré e cobra.<br />
Tumor - Pode ser sinal de problemas de saúde, mas não necessariamente<br />
ligado a infecções e tumores. Também pode ser dificuldade financeira. Sorte<br />
porco.<br />
Túmulo - Seu próprio túmulo: obstáculos. De outra pessoa: casamento<br />
próxim o. De familiar: herança. Estar em cim a de um: casamento infeliz.<br />
Sorte: carneiro.<br />
Uivo - Cachorros uivando: más notícias. Pessoas uivando: muito trabalho pela<br />
frente. Sorte: cachorro.<br />
Ultrapassar - Felicidade. Se você for ultrapassada(o): cuidado com a guIa.<br />
Sorte: pavão.<br />
Umbigo - Você está tentando descobrir a todo custo o segredo de alguém.<br />
Sorte: vaca.<br />
Unhas - Compridas: sinal de perdas financeiras. Curtas: trabalho honesto.<br />
Cortá-las: problemas e discussões. Esmaltá-las: segredos. Sujas: fofocas.<br />
Limpá-las: vitórias. Encravadas: desilusões. Sorte: camelo.<br />
Uniforme - Você será valorizada(o) se estiver usando o uniforme. Ver alguém<br />
uniformizado: boa sorte. Sorte: burro.<br />
Universidade - Aprimore-se nos estudos. Freqüentá-la: você tem talento.<br />
Sorte: carneiro.<br />
Urina - Estar urinando: fim de dificuldades. Ver alguém: vencerá grande<br />
obstáculo. Na interpretação psicanalítica, pode ser alívio de necessidade<br />
física ou sexual. Popularmente, ouve-se dizer que quem estar urinando tem<br />
irritação no colo da bexiga. Sorte: cachorro.<br />
Urna - Se estiver vazia: enfrentará lutas; contrairia; vitórias. Para as<br />
mulheres, é sinal de dificuldade financeira. Sorte: galo.<br />
Urso - Inimigo poderoso, irias pouco hábil. Matá-lo: grandes vitórias. Sorte:<br />
urso.<br />
Urubu - Voando: infortúnio. Pousando: você está indecisa(o). Com cores<br />
claras: acontecimento feliz em sua vida vai dar novo ânimo a você. Também<br />
pode significar limpeza da alma ou purificação pelas características desta ave.<br />
Sorte: águia.<br />
Uvas - Vê-Ias: prazer, alegria. Comê-las ou esm agá-las: prazeres no amor.<br />
Brancas: inocência. Verdes: contrariedades passageiras. Pretas: censura.<br />
Sorte: pavão.<br />
Vaca - Branca: riqueza. Preta: traição. Ordenhar uma: abundância e<br />
oportunidades. Possuir uma : fortuna. Várias: riqueza. Em geral é sinal de que<br />
precisam os de proteção. Sorte: vaca ou touro.<br />
Vacina - Ser vacinada(o): carinho para quem não merece sua atenção.<br />
Vacinar: cuidado com os inimigos ocultos. Sorte: camelo.<br />
Vagabundo - Ver um: alguém tenta enganá-la(o). Ser vagabundo: tentará<br />
conquistar pessoa comprometida. Sorte: cac horro.<br />
Vaga-lume - Ver um: você tem um amigo legal e muito fiei. Muitos insetos<br />
luminosos: terá oportunidade de realizar um gesto de grande bondade. Vaga-<br />
lumes na escuridão: mais tarde, você será paga (o), ()ti então receberá um<br />
dinheiro que não esperava. Sorte: cachorro.<br />
Vale - Um vale: cuidado com a saúde. Parentes em um vale: não se esforce<br />
demais nos afazeres. Estar num vale com os filhos: receberá inesperadamente<br />
dinheiro que lhe pertence. Animais em um vale: riquezas. Atravess ar um vale<br />
verde: contentamento à vontade. Um vale sem nada: insatisfação e<br />
necessidade. Sorte: coelho.<br />
Valsa - Se você estiver dançando um valsa, a felicidade estará bem perto de<br />
você. Ouvi-Ia: sinal de abundância. Sorte: coelho.<br />
Vampiro - Descobrirá segredo importante. Sorte: macaco.<br />
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Vapor - Discussões e desventuras. Sorte: galo.<br />
Vara - Se estiver na sua mão: infelicidade. Bater em alguém com urna:<br />
domínio de uma mulher. Sort e: urso.<br />
Vassoura - Cuidado com queda comercial, financeira ou de prestígio. Mulher<br />
sonhar com vassoura: seja mais cuidadosa. Varrer a casa é sempre bom sinal<br />
em sonho. Sorte: coelho.<br />
Vazio - Se for o seu lar que está vazio: problemas. Sorte: peru.<br />
Veado - Relações amorosas com pessoa comprometida. Caçá-lo: desavenças.<br />
Ser perseguida(o): tentarão enganá-la(o). Sorte: veado.<br />
Veia - Preocupações. Inchadas: alegrias. Tirar sangue das veias: grande amor.<br />
Sorte: cobra.<br />
Vela - Pode ser vítima de idéias muito antigas. Acesa: fato novo melhorará<br />
sua sitiado. Sorte: cavalo.<br />
Velha(o) - Alegria, boa sorte e satisfação de desejo. Sorte: peru.<br />
Velório - Se for de alguém conhecido: cuidado com traição. Desconhecido:<br />
boas notícias. Assistir ao seu próprio velório: sorte no jogo durante 3 dias.<br />
Sorte: coelho.<br />
Veludo - Faina e fortuna. Comprar veludo: você será cuidadosa(o). Vendê-lo:<br />
terá sorte nos negócios. Sorte: avestruz.<br />
Venda - Esforços recompensados. Dirigir um a: muita sorte. Ir a uma venda:<br />
prosperidade. Sorte: pavão.<br />
Veneno - Tomá-lo: saúde. Dá-lo a alguém: será vitim a de calúnias. Veneno<br />
também é sinal de obstáculos. Sorte: gato.<br />
Vento - Mudanças repentinas em sua vida. Sorte: pavão.<br />
Vestido - Se for bonito, suas preocupações com dinheiro acabarão. Simples:<br />
alegrias no relacionamento amoroso. Comprar um: saúde e felicidade. Sorte.<br />
elefante.<br />
Véu - Branco: casamento próximo. Preto: infortúnio. Sorte: peru.<br />
Viaduto - O viaduto no sonho é sempre um obstáculo na vida real. Se o<br />
atravessam os: triunfos e soluções. Se não conseguim os atravessá-lo: vitórias<br />
demoradas e bastante difíceis. Sorte: macaco.<br />
Viagem - Grande m udança em sua vida para melhor. Sorte: elefante.<br />
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Vidros - Claros, limpos e transparentes: encontrará apoio em seus projetos.<br />
Escuros, sujos ou feios: tente decidir sem a ajuda de ninguém. quebrados :<br />
obstáculos nos próximos dias. Sorte: coelho.<br />
Vinho - Sinal de saúde e vida longa. Sorte: c arneiro.<br />
Violência - violência cometida com outras pessoas: participará de festa com<br />
os am igos. Você própria(o) cometer violência: melhores dias a frente. Ser<br />
atacada(o) com violência: alegria. Cônjuge demonstrando violência:<br />
infidelidade. Sorte: porco.<br />
Vizinhos - Alegrias e notícias de amigos distantes. Sorte: cachorro.<br />
Voar - Você é sonhador(a) dem ais ou exageradamente ambicioso(a). Sorte:<br />
águia.<br />
Vozes - Ouvir vozes de mortos: cuidado com tramas contra você. Sorte:<br />
águia.<br />
Vulcão - Acontecimento perigoso. Cuidado c om as coisas que explodem.<br />
Sorte: tigre.<br />
Xadrez - jogar: dificuldades. Vencer uma partida: lucros inesperados. Perder:<br />
dificuldades. Sorte: touro.<br />
Xampu - Comprar: suas paixões não vão durar muito. Usar: sucesso em seus<br />
relacionamentos sociais. Ver sua cabeça cheia de xampu: suas paixões serão<br />
finalmente correspondidas. Sorte. coelho.<br />
Xale - Usar um: sorte no amor. Dar um xale de presente a alguém: afeição da<br />
pessoa amada. Um xale pode indicar que uma pessoa pode lhe fazer mal.<br />
Sorte: jacaré.<br />
Xarope - Tomá-lo: restabelecim ento de pessoa enferma. Dar xarope a<br />
alguém: receberá ajuda. Sorte: coelho.<br />
Xícara- Vazia: prejuízos. Cheia de café: nervosismo. Com chá: viagens<br />
divertidas. Nova: gravidez ou casamento próximo. Velha ou quebrada:<br />
discussões fam iliares. Sorte: gato.<br />
Xingar - Cautela nos negócios. Ser xingada(o): contratempos. Sorte: vaca.<br />
Zebra - Viajará muito para o Exterior. Sorte: burro.<br />
Zero - Um zero: sofrerá pequena infidelidade. Duplos: será traída(o) por uma<br />
amizade. Três zeros: terá grande riqueza. Quando chega a hora zero: êxito<br />
em todos os seus empreendimentos. Sorte: jacaré.DOUGLAS HARTThttp://www.blogger.com/profile/18060023167714836055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-166951183833632451.post-23865854351795399832011-10-24T16:36:00.000-07:002011-10-24T16:36:20.146-07:00QUALIDADES DOS ORIXÁSQualidades do Orixá Ewá<br />
<br />
Ewá Gebeuyin: A primeira a surgir no mundo. Faz os banhos de ervas darem positivamente e traz a abundância de alimentos. Veste vermelho maravilha e amarelo claro. Come com Omolu, Oyá e Oxum. Nas tempestades ela pode se transformar numa serpente azulada.<br />
Ewá Gyran: É a deusa dos raios do sol. Controla os raios solares para que eles não destruam a terra. É a formação do arco-íris duplo que aparece em torno do sol. Metade é Ewá e a outra é Bessem. Platina, rubi, ouro e bronze vão em seu assentamento. Come com Omolu, Oxum e Oxossi.<br />
<br />
Qualidades do Orixá Logun Edé<br />
Logun Edé Loko: Tem fundamentos com Exu.<br />
Logun Edé Ybain: É um recém nascido Apanan: Todos comem com Exu e Oxossi. Seus fundamentos estão em sua mãe de criação, Oxum Onira, sem ela Logun não caminha. Toda pessoa de Logun tem que assentar Oxum Onira e de Oxum Onira tem que assentar Logun. Assenta-se também Ybualamo, Yponda e Opará.<br />
<br />
Qualidades do Orixá Oxalá<br />
Oxalá Ajagemo: Para o qual durante a sua festa anual em Edé, dança-se e representa-se com mímicas, um combate entre ele e Oluniwi, no qual este último sai vencedor.<br />
Oxalá Akire ou Ikire: É um valente guerreiro muito rico que transforma em surdo e mudo a quem o negligencia.<br />
Oxalá Alase ou Olúorogbo: Salvou o mundo fazendo chover num período de seca.<br />
Oxalá Etéko: Caminha com Oxaguiã, é inquieto. Vive nas matas e come todo o tipo de carne branca.<br />
Oxalá Eteto Obá Dugbe: Outro guerreiro, ligado a Orixalá.<br />
Oxalá Lejugbe: é muito confundido com Oxalufan; por ser vagaroso e indeciso. Muito chegado a Ayrá. Come com Yemanjá e Oxalufan. Come também todo tipo de carne branca.<br />
Oxalá Obatalá: É o mais velho dos orixás. O grande rei branco; raiz de todos os outros Oxalás. Ele não é feito, faz-se Ayrá ou Oxum Opara. É o pai de Oxalufan que por sua vez é o pai de Oxaguiã. Por ser muito grande e poderoso, Obatalá não se manifesta, sua palavra transforma-se imediatamente em realidade. Representa a massa, o ar, as águas frias e imóveis do começo do mundo, controla a formação dos novos seres, é o senhor dos vivos e dos mortos.<br />
Oxalá Okó: Divindade da agricultura e colheita dos inhames novos e a fertilidade da terra. Orixá Nagô, pouco conhecido no Brasil. Na época da chegada dos escravos, não deram muita importância a este orixá, considerando como orixá da agricultura, em seu lugar Ogum e dos grãos Obaluaiyê. Quando se manifesta leva um cajado de madeira que revela sua relação com as árvores, traz uma flauta de osso que lembra sua relação com a sexualidade e a fertilidade. É confundido com Oxalá, pois veste-se de branco. Seu Opaxoró, no Brasil, é confeccionado em madeira. Sendo um Orixá raro, tem poucas qualidades conhecidas. É um Orixá rico.<br />
Oxalá Olofon Ajigúna Koari: Aquele que grita quando acorda (conhecido pelo nome de Oxalufan).<br />
Oxalá Orinxalá, Orixalá ou Obatalá: É casado com Yemanjá, suas imagens são colocadas lado a lado e cobertas com traços e pontos desenhados com efum, no Ilésin, local de adoração, dizem que Yemanjá foi a única mulher de Orixalá um caso excepcional de monogamia entre orixás e eborás.<br />
Oxalá Oxalufã (Orixá Olú Fon): Orixá velho e sábio, cujo templo é Ifón pouco distante de Oxogbô, a cerimónia de saudações é de dezasseis em dezasseis dias. Orixá muito velho, de idade avançada, aleijado, lento, movendo-se com muita dificuldade. Dança apoiado no opaxoró. Treme de frio e velhice. Detesta a violência, disputas e brigas. Não come sal e nem dendê; odeia cores fortes, principalmente o vermelho. A ele pertencem os metais e substâncias brancas; não suporta cavalos.<br />
Oxalá Osoguiã ou Oxaguian (Orixá Ogiyan): Orixá jovem e guerreiro, cujo templo principal se encontra em Ejigbô. Tomou o título de Eleejigbô Rei de Ejigbô uma de suas características e o gosto pelo inhame pilado chamado lyán, que lhe valeu o apelido de Orisa-Je-Iyán ou Orisájiyan. A tradição exige que os habitantes de dois bairros Xolô e Oké Mapô lutem uns contra os outros a golpes de varas. É o único que tem autorização de enfeitar seus colares brancos com pedras azuis, chamadas Seguy. Está ligado ao culto de Iroko e dos espíritos, assim como a fertilidade e o culto ao inhame. É o pai de Oxossi Inlé, come com Ogunjá, Oxossi Inlé, Airá, Exu, Oyá e Onira. Tem muito fundamento com Oyá pois, é o dono do Atori, fundamento que lhe foi dado por ela, motivo pelo qual as pessoas de Guian devem agradar muito a Oyá. Vem pelos caminhos de Onira; tem ligação forte com Exu. Seus filhos devem evitar brigas e mentiras e principalmente, não devem enganar a Ogum.<br />
Oxalá Ogiyan Ewúlee Jiigbo: Senhor de Ejigbô (conhecido pelo nome de Oxaguiã) <br />
Oxalá Ajagemo: Para o qual durante a sua festa anual em Edé, dança-se e representa-se com mímicas, um combate entre ele e Oluniwi, no qual este último sai vencedor.<br />
Oxalá Akire ou Ikire: É um valente guerreiro muito rico que transforma em surdo e mudo a quem o negligencia.<br />
Oxalá Alase ou Olúorogbo: Salvou o mundo fazendo chover num período de seca.<br />
Oxalá Etéko: Caminha com Oxaguiã, é inquieto. Vive nas matas e come todo o tipo de carne branca.<br />
Oxalá Eteto Obá Dugbe: Outro guerreiro, ligado a Orixalá.<br />
Oxalá Lejugbe: é muito confundido com Oxalufan; por ser vagaroso e indeciso. Muito chegado a Ayrá. Come com Yemanjá e Oxalufan. Come também todo tipo de carne branca.<br />
Oxalá Obatalá: É o mais velho dos orixás. O grande rei branco; raiz de todos os outros Oxalás. Ele não é feito, faz-se Ayrá ou Oxum Opara. É o pai de Oxalufan que por sua vez é o pai de Oxaguiã. Por ser muito grande e poderoso, Obatalá não se manifesta, sua palavra transforma-se imediatamente em realidade. Representa a massa, o ar, as águas frias e imóveis do começo do mundo, controla a formação dos novos seres, é o senhor dos vivos e dos mortos.<br />
Oxalá Okó: Divindade da agricultura e colheita dos inhames novos e a fertilidade da terra. Orixá Nagô, pouco conhecido no Brasil. Na época da chegada dos escravos, não deram muita importância a este orixá, considerando como orixá da agricultura, em seu lugar Ogum e dos grãos Obaluaiyê. Quando se manifesta leva um cajado de madeira que revela sua relação com as árvores, traz uma flauta de osso que lembra sua relação com a sexualidade e a fertilidade. É confundido com Oxalá, pois veste-se de branco. Seu Opaxoró, no Brasil, é confeccionado em madeira. Sendo um Orixá raro, tem poucas qualidades conhecidas. É um Orixá rico.<br />
Oxalá Olofon Ajigúna Koari: Aquele que grita quando acorda (conhecido pelo nome de Oxalufan).<br />
Oxalá Orinxalá, Orixalá ou Obatalá: É casado com Yemanjá, suas imagens são colocadas lado a lado e cobertas com traços e pontos desenhados com efum, no Ilésin, local de adoração, dizem que Yemanjá foi a única mulher de Orixalá um caso excepcional de monogamia entre orixás e eborás.<br />
Oxalá Oxalufã (Orixá Olú Fon): Orixá velho e sábio, cujo templo é Ifón pouco distante de Oxogbô, a cerimónia de saudações é de dezasseis em dezasseis dias. Orixá muito velho, de idade avançada, aleijado, lento, movendo-se com muita dificuldade. Dança apoiado no opaxoró. Treme de frio e velhice. Detesta a violência, disputas e brigas. Não come sal e nem dendê; odeia cores fortes, principalmente o vermelho. A ele pertencem os metais e substâncias brancas; não suporta cavalos.<br />
Oxalá Osoguiã ou Oxaguian (Orixá Ogiyan): Orixá jovem e guerreiro, cujo templo principal se encontra em Ejigbô. Tomou o título de Eleejigbô Rei de Ejigbô uma de suas características e o gosto pelo inhame pilado chamado lyán, que lhe valeu o apelido de Orisa-Je-Iyán ou Orisájiyan. A tradição exige que os habitantes de dois bairros Xolô e Oké Mapô lutem uns contra os outros a golpes de varas. É o único que tem autorização de enfeitar seus colares brancos com pedras azuis, chamadas Seguy. Está ligado ao culto de Iroko e dos espíritos, assim como a fertilidade e o culto ao inhame. É o pai de Oxossi Inlé, come com Ogunjá, Oxossi Inlé, Airá, Exu, Oyá e Onira. Tem muito fundamento com Oyá pois, é o dono do Atori, fundamento que lhe foi dado por ela, motivo pelo qual as pessoas de Guian devem agradar muito a Oyá. Vem pelos caminhos de Onira; tem ligação forte com Exu. Seus filhos devem evitar brigas e mentiras e principalmente, não devem enganar a Ogum.Oxalá Ogiyan Ewúlee Jiigbo: Senhor de Ejigbô (conhecido pelo nome de Oxaguiã).<br />
<br />
Qualidades do Orixá Yemanjá<br />
São 16 as qualidades, e por possuírem características tão próprias, há quem chegue a considerar que se trata de orixás individuais (independentes) das outras qualidades. Aqui, no entanto, e por não haver concenso quanto a esta questão, e muito estudo e pesquisa ser ainda necessário, vamos encarar como qualidades de um único orixá, tal como fazemos com todos os outros.<br />
Yemanjá Asdgba ou Soba: É a mais velha, manca de uma perna devido a uma luta com Exu, rabugenta, e feiticeira, fala de costas, gosta de fiar seu cristal. Comanda as caçadas mais profundas do oceano, tem afinidade com Nanã. Veste branco.<br />
Yemanjá Akurá: Vive nas espumas do mar, aparece vestida com lodo do mar e coberta de algas marinhas. Muito rica e pouco vaidosa. Adora carneiro. Come com Nanã.<br />
Yemanjá Ataramaba: Nessa forma ela está no colo de seu pai Olokun.<br />
Yemanjá Ataramogba ou Iyáku: Vive na espuma da ressaca da maré.<br />
Yemanjá Ayio: Muito velha. Veste sete anáguas para se proteger. Vive no mar e descansa nas lagoas. Come com Oxum e Nanã.<br />
Yemanjá Iya Masemale ou Iamasse: É a mãe de Xangô e quem cuidou de Oxumarê. Esposa de Oranian e muito festejada durante as festas consagradas a seu filho Xangô. As suas contas são branco leitosas, rajadas de vermelho e azul. <br />
Yemanjá Iyemoyo, Awoyó; Yemuo; Yá Ori ou Iemowo: É uma das mais velha, possui ligação com Oxalá, o seu fundamento está no ori, representa a vida, pode curar doenças da cabeça. Veste branco e cristal.<br />
Yemanjá Konla: O seu mito conta que ela afoga os pescadores.<br />
Yemanjá Maleleo ou Maiyelewo: Esta Yemanjá vive no meio do oceano no lugar onde se encontram as sete correntes oceânicas.<br />
Yemanjá Odo: Tem aproximação com Oxum, e vive na água doce sendo muito feminina e vaidosa.<br />
Yemanjá Ogunté: Considerada a nova guerreira, dona da espada, esposa de Ogum ferreiro (Alagbedé) e mãe de Ogum Akorô e Oxóssi. O seu nome significa aquela que contém Ogum. Vive perto das praias, no encontro das águas com as pedras. Traz na cintura um facão e todas as ferramentas de Ogum. Veste branco; azul marinho, cristal, ou verde e branco.<br />
Yemanjá Olossá ou Bosá: Come com Oxum e Nanã. Veste verde-clara e suas contas são branco cristal. É a Yemanjá mais velha da terra de Egbado.<br />
Yemanjá Oyo: Benéfica, muito feminina, saudada na cerimónia do Padê, veste de branco, rosa e azul claro.<br />
Yemanjá Saba: Fiadeira de algodão, foi esposa de Orunmilá. <br />
Yemanjá Sessu, Sesu, Yasessu ou Susure: Ligada à gestação. Voluntariosa e respeitável, mensageira de Olokun, o deus do mar. Vive nas águas sujas do mar e é muito esquecida e lenta. Come com Obaluaiyê e Ogum. Além do próprio assentamento, tem que se assentar Oxum e Obaluaiyê. Veste branco, verde água e suas contas branco cristal. <br />
Yemanjá Yinaé ou Malelé: Aquela que os filhos sempre serão peixes. Também conhecida como Marabô, mora nas águas mais profundas. É a sereia, ligada à reprodução dos peixes; vem sempre a beira do mar apanhar as suas oferendas; está ligada a Oxalá e Exú.<br />
<br />
Qualidades do Orixá Obaluaiyé<br />
Afoman /Akavan: Tem ligação com Exú. Afomo significa contagiante, infeccioso<br />
Arinwarun (ou wariwaru): É um título de xapanan.<br />
Azonsu / Ajansu / Ajunsu: Tem fundamentos com Oxalá, Oxumare e Ogum. É extrovertido. É ligado ao tempo, as estações do ano e ao culto da terra. É o verdadeiro dono do cuscuzeiro. Veste de vermelho, preto e branco, na perna esquerda leva uma pulseira de aço.<br />
Azoani: É jovem, veste preto e branco. Tem caminhos com Iroko, Oxumaré, Iemanjá e Oyá.<br />
Arawe / Arapaná: Tem fundamento com Oyá.<br />
Ajoji / Ajagun: Tem fundamentos com Ogun e Oxagian.<br />
Avimaje / Ajiuziun: Tem fundamento com Nana e Ossain.<br />
Ahosuji / Segí: Tem ligação com Yemanjá e Oxumare / Besén.<br />
Afenan: É velho, dança curvado, veste a estopa e carrega duas bolsas de onde tira as doenças. Veste de amarelo e preto. Todas as plantas trepadeiras pertencem-lhe. Tem caminhos com Oxumaré e Oyá, de quem é companheiro, dança cavando a terra com Intoto para depositar os corpos que lhe pertencem.<br />
Intoto: Suas contas são vermelho e preto. É um orixá cultuado em seu assentamento e não vira na cabeça de ninguém. O Iyàwó é feito de Oxum ou Azoani. Dá-se comida a terra. Este orixá é Abìkú, portanto não se raspa, pois representa o fundo da terra. Come com Ewá, Oyá e Ikú. Seus assentos são cultuados ao lado de Nanã e Yemanjá.<br />
Jagun Agbagba: tem fundamento com Oyá.<br />
Jagu Jagun ou Ajagun: É jovem e guerreiro; leva na mão uma lança chamada okó; Tem caminhos com Ogunjá, Oxaguian, Ayrá, Exu e Oxalufan. Não come feijão preto e é o único que come Igbin (Caracol).<br />
Posun/Posuru: É o mesmo Azunsun do Gege, louvado como Possun no ketu e na Angola, tanto é Iroko como Tempo. Come diretamente da terra. Sua dança mostra claramente sua ligação discreta com Exu e com a terra, dança com garras na mão. Tem caminhos com Intoto, Iroko e Oyá.<br />
Savalu / Sapekó: Tem forte fundamento com Nanã.<br />
Soponna / Sapata / Sakpatá: É o mais antigo; é proibido falar o seu nome. Em África quando se fala o seu nome, coloca-se mel na boca. Come com Exu e tem fundamento nas encruzilhadas. Tem caminhos com Oxóssi e é o deus da varíola e das doenças de pele. Usa contas brancas e pretas.<br />
Tetu / Etetu: É jovem e guerreiro. Come com Ogum e Oyá. Veste de branco, preto e vermelho.<br />
Qualidades do Orixá Omolu <br />
Afoman /Akavan: Tem ligação com Exú. Afomo significa contagiante, infeccioso<br />
Arinwarun (ou wariwaru): É um título de xapanan.<br />
Azonsu / Ajansu / Ajunsu: Tem fundamentos com Oxalá, Oxumare e Ogum. É extrovertido. É ligado ao tempo, as estações do ano e ao culto da terra. É o verdadeiro dono do cuscuzeiro. Veste de vermelho, preto e branco, na perna esquerda leva uma pulseira de aço.<br />
Azoani: É jovem, veste preto e branco. Tem caminhos com Iroko, Oxumaré, Iemanjá e Oyá.<br />
Arawe / Arapaná: Tem fundamento com Oyá.<br />
Ajoji / Ajagun: Tem fundamentos com Ogun e Oxagian.<br />
Avimaje / Ajiuziun: Tem fundamento com Nana e Ossain.<br />
Ahosuji / Segí: Tem ligação com Yemanjá e Oxumare / Besén.<br />
Afenan: É velho, dança curvado, veste a estopa e carrega duas bolsas de onde tira as doenças. Veste de amarelo e preto. Todas as plantas trepadeiras pertencem-lhe. Tem caminhos com Oxumaré e Oyá, de quem é companheiro, dança cavando a terra com Intoto para depositar os corpos que lhe pertencem.<br />
Intoto: Suas contas são vermelho e preto. É um orixá cultuado em seu assentamento e não vira na cabeça de ninguém. O Iyàwó é feito de Oxum ou Azoani. Dá-se comida a terra. Este orixá é Abìkú, portanto não se raspa, pois representa o fundo da terra. Come com Ewá, Oyá e Ikú. Seus assentos são cultuados ao lado de Nanã e Yemanjá.<br />
Jagun Agbagba: tem fundamento com Oyá.<br />
Jagu Jagun ou Ajagun: É jovem e guerreiro; leva na mão uma lança chamada okó; Tem caminhos com Ogunjá, Oxaguian, Ayrá, Exu e Oxalufan. Não come feijão preto e é o único que come Igbin (Caracol).<br />
Posun/Posuru: É o mesmo Azunsun do Gege, louvado como Possun no ketu e na Angola, tanto é Iroko como Tempo. Come diretamente da terra. Sua dança mostra claramente sua ligação discreta com Exu e com a terra, dança com garras na mão. Tem caminhos com Intoto, Iroko e Oyá.<br />
Savalu / Sapekó: Tem forte fundamento com Nanã.<br />
Soponna / Sapata / Sakpatá: É o mais antigo; é proibido falar o seu nome. Em África quando se fala o seu nome, coloca-se mel na boca. Come com Exu e tem fundamento nas encruzilhadas. Tem caminhos com Oxóssi e é o deus da varíola e das doenças de pele. Usa contas brancas e pretas.<br />
Tetu / Etetu: É jovem e guerreiro. Come com Ogum e Oyá. Veste de branco, preto e vermelho.<br />
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Qualidades do Orixá Xangô<br />
Alufan: É idêntico a um Airá. Confundido com Oxalufan. Veste branco e suas ferramentas são prateadas.<br />
Alafim: É o dono do palácio real, governante de Oyó. Vem numa parte de Oxalá e caminha com Oxaguian.<br />
Afonjá: É o dono do talismã mágico dado por Oyá a mando de Obatalá; é aquele que fulmina seus inimigos com o raio. Come com Yemanjá sua mãe. Patrono de um dos terreiros mais tradicionais e antigos da Bahia, o Axé Opô Afonjá, é o Xangô da casa real de Oyó. Nesse avatar Xangô Afonjá é aquele que está sempre em d<br />
em disputa com Ogsputa comum. Um dos mitos que relata tal passagem<br />
nos conta que Afonjá e Ogum sempre lutaram entre si, ora disputando o amor da mãe, Iemanjá, ora disputando o amor de suas eternas mulheres, Oyá, Oxum e Oba.<br />
Aganju: Signifi<br />
Aganju: Significa terra firme. Tem perna de pau e é casado com Yemanjá. É o filho mais novo de Oranian. É o mais cruel, é aquele que leva o coração do inimigo na ponta da lança, é o Xangô amaldiçoado que matou e comeu a própria mãe.<br />
Agogo / Agodo / Ogodo: Muito ruim e brutal, inclinado a dar ordens e a ser obedecido, foi ele quem raptou obá. Come com Yemanjá. Neste caminho; Xangô segura dois Oxês (machados). Sendo o seu èdùn àrà composto de dois gumes e é originário de Tapá. É aquele que, ao lançar raios e fogo sobre seu próprio reino, e o destrói.<br />
Baru: Veste-se de marrom e branco. Conta o mito em que Xangô recebe de Oxalá um cavalo branco como presente. Com o passar do tempo, Oxalá voltou ao reino de Xangô Baru, onde foi aprisionado, passando sete anos num calabouço. Calado no seu sofrimento, Oxalá provocou a infertilidade da terra e das mulheres do reino de Baru. Mas Xangô Baru, com a ajuda dos babalawos, descobriu seu pai Oxalá preso no calabouço de seu palácio. Naquele dia, ele mesmo e seu povo vestiram-se de branco e pediram perdão ao grande orixá da criação, terminando o ato com muita festa e com o retorno de Oxalá a seu reino. Assim seus descendentes míticos agirão sempre como um jovem desconfiado, ambicioso, elegante, teimoso, hospitaleiro, galante; neste avatar, e somente neste, Xangô surge como um rei humilde e solidário com a causa de seu povo.<br />
Badè: É o mais jovem vodum da família do raio, cujo chefe é Keviosso, corresponde ao Xangô jovem dos nagos. É o irmão de Loko. Usa roupa azul com faixa atada atrás.<br />
Jakuta: É aquele que atira as pedras, é a encarnação dos raios e trovões. É a própria ira de Olorun, o Deus criador. É o senhor do edun-ará, a pedra de raio. Conta o mito que o reino de Jacutá foi atacado por guerreiros de povos distantes, num dia em que seus súditos descansavam e dançam ao som dos tambores. Houve muita correria, muita morte, muitos saques. Jacutá escapou para a montanha seguido de seus conselheiros, donde apreciava o sofrimento de seu povo. Irado, o rei chamou sua mulher Iansã, que, chegando com o vento, levou consigo a tempestade e seus raios. Os raios de Iansã caíram como pedras do céu, causando medo aos invasores, que fugiram em debandada. Mais uma vez, Jacutá fora acudido por Iansã, e mais, sua eterna amante deu-lhe, dessa feita, o poder sobre as pedras de raio, o edun-ará. Gente de Jacutá tem espírito de um velho pensador, justiceiro, incansável, brutal, colérico, impiedoso, preocupado com a causa dos outros.<br />
Koso ou Obacossô: Em sua passagem pela cidade de Kossô, Xangô recebe o nome de Obacossô, ou seja, o rei de Kossô. Conta o mito que, depois de passar pela terra dos tapas, Xangô refugiou-se na cidade de Kossô, mas a dor de haver destruído seu povo, levou o rei a suicidar-se. No momento da morte de Xangô, Iansã chegou ao Orum e, antes que Xangô se tornasse um Egun, pediu a Olodumare que o transforme num orixá. Assim Xangô foi feito orixá pelo pedido de sua mulher Yansã. Os filhos de Obacossô são serenos, tiranos, cruéis, agressivos, severos, amorosos, moralistas.<br />
Oranifé: É o justiceiro, reto e impiedoso, que mora na cidade de ifé.<br />
Tapa: É muito conhecido pelo seu temperamento imperioso e viril. Não perdoa os erros de seus filhos.<br />
Airá Intile: É o filho rebelde de Obatalá. Airá Intilé foi um filho muito difícil, causando dissabores a Obatalá. É dele o mito que conta a primeira vez que Airá Intilé se submeteu a alguém. Airá tinha sempre ao pescoço colares de contas vermelhas que Obatalá desfez e alternou as contas encarnadas com as contas brancas dos seus próprios colares. Obatalá entregou a Intilé o seu novo colar, vermelho e branco. Daquele dia em diante, toda terra saberia que ele era seu filho. E para terminar o mito, Obatalá fez com que Airá Intilé o levasse de volta ao seu palácio pelo rio, carregando-o em suas costas. Neste caminho, Airá Intilé dá aos seus filhos um ar altivo e de sabedoria, prepotente, equilibrado, intelectual, severo, moralista, decidido.<br />
Airá Igbonam (Agoynham) ou Ibonã: É considerado o pai do fogo, tanto que na maioria dos terreiros, no mês de junho de cada ano, acontece a fogueira de Airá, rito em que Ibonã dança sempre acompanhado de Iansã, dançando e cantando sobre as brasas escaldantes das fogueiras.<br />
Airá Mofe, Osi ou Adjaos: É o eterno companheiro de Oxaguiã.<br />
Alguns constam ainda Oranian, que seria seu pai; Dadá seu irmão, Aganju um dos seus sucessores, Ogodo que segura dois oxés, sendo o seu èdùn àrà composto de dois gumes e é originário de tapá; Os Airá seriam muito velhos, sempre vestidos de branco e usando segi (contas azuis) em lugar dos corais vermelhos, e seriam originários da região de Savê.<br />
Existe também opinião formada por muitos, baseada na mitologia e nas diversas fontes sobre as origens de Xangô, que Oranian seria seu pai; Dadá seu irmão, Aganju um dos seus sucessores, e Ogodo, o que segura dois oxés, sendo o seu èdùn àrà composto de dois gumes e é originário de tapá.<br />
Os Airá são as qualidades de Xangô muito velhos, sempre vestidos de branco e usando segi (contas azuis) em lugar dos corais vermelhos, e serão originários da região de Savê. Há no entanto actualmente quem considere que Airá seria um Orixá diferente e não uma qualidade de Xangô. Esta questão requer ainda algum estudo e pesquisa séria.<br />
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Qualidades do Orixá Nanã<br />
Nanã Abenegi: Dessa Nanã nasceu o Ibá Odu, que é a cabaça que traz Oxumarê, Oxossi Olodé, Oya e Yemanjá.<br />
Nanã Adjaoci ou Ajàosi: É a guerreira e agressiva que veio de Ifé, as vezes confundida com Obá. Mora nas águas doces e veste-se de azul.<br />
Nanã Ajapá: É a guardiã que mata, vive no fundo dos pântanos, é um Orixá bastante temido, ligado a lama, a morte, e a terra. Veio de Ajapá. Está ligada aos mistérios da morte e do renascimento. Destaca-se como enfermeira; cuida dos velhos e dos doentes, toma conta dos moribundos. Nela predomina a razão.<br />
Nanã Asainan: Provisoriamente sem dados inerentes a este caminho do Orixá Nanã.<br />
Nanã Buruku: Também é chamada Olú waiye (senhora da terra), ou Oló wo (senhora do dinheiro) ou ainda Olusegbe. Este Orixá veio de Abomey; ligado à água doce dos pântanos, usa um ibirí azul.<br />
Nanã Iyabahin: Provisoriamente sem dados inerentes a este caminho do Orixá Nanã.<br />
Nanã Obaia ou Obáíyá: É ligada a água e a lama. Mora nos pântanos; usa contas cristal vestes lilás e veio do país Baribae.<br />
Nanã Omilaré: É a mais velha, acredita-se ser a verdadeira esposa de Oxalá. Associada aos pântanos profundos e ao fogo. É a dona do universo, a verdadeira mãe de Omolu Intoto. Veste musgo e cristal.<br />
Nanã Savè: Veste-se de azul e branco, e usa uma coroa de búzios.<br />
Nanã Ybain: É a mais temida. Orixá da varíola. Usa cor vermelha, é a principal, come directo na lagoa, dando origem a outros caminhos. Para chamá-la, a ekeji tem que ir batendo com seus otás para fazê-la pegar suas filhas.<br />
Nanã Oporá: Veio de Ketu, coberta de òsun vermelho. É a mãe de Obaluaiyê, ligada a terra, temida, agressiva e irascível.<br />
Qualidades do Orixá Oxum<br />
ÒSUN ABALU (Agba ilu) é uma velha òsun, a mais idosa de todas, e chefe das mulheres. Maternal avó amorosa é uma mulher que tem numerosos filhos e netos. Mas é bastante severa e autoritária. Usa azul claro. E abèbé<br />
ÒSUN IJIMU (ou Ajímu, ou Jimu) é outro tipo de Òsun velha. Veste-se de azul claro ou cor de rosa. Leva abèbé e seus colares são feitos de contas de cristal amarelo escuro. Representa um tipo semelhante a Abalu, mas talvez mais meiga.<br />
IYA OMI é a òsun saudada no siré, também idosa. É aquela que faz as perguntas a Esu no jogo divinatório de Ifá.<br />
ÒSUN ABOTO é uma òsun muito jovem e vaidosa, que usa colares de contas de louça amarelo claro.<br />
ÒSUN APARÁ seria a mais jovem das Òsun, e um tipo guerreiro que acompanha Ògún (ou Sàngó) vivendo com ele pelas estradas; dança com ele quando se manifestam, juntos numa festa; leva uma espada na m ão e pode vestir-se de cor de rosa.<br />
ÒSUN AJAGURA, outra òsun guerreira que leva espada, jovem, casada com Aganju, rival de Yasan. Representa um tipo semelhante a Apará; Apara parece, porém mais agressiva, e Ajugura mais orgulhosa.<br />
YEYE OKE é, provavelmente, a mesma que Yeye Loke, tipo muito guerreiro.<br />
YEYE PONDÁ (ou òsun Ipondá ) é também uma òsun Guerreira, casada com Òsòsi Iboalama, mãe de Logun Edé . Yeye Pondá é a verdadeira òsun ijesa que veio de Ijesa ou de Ipondá Vive no mato com o marido, leva uma espada e veste-se de amarelo ouro. E desconfiada, astuta, observadora, intuitiva.<br />
YEYE ODO é a òsun das fontes; talvez seja a mesma que íyá mi Odo ou Iya Nodo, um tipo Yemánjá.<br />
YEYE OGA é uma òsun velha e rabugenta.<br />
YEYE KARÉ é um tipo de òsun mais velha, autoritária é guerreira e agressiva.<br />
ÒSUN Ê WUJ Í é uma òsun maternal e generosa, saudada no pàdé.<br />
YEYE IPETU deve ser Oya Petu.<br />
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Qualidades do Orixá Oxóssi<br />
YBUALAMO - É velho e caçador. Come nas águas mais profundas. Conta um mito que Ybualamo é o verdadeiro pai de Logun Edé. Apaixonado por Oxum e vendo-a no fundo do rio, ele atirou-se nas águas mais profundas em busca do seu amor.<br />
Sua vestimenta é azul celeste, como suas contas. Come com Omolu Azoani. Usa um capacete feito de palha da costa e um saiote de palha.<br />
INLE - É o filho querido de Oxoguian e Yemonja. Veste-se de branco em homenagem a seu pai. Usa chapéu com plumas brancas e azuis claro. É tão amado que Oxoguian usa em suas contas um azul claro de seu filho. Come com seu pai e sua mãe (todos os bichos) e tem fundamento com Ogunjá.<br />
DANA DANA - Tem fundamento com Exu, Ossain, Oxumará e Oya. É ele o Òrixá que entra na mata da morte e sai sem temer Egun e a própria morte. Veste azul claro.<br />
AKUERERAN - Tem fundamento com Oxumaré e Ossain. Muitas de suas comidas são oferecidas cruas. Ele é o dono da fartura. Ele mora nas profundezas das matas. Veste-se de azul claro e tiras vermelhas. Suas contas são azul claro. Seus bichos são: pavão, papagaio e arara, tiram-se as penas e se solta o bicho.<br />
OTYN - Guerreiro e muito parecido com seu irmão Ogun, vive na companhia dele, caçando e lutando. É muito manhoso e não tem caráter fácil. Muito valente este sempre pronto a sacar sua arma quando provocado. Não leva desaforos e castiga seus filhos quando desobedecido. Usa azul claro e o vermelho, conta azul, leva capangas, roupas de couro de leopardo e bode. Tem que se dar comida a Ogun.<br />
MUTALAMBO - Tem fundamento com Exu.<br />
GONGOBILA - É um Oxóssi jovem. Tem fundamento com Oxalá e Oxum.<br />
KOIFÉ - Não se faz no Brasil e na África, pois, muitos de seus fundamentos estão extintos. Seus eleitos ficam um ano recolhidos, tomando todos os dias o banho das folhas. Veste vermelho, leva na mão uma espada e uma lança. Come com Ossain e vive muito escondido dentro das matas, sozinho. Suas contas são azuis claras, usa capangas e braceletes. Usa um capacete que lhe cobre todo o rosto. Assenta-se Koifé e faz-se Ybo, Ynlé ou Oxum Karé; trinta dias após, faz-se toda a matança.<br />
AROLÉ - Propicia a caça abundante. É invocado no Padé. É um dos mais belos tipos de Oxóssi. Um verdadeiro rei de Ketu. As pessoas dele são muito antipáticas. Jovem e romântico, gosta de namorar, vive mirando-se nas águas, apreciando sua beleza. Come com Ogun e Oxum. Veste azul claro, aprecia a carne de veado e é ágil na arte de caçar.<br />
KARE - É ligado as águas e a Oxum, porém os dois não se dão bem, pois, exercem as mesmas forças e funções. Come com Oxum e Oxalá. Usa azul e um Banté dourado. Gosta de pentear-se, de perfume e de acarajé. Bom caçador mora sempre perto das fontes.<br />
WAWA - Vem da origem dos Òrixás caçadores. Veste-se de azul e branco, usa arco e flecha e os chifres do touro selvagem. Come com Oxalá e Xangô, pois, dizem que ele fez sua morada debaixo da gameleira. Está extinto, assenta-se ele e faz-se Airá ou Oxum Karé.<br />
WALÈ - É velho e usa contas azuis escuro. É considerado como rei na África, pois, seu culto é ligado, diretamente, a pantera. É muito severo, austero, solteirão e não gosta das mulheres, pois, as acha chatas, falam demais, são vaidosas e fracas. Come com Exu e Ogun.<br />
OSEEWE ou YGBO - É o senhor da floresta, ligado as folhas e a Ossain, com quem vive nas matas. Veste azul claro e usa capacete quase tapando o seu rosto.<br />
OFÀ - Não é qualidade, significa, “o arco e a flecha do caçador, sendo de Oxóssi o seu principal apetrecho”.<br />
TÁFÀ-TÁFÀ - O caçador arqueiro, aquele que exímio atirador de flechas, é predicado que se diz de Òsóòsì.<br />
ERINLÉ - É também um outro Oxóssi, que, a exemplo de Inlè, cujo culto também caiu no obscurantismo, acabando por tornar-se “qualidade de Oxóssi”.<br />
TOKUERÁN - O caçador é quem mata a caça, diz-se da actuação do caçador.<br />
OTOKÁN SÓSÓ – Embora muitas vezes seja citado como uma qualidade, não é qualidade, é um oríkì que significa o caçador que só tem uma flecha . Ele não precisa de mais nenhuma flecha porque jamais erra o alvo.<br />
Título que Oxóssi recebeu ao matar o pássaro de Ìyámi Eléye. Não fazendo parte do rol dos caçadores que possuíam várias flechas, Oxóssi era aquele que só tinha uma flecha.<br />
Os demais erraram o alvo tantas vezes quantas flechas possuíam, mas, Oxóssi com apenas uma flecha foi o único que acertou o pássaro de Ìyámi, ferindo-o com um tiro certeiro no peito.<br />
Por essa razão é que ele não recebe mel, pois o mel é um dos elementos fabricado pelas abelhas, que são tidas como animais pertencentes a Oxum, mas, também às Ìyámi Eléye.<br />
Então, é èèwò (proibição) para Oxóssi. Por essa razão também, é que se dá para Oxóssi o peito inteiro das aves, como reminiscência desse ìtàn.<br />
Qualidades do Orixá Oyá / Iansã<br />
Oyà Mesan - Um de seus epítetos. Espírito meio animal meio mulher, foi esposa de Oxóssi e Xangô<br />
Oyà Petu - Nesse aspecto ela convive com Xangô. Senhora dos ventos, esposa de Xangô e amante de Ossain, fundamento com as árvores e suas folhas, guerreira usa cobre.<br />
Oyà Onira - Rainha da cidade de Ira, guerreira e agressiva, companheira de Oxum, dona das estradas, principalmente com nas encruzilhadas, tem quizila com Ogum.<br />
Oyà Odo - Simboliza o amor e o sexo, o prazer, fundamento na água.<br />
Oyà Bagan - Fundamento com Oxossi<br />
Oyà Egunita - Fundamento com Ogum Wari e Ode<br />
Oyà Onisoni - Fundamento com Omulú<br />
Oyà Tope - Uma de suas formas. Fundamento com Ogum Soroquê<br />
Oyà Agangbele - Nesse caminho mostra a dificuldade quando a geração de filhos.<br />
Oyà Lesseyen - Uma das Igbales que mora no próprio Lesseyen.<br />
Oyà Ate Oju - Orixá Igbale num aspecto dificil de Oyá quando caminha com Nana.<br />
Oyà Ogaraju - uma das mais antigas no Brasil.<br />
Oyà Arira - Uma de suas formas.<br />
Oyà Doluo - Eró Ossain; culto Nagô.<br />
Oyà Kodun - Eró com Oxaguian.<br />
Oyà Bamila - Eró Olufon.<br />
Oyà Kedimolu - Eró Oxumare = Omolu. <br />
Qualidades do Orixá Oxumaré<br />
Dan - Corresponde ao nome Jeje de Oxumaré e, no Alakétu, constitui uma qualidade deste último: é a cobra que participou da criação. É uma qualidade benéfica, ligada à chuva, à fertilidade e à abundância; gosta de ovos e de azeite de dendê. Como tipo humano, é generoso e até perdulário.<br />
Dangbé - É um Oxumaré mais velho que seria o pai de Dan; governa os movimentos dos astros. Menos agitado que Dan, possui uma grande intuição e pode ser um adivinho esperto.<br />
Becém - Dono do terreiro do Bogun, veste-se de branco e leva uma espada. Becém é um nobre e generoso guerreiro, um tipo ambicioso, combativo de Oxumaré, menos afectado e menos superficial que Dan. Aido Wedo, também é uma qualidade de Oxumaré conhecida no Bogun.<br />
Azaunodor - É o príncipe de branco que reside no Baobá, relacionado com os antepassados; come frutas e “leva tudo de dois”.<br />
Frekuen - É o lado feminino de Oxumaré, representado pela Serpente mais venenosa. O lado masculino de Oxumaré é geralmente representado pelo Arco-Íris.<br />
O orixá possui ainda vários outros nomes na África como no Brasil, que como acontece com todos os outros Orixás, se referem a cidades, lendas ou cultos específicos de uma determinada região, e com isso ganha suas particularidades e costumes; alguns dessas outros nomes são: Akemin, Botibonan, Besserin, Dakemin, Bafun, Makor, Arrolo, Danbale, Foken, Darrame, Araka, Averecy, Akoledura e Bakilá.<br />
É muitas vezes discutida também a sua natureza andrógina, ou se quisermos, a sua dupla natureza masculina e feminina, mas sobre este tema, vou preferir mais adiante, neste mesmo blog, apresentar um artigo que fala deste aspecto da natureza do Orixá e com isso, procurarei desmistificar umas quantas situações em torno do tema.<br />
Qualidades do Orixá Ogun<br />
Ògún Meje - É o mais velho de todos, a raiz dos outros, Ògún completo, velho solteirão rabujento. É o aspecto do orixá que lembra a sua realização em conquistar a sétima<br />
aldeia que se chamava Ire (Meje Ire) deixando em seu lugar o seu filho Adahunsi.<br />
Ògún Je Ajá ou Ogúnjá como ficou conhecido - Um de seus nomes em razão de sua preferência em receber cães como oferendas, um dos seus mitos liga-o a Oxaguiã e Ìyemonjá quanto a sua origem e como ele ajudou Osalá em seu reino fazendo ambos um trato.É um Ògún, como indica o seu nome, particularmente combativo. Tem temperamento rabugento, solitário, veste-se de verde escuro e usa contas verdes. Dizem que acompanha Ogúnté.<br />
<br />
Ògún Ajàká - É o “verdadeiro Ògún guerreiro”, sanguinário, que em princípio se veste de vermelho. Teria sido rei de Òyó e irmão de Sàngó. Ajàká é um tipo particularmente agressivo de Ògún, um militar acostumado a dar ordens e a ser obedecido, seco e voluntarioso, irascível e prepotente.<br />
Ògún Xoroke ou Ògún Soroke - Apenas um apelido que Ògún ganhou devido à sua condição extrovertida; soro = falar, ke= mais alto.Usa contas de um azul escuro que se aproxima do roxo. “Xoroke é um Ògún que tende a confundir-se com Esú, agitado, instável, suscetível e manhoso.<br />
<br />
Ògún Meme - Veste-se igualmente de verde e usa contas verdes, como Ogunjá, mas de uma tonalidade diferente. <br />
<br />
Ògún Wori - (Warri, ou wori: Yorübá) - É um Ògún perigoso, dado da feitiçaria, ligado ao màriwò, aos antepassados.; Tem temperamento difícil, suscetível, autoritário o espírito dogmático.<br />
<br />
Ògún Lebede (Alagbede) - É o Ògún dos ferreiros, marido de Yémánjá Ogúnté e pai de Ògún Akoro. Representam um tipo mais velho de Ògún, trabalhadores conscienciosos, severos, que “não brincam em serviço”, ciente de seus deveres como de seus direitos, exigente e rabujento.<br />
<br />
Ògún Akoró - É o irmão de Oxóssi, ligado à floresta, qualidade benéfica de Ògún invocada no pàdé. Filho de Ogúnté, Akoró é um tipo de Ògún jovem e dinâmico, entusiasta, era empreendedor, cheio de iniciativa, protector seguro, amigo fiel, e muito ligado à mãe.<br />
<br />
Ògún Oniré - É o título de Ògún filho de Oniré, quando passou a reinar em Ire, Oni = senhor, Ire = aldeia., o dono de Iré, primeiro filho de Odúduwà. Oniré é um Ògún antigo que desapareceu debaixo da terra. Usa também contas verdes. Guerreiro impulsivo é o cortador de cabeças, ligado à morte e aos antepassados; orgulhoso, muito impaciente, arrebatado, não pensa antes de agir, mas acalma-se rapidamente.<br />
<br />
Ògún Olode - Epíteto do orixá destacando a sua condição de chefe dos caçadores, originário de Kétu. Não come galo por ser um animal doméstico. Amigo do mato, dos animais, conhecedor dos caminhos, e é um guia seguro. Seu temperamento solitário assemelha ao de Oxóssi.<br />
<br />
Ògún Popo - Seria o nome de Ògún quando foi à terra dos Jeje, é um tipo fanático.<br />
<br />
Ogun Waris: Nessa condição o orixá apresenta-se muitas vezes com forças<br />
destrutivas e violentas. Segundo os antigos a louvação patakori não lhe cabe, ao invés de agradá-lo ele aborrece-se. Um dos seus mitos narra que ele ficou momentaneamente cego.<br />
<br />
Ògún Masa - Um dos nomes bastante comuns do orixá, segundo os antigos é um aspecto benéfico do orixá quando assim se apresenta.<br />
Há vários nomes de Ògún fazendo alusão a cidades onde houve o seu culto, como Ògún Ondo da cidade de Ondo, Ekiti onde também há seu culto, etc. O orixá possui vários nomes na África como no Brasil e com isso ganha as suas particularidades e costumes.<br />
Qualidades do Orixá Exu<br />
Oba Iangui: o primeiro, foi dividido em varias partes segundo os seus mitos.<br />
Agba: o ancestral, epíteto referente à sua antiguidade.<br />
Alaketu: cultuado na cidade de ketu onde foi o primeiro senhor de ketu.<br />
Ikoto: faz referencia ao elemento ikoto que é usado nos assentos. Esse objecto<br />
lembra o movimento que Exu faz quando se move ao jeito de um furacão.<br />
Odara: fase benéfica quando ele não está transitando caoticamente.<br />
Oduso: quando faz a função de guardião do jogo de búzios.<br />
Igbaketa: o terceiro elemento, faz alusão ao domínios do orixá e ao sistema<br />
divinatório.<br />
Akesan: quando exerce domínios sobre os comércios.<br />
Jelu: nessa fase ele regula o crescimento dos seres diferenciados. Culto em<br />
Ijelu.<br />
Ina: quando é invocado na cerimónia do Ipade regulamentando o ritual.<br />
Onan: referencia aos bons caminhos, a maioria dos terreiros tem-no, seu fundamento, reza que não pode ser comprado nem ganho e sim achado por acaso.<br />
Ojise: com essa invocação ele fará a sua função de mensageiro.<br />
Eleru: transportador dos carregos rituais onde possui total domínio.<br />
Elebo: possui as mesmas atribuições com caracterizações diferentes.<br />
Ajonan: tinha o seu culto forte na antiga região Ijesa.<br />
Maleke: o mesmo citado acima.<br />
Lodo: senhor dos rios, função delicada, dado a conflitos de elementos<br />
Loko: como ele é assexuado nessa fase tende ao masculino simbolizando virilidade e procriação.<br />
Oguiri Oko: ligado aos caçadores e ao culto de Orumila-Ifa.<br />
Enugbarijo: nessa forma Exu passa a falar em nome de todos os orixás.<br />
Agbo: o guardião do sistema divinatório de Orumila.<br />
Eledu: estabelece o seu poder sobre as cinzas, carvão e tudo que foi petrificado.<br />
Olobe: domina a faca e objetos de corte. É comum assenta-lo para pessoas que<br />
possuem posto de Asogun.<br />
Woro: vem da cidade do mesmo nome.<br />
Marabo: aspecto de Exu onde cumpre o papel de protetor Ma=verdadeiramente,<br />
Ra=envolver, bo=guardião. Também chamado de Barabo= esu da proteção, não confundi-lo com seu marabo da religião Umbandista.<br />
Soroke: apenas um apelido, pois a palavra significa em português aquele que fala mais alto, portanto qualquer orixá pode ser soroke.DOUGLAS HARTThttp://www.blogger.com/profile/18060023167714836055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-166951183833632451.post-49600548377601923062011-10-24T16:27:00.001-07:002011-10-24T16:27:39.278-07:00ERVAS SAGRADAS DOS ORIXÁSErvas sagradas dos Orixás e Ervas de exu<br />
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Amendoeira: Seus galhos são usados nos locais em que o homem exerce suas atividades lucrativas. Na medicina caseira, seus frutos são comestíveis, porém em grande quantidades causam diarréia de sangue. Das sementes fabrica-se o óleo de amêndoas, muito usado para fazer sabonetes por ter efeitos emolientes, além de amaciar a pele.<br />
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Amoreira: Planta que armazena fluidos negativos e os solta ao entardecer; é usada pelos sacerdotes no culto a Eguns. Na medicina caseira, é usada para debelar as inflamações da boca e garganta.<br />
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Angelim-amargoso: Muito usado em marcenaria, por tratar-se de madeira de lei. Nos rituais, suas folhas e flores são utilizadas nos abô dos filhos de Nanã, e as cascas são utilizadas em banhos fortes com a finalidade de destruir os fluidos negativos que possam haver, realizando um excelente descarrego nos filhos de Exu. A medicina caseira indica o pó de suas sementes contra vermes. Mas cuidado! Deve ser usada em doses pequenas.<br />
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Aroeira: Nos terreiros de Candomblé este vegetal pertence a Exu e tem aplicação nas obrigações de cabeça, nos sacudimentos, nos banhos fortes de descarrego e nas purificações de pedras. É usada como adstringente na medicina caseira, apressa a cura de feridas e úlceras, e resolve casos de inflamações do aparelho genital. Também é de grande eficácia nas lavagens genitais.<br />
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Arrebenta Cavalo : No uso ritualístico esta erva é empregada em banhos fortes do pescoço para baixo, em hora aberta. É também usado em magias para atrair simpatia. Não é usada na medicina caseira.<br />
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Arruda: Planta aromática usada nos rituais porque Exu a indica contra maus fluidos e olho-grande. Suas folhas miúdas são aplicadas nos ebori, banhos de limpeza ou descarrego, o que é fácil de perceber, pois se o ambiente estiver realmente carregado a arruda morre. Ela é também usada como amuleto para proteger do mau-olhado. Seu uso restringe-se à Umbanda. Em seu uso caseiro é aplicada contra a verminose e reumatismos, além de seu sumo curar feridas.<br />
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Avelós – Figueira-do-diabo: Seu uso se restringe a purificação das pedras do orixá antes de serem levadas ao assentamento; é usada socada. A medicina caseira indica esta erva para combater úlceras e resolver tumores.<br />
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Azevinho: Muito utilizada na magia branca ou negra, ela é empregada nos pactos com entidades. Não é usada na medicina popular.<br />
Bardana: Aplicada nos banhos fortes, para livrar o sacerdote das ondas negativas e eguns. O povo utiliza sua raiz cozida no tratamento de sarnas, tumores e doenças venéreas.<br />
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Beladona: Nas cerimônias litúrgicas só tem emprego nos sacudimentos domiciliares ou de locais onde o homem exerça atividades lucrativas. Trabalhos feitos com os galhos desta planta também provocam grande poder de atração. Pouco usada pelo povo devido ao alto princípio ativo que nela existe. Este princípio dilata a pupila e diminui as secreções sudorais, salivares, pancreáticas e lácteas.<br />
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Beldroega: Usada na purificação das pedras de Exu. O povo utiliza suas folhas, socadas, para apressar cicatrizações de feridas.<br />
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Brinco-de-princesa: É planta sagrada de Exu. Seu uso se restringe a banhos fortes para proteger os filhos deste orixá. Não possui uso popular.<br />
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Cabeça-de-nego: No ritual a rama é empregada nos banhos de limpeza e o bulbo nos banhos fortes de descarrego. Esta batata combate reumatismo, menstruações difíceis, flores brancas e inflamações vaginais e uterinas.<br />
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Cajueiro: Suas folhas são utilizadas pelo axogun para o sacrifício ritual de animais quadrúpedes. Em seu uso caseiro, ele combate corrimentos e flores brancas. Põe fim a diabetes. Cozinhar as cascas em um litro e meio de água por cinco minutos e depois fazer gargarejos, põe fim ao mau hálito.<br />
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Cana-de-açúcar: Suas folhas secas e bagaços são usadas em defumações para purificar o ambiente antes dos trabalhos ritualísticos, pois essa defumação destrói eguns. Não possui uso na medicina caseira.<br />
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Cardo-santo: Essa planta afugenta os males, propicia o aparecimento do perdido e faz cair os vermes do corpo dos animais. Na medicina caseira suas folhas são empregadas em oftalmias crônicas, enquanto as raízes e hastes são empregadas contra inflamações da bexiga.<br />
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Catingueira: É muito empregada nos banhos de descarrego. Seu sumo serve para fazer a purificação das pedras. Entretanto, não deve fazer parte do axé de Exu onde se depositam pequenos pedaços dos axé das aves ou bichos de quatro patas. Na medicina caseira ela é indicada para menstruações difíceis.<br />
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Cebola-cencém: Essa cebola é de Exu e nos rituais seu bulbo é usado para os sacudimentos domiciliares. É empregada da seguinte maneira : corta-se a cebola em pedaços miúdos e, sob os cânticos de Exu, espalha-se pelos cantos dos cômodos e embaixo dos móveis; a seguir, entoe o canto de Ogum e despache para Exu. Este trabalho auxilia na descoberta de falsidades e objetos perdidos. O povo utiliza suas folhas cozidas como emoliente.<br />
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Cunanã: Seu uso restringe-se aos banhos de descarrego e limpeza. Substituiu em parte, os sacrifícios a Exu. A medicina caseira indica os galhos novos desta planta para curar úlceras.<br />
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Erva-preá: Empregada nos banhos de limpeza, descarrego, sacudimentos pessoais e domiciliares. O povo usa o chá desta erva como aromatizante e excitante. Banhos quentes deste chá melhoram as dores nas articulações, causadas pelo artritismo.<br />
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Facheiro-Preto: Aplicada somente nos banhos fortes de limpeza e descarrego. Na medicina caseira, ela é utilizada nas afecções renais e nas diarréias.<br />
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Fedegoso Crista-de-galo: Esta erva é utilizada em banhos fortes, de descarrego, pois é eficaz na destruição de Eguns e causadores de enfermidades e doenças. Seus galhos envolvem os ebó de defesa. Com flores e sementes desta planta é feito um pó, o qual é aplicado sobre as pessoas e em locais; é denominado “o pó que faz bem”. Na medicina caseira atua com excelente regulador feminino. Além de agir com grande eficácia sobre erisipelas e males do fígado. É usada pelo povo, fazendo o chá com toda erva e bebendo a cada duas horas uma xícara.<br />
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Fedegoso: Misturada a outras ervas pertencentes a Exu, o fedegoso realiza os sacudimentos domiciliares. É de grande utilidade para limpar o solo onde foram riscados os pontos de Exu e locais de despacho pertencentes ao deus da liberdade.<br />
Figo Benjamim: Erva usada na purificação de pedras ou ferramentas e na preparação do fetiche de Exu. É empregada também em banhos fortes nas pessoas obsediadas. No uso popular, suas folhas são cozidas para tratar feridas rebeldes e debelar o reumatismo.<br />
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Figo do Inferno: Somente as folhas pertencentes a este vegetal são de Exu. Na liturgia, ela é o ponto de concentração de Exu. Não possui uso na medicina popular.<br />
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Folha da Fortuna: É empregada em todas as obrigações de cabeça, em banhos de limpeza ou descarrego e nos abôs de quaisquer filhos-de-santo. Na medicina caseira é consagrada por sua eficácia, curando cortes, acelerando a cura nas cicatrizações, contusões e escoriações, usando as folhas socadas sobre os ferimentos. O suco desta erva, puro ou misturado ao leite, ameniza as conseqüências de tombos e quedas.<br />
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Juá – Juazeiro: É usada para complementar banhos fortes e raramente está incluída nos banhos de limpeza e descarrego. Seus galhos são usados para cobrir o ebó de defesa. A medicina caseira a indica nas doenças do peito, nos ferimentos e contusões, aplicando as cascas, por natureza, amargas.<br />
Jurema Preta: Tanto na Umbanda quanto no Candomblé, a Jurema Preta é usada nos banhos de descarrego e nos ebó de defesa. O povo a indica no combate a úlceras e cancros, usando o chá das cascas.<br />
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Jurubeba: Utilizada em banhos preparatórios de filhos recolhidos ao ariaxé. Na medicina caseira, o chá de suas folhas e frutos propiciam um melhor funcionamento do baço e fígado. É poderoso desobstruente e tônico, além de prevenir e debelar hepatites. Banhos de assentos mornos com essa erva propiciam melhores às articulações das pernas.<br />
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Lanterna Chinesa: Utilizada em banhos fortes para descarregar os filhos atacados por eguns. Suas flores enfeitam a casa de Exu. Popularmente, é usada como adstringente e a infusão das flores é indicada para inflamação dos olhos.<br />
Laranjeira do Mato: Seu uso se restringe a banhos fortes, de limpeza e descarrego. Na medicina caseira ela atua com grande eficácia sobre as cólicas abdominais e também menstruais.<br />
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Mamão Bravo: Planta utilizada nos banhos de limpeza, descarrego e nos banhos fortes. Além de ser muito empregada nos ebó de defesa, sendo substituída de três em três dias, porque o orixá exige que a erva esteja sempre nova. O povo a utiliza para curar feridas.<br />
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Maminha de Porca: Somente seus galhos são usados no ritual e em sacudimentos domiciliares. O povo a indica como restaurador orgânico e tonificador do organismo. Sua casca cozida tem grande eficácia sobre as mordeduras de cobra.<br />
Mamona: Suas folhas servem como recipiente para arriar o ebó de Exu. Suas sementes socadas vão servir para purificar o otá de Exu. Não tem uso na medicina popular.<br />
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Mangue Cebola: No ritual, a cebola é usada nos sacudimentos domiciliares. Corte a cebola em pedaços miúdos e, entoando em voz alta o canto de Exu, a espalhe pela casa, nos cantos e sob os móveis. Na medicina caseira, a cebola do mangue esmagada cura feridas rebeldes.<br />
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Mangueira: É aplicada nos banhos fortes e nas obrigações de ori, misturada com aroeira, pinhão-roxo, cajueiro e vassourinha-de-relógio, do pescoço para baixo. Ao terminar, vista uma roupa limpa. As folhas servem para cobrir o terreiro em dias de abaçá. Na medicina caseira é indicada para debelar diarréias rebeldes e asma. O cozimento das folhas, em lavagens vaginais, põe fim ao corrimento.<br />
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Manjerioba: Utilizada nos banhos fortes, nos descarregos, nas limpezas pessoais e domiciliares e nos sacudimentos pessoais, sempre do pescoço para baixo. O povo a indica como regulador menstrual, beneficiando os órgãos genitais. Utiliza-se o chá em cozimento.<br />
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Maria Mole: Aplicada nos banhos de limpeza e descarrego, muito procurada para sacudimentos domiciliares. O povo a indica em cozimento nas dispepsias e como excelente adstringente.<br />
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Mata Cabras: Muito utilizado para afugentar eguns e destruir larvas astrais. As pessoas que a usam não devem tocá-la sem cobrir as mãos com pano ou papel, para depois despachá-la na encruzilhada. O povo indica o cozimento de suas folhas e caules para tirar dores dos pés e pernas, com banho morno.<br />
Mata Pasto: Seus galhos são muito utilizados nos banhos de limpeza, descarrego, nos sacudimentos pessoais e domiciliares. O povo a indica contra febres malignas e incômodos digestivos.<br />
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Mussambê de Cinco Folhas: Obs.: Sejam eles de sete, cinco, ou três folhas, todos possuem o mesmo efeito, tanto nos trabalhos rituais, quanto na medicina caseira. Esta erva é utilizada por seus efeitos positivos e por serem bem aceitas por Exu no ritual de boas vindas. Na medicina caseira é excelente para curar feridas.<br />
Ora-pro-nobis: É erva integrante do banho forte. Usada nos banhos de descarrego e limpeza. É destruidora de eguns e larvas negativas, além de entrar nos assentamentos dos mensageiros Exus. No uso caseiro, suas folhas atuam como emolientes.<br />
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Palmeira Africana: Suas folhas são aplicadas nos banhos de descarrego ou de limpeza. Não possui uso na medicina caseira.<br />
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Pau D’alho: Os galhos dessa erva são utilizados nos sacudimentos domiciliares e em banhos fortes, feitos nas encruzilhadas, misturadas com aroeira, pinhão branco ou roxo. Na encruzilhada em que tomar o banho, arrie um mi-ami-ami, oferecido a Exu, de preferência em uma encruzilhada tranqüila. Na medicina caseira ela é usada para exterminar abscessos e tumores. Usa-se socando bem as folhas e colocando-as sobre os tumores. O cozimento de suas folhas, em banhos quentes e demorados, é excelente para o reumatismo e hemorróidas.<br />
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Picão da Praia: Não possui uso ritualístico. A medicina caseira o indica como diurético e de grande eficácia nos males da bexiga. Para isso utilize-o sob a forma de chá.<br />
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Pimenta Darda: “Aplicada em banhos fortes e nos assentamentos de Exu. Na medicina caseira, suas sementes em infusão são anti-helmínticas, destruindo até ameba.<br />
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Pinhão Branco: Aplicada em banhos fortes misturadas com aroeira. Esta planta possui o grande valor de quebrar encantos e em algumas ocasiões substitui o sacrifício de Exu. Suas sementes são usadas pelo povo como purgativo. O leite encontrado por dentro dos galhos é de grande eficácia colocado sobre a erisipela. Porém, deve-se Ter cuidado, pois esse leite contém uma terrível nódoa que inutiliza as roupas.<br />
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Pinhão Coral: Erva integrante nos banhos fortes e usadas nos de limpeza e descarrego e nos ebó de defesa. Na medicina caseira o pinhão coral trata feridas rebeldes e úlceras malignas.<br />
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Pinhão Roxo: No ritual tem as mesmas aplicações descritas para o pinhão branco. É poderoso nos banhos de limpeza e descarrego, e também nos sacudimentos domiciliares, usando-se os galhos. Não possui uso na medicina popular.<br />
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Pixirica – Tapixirica: No ritual faz parte do axé de Exu e Egun. Dela se faz um excelente pó de mudança que propicia a solução de problemas. O pó feito de suas folhas é usado na magia maléfica. Na medicina caseira ela é indicada para as palpitações do coração, para a melhoria do aparelho genital feminino e nas doenças das vias urinárias.<br />
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Quixambeira: É aplicada em banhos de descarrego e limpeza para a destruição de eguns e ao pé desta planta são arriadas obrigações a Exu e a Egun. Na medicina caseira, com suas cascas em cozimento, atua como energético adstringente. Lavando as feridas, ela apressa a cicatrização.<br />
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Tajujá – Tayuya: É usada em banhos fortes, de limpeza ou descarrego. A rama do tajujá é utilizada para circundar o ebó de defesa. O povo a indica como forte purgativo.<br />
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Tamiaranga: É destinada aos banhos fortes, banhos de descarrego e limpeza. É usada nos ebó de defesa. O povo a indica para tratar úlceras e feridas malignas.<br />
Tintureira: Utilizada nos banhos fortes, de limpeza ou descarrego. Bem próximo ao seu tronco são arriadas as obrigações destinadas a Exu. O povo utiliza o cozimento de suas folhas como um energético desinflamatório.<br />
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Tiririca: Esta plantinha de escasso crescimento apresenta umas pequeninas batatas aromáticas. Estas são levadas ao fogo e, em seguida, reduzida a pó, o qual funciona como pó de mudança no ritual. Serve para desocupar casas e, colocadas embaixo da língua, desodoriza o hálito e afasta eguns.<br />
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Urtiga Branca: É empregada nos banhos fortes, nos de descarrego e limpeza e nos ebó de defesa. Faz parte nos assentamentos. O povo a indica contra as hemorragias pulmonares e brônquicas.<br />
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Urtiga Vermelha: Participa em quase todas as preparações do ritual, pois entra nos banhos fortes, de descarrego e limpeza. É axé dos assentamentos de Exu e utilizada nos ebó de defesa. Esta planta socada e reduzida a pó, produz um pó benfazejo. O povo indica o cozimento das raízes e folhas em chá como diurético.<br />
Vassourinha de Botão: Muito empregada nos sacudimentos pessoais e domiciliares. Não possui uso na medicina popular.<br />
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Vassourinha de Relógio: Ela somente participa nos sacudimentos domiciliares. Não possui uso na medicina caseira.<br />
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Xiquexique: Participa nos banhos fortes, de limpeza ou descarrego. São axé nos assentamentos de Exu e circundam os ebó de defesa. O povo indica esta erva para os males dos rins.<br />
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Ervas de Ogum<br />
Açoita-cavalo – Ivitinga: Erva de extraordinários efeitos nas obrigações, nos banhos de descarrego e sacudimentos pessoais ou domiciliares. Muito usada na medicina caseira para debelar diarréias ou disenterias, e usada também no reumatismo, feridas e úlceras.<br />
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Açucena-rajada – Cebola-cencém: Sua aplicação nas obrigações é somente do bulbo. Esta cebola somente é usada nos sacudimentos domiciliares. A medicina caseira utiliza as folhas como emoliente.<br />
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Agrião: excelente alimento. Sem uso ritualístico. Tem um enorme prestígio no tratamento das doenças respiratórias. Usado como xarope põe fim às tosses e bronquites, é expectorante de ação ligeira.<br />
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Arnica-erca lanceta: É empregada em qualquer obrigação de cabeça, nos abô de purificação dos filhos do orixá Ogum. Excelente remédio na medicina caseira, tanto interna como externamente, usado nas contusões, tombos, cortes e lesões, para recomposição dos tecidos.<br />
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Aroeira: É aplicada nas obrigações de cabeça, e nos sacudimentos, nos banhos fortes de descarrego e nas purificações de pedras. Usada como adstringente na medicina caseira, apressa a cura de feridas e úlceras, e resolve casos de inflamações do aparelho genital.<br />
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Cabeluda-bacuica : Tem aplicações em vários atos ritualísticos, tais como ebori, simples ou completo, e é parte dos abô. Usado igualmente nos banhos de purificação.<br />
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Cana-de-macaco : Usada nos abô de filhos, que estão recolhidos para feitura de santo. Esses filhos tomam duas doses diárias. Meio copo sobre o almoço e meio sobre o jantar.<br />
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Cana-de Brejo – Ubacaia: Seu uso se restringe nos abô e também nos banhos de limpeza dos filhos do orixá do ferro e das artes manuais. Na medicina caseira é usado para combater afecções renais com bastante sucesso. Combate a anuria, inflamações da uretra e na leucorréia. Seu princípio ativo é o estrifno. Há bastante fama referente ao seu emprego anti-sifilítico.<br />
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Canjerana – Pau-santo: Em rituais é usada a casca, para constituir pó, que funcionará como afugentador de eguns e para anular ondas negativas. Seu chá atua como antifebril, contra as diarréias e para debelar dispepsias. O cozimento das cascas também é cicatrizador de feridas.<br />
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Carqueja: Sem uso ritualísticos. A medicina caseira aponta esta erva como cura decisiva nos males do estômago e do fígado. Também tem apresentado resultado positivo no tratamento da diabetes e no emagrecimento.<br />
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Crista-de-galo – Pluma-de-princípe: Não tem emprego nas obrigações do ritual. A medicina caseira a indica para curar diarréias.<br />
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Dragoeiro – Sangue-de-dragão: Abrange aplicações nas obrigações de cabeça, abô geral e banhos de purificação. Usa-se o suco como corante, e toda a planta, pilada, como adstringente.<br />
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Erva-tostão: Aplicada apenas em banhos de descarrego, usando-se as folhas. A medicina popular a utiliza contra os males do fígado, beneficiando o aparelho renal.<br />
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Grumixameira: Aplicado em quaisquer obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos de purificação dos filhos do orixá. A arte de curar usada pelo povo indica o cozimento das folhas em banhos aromáticos e na cura do reumatismo. Banhos demorados eliminam a fadiga nas pernas.<br />
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Guarabu – Pau-roxo: Aplicado em todas as obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos de purificação dos filhos de Ogum. Usa-se somente as folhas que são aromáticas. A medicina caseira indica o chá das folhas, pois este possui efeito balsâmico e fortificante.<br />
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Helicônia: Utilizada nos banhos de limpeza e descarrego e nos abô de ori, na feitura de santo e nos banhos de purificação dos filhos do orixá Ogum. A medicina caseira a indica como debelador de reumatismo, aplicando-se o cozimento de todas a planta em banhos quentes. O resultado é positivo.<br />
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Jabuticaba: Usada nos banhos de limpeza e descarrego, os banhos devem ser tomados pelo menos quinzenalmente, para haurir forças para a luta indica o cozimento da entrecasca na cura da asma e hemoptises.<br />
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Jambo-amarelo: Usado em quaisquer as obrigações de cabeça e nos abô. São aplicadas as folhas, nos banhos de purificação dos filhos do orixá do ferro. A medicina caseira usa como chá, para emagrecimento.<br />
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Jambo-encarnado: Aplicam-se as folhas nos abô, nas obrigações de cabeça e nos banhos de limpeza dos filhos do orixá do ferro. Tem uso no ariaxé (banho lustral).<br />
Japecanga: Não tem aplicação nas obrigações de cabeça, nem nos abô relacionados com o orixá. A medicina caseira aconselha seu uso como depurativo do sangue, no reumatismo e moléstias de pele.<br />
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Jatobá – Jataí: Erva poderosa, porém sem aplicação nas cerimônias do ritual. Somente é usada como remédio que se emprega aos filhos recolhidos para obrigações de longo prazo. Ótimo fortificante. Não possui uso na medicina popular.<br />
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Jucá: Não tem emprego nas obrigações de ritual. No uso popular há um cozimento demorado, das cascas e sementes, coando e reservando em uma garrafa, quando houver ferimentos, talhos e feridas.<br />
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Limão-bravo: Tem emprego nas obrigações de ori e nos abô e, ainda nos banhos de limpeza dos filhos do orixá. O limão-bravo juntamente com o xarope de bromofórmio, beneficia brônquios e pulmões, pondo fim às tosses rebeldes e crônicas.<br />
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Losna: Emprega-se nos abô e nos banhos de descarrego ou limpeza dos filhos do orixá a que pertence. É usada pela medicina caseira como poderoso vermífugo, mais particularmente usada na destruição das solitárias, usando-se o chá. É energético tônico e debeladora de febres.<br />
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Óleo-pardo: Planta utilizada apenas em banhos de descarrego. De muito prestígio na medicina caseira. Cozimento da raiz é indicado para curar úlceras e para matar bernes de animais.<br />
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Piri-piri: A única aplicação litúrgica é nos banhos de descarrego. É extraordinário anti- hemorrágico. Para tanto, os caules secos e reduzidos a pó, depois de queimados, estancam hemorragias. O mesmo pó, de mistura com água e açúcar extermina a disenteria.<br />
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Poincétia: Emprega-se em qualquer obrigação de ori, nos abô de uso externo, da mesma sorte nos banhos de limpeza e purificação dos filhos do orixá. A medicina caseira só o aponta para exterminar dores nas pernas, usando em banhos.<br />
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Porangaba: Entra em quaisquer obrigações e, igualmente, nos abô. No tratamento popular é usada como tônico e importante diurético.<br />
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Sangue-de-dragão : Tem aplicações de cabeça, nos banhos de descarrego e nos abô. Não possui uso na medicina popular.<br />
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São-gonçalinho: É uma erva santa, pelas múltiplas aplicações ritualísticas a que está sujeita. Na medicina caseira usa-se como antitérmico e para combater febres malignas, em chá.<br />
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Tanchagem: Participa de todas as obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos de purificação de filhos recolhidos ao ariaxé. É axé para os assentamentos do orixá do ferro e das guerras. Muito aplicada no abô de ori. A medicina popular ou caseira afirma que a raiz e as folhas são tônicas, antifebris e adstringentes. Excelente na cura da angina e da cachumba.<br />
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Vassourinha-de-igreja: Entra nos sacudimentos de domicílio, de local onde o homem exerce atividades profissionais . não possui uso na medicina popular.<br />
Ervas de Oxóssi<br />
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Acácia-jurema: Usada em banhos de limpeza, principalmente dos filhos de Oxóssi. É também utilizada em defumações. A medicina popular a utiliza em banhos ou compressas sobre úlceras, cancros, fleimão e nas erisipela.<br />
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Alecrim de Caboclo: Erva de Oxalá, porém mais exigido nas obrigações de Oxóssi. Não possui uso na medicina popular.<br />
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Alfavaca-do-campo: Emprega-se nas obrigações de cabeça, nos banhos de descarrego e nos abô dos filhos do orixá a que pertence. A medicina caseira aplica esta planta para combater as doenças do aparelho respiratório, combate principalmente as tosses e o catarro dos brônquios; preparado como xarope é eficaz contra a coqueluche. Usada em chá ou cozimento das folhas.<br />
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Alfazema-de-caboclo: Conhecida popularmente como jureminha, a Alfazema é usada em todas as obrigações de cabeça, nos banhos de limpeza ou abô e nas defumações pessoais ou de ambientes. A medicina caseira usa os pendões florais, contra as tosses e bronquites, aplicando o chá.<br />
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Araçá – Araçá-de-coroa: Suas folhas são aplicadas em quaisquer obrigações de cabeça, nos abô e banhos de purificação. A medicina popular considera essa espécie como um energético adstringente. Cura desarranjos intestinais e põe fim às cólicas.<br />
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Araçá-da-praia: Planta arbórea pertencente a Yemanjá e a Oxóssi. É empregada nas obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos de purificação dos filhos dos orixás a que pertence. No uso popular cura hemorragias, usando-se o cozimento. Do mesmo modo também é utilizado para fazer lavagens genitais.<br />
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Araçá-do-campo: É utilizada em banhos de limpeza ou descarrego e em defumações de locais de trabalho. A medicina popular emprega o chá contra a diarréia ou disenteria e como corretivo das vias urinárias.<br />
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Caapeba-pariparoba: Muito usada nas obrigações de cabeça e nos abô para as obrigações dos filhos recolhidos. Folha de muito prestígio nos Candomblés Ketu, pois serve para tirar mão de zumbi. A medicina popular utiliza seu chá para debelar males do fígado, e o cozimento das raízes para extinguir as doenças do útero. Surte efeito diurético.<br />
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Cabelo-de-milho: Somente o pé do milho pertence a Oxóssi; as espigas de milho em casa propicia despensa farta. Quando secar troque-a por outra verdinha. O cabelo-de-milho é muito usado pela medicina do povo como diurético e dissolvente dos cálculos renais. É usado em chá.<br />
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Capim-limão : Erva sagrada de uso constante nas defumações periódicas que se fazem nos terreiros. Propicia a aproximação de espíritos protetores. A medicina caseira a aplica em vários casos: para resfriados, tosses, bronquites, também nas perturbações da digestão, facilitando o trabalho do estômago.<br />
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Cipó-caboclo: Muito utilizada em banhos de descarrego. O povo lhe dá grande prestígio ao linfantismo, por meio de banhos. Usada do mesmo modo combate inflamações das pernas e dos testículos.<br />
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Cipó-camarão: Usada apenas em banhos de limpeza e defumações. O povo indica que, em cozimento é de grande eficácia no trato das feridas e contusões.<br />
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Cipó-cravo: Não possui uso ritualístico. Na medicina caseira atua como debelador das dispepsias e dificuldade de digestão. Usa-se o chá ao deitar. É pacificador dos nervos e propicia um sono tranqüilo. A dose a ser usada é uma xícara das de café ao deitar.<br />
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Coco-de-iri: Sua aplicação se restringe aos banhos de descarrego, empregando-se as folhas. A medicina caseira indica as suas raízes cozidas para por fim aos males do aparelho genital feminino. É usado em banhos semicúpios e lavagens.<br />
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Erva-curraleira: Aplicada em todas as obrigações de cabeça e nos abô dos filhos do orixá da caça. Na medicina popular é aplicada como diurético e sudorífico, sendo muito prestigiada no tratamento da sífilis. Usa-se o cozimento das folhas.<br />
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Goiaba – Goiabeira: É utilizada em quaisquer obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos de purificação dos filhos de Oxóssi. A medicina caseira usa a goiabeira como adstringente. Cura cólicas e disenterias. Excelente nas diarréias infantis.<br />
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Groselha – Groselha-branca: Suas folhas e frutos são utilizados nos banhos de limpeza e purificação. A medicina popular diz que se fabrica com o fruto um saboroso xarope que se aplica nas tosses rebeldes que ameaçam os brônquios.<br />
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Guaco cheiroso: Aplica-se nas obrigações de cabeça e em banhos de limpeza. Popularmente, esta erva é conhecida como coração-de-Jesus. Medicinalmente, combate as tosse rebeldes e alivia bronquites agudas, usando-se o xarope. Como antiofídico (contra o veneno de cobra), usam-se as folhas socadas no local e, internamente, o chá forte.<br />
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Guaxima-cor-de rosa: Usada em quaisquer obrigações de cabeça e nos abô dos filhos do orixá da caça. É de costume usar galhos de guaxima em sacudimentos pessoais e domiciliares. Muito útil o banho das pontas. A medicina popular usa as flores contra a tosse; as folhas são emolientes; as pontas, sementes e frutos são antifebris.<br />
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Guiné-caboclo: Utilizado em todas as obrigações de cabeça, nos abô, para quaisquer filhos, nos banhos de descarrego ou limpeza, etc. Indispensável na Umbanda e no Candomblé. O povo usa para debelar os males dos intestinos, beneficia o estômago na má digestão. Usa-se o chá.<br />
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Hissopo – Alfazema-de caboclo: Aplicada nos ebori e nas lavagens de contas, do mesmo modo é empregado nos abô para limpeza dos iniciados. É muito usado nas afecções respiratórias, elimina o catarro dos brônquios. Usa-se o chá.<br />
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Incenso-de-caboclo – Capim-limão: Usada nas defumações de ambientes e nos banhos de descarrego. O povo a utiliza para exterminar resfriados, minorar as bronquites e, também, nas perturbações da digestão.<br />
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Jaborandi: De grande aplicação nas várias obrigações. A medicina popular adotou esta planta como essencial na lavagem dos cabelos, tornando-os sedosos e brilhantes. Tem grande eficácia nas pleurisias, nas bronquites e febres que tragam erupções. Usa-se o chá internamente.<br />
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Jacatirão: Pleno uso em quaisquer obrigações. O seu pé, e cepa são lugares apropriados para arriar obrigações. Não possui uso na medicina caseira.<br />
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Jurema branca: Aplicada em todas as obrigações de ori, em banhos de limpeza ou descarrego e entra nos abô. É de grande importância nas defumações ambientais. A medicina caseira indica as cascas em banhos e lavagens como adstringente. Em chá tem efeito narcótico, corrigindo a insônia.<br />
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Malva-do-campo – Malvarisco: Seu uso se restringe aos banhos descarrego e limpeza. O povo a indica como desinflamadora nas afecções da boca e garganta. É emoliente, propiciando vir a furo os tumores da gengiva. Usa-se em bochechos e gargarejos.<br />
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Piperegum-verde – Iperegum-verde: Erva de extraordinários efeitos nas várias obrigações do ritual. A medicina aponta-a como debeladora de reumatismo, usando-se banhos e compressas.<br />
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Piperegum-verde-e-amarelo: Tem o mesmo uso ritualístico prescrito para o piperegum de Oxóssi. Na medicina popular é o mesmo que piperegum-verde.<br />
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Pitangatuba: Usado em quaisquer obrigações de ori, ebori, lavagem de contas e dar de comer à cabeça. A farmácia do povo indica em chá, nos casos de febres e também para desobstruir os brônquios.<br />
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Ervas de Ossaim<br />
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Amendoim: Ossaim aprecia muito e adora saboreá-lo torrado, sem casca. O amendoim fornece um bom óleo para luz e também para a cozinha. Suas sementes são estimulante e fortalecem as vistas e a pele, além de ser em excelente afrodisíaco. Nos rituais, é empregado cozido e utilizado em sacudimentos, com excelentes resultados.<br />
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Celidônia maior: É indicada pela medicina caseira como excelente medicamento nas doenças dos olhos, usando a água do cozimento da planta para banhá-los. Seu chá também é de grande eficácia para banhar o rosto e dar fim às manchas e panos.<br />
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Coco de Dendê: É conhecido entre os Yorubás como Adin. Sua semente, desprovida da polpa, fornece um óleo branco, sólido, e serve para substituir a manteiga. É a chamada manteiga de karité. Este coco é muito prestigiado pela medicina caseira, pois debela cefaléias, anginas, fraqueza dos órgãos visuais e cólicas abdominais.<br />
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Erva de Passarinho: É muito aplicada principalmente no abô do orixá, nas obrigações renovadas anualmente e nos abô de babalossaim. Nas renovações, esta planta é a duodécima folha que completa o ato litúrgico renovatório. Na medicina popular, esta planta é empregada com sucesso absoluto, contra as moléstias uterinas, corrimentos e também para dar fim às úlceras. As folhas e flores são usadas em caso de diabetes, hemoptises e hemorragias diversas.<br />
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Erva de Santa Luzia: Muito usada nas obrigações de cabeças, ebori, lavagem de contas, feitura de santo e tiragem de zumbi. De igual maneira, também se emprega nos abô, banhos de descarrego ou limpeza dos filhos dos orixás. A medicina popular a consagrou como um grande remédio, por ser de grande eficácia contra o vício da bebida. O cozimento de suas folhas é empregado contra doenças dos olhos e para desenvolver a vidência.<br />
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Gitó – carrapeta: Sua utilização se restringe ao uso litúrgico e ritualístico. É largamente empregada nos banhos de limpeza e purificação do orixá. Usada também em banhos de cabeça para desenvolver a vidência, audição e intuição. A medicina popular aplica-a na cura de moléstia dos olhos, porém em lavagens externas.<br />
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Guabira: Aplicada em todas as obrigações de cabeça, nos abô de uso geral e nos banhos de purificação e limpeza dos filhos dos orixás. A medicina caseira a indica no sentido de pôr fim aos males dos olhos conjuntivites. Em banhos, favorecem aos que sofrem de reumatismo e devem ser feitos em banheiras ou bacias, sendo mais ou menos demorados.<br />
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Lágrima de Nossa Senhora: É usada nas obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos de descarrego ou limpeza. O povo a indica como excelente diurético, em chá. Os banhos debelam o reumatismo e reduzem as inchações. As folhas e as sementes são indicadas para banhar os indicadas para banhar os olhos, propiciando bem-estar. A aplicação deve ser feita pela manhã, após ter deixado o banho ficar na noite anterior sob o sereno. Retire antes do sol nascer e aplique sobre os olhos.<br />
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Narciso dos Jardins: Entra nos trabalhos em razão de ser suporte para o fetiche de Ossaim, para o assentamento. Para ser utilizada, plante-a em um pote, no canto do vegetal, coloque o fetiche e por dentro do pote prenda o pé do fetiche com um pouco de tabatinga deixa-se secar em lugar longe de correntes de vento para que possam ter perfeita fixação. Quando estiver seco, o trabalho, procede-se com o sacrifício da ave correspondente ao orixá da folha (o galo), deixando o ejé banhar todo o fetiche. Acrescente fumo de rolo, banhe todo o fetiche com vinho moscatel e mel de abelhas, separadamente. Ao terminar, coloque o pote, com um abrigo circular por cima, e leve-o para cima do telhado do terreiro, lado esquerdo de casa e direito de quem a olha de frente. Não possui uso na medicina popular, pois é tida como planta venenosa.<br />
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Ervas de Xangô<br />
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Alevante – Levante: Usada em todas as obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos de limpeza de filhos de santo. Não possui uso na medicina popular.<br />
Alfavaca-roxa: Empregada em todas as obrigações de cabeça e nos abô dos filhos deste orixá. Muito usada em banhos de limpeza ou descarrego. A medicina caseira usa seu chá em cozimento, para emagrecer.<br />
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Angelicó Mil-homens: Tem grande aplicação na magia de amor, em banhos de mistura com manacá (folhas e flores), para propiciar ligações amorosas, aproximando os sexo masculino. A medicina caseira aplica-o como estomacal, combatendo a dispepsia. As gestantes não a devem usar.<br />
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Aperta-ruão: Os babalorixás a utilizam nas obrigações de cabeça; no caso dos filhos do trovão é usada a nega-mina. Tem grande prestígio na medicina popular como adstringente. As senhoras a empregam em banhos semicúpios, de assento, e em lavagens vaginais para dar fim à leucorréia.<br />
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Azedinha – Trevo-azedo – Três-corações: É popularmente conhecida como três corações, sem função ritualística. É empregada na medicina popular como combatente da disenteria, eliminador de gases e febrífugo.<br />
Caferana-Alumã: São utilizadas nas aplicações de cabeça e nos abô. Usado na medicina popular como: laxante, fazendo uma limpeza geral no estômago e intestinos, sem causar danos; é ótima combatente de febres palustres ou intermitentes; poderoso vermífugo e energético tônico.<br />
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Cavalinha – Milho-de-cobra: Aplicada nas obrigações de cabeça, nos abô e como axé nos assentamentos dos dois orixás. Não possui uso na medicina popular.<br />
Eritrina – Mulungu: Tem plena aplicação nas obrigações de cabeça e nos banhos de limpeza dos filhos de Xangô. Na medicina caseira é aplicada como ótimo pacificador do sistema nervoso e, também, contra a bronquite.<br />
Erva-das-lavadeiras – melão-de-São-Caetano: Não possui utilização nas obrigações do ritual. O uso popular o indica como sendo de grande eficácia no combate ao reumatismo. É vigoroso antifebril, debela ainda, doenças das senhoras, em banhos de assento.<br />
Erva-de-São-João: Utilizada nas obrigações de cabeça e nos banhos de descarrego. A medicina caseira, indica-a como tônico para combater as disenterias. Aplicam-se no tratamento do reumatismo. Usa-se o chá em banhos.<br />
Erva-grossa – Fumo-bravo: Empregada nas obrigações de cabeça, particularmente nos ebori e como axé do orixá. A medicina caseira indica as raízes em cozimento, como antifebril, as mesmas em cataplasmas debelam tumores. As folhas agem como tônico combatendo o catarro dos brônquios e pulmões.<br />
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Mimo-de-vênus – Amor-agarradinho: Aplica-se folhas, ramos e flores, em banhos de purificação dos filhos de Oyá. Muito usada na magia amorosa, circundando um prato e metade para dentro do prato e metade para fora; regue a erva com mel de abelhas e arrie em uma moita de bambu. Não possui uso na medicina caseira.<br />
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Morangueiro: Aplicação restrita, já que se torna difícil encontrá-la em qualquer lugar. O povo a indica como remédio diurético, pondo fim aos males dos rins. É usada para curar disenterias e também recuperar pessoas que carecem de vitamina C no organismo.<br />
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Mulungu: Empregada em obrigações de cabeça, em banhos de descarrego e nos abô. O povo indica como pacificador dos nervos, propiciando sono tranqüilo. Tem ação eficaz no tratamento do fígado, das hepatites e obstruções. Usa-se o chá.<br />
Musgo-da-pedreira: Tem aplicação nos banhos de descarrego e nas defumações pessoais, que são feitas após o banho. A defumação se destina a aproximar o paciente do bem.<br />
Nega-mina: Inteiramente aplicada nas obrigações de ori, e nos banhos de descarrego ou limpeza e nos abô. O povo a aplica como debeladora dos males do fígado, das cólicas hepáticas e das nevralgias.<br />
Noz-moscada: Seu uso ritualístico se limita a utilização do pó que, espalhado ao ambiente, exerce atividade para melhoria das condições financeiras. É também usado como defumador. Este pó, usado nos braços e mãos ao sair à rua, atrai fluidos benéficos. Não possui uso na medicina popular.<br />
Panacéia – Azougue-de-pobre: Entra nas obrigações de ori e nos banhos de descarrego ou limpeza. O povo a aponta como poderoso diurético e de grande eficácia no combate à sífilis, usando-se o chá. É indicada também no tratamento das doenças de pele, e ainda debelar o reumatismo, em banhos.<br />
Pau-de-colher – Leiteira: Usada em banhos de purificação de mistura com outras espécies dos mesmos orixás. A medicina caseira a recusa por tóxica, porém pode perfeitamente ser usada externamente em banhos.<br />
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Pau-pereira: Não é aplicada nas obrigações de ori, mas é usada em banhos de descarrego ou limpeza. O povo a aplica nas perturbações do estômago e põe fim a falta de apetite. É fortificante e combate febres interminentes, e ainda tem fama de afrodisíaco.<br />
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Pessegueiro: É utilizado flores e folhas, em quaisquer obrigações de ori. Pois esta propicia melhores condições mediúnicas, destruindo fluidos negativos e Eguns. O povo a indica em cozimento para debelar males do estômago e banhar os olhos, no caso de conjuntivite.<br />
Pixirica – Tapixirica: Aplica-se somente o uso das folhas, de forma benéfica. O povo a indica nas palpitações do coração, na melhoria do aparelho genital feminino e nas doenças das vias urinárias.<br />
Romã: Usada em banhos de limpeza dos filhos do orixá dos ventos. O povo emprega as cascas dos frutos no combate a vermes intestinais e o mesmo cozimento em gargarejos para debelar inflamações da garganta e da boca.<br />
Sensitiva – Dormideira: Somente é utilizada em banhos de descarrego. O povo diz possui extraordinários efeitos nas inflamações da boca e garganta. Utiliza-se o cozimento de toda a planta para gargarejos e bochechos.<br />
Taioba: Sem aplicação nas obrigações de cabeça. Porém muito utilizada na cozinha sagrada de Xangô. Dela prepara-se um esparregado de erê (muito conhecido como caruru) esse alimento leva qualidades de verduras mas sempre tem a complementá-lo a taioba. O povo utiliza suas folhas em cozimento como emoliente; a raiz é poderoso mata-bicheiras dos animais e, além de matá-las, destrói as carnes podres, promovendo a cicatrização.<br />
Taquaruçu – Bambu-amarelo – Bambu-dourado: Os galhos finos, com folhas, servem para realizar sacudimentos pessoais ou domiciliares. É empregado ainda para enfeitar o local onde se tem Egun assentado. Não possui uso na medicina popular.<br />
Tiririca : Sem aplicação ritualística, a não ser as batatas aromáticas, essas batatinhas que o povo apelidou de dandá-da-costa, levadas ao calor do fogo e depois reduzidas a pó que, misturado com outros, ou mesmo sozinho, funciona como pó de dança. Para desocupação de casas. Colocados em baixo da língua, afasta eguns e desodoriza o hálito. Não possui uso na medicina popular.<br />
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Umbaúba: Somente é usada nos ebori a espécie prateada. As outras espécies são usadas nos sacudimentos domiciliares ou de trabalho. O povo a prestigia como excelente diurético. É aconselhado não usar constantemente esta erva, pois o uso constante acelera as contrações do coração.<br />
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Urucu: Desta planta somente são utilizadas as sementes, que socadas e misturadas com um pouquinho de água e pó de pemba branca, resulta numa pasta que se utiliza para pintar a Yawô. O povo indica as sementes verdes para os males do coração e para debelar hemorragias.<br />
Ervas de Oxum<br />
Abiu-abieiro: Sem uso na liturgia, tem folhas curativas; a parte inferior destas, colocadas nas feridas, ajudam a superar; se inverter a posição da folhas, a cura será apressada. A casca da árvore cozida tem efeito cicatrizante.<br />
Agrião-do-Pará – Jambuaçu: É usado nas obrigações de cabeça e nos abô, para purificação de filhos; como axé nos assentamentos da deusa de água doce. A medicina caseira usa-o para combater tosses e corrigir escorbuto (carência de vitamina C). É, também, excitante.<br />
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Alfavaca-de-cobra: É usada em todas as obrigações de cabeça. No abô também é usada, o filho dorme com a cabeça coberta. Antes das doze horas do dia seguinte o emplastro é retirado, e torna-se um banho de purificação. A medicina caseira a indica como combatente ao mau-hálito.<br />
Arapoca-branca: Suas folhas são utilizadas nas obrigações de cabeça e nos abô; no Candomblé são usadas em sacudimentos pessoais. As casacas desta servem para matar peixes. A medicina caseira utiliza as folhas como antitérmico, contra febres. Age também como excitante.<br />
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Arnica-montana: Tem pouca aplicação na Umbanda e no Candomblé. Já na medicina popular ;e muito usada, após alguns dias de infusão no otin (cachaça). Age como cicatrizante, recompondo o tecido lesado nas escoriações.<br />
Azedinha - Treco-azedo – Três corações: É popularmente conhecida como três-corações, sem função ritualística, é apenas empregada na medicina popular como: combatente da disenteria, eliminador de gases e febrífugo.<br />
Bananeira: Muito empregada na culinária dos Orixás. Suas folhas forram o casco da tartaruga, para arriar-se o ocaséo a Oxum. A medicina caseira prepara de sua seiva um xarope de grande eficácia nos males das vias respiratórias ou doenças do peito. Brio-de-estudante – Barbas-de-baratas: Desta erva apenas a raiz é utilizada. Ela fornece um bom corante que é usado nas pinturas das yawo, de mistura com pemba raspada. A medicina popular utiliza o chá, meia hora antes de dormir, para ter sono tranqüilo.<br />
Caferana-alumã: São utilizadas nas aplicações de cabeça e nos abô. Usado na medicina popular como: laxante, fazendo uma limpeza geral no estômago e intestinos, sem causar danos; é ótima combatentes; poderoso vermífugo e energético tônico.<br />
Camará-cambará: Utilizada em quaisquer obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos de purificação. A medicina caseira a emprega muito em xarope, contra a tosse e rouquidão e ainda põe fim às afecções catarrais.<br />
Camomila-marcela: Tem restrita aplicação nas obrigações litúrgicas. Entretanto, é usada nos banhos de descarrego e nos abô. No uso popular é de grande finalidade em lavagens intestinais das crianças, contra cólicas e regularizadora das funções dos intestinos. O chá das flores é tônico e estimulante, combate as dispepsias e estimula o apetite.<br />
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Cana-fístila – Chuva-de-ouro: Aplicada nos abô e nas obrigações de cabeça, usada também nos banhos de descarrego dos filhos de Oxum. Seu uso popular é contra os males dos rins, areias e ardores. O sumo das folhas misturado com clara de ovo e sal mata impigens.<br />
Chamana-nove-horas – Manjericona: Usada em obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos de purificação dos filhos de Oxum. O povo a utiliza em disenterias.<br />
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Cipó-chumbo: Sem uso na liturgia, porém muito prestigiada na medicina popular, como xarope debela tosses e bronquites; seu chá é muito eficaz no combate a diarréias sanguinolentas e à icterícia; seco e reduzido a pó, cicatriza feridas rebeldes.<br />
Erva-cidreira – Melissa: Sem uso na liturgia, sua aplicação se restringe ao âmbito da medicina caseira, que a usa como excitante e antiespasmódico, enérgico tônico do sistema nervoso. O chá feito das folhas adocicado ou puro combate as agitações nervosas, histerismos e insônia.<br />
Erva-de-Santa-Maria: São empregadas em obrigações de cabeça e em banhos de descarrego. Como remédio caseiro é utilizada para combater lombrigas (ascárides) das crianças, também é ótimo remédio para os brônquios.<br />
Ervilha-de-Angola – Guando: É empregada em quaisquer obrigações. O povo usa as pontas dos ramos contra hemorragias e as flores contra as moléstias dos brônquios e pulmões.<br />
Fava-pichuri: No ritual da Umbanda e do Candomblé, usa-se a fava reduzida a pó, o defumações que trazem bons fluidos e afugenta Eguns. O povo usa o pó na preparação de chá, que é eficaz nas dispepsias e diarréias.<br />
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Flamboiant: Não é utilizado em obrigações de cabeça, sendo usado somente em algumas casas, em banhos de purificação dos filhos dos orixás. Porém suas flores tem vasto uso, como ornamento, enfeite de obrigação ou de mesas em que estejam arriadas as obrigações. Sem uso na medicina comercial.<br />
Gengibre-zingiber: São aplicados os rizomas, a raiz, que se adiciona ao aluá e a outras bebidas. O povo a usa nos casos de hemorragia de senhoras e contra as perturbações do estômago, em chá.<br />
Gigoga-amarela – Aguapê: Usado nos abô, nos ebori e banhos de limpeza, pois purifica o aura e afugenta ou anula Eguns. A medicina popular manda que as folhas sejam usadas como adstringente e, em gargarejos, fortalecem as cordas vocais.<br />
Ipê-amarelo: Aplicada somente em defumações de ambientes. Na medicina popular é usada em gargarejos, contra inflamações da boca, das amígdalas e estomatite. O que vai a cozimento são a casca e a entrecasca.<br />
Lúca-Árvore-da-pureza: Seu pendão floral é usado plena e absolutamente, em obrigações de ori dos filhos de Oxum. Não possui uso na medicina popular.<br />
Macaçá: Aplicação litúrgica total, entra em todas as obrigações de ori nos abô e purificação dos filhos dos orixás. O povo a usa para debelar tosses e catarros brônquios; é usada ainda contra gases intestinais.<br />
Mãe-boa: É erva sagrada de Oxum. Só é usada nas obrigações ritualísticas, que se restringe aos banhos de limpeza. Muito usada pelo povo contra o reumatismo, em chá ou banho.<br />
Malmequer – Calêndula: É usada em todas as obrigações de ori e nos abô, e nos banhos de purificação dos filhos de Oxum. As flores são excitantes, reguladoras do fluxo menstrual. As folhas são aplicadas em fricções ou fumigações para facilitar a regra feminina.<br />
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Malmequer-do-campo: Não é aplicada nas obrigações do ritual. Na medicina popular tem função cicatrizante de feridas e úlceras, colocando o sumo de flores e folhas sobre a ferida.<br />
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Malmequer-miúdo: Aplicado em quaisquer obrigações de ori, nos abô e nos banhos de limpeza dos filhos que se encontram recolhidos para feitura do santo. Como remédio caseiro, é cicatrizante e excitante.<br />
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Orriri-de-Oxum: Entra em todas as obrigações de ori, nos banhos de limpeza. O povo a indica como diurético e estimulador das funções hepáticas.<br />
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Vassourinha-de-botão: Muito usado nos sacudimentos pessoais. Não possui qualquer uso na medicina popular.<br />
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Ervas de Logun Edé<br />
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Logun Edé, em sua passagem pela Terra, se apropriou das ervas de seus pais para por fim aos males terrenos; curou muitas pessoas e ainda cura até os dias de hoje aqueles que nele depositam sua fé. Além de todas as ervas de Oxum e Oxóssi que ele utiliza para curar, destaca-se, ainda, uma única de sua propriedade, hoje de grande importância para a medicina caseira: o Piperegum Verde e Amarelo.<br />
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Piperegum Verde e Amarelo : Planta sagrada de Logun Edé, originária de Guiné, na África. Trata-se de uma erva que possui extraordinário efeitos nas várias obrigações do ritual, possuindo grande eficácia nos sacudimentos pessoais e domiciliares e nos abô como afastamento de mão de cabeça no caso de pai e mãe de santo vivo, cercando as pernas da pessoa com folhas de piperegum ou amarradas ao tornozelo; feito isso, a cerimônia é iniciada. A medicina caseira aponta o piperegum como um dos melhores remédios para debelar o reumatismo, devendo ser usado em banhos ou compressas.<br />
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Ervas de Obaluaiê<br />
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Agoniada: Faz parte de todas as obrigações do deus das endemia e epidemias. Utilizada no ebori, nas lavagens de contas e na iniciação. Esta erva purifica os filhos-de-santo, deixando-os livres de fluidos negativos. Na medicina popular, a mesma é usada para corrigir o fluxo menstrual e combate asma.<br />
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Alamanda: Não é utilizada em obrigações, sendo empregada somente em banhos de descarrego. Na medicina caseira ela é usada para tratar doenças da pele: sarna (coceiras), eczema e furúnculos. Para usar é necessário que se cozinhe as folhas, e coloque chá de folhas sobre a doença.<br />
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Alfavaca-roxa: Empregada em todas as obrigações de cabeça e nos abô dos filhos deste orixá. Muito usada em banhos de limpeza ou descarrego. A medicina caseira usa seu chá em cozimento, para emagrecer.<br />
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Alfazema : Empregada em todas as obrigações de cabeça. É aplicada nas defumações de limpeza, usada também na magia amorosa em forma de perfume. A medicina popular dita grandes elogios a esta erva, pois ela é excelente excitante e antiespasmódica. É usada, também, como reguladora da menstruação. Somente é aplicada como chá.<br />
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Babosa: Muito usada em rituais de Umbanda, mais especificamente em defumações pessoais. Para que se faça a defumação, é necessário queimar suas folhas depois de secas. Isso leva um certo tempo, devido a gosma abundante que há na babosa. A defumação é feita após o banho de descarrego. Para a medicina caseira sua gosma é de grande eficácia nos abscessos ou tumores, além de muitas outras aplicações.<br />
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Araticum-de-areia – Malolô: Liturgicamente, os bantos a usam nos banhos de descarrego, em mistura de outra erva. A medicina caseira indica a polpa dos frutos para resolver tumores e o cozimento das folhas no tratamento do reumatismo.<br />
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Arrebenta cavalo: No uso ritualístico esta erva é empregada em banhos fortes do pescoço para baixo, em hora aberta. É também usado em magias para atrair simpatia. Não é usada na medicina caseira.<br />
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Assa-peixe: Usada em banhos de limpeza e nos ebori. Na medicina popular ela é aplicada nas afecções do aparelho respiratório em forma de xarope.<br />
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Musgo: Aplicada em todas as obrigações de cabeça referentes a qualquer orixá. A medicina caseira aconselha a aplicação do suco no combate às hemorróidas (uso tópico).<br />
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Beldroega: Usada nas purificações das pedras de orixá e, principalmente as de Exu. O povo usa suas folhas socadas para apressar a cicatrização das feridas, colocando-as por cima.<br />
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Canena Coirana: Vegetal de excelente aplicação litúrgica, pois entra em todas as obrigações. O povo a tem como excelente estimulante do fígado.<br />
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Capixingui: Empregada em todas as obrigações de cabeça, nos abô, nos banhos de purificação e limpeza e, também nos sacudimentos. O povo afirma que o capixingui tem bons efeitos no reumatismo e no artritismoe nos sacudimentos. O povo afirma que o capixingui tem bons efeitos no reumatismo e no artritismo nos sacudimentos. O povo afirma que o capixingui tem bons efeitos no reumatismo e no artritismo nos sacudimentos. O povo afirma que o capixingui tem bons efeitos no reumatismo e no artritismo (reumatismo articular) utilizado em banhos, mais ou menos quentes, colocando-se nas juntas doloridas.<br />
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Cipó-chumbo: Sem uso na liturgia, porém muito prestigiada na medicina popular, como xarope debela tosses e bronquites; seu chá é muito eficaz no combate a diarréias sanguinolentas e à icterícia; seco e reduzido a pó, cicatriza feridas rebeldes.<br />
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Carobinha do Campo: Em alguns terreiros essa planta faz parte do ariaxé. A medicina caseira indica o chá de suas folhas para combate coceiras no corpo e, principalmente coceira nas partes genitais.<br />
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Cordão de Frade: É aplicada somente em banhos de limpeza e descarrego dos filhos deste orixá. O povo a indica para a cura da asma, histerismo e pacificador dos nervos. Também combate a insônia.<br />
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Cebola do mato: Sem uso ritualístico. A medicina caseira afirma que o cozimento de suas folhas apressa a cicatrização de feridas rebeldes.<br />
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Celidônia maior: Não possui uso ritualístico. É indicada pela medicina caseira como excelente medicamento nas doenças dos olhos, usando a água do cozimento da planta para banhá-los. Seu chá também é de grande eficácia para banhar o rosto e dar fim às manchas e panos branco.<br />
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Coentro: Muito aplicada como adubo ou condimento nas comidas do orixá, principalmente na carne e no peixe. Não é empregada nas obrigações ritualísticas. A medicina caseira indica esta erva como reguladora das funções digestivas e eliminadora de gases intestinais.<br />
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Cotieira: Não sabemos ao certo se esta erva tem aplicação ritualística. Na medicina caseira ela é estritamente de uso veterinário. Muito aplicada em cães para purgar e purificar feridas<br />
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Erva-Moura: Esta erva faz parte dos banhos de limpeza e purificação dos filhos do orixá. Seu uso popular é como calmante, em doses de uma xícara das de café, duas a três vezes ao dia. Essa dose não deve ser aumentada, de modo algum, pois em grande quantidade prejudica. As folhas tiradas do pé, depois de socadas, curam úlceras e feridas.<br />
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Estoraque Brasileiro: Sua resina é colhida e reduzida a pó. Este pó, misturado com benjoim, é usado em defumações pessoais. Essa defumação destina-se a arrancar males. O povo aconselha o pó desta no tratamento das feridas rebeldes ou ulcerações, colocando o mesmo sobre as lesões<br />
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Figo Benjamim: Erva muito usada na purificação de pedras ou ferramentas e na preparação do fetiche de Exu. Empregada, também, em banhos fortes para pôr fim a padecimentos de pessoa que esteja sofrendo obsidiação ou obsessão. O povo aplica o cozimento das folhas para tratar feridas rebeldes, e banhos para curar o reumatismo.<br />
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Hortelã brava: Empregada em obrigações de ori, nos abô e nos banhos de purificação dos filhos deste orixá. O uso caseiro é utilizada para combater o veneno de cobras, lacraias e escorpiões. É eficaz contra gases intestinais, dores de cabeça e como diurético. É perfeita curadora de coceiras rebeldes e tiro acertado nos catarros pulmonares, asma e tosse nervosa, rebelde.<br />
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Guararema: Em terreiros de Umbanda e Candomblé ela é aplicada em banhos fortes e nos descarrego. Os galhos da erva são usados em sacudimentos domiciliares. Os banhos fortes a que nos referimos são aplicados em encruzilhadas – na encruzilhada em que se tomar o banho arria-se um mi-ami-ami, oferecido a Exu. E deve ser feito em uma encruzilhada tranqüila. É um banho de efeitos surpreendentes. Na medicina caseira esta erva é utilizada para exterminar abscessos, tumores, socando-se bem as folhas e colocando-as sobre a tumorização. O cozimento das folhas é eficaz no tratamento do reumatismo. Em banhos quentes e demorados, de igual sorte também cura hemorróidas.<br />
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Jenipapo: As folhas servem para banhos de descarrego e limpeza. A medicina caseira aplica o cozimento das cascas no tratamento das úlceras, o caldo dos frutos é combatente de hidropsia.<br />
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Jurubeba: Somente usada em obrigações com objetivo de descarrego e limpeza. Suas folhas e frutos permitem o bom funcionamento do fígado e baço, garante a sabedoria popular. Debela e previne hepatite com ou sem edemas.<br />
Mangue Cebola: É usado apenas em sacudimentos domiciliares, utilizando o fruto, a cebola. Procede-se assim: corta-se a cebola em pedaços miúdos e, cantando-se para Exu, espalha-se pela casa, nos recantos, e sob os móveis. O povo usa a cebola, fruto do mangue, esmagada sobre feridas rebeldes.<br />
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Mangue vermelho: Usa-se apenas as folhas, em banhos de descarrego. O povo a indica como excelente adstringente que possui alto teor de tanino. Muito eficaz no tratamento das úlceras e feridas rebeldes, aplicando o cozimento das folhas em compressas ou banhando a parte lesada.<br />
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Manjericão-roxo: Empregado nas obrigações de ori dos filhos pertencentes ao orixá das endemias. Colhido e seco, sua folha previne contra raios e coriscos em dias de tempestades, usando o defumador. Também é usada como purificador de ambiente. Não possui uso na medicina popular.<br />
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Panacéia: Entra nas obrigações de ori e banhos de descarrego ou limpeza. O povo a aponta como poderoso diurético e de grande eficácia no combate à sífilis, usando-se o chá. É indicada também no tratamento das doenças de pele, darros, eczemas e ainda debela o reumatismo, quando usada em banhos.<br />
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Picão da praia: Apenas na Bahia ouvimos falar que esta planta pertence a Obaluaiê. Não conhecemos seu uso ritualístico. A medicina popular dá-lhe muito prestígio como diurético e eficaz nos males da bexiga. Usada como chá.<br />
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Piteira imperial: Seu uso se limita às defumações pessoais, que são feitas após o banho. A medicina popular utiliza as folhas verdes, em cozimento, para lavar feridas rebeldes, aproximando a cura ou cicatrização.<br />
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Quitoco: Usada em banhos de descarrego ou limpeza. Para a medicina popular esta erva resolve males do estômago, tumores e abscessos. Internamente é usado o chá, nos tumores aplica-se as folhas socadas. Muito utilizada nas doenças de senhoras.<br />
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Sabugueiro: Não possui uso ritualístico. É decisiva no tratamento das doenças eruptivas: sarampo, catapora e escarlatina. O cozimento das flores é excelente para a brotação do sarampo.<br />
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Sumaré: Não tem aplicação ritualística ou obrigações litúrgicas. Porém possui grande prestígio popular, devido ao seu valor curativo, promovendo com espantosa rapidez a abertura de tumores de qualquer natureza, pondo fim às inflamações. É empregado contra furúnculos, panarícios e erisipelas, regenerando o tecido atacado por inflamações de qualquer origem.<br />
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Trombeteira branca: Não possui nenhuma aplicação nas obrigações de cabeça. Apenas é usada nos banhos de limpeza dos filhos do orixá da varíola. Seu uso na medicina popular é pouco freqüente. Aplica-se apenas nos casos de asma e bronquite.<br />
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Urtiga-mamão: Aplicada em banhos fortes, somente em casos de invasão de eguns. O banho emprega-se do pescoço para baixo. Esse banho destrói larvas astrais e afasta influências perniciosas. O povo indica esta erva na cura de erisipela, usando um algodão embebido do leite da planta. O chá de suas folhas debela males dos rins.<br />
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Velame do campo: Vegetal utilizado em todas as obrigações principais: ebori, simples ou completo. Indispensável na feitura de santo e nos abô dos filhos do orixá. Na medicina caseira o velame é utilizado como anti-sifilítico e anti-reumático.<br />
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Velame verdadeiro: Possui plena aplicação em quaisquer obrigações de cabeça e nos abô. Usada também nos sacudimentos. A medicina do povo afirma ser superior a todos os depurativos existentes, além de energético curador das doenças da pele.<br />
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Ervas de Oxumarê<br />
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Alcaparreira – Galeata: Entra em várias obrigações do ritual, utilizando-se folhas e cascas verdes. Muito prestigiada nos abô de preparação dos filhos para obrigação de cabeça e nos banhos de limpeza. A medicina caseira indica como diurética, usadas as cascas da raiz. Os frutos são comestíveis e deles se prepara uma geléia que é eficaz contra picadas de cobras ou insetos venenosos, em razão do princípio ativo: rutinã.<br />
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Altéia – Malva-risco: Muito empregada nos banhos de descarrego e na purificação das pedras dos orixás Nanã. Oxum, Oxumarê, Yansã e Yemanjá. Muito prestigiada nos bochechos e gargarejos, nas inflamações da boca e garganta.<br />
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Angelicó – Mil-homens: Tem grande aplicação na magia de amor, em banhos de mistura com manacá (folhas e flores), para propiciar ligações amorosas, aproximando os sexo masculino. A medicina caseira aplica-o como estomacal, combatendo a dispepsia. As gestantes não devem usar.<br />
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Araticum-de-areia – Malolô: Liturgicamente, os bantos a usam nos banhos de descarrego, sem mistura de outra erva. A medicina caseira indica a polpa e os frutos para resolver tumores e cozimento das folhas no tratamento do reumatismo.<br />
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Cavalinha – Milho-de-cobra: Aplicada nas obrigações de cabeça, nos abô e como axé nos assentamentos dos dois orixás. Não possui uso na medicina popular.<br />
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Graviola – Corosol: Tem plena aplicação nos abô dos orixás, nos banhos de abô e nos de limpeza e descarrego. É indispensável aos filhos recolhidos para obrigações de cabeça beberem uma dose de suco pela manhã. O povo usa a graviola de diabetes, aplicando o chá.<br />
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Ingá-bravo: “Não conhecemos aplicação ritualística. O povo a consagra como sério adstringente e, por isso, indica o uso das casacas, em cozimento, na cura das úlceras e feridas rebeldes, banhando-as.<br />
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Língua-de-vaca – Erva-de-sangue: Planta empregada nas obrigações principais, nos abô e nos banhos de purificação dos filhos do orixá. É axé para assentamentos do mesmo orixá. O uso caseiro é nas doenças de pele, nas sifilíticas e nos resfriamento.<br />
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Ervas de Iansã<br />
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Alface: É empregada nas obrigações de Egun, e em sacudimentos. O povo a indica para os casos de insônia, usando as folhas ou o pendão floral. Além de chamar o sono, pacifica os nervos.<br />
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Altéia – Malvarisco: Muito empregada nos banhos de descarrego e na purificação das pedras dos orixás Nanã, Oxum, Oxumarê, Yansã Yemanjá. Muito prestigiada nos bochechos e gargarejos, nas inflamações da boca e garganta.<br />
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Angico-da-folha-miúda – Cambuí: Só possui aplicação na medicina caseira a casca ou os frutos em infusão no vinho do porto ou otin (cachaça), age como estimulador do apetite. Os frutos em infusão, também fornecem um licor saboroso, do mesmo modo combate a dispepsia.<br />
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Bambu: É um poderoso defumador contra Kiumbas. O banho também é excelente contra perseguidores. Na medicina popular é benéfico contra as doenças ou perturbações nervosas, nas disenterias, diarréias e males do estômago.<br />
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Cambuí amarelo: Só é utilizado em banhos de descarrego. A medicina caseira indica como indica como adstringente, e usa o chá nas diarréias ou disenterias.<br />
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Catinga-de-mulata – Cordão-de-Frade – Cordão-de-São-Francisco: Seu uso ritualístico se restringe aos banhos de limpeza e descarrego dos filhos de Oyá. O povo a indica para curar asma, histerismo e como pacificadora dos nervos<br />
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Cordão-de-Frade verdadeiro: Essa planta é aplicada em banhos tonificantes da aura e limpezas em geral. O povo afirma que hastes e folhas, em cozimento ou chá, combate a asma, melhora o funcionamento dos rins e beneficia no caso de reumatismo.<br />
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Cravo-da Índia – Cravo-de- Doce: Entra em quaisquer obrigações de cabeça e nos abô. Participa dos banhos de purificação dos filhos dos orixás a que pertence. O povo indica suas folhas e cascas em banhos de assento para debelar a fadiga das pernas. Ótimo nos banhos aromáticos.<br />
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Dormideira sensitiva: Não conhecemos seu uso ritualístico. A medicina caseira indica esta planta como emoliente, mais especificamente para bochechos e gargarejos, nas inflamações de boca. Indicada como hipnótico, pondo fim a insônia. É utilizado o cozimento de toda a planta.<br />
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Espirradeira – Flor-de-São-José: Participa de todas as obrigações nos cultos afro-brasileiros. Esta planta é utilizada nas obrigações de cabeça, nos abô e nos abô de ori. Pertence aos orixás Xangô e Yansã, porém há, ainda, um outro tipo branco que pertence a Oxalá. O povo indica o suco das folhas desta contra a sarna e pôr fim aos piolhos. Em uso externo.<br />
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Eucalipto-limão: de grande aplicação nas obrigações de cabeça e nos banhos de descarrego ou limpeza dos filhos de orixá. A medicina caseira indica-o nas febres e para suavizar dores. usado em banhos de assento, é também emoliente.<br />
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Flamboiant: Não é utilizado em obrigações de cabeça, sendo usado somente em algumas casas de banhos de purificação dos filhos dos orixás. Porém suas flores tem vasto uso, como ornamento, enfeite de obrigação ou de mesas em que estejam arriadas as obrigações. Sem uso na medicina popular.<br />
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Gengibre-zingiber: São aplicados os rizomas, a raiz, que se adiciona ao aluá e a outras bebidas. O povo costuma dizer que é também ingrediente no amalá de Xangô. A medicina caseira a usa nos casos de hemorragia de senhoras e contra as perturbações do estômago, em chá.<br />
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Gitó-carrapeta – bilreiro: É de hábito ritualístico empregá-la em banhos de limpeza e purificação dos filhos do orixá a que se destina. O povo indica na cura de moléstia dos olhos. Não aconselhamos o uso interno.<br />
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Hortelã-da-horta – Hortelã-verde: Muito usada na culinária sagrada. Entra nas obrigações de cabeça alusivas a qualquer orixá. Participa do abô dos filhos-de-santo. A medicina caseira o aponta como eficiente debelador de tosses rebeldes; de bons efeitos nas bronquites é muito útil no tratamento da asma.<br />
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Inhame: Seu único emprego ritualístico é o uso das folhas grandes como toalha nas obrigações de Exu. O inhame é tido como depurativo do sangue na medicina caseira.<br />
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Jenipapo: As folhas servem para banhos de descarrego e limpeza. A medicina caseira aplica o cozimento das cascas no tratamento das úlceras, o caldo dos frutos é combatente de hidropsia.<br />
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Lírio do Brejo: São usados folhas e flores nas obrigações de ori, nos abô e nos banhos de limpeza ou descarrego. O povo emprega o chá das raízes, rizomas, como estomacal e expectorante.<br />
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Louro – Loureiro: Planta que simboliza a vitória, por isso pertence a Oyá. Não tem aplicação nas obrigações de cabeça, mas é usada nas defumações caseiras para atrair recursos financeiros. Suas folhas também são utilizadas para ornamentar a orla das travessas em que se coloca o acarajé para arriar em oferenda a Iansã.<br />
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Mãe-boa: Seu uso se restringe somente aos banhos de limpeza. Muito usada pelo povo contra o reumatismo, em chá ou banho.<br />
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Manjericão-roxo: Empregado nas obrigações de ori dos filhos pertencentes ao orixá do trovão. Colhido e seco, previne contra raios e coriscos em dias de tempestades, usando o defumador. Não possui uso na medicina popular.<br />
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Maravilha bonina: Utilizada nas obrigações de ori relativas a Oyá ebori, lavagem de contas e feitura de santo. Não entra nos abô a serem tomados por via oral. O povo a indica para eliminar leucorréia (corrimentos), hidropsia, males do fígado, afecções hepáticas e cólicas abdominais.<br />
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Ervas de Obá<br />
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Cabe salientar que Obá usa as mesmas ervas que Yansã.<br />
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Ervas de Nanã<br />
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Agapanto: É um vegetal pertencente a Oxalá, Nanã e a Obaluayê. O branco é de Oxalá e o lilás é da deusa das chuvas e do orixá das endemias e das epidemias. É também aplicado como ornamento em pejis, e banhos dos filhos destes orixás. Não possui uso na medicina popular.<br />
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Altéia – Malvarisco: Muito empregada nos banhos de descarrego e na purificação das pedras dos orixá Nanã, Oxum, Oxumar6e, Yansã e Yemanjá. Muito prestigiada nos bochechos e gargarejos, nas inflamações da boca e garganta.<br />
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Angelim-amargoso – Morcegueira: Pertence a Nanã e Exu. Muito usada em carpintaria, por ser madeira de lei. Folhas e flores são utilizadas nos abô dos filhos de Nanã. As cascas dizem respeito a Exu; elas são aplicadas em banhos fortes de descarrego, com o propósito de destruir os fluidos negativos.<br />
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Assa-peixe: Usada em banhos de limpeza e nos ebori dos filhos do orixá das chuvas. Na medicina popular ela é aplicada nas afecções do aparelho respiratório em forma de xarope. Utilizada como emostático.<br />
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Avenca: Vegetal delicadíssimo e mimoso. Tem emprego nas obrigações de cabeça e nos abô embora ela mereça ser economizada em face de sua delicadeza para ornamento. A medicina popular indica as folhas para debelar catarros brônquios e tosses.<br />
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Cedrinho: Este vegetal possui muitas variedades, todas elas pertencentes a deusa das chuvas. Sua aplicação é total na liturgia dos cultos afro-brasileiros. Empregado nas obrigações de cabeça, nos abô, banhos de corpo inteiro e nos de purificação. Excelente abô de ori, tonificador da aura. Em seu uso caseiro combate as disenterias, suas folhas em cozimento em banhos ou chá curam hérnias. É tônico febril rebeldes.<br />
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Cipreste: Aplicada nas obrigações de cabeça e nos banhos de purificação e descarrego. A medicina popular indica banhos desta erva para tratar feridas e o chá para curar úlceras.<br />
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Gervão: Além de ser folha sagrada de Nanã, também é Xangô. Sem aplicação nas obrigações rituais. A medicina caseira a indica no tratamento das doenças do fígado, levando suas folhas em cozimento adicionando juntamente raízes de erva-tostão. O chá do gervão também debela as doenças dos rins.<br />
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Manacá: Seu uso ritualístico se limita aos banhos de descarrego. Muito empregada na magia amorosa. Nesse sentido, ela é usada em banhos misturada com girassol e mil-homens. O chá de suas raízes é utilizado pela medicina caseira para facilitar o fluxo menstrual.<br />
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Quaresma – Quaresmeira: Esta arboreta tem aplicação em todas as obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos de limpeza e purificação dos filhos da deusa das chuvas. Durante o ritual toda a planta é aproveitada, exceto a raiz. A medicina caseira a indica nos males renais e da bexiga, em chá.<br />
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Quitoco: Usada em banhos de descarrego ou limpeza. Para a medicina popular esta erva resolve males do estômago, tumores e abscessos. Internamente é usado o chá, nos tumores aplica-se as folhas socadas.<br />
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Ervas de Yemanjá<br />
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Alcaparreira – Galeata: Muito usada nos terreiros do Rio Grande do Sul. Entra nas mais variadas obrigações do ritual, sendo utilizadas para isso folhas e cascas. Também é muito prestigiada nos abô de preparação dos filhos, para obrigação de cabeça e nos banhos de limpeza. As cascas e raízes popularmente vem sendo usadas como diuréticos. Seus frutos são comestíveis e deles é preparada uma geléia eficaz contra picadas de cobras e insetos venenoso.<br />
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Altéia – Malvarisco: Muito empregada nos banhos de descarrego e na purificação das pedras dos orixás Nanã, Oxum, Oxumarê, Yansã e Yemanjá. Muito prestigiada nos bochechos e gargarejos, nas inflamações da boca e garganta.<br />
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Aracá-da-praia: Planta arbórea pertencente a Yemanjá e a Oxóssi. É empregada nas obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos de purificação dos filhos dos orixás a que pertence. No uso popular cura hemorragias, usando-se o cozimento. Do mesmo modo também é utilizado para fazer lavagens genitais.<br />
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Araticum-de-areia – Malolô: Liturgicamente, os bantos a usam nos banhos de descarrego, sem mistura de outra erva. A medicina caseira indica a polpa dos frutos para resolver tumores e o cozimento das folhas no tratamento do reumatismo.<br />
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Coco-de-iri: Sua aplicação se restringe aos banhos de descarrego, empregando-se as folhas. A medicina caseira indica as suas raízes cozidas para por fim aos males do aparelho genital feminino. É usado em banhos semicúpios e lavagens.<br />
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Erva de Santa Luzia: Muito usada nas obrigações de cabeça, ebori, lavagem de contas, feitura de santo e tiragem de zumbi. De igual maneira, também se emprega nos abô, banhos de descarrego ou limpeza dos filhos dos orixás. A medicina popular a consagrou como um grande remédio, por ser de grande eficácia contra o vício da bebida. O cozimento de suas folhas é empregado contra doenças dos olhos e para desenvolver a vidência.<br />
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Fruta-da-Condessa: Tem aplicação nas obrigações de cabeça, nos banhos de descarrego e nos abô. É de grande importância na medicina popular, pois suas raízes em decocto são um grande remédio para a epilepsia. Toma-se meio copo três vezes ao dia. Apesar da irreversibilidade da doença.<br />
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Graviola – Corosol: Tem plena aplicação nos abô dos orixás, nos banhos de abô e nos de limpeza e descarrego. É indispensável aos filhos recolhidos para obrigações de cabeça beberem uma dose do suco pela manhã. O povo usa a graviola nos casos de diabete, aplicando o chá.<br />
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Guabiraba anis: Aplicada em todas as obrigações de cabeça, nos abô de uso geral e nos banhos de purificação e limpeza dos filhos dos orixás. Utilizadas do mesmo modo nos abô de ori. A medicina popular a utiliza para pôr fim nas doenças dos olhos (conjuntivites). Banhos demorados favorecem aos sofredores de reumatismo.<br />
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Jequitibá rosa: Sem uso ritualístico. Para a medicina caseira ele é um poderoso adstringente. Milagroso no tratamento das leucorréias (corrimento); o cozimento das cascas é eficaz nas hemorragias internas, cura angina e inflamações das amígdalas.<br />
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Maçã-de-cobra: Usada nas obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos de descarrego e limpeza. Não possui uso na medicina popular.<br />
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Musgo marinho: Esta planta vive submersa nas águas do mar. É planta que entra nas obrigações de ori e nos banhos de limpeza dos filhos de Yemanjá. Os musgos são utilizados pela medicina caseira nas perturbações das vias respiratórias.<br />
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Pata de vaca : empregada nos banhos de descarrego e nos abô, para limpeza dos filhos dos orixás a que pertence. A pata de vaca, na medicina popular, é indicada para exterminar diabetes, e por essa razão, é tida como insulina vegetal. Também cura leucorréia em lavagens vaginais.<br />
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Trapoeraba azul – Marianinha: Esta planta é aplicada em todas as obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos de limpeza e purificação. Também é axé integrante dos assentamentos do orixá a que pertence. No uso popular a erva é utilizada contra os efeitos de picadas de cobras. É também diurética e age contra o reumatismo. Os filhos da deusa das águas salgadas banham-se periodicamente com esse tipo de vegetal.<br />
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Unha de vaca: Aplicada em banhos de descarrego dos filhos da deusa. Na medicina caseira é utilizado como adstringente. Aplicado em lavagens locais e banhos semicúpios para combater males ou doenças do aparelho genital feminino.<br />
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Ervas de Oxalá<br />
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Alecrim de Caboclo: Erva de Oxalá, porém mais exigido nas obrigações de Oxóssi. Não possui uso na medicina popular.<br />
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Alecrim de Tabuleiro: Erva empregada nas obrigações, nos abô e é um maravilhoso afugentador de larvas astrais, razão pela qual deve-se usá-lo nos defumadores, quer das casas de culto. Não possui uso na medicina popular.<br />
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Alecrim do Campo: Seu uso se restringe a banhos de limpeza. É muito usado nas defumações de terreiros de Umbanda. Em seu uso medicinal resolve o reumatismo, aplicado em banhos.<br />
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Angélica: Tem emprego ritualístico muito reduzido. Sua flor espanta influências malignas e neutraliza a emissão de ondas negativas. É aplicado na magia do amor, propiciando ligações amorosas. A flor também é usada como ornamento e dá-se de presente na vibração do que quer. Não possui uso na medicina popular.<br />
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Funcho: Empregada em todas as obrigações de cabeça, nos abô e em banhos de limpeza. Usa-se, do mesmo modo, para tirar mão de Zumbi. O povo dá-lhe bastante prestígio como excitante e para as mulheres aumentarem a secreção de leite. Eficaz na liberação de gases intestinais, cólicas, diarréias, vômitos. É usado no tratamento dos males aqui referidos quando se trata de crianças.<br />
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Araçá: As folhas são aplicadas em quaisquer obrigações de cabeça e nos abô. Usada de igual sorte nos banhos de purificação. O povo indica esta espécie como um energético adstringente. Cura desarranjos intestinais e põe fim às cólicas. Usam-se folhas e cascas em cozimento.<br />
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Barba de Velho: Aplicadas em todas as obrigações de cabeça referentes a qualquer orixá. Usa-se também após as defumações pessoais feitas após o banho. A medicina caseira indica seu uso tópico no combate às hemorróidas.<br />
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Baunilha verdadeira: Aplicada nas obrigações de cabeça e na tiragem de Zumbi. A medicina popular indica esta erva no restabelecimento do fluxo menstrual. São usadas folhas e caule, em chá. Debela as hipocondria, as tristezas e é energético afrodisíaco. É preconizada para pôr fim à esterilidade.<br />
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Calistemo Fênico: É uma extraordinária mirtácea que entra em qualquer obrigação de cabeça, ebori, feitura de santo, lavagem de contas, tiragem de Zumbi ou tiragem da mão de cabeça. Medicinalmente é usada em doenças do aparelho respiratório, bronquites, asma e tosses rebeldes. Aplica-se o chá.<br />
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Camélia: Vegetal muito usado na magia amorosa. É captadora de fluidos positivos, a flor. Usada, aproxima uso na medicina popular.<br />
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Camomila Marcela: Sua aplicação é restrita nas obrigações ritualísticas. Usa-se, entretanto, nos banhos de descarrego e nos abô.<br />
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Carnaúba: Só tem aplicação em abô feito da folha, que basta para cobrir a cabeça e, depois, cobrir-se a cabeça durante doze horas, fugindo aos raios solares. É fortalecimento da aura e alimento da cabeça. A vela de cera de carnaúba é a melhor iluminação para o orixá.<br />
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Cinco Folhas: Aplicada em todas as obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos de descarrego. A medicina caseira indica esta erva como eficaz depurativo do sangue.<br />
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Cipó-cravo: Não possui uso ritualístico. Na medicina caseira atua como debelador das dispepsias e dificuldade de digestão. Usa-se o chá ao deitar. É pacificador dos nervos e propicia um sono tranqüilo. A dose a ser usada é uma xícara das de café ao deitar.<br />
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Colônia: Possui aplicação em todas as obrigações de cabeça. Indispensável nos abô e nos banhos de limpeza de filhos-de-santo. Aplicada, também, na tiragem de Zumbi, para o que se usa o sumo. Como remédio caseiro põe fim aos males do estômago. Usado como chá (pendão ou cacho floral).<br />
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Cravo da Índia: Utilizada em qualquer obrigação de cabeça, nos abô e nos abô de cabeça. De igual sorte, participa dos banhos de purificação dos filhos dos orixás a que pertence. O povo tem-no como ótimo nos banhos aromáticos, o cozimento de suas folhas e cascas debelam a fadiga das pernas em banhos de assento.<br />
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Erva de Bicho: Usada em banhos de purificação de filhos-de-santo, quaisquer que sejam e que vão submeter-se a obrigações de santo ou feitura de santo. É positiva a limpeza que realiza e possante destruidora de fluidos negativos. O povo indica esta planta em cozimento (chá) a fim de curar afecções renais.<br />
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Espirradeira: Participa em todas as obrigações de cabeça, nos abô e nos abô de ori. A medicina do povo indica o suco dessa planta, em uso externo, contra a sarna e para pôr fim aos piolhos.<br />
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Estoraque Brasileiro: Sua resina é recolhida e reduzida a pó. Este pó, misturado com benjoim, é usado em defumações pessoais. Essa defumação destina-se a arrancar males. O povo aconselha o pó desta no tratamento das feridas rebeldes ou ulcerações, colocando o mesmo sobre as lesões.<br />
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Eucalipto Cidra: Empregado em todas as obrigações de cabeça, em banhos de descarrego ou limpeza de Zumbi. Na medicina caseira é usado nas afecções dos brônquios, em chá.<br />
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Eucalipto Murta: Empregado em todas as obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos de limpeza. A medicina caseira indica-o nas febres e para suavizar dores. Recomendado também nas doenças do aparelho respiratório.<br />
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Fava de Tonca: A fava é usada nas cerimônias do ritual, o fruto é usado depois de ser reduzido a pó. Este pó é aplicado em defumações ou simplesmente espalhado no ambiente. Anula fluidos negativos, afugenta maus espíritos e destrói larvas astrais. Propicia proteção de amigos espirituais. Não possui uso na medicina popular.<br />
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Fava Pichuri: No ritual de Umbanda e Candomblé usa-se o fruto, a fava, que reduz a pó, o qual é aplicado espalhando-se no ambiente. Aplica-se, igualmente, em defumações que atraem bons fluidos. É afugentador de eguns e dissolvedor de ondas negativas, anulando larvas astrais.<br />
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Folha da Fortuna: É usada em todas as obrigações de cabeça, em banhos de limpeza ou descarrego e nos abô de qualquer filho-de-santo. Na medicina popular é muito eficaz acelerando cicatrizações, contusões e escoriações, usando-se as folhas socadas sobre o ferimento.<br />
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Girassol: Tem aplicação no ritual. Usa-se nas obrigações de cabeça e nos abô e banhos de descarrego. Tem grande prestígio nas defumações, em face de ser anuladora de eguns e destruidora de larvas astrais. Nas defumações usam-se as folhas e nos banhos colocam-se, também, as pétalas das flores, colhidas antes do sol. Não possui uso na medicina popular.<br />
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Golfo de flor branca: Planta aplicada em obrigações de cabeça, ebori e banhos dos filhos de Oxalá. O povo indica suas raízes como adstringente e narcóticas, mas lavadas, debelam a disenteria e, as flores, as úlceras e leucorréia.<br />
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Guaco cheiroso: Aplica-se nas obrigações de cabeça e em banhos de limpeza. Popularmente, esta erva é conhecida como coração-de-Jesus. Medicinalmente, combate as tosses rebeldes e alivia bronquites agudas, usando-se o xarope. Como antiofídico (contra o veneno de cobra), usam-se as folhas socadas no local e, internamente, o chá forte.<br />
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Hortelã da horta: conhecida como hortelã de tempero e, deste modo, muito usada na culinária sagrada e na profana também. Entra nas obrigações de cabeça alusivas a qualquer orixá. Participa do abô dos filhos-de-santo. Popularmente é conhecido como eficiente debelador de tosses rebeldes; de bons efeitos nas bronquites é muito útil no tratamento da asma. É excitante e fortalecedor do estômago.<br />
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Jasmim do Cabo: Seu uso restringe-se ao adorno de pejis em jarra ladeando Oxalá. Não possui uso na medicina popular.<br />
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Laranjeira: As flores são aplicadas nas obrigações de ori. São também indicadas em banhos. Para o povo, o chá desta erva é um excelente calmante.<br />
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Lírio do Brejo: Usam-se as folhas e flores nas obrigações de ori, nos abô e nos banhos de limpeza ou descarrego. O povo emprega o chá das raízes como estomacal e expectorante.<br />
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Malva Cheirosa: Usada nas obrigações de cabeça, nos abô e banhos de purificação de filhos-de-santo. O povo a indica como desinflamado-ra nas afecções da boca e garganta. É emoliente, propiciando vir a furo os tumores da gengiva. Usa-se em bochechos e gargarejos.<br />
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Malva do Campo: Seu uso se restringe aos banhos descarrego e limpeza. Em seu uso popular possui o mesmo valor da malva cheirosa.<br />
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Mamona: Esta erva é muito utilizada como recipiente para se arriar ebó para Exu. Não possui uso na medicina popular.<br />
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Manjericão Miúdo: Usada na preparação de abô e nos banhos de purificação dos filhos a entrar em obrigações ou serem recolhidos. É considerado pela medicina caseira como excelente eliminador de gases.<br />
<br />
Manjerona: Entra em todas as obrigações de ori, em banhos de limpeza ou descarrego e nos abô. A medicina popular aplica-a como corretiva de excessos de excitações sexuais, abrandando os apetites do sexo.<br />
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Mastruço: Não possui aplicação em nenhuma cerimônia ritualística. Porém na medicina caseira é extraordinário tratamento das afecções pulmonares, nota-damente nas pleurisias secas ou com derrame. desta erva é usado o sumo, simples ou misturado com leite. Quantas vezes queira o doente.<br />
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Mil em Rama: Não possui uso ritualístico. É adstringente e aromática. Indicada em doenças do peito, hemorragias pulmonares e hemoptise.<br />
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Narciso dos Jardins: Esta erva é somente usada para o assentamento. A medicina caseira o tem como planta venenosa.<br />
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Noz de Cola: Erva indispensável nos banhos dos filhos de Oxalá. Para o banho, rala-se a semente, o obi, misturando-se com água de chuva. A medicina popular indica esta erva como tônico fortificante do coração. É alimento destacado em face de diminuir as perdas orgânicas, regulando o sistema nervoso.<br />
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Noz Moscada: Desta erva utiliza-se o pó em mistura com a canela também em pó. Isto feito, espalha-se no ambiente caseiro ou em lugar onde se exerce atividade, para melhoria das condições financeiras. É também usado como defumador. Não possui uso na medicina popular.<br />
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Patchuli: Erva usada em todas as obrigações de ori, ebori, feitura de santo, lavagem de contas e tiragem de Zumbi. É parte dos abô que se aplicam aos filhos-de-santo. A medicina popular indica o patchuli como possuidor de um principio ativo que é inseticida.<br />
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Poejo: Entra em todas as obrigações de ori de filhos-de-santo, quaisquer que sejam os orixás dos referidos filhos. Popularmente, atenua os males do aparelho respiratório aconselhando o uso do cozimento das folhas e ramos. Muito eficaz nas perturbações da digestão, usando-se o chá.<br />
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Rosa Branca: Participa de todas as obrigações de cabeça. Usa-se, inicialmente, na lavagem do ori, ato preparatório para feitura. O povo consagrou-a como laxativo branco e aplicável no tratamento da leucorréia (corrimento) sob forma de lavagens e chá ao mesmo tempo. Como laxativo, é aplicado o chá.<br />
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Saião: Entra em todas as obrigações de cabeça, quaisquer que sejam os filhos e os orixás. Utilizada também no sacrifício ritual. Medicinalmente, é utilizada para evitar a intolerância nas crianças. Dá-se misturado o sumo, com leite. Em qualquer contusão, socam-se as folhas e coloca-se sobre o machucado, protegido por algodão e gaze. Do pendão floral ou da flor prepara-se um excelente xarope que põe fim a tosses rebeldes e bronquites.<br />
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Sálvia: Suas folhas e flores são utilizadas nas obrigações de cabeça, nos abô e banhos de limpeza dos filhos dos orixás a que pertence. Usada pelo povo como tônico adstringente. Emprega-se em casos de suores profundos, com grande efeito positivo, contra as aftas e feridas atônicas da boca. É grande aperiente (desdobradora do apetite).<br />
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Sangue de Cristo: Emprega-se em ebori, lavagem de contas e feitura de santo, e usa-se nos abô dos filhos de Oxalá. É conhecido popularmente como adstringente e tônico geral. Usa-se o chá ou cozimento das folhas como contraveneno.<br />
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Umbu: Possui aplicação em todos os atos da liturgia afro-brasileira, ebori, abô, feitura de santo e lavagens de cabeça e de contas. Bastante usada com resultados positivos nos abô de ori e nos banhos de purificação. O povo utiliza suas cascas em cozimento, para lavagens dos olhos e para pôr fim às moléstias da córnea.<br />
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Ervas de Oxaguian Cabe salientar que Oxaguian usa as mesmas ervas que Oxalá.DOUGLAS HARTThttp://www.blogger.com/profile/18060023167714836055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-166951183833632451.post-19355357661376944852011-10-16T16:09:00.001-07:002015-11-22T09:01:27.419-08:00HORÓSCOPOSO mês de outubro enfatiza os relacionamentos, as escolhas e as decisões. As avaliações que a balança libriana promove e que a espada ariana deve executar. Ou seja, é preciso refletir, mas também agir de acordo. Tudo agora ocorre por meio das relações, das alianças, das parcerias. Tempo também de conhecer o que você renega em si e que costuma atribuir aos outros. Os relacionamentos são espelhos onde projetamos nossas próprias qualidades e dificuldades. A maior parte do mês, o trânsito do Sol em Libra acentua nos arianos a percepção dos outros, o complemento à individualidade, o aprendizado com cada pessoa que o Universo coloca em seu caminho. A Lua cheia de outubro ocorrerá em Áries e é aí que se revela este dilema, esta oposição entre o “eu” e o “você”, mas que é também o complemento que permite o “nós”. É nesta dança o compasso de um novo dinamismo para as relações. O ingresso de Mercúrio e Vênus em Escorpião acentua a passionalidade, a intensidade que é capaz de transformar e de enfrentar tabus. Marte, o regente ariano, segue no signo de Leão, indicando que o verdadeiro guerreiro é o que se guia pelo coração, arma nobre de transformação.DOUGLAS HARTThttp://www.blogger.com/profile/18060023167714836055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-166951183833632451.post-6917912236436599022011-10-16T15:55:00.001-07:002015-11-22T09:01:27.459-08:00HORÓSCOPO DE ÁRIES MÊS DE NOVEMBRO DE 2011DOUGLAS HARTThttp://www.blogger.com/profile/18060023167714836055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-166951183833632451.post-35502809238908102482011-07-15T17:04:00.001-07:002011-07-15T17:04:57.497-07:00ADIMÚ OFERENDA AOS ORIXÁSC E C A A<br />
<br />
Centro de Estudos da Cultura Afro-Americana<br />
UMA COLETÂNEA DE COMIDAS DE SANTO.<br />
DEDICO ESTE TRABALHO AOS SEGUIDORES DO CULTO AOS ORIXÁS QUE, RESPEITANDO TODAS AS FORMAS DE VIDA, COMPREENDEM QUE OS ANIMAIS SÃO CRIATURAS DE OLORUN, ASSUMINDO, ASSIM A RESPONSABILIDADE DE RESPEITÁ-LOS E PRESERVÁ-LOS.<br />
<br />
<br />
ORAÇÃO DO GALO.<br />
<br />
Não vos esqueçais, Senhor, <br />
que eu faço nascer o Sol!<br />
Sou vosso servo...<br />
Mas a importância do meu cargo<br />
Impõe-me certas arrogâncias.<br />
Apesar de tudo,<br />
reconheço que sou vosso servo...<br />
Não esqueçais, Senhor,<br />
que eu faço nascer o Sol!<br />
Amém!<br />
<br />
Carmem B. de Gasztold - (Orações na Arca). <br />
<br />
ADIMÚ - OFERENDAS AOS ORIXÁS<br />
<br />
1ª Parte<br />
CAPÍTULO I<br />
O Candomblé<br />
O Candomblé, é a forma de culto existente no Brasil, das divindades de origem africana. <br />
A forma original, trazida há mais de quatrocentos anos pelos escravos negros, submetida a um processo de aculturação, resultou num modelo novo, muito diferente daquela da qual provém e que serve hoje, tão somente, como ponto de referência, de acordo com a reformulação ou total rejeição de muitos de seus elementos.<br />
A influência da civilização cristã, assim como os costumes de grupos ameríndios, foram assimilados e seus traços culturais podem ser observados mesmo nas mais tradicionais casas de Candomblé, que auto-intitulam-se "núcleos de resistência religiosa e cultural".<br />
A caracterísca de núcleo de resistência, destiolou-se através dos tempos e, o que vemos hoje, é uma prática religiosa em constante processo de renovação, onde as características culturais da minoria, tendem a mudarem, ao reagirem à maioria envolvente.<br />
Este fenômeno pode ser observado também em países da América Latina, onde os cultos de origem africana recebem nomes diferentes, como: Vudú, Palo Mayombe, Santeria, etc., variando de um país ou de uma região para outra, da mesma forma que, no Brasil, podemos encontrar diferentes práticas que variam de região para região, como: Tambor de Mina no Maranhão; Batuque e Babaçuê no Pará; Toré e Catimbó em toda a região nordeste; Pajelança no norte do país; Xangô em Pernambuco; Macumba no Rio de Janeiro e São Paulo; Pará em Porto Alegre; Candomblé na Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro, e Umbanda, existente em todo o Território Nacional.1 <br />
Os cultos, embora tenham uma origem comum, não são homogêneos, possuindo diferentes procedimentos litúrgicos, o que não se verifica somente de região para região, mas também, de terreiro para terreiro, muito embora restem sempre vários elementos comuns a todos os grupos praticantes.<br />
A ausência de um culto direcionado a um Deus Único e Todo-Poderoso, paralelamente ao culto festivo às entidades intermediárias, (Orixás, Voduns ou Inkisis), fez com que Nina Rodrigues escrevesse: "A concepção dos Orixás é francamente politeísta, constitui uma verdadeira mitologia, ao mesmo tempo que sua representação material continua sendo inteiramente fetichista" <br />
Vários outros autores viriam, posteriormente, corrigir tal afirmação, notadamente, Roger Bastide, Edson Carneiro, M.Delafosse, Pierre Verger, L. Solanbê e outros que afirmam a existência, na cultura religiosa dos negros yorubanos, fons e das diversas nações do Sul da África, um Deus Único, Criador de Todas as Coisas, Onisciente e Onipresente.<br />
Este Deus, a que denominam "Olorun", "Olodumare" ou "Olofin", é o Ser que controla o universo e todas as coisas, por intermédio de vários agentes denominados, coletivamente, "Orixás". Dessa forma pode-se distinguir o monoteísmo como base desse tipo de prática religiosa. O Candomblé é, portanto, um culto com características exclusivas que o distingue da forma original ainda hoje praticada na África. <br />
A pretensão existente por parte de seus seguidores de vê-lo assumir o status de religião, é obstaculizada por sua própria estrutura de organização e atuação.<br />
É bem verdade que esse culto está perfeitamente incluído no grupo que engloba os sistemas religiosos primitivos, definidos pela ausência de qualquer tradição escrita, mas onde os rituais proliferam com muito mais constância.<br />
<br />
OLORUN, OLODUMARE, OLOFIN - OS NOMES DE DEUS.<br />
Segundo a filosofia religiosa africana, O Criador encontra-se em plano tão superior em relação aos seres humanos e, é de tal forma inexplicável e incompreensível, que inútil seria manter-se um culto específico em sua honra e louvor, já que o Absoluto não pode ser alcançado pelo ser humano em decorrência de suas limitações e imperfeições. <br />
Olorun é o nome mais comumente usado para designar a Divindade Suprema, e esta preferência de uso está ligada à sua aceitação por parte dos islamitas e dos cristãos, que adotaram-no como sinônimo, tanto de Alá, quanto de Jeová. <br />
O termo é fácil de ser analisado e traduzido, uma vez que se compõe de duas palavras apenas: “Ol" de Oni (dono, senhor, chefe) e "Orun" (céu, mundo onde habitam os espíritos mais elevados), formando "Olorun" - Chefe, Proprietário ou Senhor do Céu. <br />
O termo "Olodumare" propõe uma idéia mais completa e de maior significado filosófico. Desmembrando a palavra, encontramos os seguintes componentes: "Ol”, “Odú" e "Mare", que passamos a analisar separadamente. <br />
O prefixo "Ol" resulta da substituição, pelo "l" das letras "n" e "i" da palavra "Oni" (dono, senhor, chefe), prefixo utilizado, modificado, ou em sua forma original, para designar o domínio de alguém sobre alguma coisa (propriedade, profissão, força, aptidão, etc.). Ex.: "Olokun" - Senhor dos Oceanos. <br />
O termo intermediário "Odu", possui diversos significados, dependendo das diferentes entonações na sua pronúncia, que no caso é "ôdu" e que reunido ao prefixo "ol", resulta em "Olodu", cujo significado é: "Aquele que possui o cetro ou a autoridade", ou ainda: "Aquele que é portador de excelentes atributos, que é superior em pureza, grandeza, tamanho e qualidade". <br />
A última palavra componente "mare" é, por sua vez, o resultado do acoplamento de dois termos "ma" e "re", imperativo que significa: "não prossiga", "não vá". A advertência contida no termo, faz referência à incapacidade do ser humano, inerente à sua própria limitação, de decifrar o supremo e sagrado mistério que envolve a existência da Divindade. <br />
Olofin é também uma das designações da Divindade suprema. Quando em extrema aflição, os nagôs costumam solicitar o auxílio divino, invocando os três nomes: Olorun! Olofin! Olodumare<br />
<br />
CANDOMBLÉ, UMA RELIGIÃO?<br />
"O termo religião é, de modo quase geral, relacionado com o verbo latino religere: cumprimento consciencioso do dever, respeito a poderes superiores, profunda reflexão. O substantivo religio, relacionado com o verbo, refere-se ao objeto dessa preocupação interior quanto ao objetivo da atividade a ela relacionada. Outro verbo latino posterior é citado como fonte do termo, religare, que implica um relacionamento íntimo e duradouro com o sobrenatural”.2 <br />
As religiões pressupõem sistemas de crença, prática e organização, que estabelecem uma ética manifestada no comportamento de seus seguidores no que concerne ao procedimento ritualístico, (práticas padronizadas e invariáveis, por meio das quais os adeptos representam, de forma simbólica, sua relação com os seres sobrenaturais). <br />
Estes rituais compreendem diferentes propostas, como súplicas, adoração, ou tentativa de controle sobre os acontecimentos, o que conduz então, à prática da magia ou da feitiçaria. É o próprio ritual que pode estabelecer um código de comportamento, através do qual os adeptos poderão se organizar.<br />
“A organização religiosa define os membros da comunidade de crentes, tenta manter a tradição e reunir a dissidência, e, através de diferenciação interna, atribui tarefas religiosas aos crentes”3. <br />
Tudo isso exige, para que possa se efetivar, a existência de uma liderança centralizada numa autoridade sacerdotal, individualizada ou composta por um grupo de adeptos de alta hierarquia. A autoridade aí representada é que irá estabelecer a padronização do ritual, o reconhecimento de novos adeptos e a ordenação de novos sacerdotes. <br />
A partir da organização, do estabelecimento de liderança universalmente aceita e reconhecida, da uniformização ritualística e da codificação de éticas comportamentais e procedimentais, o Candomblé poderá então - e só então - atingir o status de religião, na medida em que possui milhares e milhares de seguidores e adeptos, em sua maioria atrelados a falsos líderes que não possuem as verdadeiras atribuições que distinguem os legítimos sacerdotes, devendo-se ressaltar que, o processo iniciático é insuficiente para habilitar o indivíduo no exercício do cargo sacerdotal de hierarquia máxima.<br />
A habilitação ao referido cargo não pressupõe simplesmente que o candidato seja iniciado. É necessário e indispensável que haja para isso, uma determinação dos próprios Orixás, o que só pode ser constatado através da consulta ao Oráculo de Ifá. <br />
A ética religiosa pode, no entanto, ser consoante com o resto do sistema religioso e estar ao mesmo tempo, em contradição formal com ele, o que provoca certas tensões que fornecem novos impulsos, que tendem a produzir mudanças no sistema geral, ocasionando então, o surgimento de um ou vários grupos dissidentes, que, orientados pelos fundamentos principais do grupo originário, determinam, para seus componentes, mudanças no sistema geral e, apartando-se, estabelecem-se como seitas.<br />
A conceituação de "seita" difere suficientemente para que não possa ser aceita como classificação para o Candomblé ao entendermos que: "Uma seita é um grupo religioso formado em protesto a outro grupo religioso, e geralmente se separando dele; sua formação representa a manutenção de credos, práticas rituais e padrões morais, mais comumente considerados pelos membros da seita como um retorno a formas mais antigas e mais puras dessa religião em particular,... ...com o tempo a seita muda para a posição de isolamento limitado, à parte do sistema circundante, ou para um estado de adaptação à ele." 4 <br />
Seita seria portanto, o resultado da separação de um grupo dissidente de uma religião, de um culto estabelecido ou até mesmo de outra seita, onde o surgimento de uma nova seita seria o resultado da canalização do descontentamento criado por divergências de qualquer natureza.<br />
O objetivo do grupo dissidente não poderia ser outro senão o de mudar, através de uma ação inovadora, alguns, se não todos os elementos que caracterizam sua própria origem.<br />
Diante do exposto concluímos que, o Candomblé, não podendo ser classificado como uma religião e tampouco como seita por falta de características essenciais, nada mais é do que um culto, subdividido em diversos grupos, com práticas ritualísticas que objetivam manter o sentido religioso original, orientado por liderança individual e geralmente carismática, e não sacerdotal, como era de se esperar. <br />
Como característica comum esses grupos mantém os ritos específicos em homenagem aos Orixás, deidades africanas que servem de base ao sistema religioso em questão e cujo culto é mantido atualmente, muito mais através da manipulação dos adeptos pelo medo, do que por um sentido mais profundo de devoção religiosa.<br />
A base principal do sistema está pautada na relação homem-Orixá, o que deverá ser estudado de forma suscinta para que possamos atingir o objetivo do presente trabalho.<br />
1 - “Representação dos Orixás” ( In Antologia do Negro Brasileiro. P. Alegre, Globo, 1950, pg. 310).<br />
2 - BIRBAUM. Religião - In: Dicionário de Ciências Sociais, Fundação Getúlio Vargas - Rio, 1987<br />
3 - Obra citada - p. 1058, B.3.<br />
4 - Obra citada, p.1104 A.<br />
<br />
<br />
CAPÍTULO II<br />
ORIXÁS, OS DEUSES DO CANDOMBLÉ<br />
Embora prestando culto a inúmeras entidades ligadas aos Elementos Naturais, o Candomblé é entretanto, uma prática religiosa essencialmente monoteísta, uma vez que está fundamentada na crença da existência de um Deus Uno, origem de todas as coisas e de todos os seres, mesmo daqueles que, segundo Sua determinação, foram encarregados da elaboração do Cosmos e de tudo o que nele exista ou venha a existir.<br />
Estas entidades, divididas hierarquicamente em diversas categorias, são os intermediários entre o homem e a Divindade Suprema, que se manifesta em todos, sem distinção, até mesmo nos seres situados nos mais baixos níveis da hierarquia estabelecida.<br />
É importante ressaltar-se que, pelo menos aparentemente, não existe no Candomblé, qualquer rito destinado especificamente ao culto Divino e isto pode ser explicado pela concepção de seus seguidores relativa ao posicionamento da Divindade em relação ao ser humano. Segundo esta visão, Deus está tão distante do homem, embora paradoxalmente esteja, em essência, presente em cada um de nós, que inútil seria direcionar-lhe preces ou culto, existindo para isto, meios mais eficientes, embora indiretos.<br />
Contradizendo o que vai afirmado acima, localizamos um culto ao Deus Supremo, que configura-se, de forma velada, na única ritualística que, se bem compreendida, pode ser considerada como direcionada a Olodumare numa de Suas mais gratas e sagradas manifestações. <br />
Segundo a filosofia religiosa yorubana, o ser humano é composto de quatro elementos ou corpos que permitem, ao combinarem-se, sua estadia no mundo terreno.<br />
O mais conhecido destes corpos é o físico, denominado "ará" em yoruba. É o corpo material que permite a plena manifestação do ser humano no plano físico e material da existência.<br />
Outro destes elementos, é o denominado "Ojijí", corpo ou forma telúrica, conhecido em outras escolas filosóficas como "sombra" ou "corpo astral". Trata-se de um doble exato de nosso corpo físico, que aprende tudo o que sabemos, adquire todos os nossos costumes, hábitos e vícios; nutre-se dos fluidos exalados pelos alimentos e bebidas por nós consumidos, e que, por este motivo, adquire as nossas preferências alimentares. <br />
Ojijí é uma forma fornecida pela Terra, responsável pela guarda de nosso corpo físico, subsistindo, mesmo depois da sua morte, enquanto este não for inteiramente decomposto e, em forma de pó, entregue à Terra que forneceu toda a matéria de que foi formado.<br />
É Ojijí que apresenta-se sob a denominação de "Egun", depois da morte do corpo físico.<br />
O terceiro corpo é denominado "Emi". Seria também um protótipo criado em plano superior de existência e que serviria de projeto de nosso corpo físico. Emi é o sopro de vida que nos dá o ânimo e conseqüentemente, a condição para viver. Seria portanto o equivalente à alma da cultura judaica-cristã. Passa também por um processo de "morte" que ocorre algum tempo depois da morte física.<br />
O quarto e mais importante componente, é "Iporí", a Essência Divina que, individualizada e desprendida de sua Origem, habita cada um de nós. Iporí teria por sede a cabeça (Ori) e, ao encarnar num novo indivíduo, perde a consciência de sua origem divina, de seus atributos e qualidades, embotado que fica pela queda e aprisionamento na matéria.<br />
É Deus manifestado no homem e daí a revelação de Sri Krishna contida no Bhagavad Gita: "Eu estou em você, mas você não está em Mim..." <br />
Sendo divino, Ipori é imortal e, cumprida mais uma fase de sua escalada evolutiva efetuada em diversas e sucessivas encarnações, retira-se para um local onde irá avaliar seu desempenho na última encarnação e preparar-se para uma outra.<br />
Neste local, que os yorubanos chamam de Orun, assim que lhe seja dada permissão para um novo nascimento, Ipori escolherá seu próprio destino (Odu), assim como escolherá o Ori em que irá habitar na nova encarnação. Ao escolher Ori (cabeça), Iporí escolhe também o corpo, já que o corpo, para os yorubanos, nada mais é que uma extensão da cabeça, sede e comando de todo o conjunto. <br />
Segundo as crenças Yorubanas, a entidade encarregada de modelar ori, Babá Ajalá, é muito velho e descuidado, não mantém um padrão de qualidade em suas obras e, por relaxamento, utiliza-se de diferentes tipos de materiais para confeccionar seus modelos, lançando mão do material que lhe estiver mais próximo no momento em que estiver modelando.<br />
Em decorrência, é muito difícil encontrar-se à disposição, cabeças de boa qualidade, o que justifica a diferença existente na maneira de ser dos seres humanos.<br />
A lenda acima descrita contém importantes revelações esotéricas, fundamentais para a compreensão da relação homem-Orixá, principal fundamento de todo o contexto filosófico. <br />
O que a maioria dos adeptos desconhece é que, são os Orixás que fornecem a matéria com a qual são confeccionados os Oris e desta forma, fica estabelecida a relação existente entre o ser humano e seu Orixá, ou seja, a entidade que forneceu ou "emprestou" a matéria com a qual sua cabeça e, por extensão, seu corpo, foram confeccionados, primeiro num plano superior em que a própria matéria apresenta-se mais sutil, embora essencialmente idêntica ao seu correspondente no plano físico e depois no plano, para nós plenamente perceptível, de forma densa e grosseira.<br />
Babá Ajalá, o Modelador de Cabeças, é o simbolismo através do qual, os yorubanos tentam explicar a diversidade das características do caráter, do biofísico e do próprio desempenho do homem nesta vida.<br />
Estabelecida desta forma, a relação homem-Orixá, resta-nos uma questão de fundamental importância: Por que razão, algumas pessoas são impelidas ou obrigadas a prestarem culto aos seus Orixás, enquanto outras passam pela vida sem sequer tomarem conhecimento de suas existências e, mesmo dentro do culto, observamos que alguns iniciados não são tomados por seus Orixás, embora prestem-lhe regularmente, reverências com sacrifícios e oferendas, como é o caso dos ogans e ekéjis ?<br />
Segundo informações do Dr. J. Olatunji Oxo, nigeriano, sacerdote de Ogun:<br />
"Aos Orixás cabe o direito de, se assim quiserem, cobrar de seus filhos culto e oferendas como forma de "pagamento" (se é admissível o termo), pela utilização da matéria com a qual seus corpos foram confeccionados e que pertence a eles, Orixás."<br />
Nos casos de pessoas que não são submetidas ao fenômeno de incorporação do Orixá, observa-se a superioridade hierárquica do Iporí em relação aos Orixás que, nos casos específicos de Ogans e Ekéjis, não permite que o Orixá, mesmo em se tratando do Olorí (Dono da cabeça) do indivíduo, se aposse ou se manifeste nestas cabeças, o que implica em obliteração parcial e momentânea de sua presença.<br />
Existe no entanto, um culto específico à Iporí, o que significa dizer que, existe um culto específico à Divindade Suprema aí manifestada. Este culto, por demais comum, nem sempre pressupõe iniciação e nunca estabelece vínculo espiritual entre o sacerdote que o oficia e a pessoa que a ele se submete.<br />
De posse desta informação podemos avaliar a importância e a solenidade da referida cerimônia, denominada "Bori" -Ebó Ori- (dar comida à cabeça), para a qual existem várias fórmulas e variações, que vão desde oferendas incruentas, até cerimônias de liturgia complexa conforme a descrita na obra de Pessoa de Barros 5.<br />
A verdade é que, o culto aos Orixás, tem sua origem estabelecida em tempos imemoriais, havendo surgido provavelmente, logo após a antropogênese, assim que o ser humano, dotado da capacidade de raciocínio, percebeu a existência de forças e entidades superiores e com elas estabeleceu um primeiro contato.<br />
O termo "Orixá" é de origem yoruba, pertencendo portanto, à cultura religiosa deste povo e refere-se à Deuses de seu panteão, considerados como regentes das forças da natureza.<br />
As mesmas entidades, com outras denominações, são, sem dúvida, cultuadas por diferentes povos de diferentes organizações culturais, o que nos possibilita afirmar que, seja qual for a religião adotada, o homem religioso sempre presta-lhes culto, embora de formas diferentes.<br />
Para melhor compreensão, selecionamos algumas análises etimológicas do termo "Orixá":<br />
Segundo Abraham, Orixá = Oosà - Divindade yorubana separada de Olórún...6 <br />
Fonseca Jr., Orixá = Anjo de Guarda, etimo.: Ori = cabeça, Sa (xa) = guardião - Guardião da Cabeça, Divindade Elementar da Natureza, figura central do culto afro 7. <br />
Os yorubanos acreditam que quando Deus criou o céu e a terra, criou simultaneamente, espíritos e divindades, conhecidos como Orixás, Imolés ou Eboras, para assumirem funções específicas no processo de criação, manutenção e administração do universo. <br />
A diferença existente entre as três categorias de entidades espirituais aqui referidas não está muito bem delineada devido ao tratamento genérico dado a todas, até mesmo pelos próprios yorubanos.<br />
No Brasil os termos Imole e Ebora são praticamente desconhecidos, sendo poucos os adeptos da religião que os utilizem ou saibam o seu significado. Estes dois termos fazem referência às entidades espiritais situadas hierarquicamente, imediatamente abaixo dos verdadeiros Orixás, mais próximas, portanto, dos seres humanos. Entre elas se encontram aqueles que erradamente costumamos denominar Orixás, como Ogun, Oxóssi, Xangô, Oxun, Iyemanjá, etc..<br />
O uso indiscriminado, embora errado, tornou-se um costume generalizado e portanto, plenamente integralizado. <br />
Alguns sacerdotes conceituados afirmam que o termo Orixá deveria ser utilizado exclusivamente em relação aos espíritos genitores que, efetivamente, participaram da criação do universo e que deram origem aos demais, de categoria hierárquica inferior, personificações de fenômenos e de elementos naturais como Terra, Fogo, Água, Ar, rios, lagoas, mares, pedras, montanhas, vegetais, minerais, etc... <br />
Outros seriam ainda, figuras históricas tais como reis, guerreiros, fundadores de cidades, de dinastias, heróis e heroinas que, dado a importância de seus feitos, foram, depois de mortos, deificados e acrescentados ao panteão que, segundo Awolalu, está estimado em mais de 1700 entidades 8. <br />
<br />
VODUNS E INKISIS.<br />
Os Voduns são entidades de origem fon, que correspondem aos Orixás dos nagô.<br />
Os fon estabeleceram-se no Brasil, onde receberam o nome genérico de "jêjes", implantando aqui o seu culto, baseado em rica mitologia. <br />
Depois da yorubana, a mitologia jêje é a mais complexa e elevada. Assim como os Nagôs, os jêjes pertencem ao grupo Sudanês, tendo sua origem num mesmo grupo étnico que subdividindo-se, atingiu elevado estágio na evolução cultural. <br />
Atualmente os praticantes da ritualística jêje são oriundos de dois Axés principais, ambos com sede no Estado da Bahia, o Sejá Hundê e o Bogun. <br />
Uma outra casa de jêje considerada por muitos como o maior foco de resistência religiosa e cultural deste grupo étnico, está localizada na rua Senador Costa Rodrigues, 857, em São Luiz do Maranhão. <br />
Conhecida como Casa Grande das Minas, é descrita em detalhes por Nunes Pereira, de cuja obra extraímos o texto que se segue e que por si só, deixa clara a diferença existente entre o Candomblé ali praticado e o que é praticado em outras casas da mesma origem, mas já bastante influenciadas pelo Nagô. <br />
"Os Voduns Mina-Jêjes são alguns do sexo feminino e outros do sexo masculino; uns são moços e outros são velhos.<br />
Os Voduns velhos (homens) são:<br />
Dadá-Hô, Coicinsaba, Zomadone, Bórôtoi, Azacá, Arônôvisavá, Akósapatá, Azilé, Azonsu, Agôngone, Tópa, Lisa ou Olisá, Ajónôtoi, Ajautói, Badé, Loko, Lepon.<br />
Os Voduns velhas (mulheres) são: Sobô, Naiadona, Naêngongon, Naité, Nananbicô, Afru-Fru, Abê.<br />
Os Voduns (Moços) são: Dosu, Apógêvó, Daco, Bosu, Tocé, Tocá, Dosu-Pé, Avérêquête, Apogi, Póli-Boji ou Pódi-Boji, Roeju.<br />
Os Voduns (Moças) são: Ananin, Acoévi ou Assonlévi, Déssé, Sépazin e Boçá.<br />
Além dos Voduns, cultua-se, na Casa das Minas, as Tôbôsis ou Meninas, entidades alegres e gentis que adoram dançar, brincar e comer frutas. Elas se denominam:<br />
Asoabébe, Dágêbe, Omacuibe, Sandolêbê, Ulólôbê, Agôn, Trôtrôbe, Asonlêvive, Révivive, Nanonbêbe, Sanlêvive e Agamavi. <br />
Desta relação destacamos alguns como Badé que no Nagô é Xangô, sendo conhecido também em linguagem fon, como Xeviosô ou Kevioso. Loko, irmão de Badé é o Irôko nagô; Akósapatá é Oxun e Abê (Dona do Mar, Senhora do Mar), seria sem dúvida nenhuma, Olokun que para alguns, é do sexo masculino. <br />
Os Inkisis, são as deidades trazidas e cultuadas pelos povos originários do Sul da África e que, no Brasil, tiveram seus cultos inseridos ao Candomblé. Assim como os Voduns dos fon, correspondem aos Orixás nagô.<br />
Na África o culto a cada Orixá está ligado a uma região, cidade ou estado. Desta forma, Oxalá é cultuado em Ilê Ifé, com Oxalufan em Ifã e Oxaguian em Ejigbo. Ogun Deus da guerra e do ferro, é cultuado em Ekiti e em Ondô; Xangô em Oyó; Logunedé em Ilexá; Oxun em Oxogbo e assim sucessivamente. Estes cultos são realizados em separado e cada Orixá possui seu templo particular onde sacerdotes e fiéis dedicam-se exclusivamente a cada um deles, não ocorrendo, como se verifica nos países americanos como Brasil, Cuba, Haiti e outros, a diversificação de cultos a diferentes Orixás dentro de um mesmo templo e sob a direção de um mesmo sacerdote. Ao adepto africano, membro de uma família ou de um grupo comunitário qualquer, as obrigações e deveres para com o Orixá se limitam a uma ajuda material efetivada através de contribuições que visam a manutenção do templo, a aquisição do material destinado ao culto e ao sustento dos membros do corpo sacerdotal. Sua participação nas cerimônias e festas limita-se a entoar cânticos, dançar e bater palmas em honra e louvor do Orixá. Se atenderem a estas exigências e respeitarem certas proibições alimentares e comportamentais exigidas pelo culto, estão perfeitamente em dia com seu compromisso religioso.<br />
Em alguns casos, o que é considerado como grande honraria, o adepto é escolhido para compor o corpo de sacerdotes, solicitação feita sempre pelo Orixá e que, independente do cargo a ser ocupado ou função a ser exercida, deverá ser prontamente atendida, sendo necessário para tal, que seja submetido a uma iniciação específica.<br />
Quando um africano se afasta de sua comunidade o Orixá individualiza-se e, da mesma forma que seu filho, separa-se do grupo familiar ou comunitário a que pertence. <br />
No Brasil, ao contrário do que acontece na África, cada indivíduo deve assegurar o atendimento das exigências de seu Orixá devendo para isto, seguir a orientação de um Babalorixá ou de uma Iyalorixá com casa de Candomblé estabelecida e pertencente à uma linhagem reconhecidamente originária da África.<br />
No caso de ser necessário submeter alguém à uma iniciação (aqui denominada feitura-de-Santo), o Babalorixá ou a Iyalorixá ficará incumbido de levar a bom termo o cerimonial, responsabilizando-se não só pelo seu sucesso, como também pelo equilíbrio que deve estabelecer-se, a partir de então, entre o iniciando e seu Orixá, o que se configura num vínculo que não pode ser rompido sejam quais forem as circunstâncias.<br />
Na feitura, o Orixá recebe seu assentamento que, dependendo da nação em que haja sido feito, varia em forma e elementos componentes, verificando-se no entanto, a existência de um componente comum a todas as nações, o okutá. <br />
O okutá é uma pedra sacralizada ao Orixá, sendo sua própria representação e sobre a qual são oferecidos os sacrifícios propiciatórios a ele endereçados.<br />
O assentamento ou igbá do Orixá recém feito é depositado no quarto de seu correspondente na casa, simbolizando o reagrupamento do que um dia, por qualquer motivo, tenha sido dispersado.<br />
No Brasil é costume manter-se o igbá do Orixá do iniciado junto ao do Santo da Casa durante sete anos, tempo exigido para que o iniciado, após fazer as "obrigações" de praxe, receba um grau hierárquico mais alto, quando poderá, se assim quiser, levar seu Orixá para sua casa ou, se tiver cargo para tal, abrir seu próprio Candomblé, o que por certo implica num complexo procedimento ritualístico que não pode nem deve ser descrito em suas minúcias.<br />
Em Cuba, onde o culto recebe o nome de Santeria, segundo informações do Babalaô Rafael Zamora (Ifa Bii Ogundakete), o igbá do iniciando permanece na "Casa de Santo" somente durante os três meses subseqüentes ao "dia do nome", ocasião em que, em cerimônia pública, o Orixá traz o seu nome ao conhecimento de todos, o que caracteriza que realmente "está feito". Este costume, segundo Zamora, prende-se ao fato de que o Orixá em questão pertence ao seu filho e não ao sacerdote que o consagrou, o que implica num contato diário entre o iniciado e seu Orixá, contato este considerado indispensável e obrigatório. <br />
Sobre o ritual cubano é ainda Zamora que nos informa : "Logo após realizar um ebó que se faz três meses depois do dia do nome, o iniciado leva seus Santos para casa, podendo colocá-los em qualquer de suas dependências. O importante é que estejam sempre juntos.<br />
O iyawo tem que, todos os dias, logo que despertar, lavar a boca e, antes de falar com qualquer pessoa, "bater cabeça" para seu Orixá, saudá-lo conforme tenha aprendido e pedir-lhe tudo o que deseja de bom para si, seus familiares e amigos. Nunca se deve pedir coisas ruins aos Orixás, pois isto é uma atitude condenável e desrespeitosa, que pode provocar a sua fúria e resultar em severas punições ".<br />
5 -"A Galinha d’angola ". Vogel,Arno - Silva Mello,M.A.da - Pessoa de Barros, J.F. -Pallas Ed.- Rio - 1993.<br />
6 - Abraham, R.C. - Dictionary of Modern Yoruba - London - 1958..<br />
7 - Fonseca Jr., E. - Dicionário Yoruba (Nagô)-Português - 1983.<br />
8 - J.O. Awolalu - Yoruba Beliefes and Sacrificial Rites - Longman Group Limited - 1979. <br />
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CAPÍTULO III<br />
A INICIAÇÃO<br />
Dentre os aspectos comuns às diversas formas de culto, distinguimos o fenômeno da possessão pelos Orixás, de forma ordenada e pressupondo sempre um processo de iniciação com características definidas.<br />
A iniciação não é feita por simples vontade do adepto mas sim, por determinação de seu Orixá, o que ocorre quase sempre de maneira inesperada: ou a pessoa começa a sofrer diferentes tipos de perturbações em sua vida, sejam de ordem psíquica ou de qualquer outra ordem, mas que servem sempre de sinal para que se constate a chamada da divindade, ou a entidade se apossa violenta e repentinamente de seu filho, lançando-o ao solo, absolutamente inconsciente, fenômeno que é conhecido, dentro das casas de candomblé como "bolação". A partir desse momento, sob pena de vários problemas que poderão advir, o indivíduo escolhido deverá submeter-se à iniciação no culto, sob a orientação do chefe do terreiro denominado Babalorixá (pai-de-santo) ou Iyalorixá (mãe-de-santo). <br />
A iniciação tem por finalidade, além de estabelecer um vínculo definitivo e irreversível entre o Orixá e o iniciando, desenvolver a capacidade de desdobramento da personalidade deste último que deverá, a partir de então, ser eventualmente substituída pela da Divindade a que tenha sido consagrado, que se manifestará através de incorporação ou possessão.<br />
A possessão deverá ser plenamente assumida e, no período de enclausuramento exigido pelo processo iniciático, os eleitos aprendem, sob a orientação de um iniciado de cargo sacerdotal, técnicas corporais estereotipadas, danças representativas de seu Orixá, rezas, cânticos e posturas procedimentais adequadas à sua nova condição religiosa.<br />
"...O Deus pode, desde logo, apoderar-se do corpo de sua filha, cuja personalidade desaparece momentaneamente para ser substituída pela do Orixá individual. O ser humano possui, portanto, desde que iniciado, feito, duas personalidades aparentadas. A primeira é aquela que deriva da família imediata, do ambiente em que o indivíduo nasceu e cresceu. A segunda é a de um antepassado mítico, de um pai sobrenatural que se desenvolve a partir da iniciação e se manifesta na possessão" 1. <br />
Segundo Pierre Verger: "A iniciação não comporta essencialmente a revelação de um segredo; ela cria no noviço uma segunda personalidade, um desdobramento místico inconsciente" 2.<br />
É Exú quem, representando a coletividade dos Orixás, irá promover a transformação desejada, ensejando o surgimento da personalidade do iniciado em substituição à personalidade do ser profano.<br />
A verdadeira iniciação há de ser, de certa forma, uma experiência dolorosa, durante a qual, a personalidade profana permanece como morta, ressuscitando em seguida já dotada das características que distinguem o iniciado. Por este motivo os adeptos costumam referir-se ao processo de iniciação utilizando-se do termo "passar pelo sacrifício" o que sem dúvida é revelador das condições às quais são submetidos durante o processo.<br />
Conta um itan do Odu Oxefun, que certo dia, Oxun recebeu de Obatalá, a ordem de iniciar o primeiro ser humano no culto aos Orixás.<br />
Havendo selecionado entre muitos, aquele que viria a ser o primeiro iniciado, Oxun tratou de seguir as orientações fornecidas pelo grande Orixá-Funfun, contando para isto com o auxílio de Elegbara e Osaiyn, além das orientações de Orunmilá.<br />
Todos os preceitos foram seguidos à risca e era Orunmilá, através da consulta ao oráculo, quem traduzia as orientações emanadas de Obatalá.<br />
Ao fim da cerimônia, verificou-se uma total mudança na personalidade do iniciado que, de pessoa comum, transformou-se num ser excepcional, dotado de profundo sentimento religioso e plena dedicação ao culto para o qual havia sido preparado.<br />
Diante deste fato, Oxun, percebendo que jamais seria possível a obtenção de um ser humano de tantas qualidades, intercedeu junto ao Grande Orixá para que o sacerdote fosse preservado do toque de Iku.<br />
Obatalá, em sua imensa sabedoria, não querendo interferir na lei natural que determina que todos os seres vivos devem um dia ser entregues aos cuidados de Iku, admitiu a possibilidade de eternizar, apenas simbolicamente, aquele a quem foi confiada a propagação de sua própria religião e desta forma, ordenou que sobre sua cabeça fosse colocado o oxú, transformando-o, imediatamente, numa ave a que deu o nome de Etú (galinha d'Angola) .<br />
Quando o iyawo é recolhido, depois dos preceitos obrigatórios à Egun e Exú, que não nos cabe descrever no presente ensaio, será então colocado em contato direto com os primeiros procedimentos litúrgicos que visam o processo de transmissão do Axé.<br />
Durante a cerimônia de iniciação, procede-se a um ritual denominado Sasaiyn, em louvor do Orixá Osaiyn, dono e senhor de todos os vegetais e, por conseguinte, das folhas sagradas, indispensáveis em qualquer procedimento litúrgico, o que é confirmado pela máxima yoruba: "Kosi ewé, kosi Orixá", (sem folhas, sem Orixá), o que ocorre no terceiro dia de enclausuramento do iniciando.<br />
A seleção das folhas litúrgicas utilizadas neste cerimonial varia de casa para casa, o que significa dizer que, embora seja estritamente obrigatória a presença das folhas do Orixá que está sendo feito, alguns sacerdotes acrescentam também as folhas de seu próprio Orixá, outros juntam aí, as folhas do juntó do iyawo, como também folhas específicas de Obatalá.<br />
Os Orixás são invocados e seus poderes individuais são catalisados em forma de Axé, que Exú, em sua função de elemento transportador, irá direcionar em favor do iyawo, para que a metamorfose possa se concretizar plenamente. <br />
O ritual divide-se em duas partes distintas. Na primeira parte somente as energias geradoras são invocadas, com exceção de Oxalá, que embora sendo um Orixá gerador, por uma questão de hierarquia, é invocado e saudado no final da segunda parte, quando os Orixás provedores são homenageados e têm seus poderes invocados em favor do iyawo. 3 <br />
Exú não cria nem se intitula pai de nada nem de ninguém, limitando-se, outrossim, a promover transformações em todos os sentidos.<br />
Alguns Orixás, por acumularem as funções de provedores e geradores, são invocados nas duas etapas do rito. Para melhor compreensão das funções específicas de cada Orixá, os sacerdotes do culto dividiram-nos em duas categorias, nas quais não são considerados seus posicionamentos hierárquicos. (Nestas categorias são classificados como Orixás geradores e Orixás provedores).<br />
Como Orixás geradores são considerados todos aqueles que, de alguma forma, possuem o poder de gerar qualquer tipo de manifestação de vida, e dentre eles encontramos: Iyemanjá, Nanã, Ogun, Omolú, Oxalá, Oxun, Oyá e Xangô<br />
Os Orixás provedores são todos aqueles que têm, como atribuição, suprir, em todos os aspectos, as necessidades dos seres gerados pelas entidades anteriormente relacionadas. São eles: Exú, Iyemanjá, Logunedé, Nanã, Obá, Ogun, Omolú, Osaiyn, Oxalá, Oxóssi, Oxumarê, Oxun e Yewá.<br />
Como podemos observar, Ogun, Iyemanjá, Nanã, Omolú e Oxun, por acumularem as duas funções, são relacionados nas duas categorias.<br />
O Olorí do iyawo será sempre invocado nas duas partes do ritual, independente de pertencer a qualquer dos dois aspectos.<br />
A primeira parte do rito precede ao "orô do labé", durante o qual, o iniciando é submetido à raspagem de cabeça, além de outros procedimentos indispensáveis à sua consagração ao Orixá.<br />
A finalidade, como afirmamos acima, é obter-se o consentimento dos Orixás geradores, para que possa ocorrer o surgimento de uma nova personalidade, dotada de um caráter religioso que deverá sobrepor-se, definitivamente, à personalidade anterior. É necessário que as entidades invocadas emprestem seu Axé ou força propulsora, para que o fenômeno possa se verificar com pleno sucesso e sem a interferência de outros seres espirituais, como Egun e Ajé que, por qualquer motivo, queiram interferir no processo o que, sem sombra de dúvidas, resultará num fracasso total, cujas conseqüências podem ser altamente negativas.<br />
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ORIXÁ FUNFUN - A MAIS ALTA HIERARQUIA<br />
Como vimos, as divindades africanas estão separadas em duas categorias hierárquicas. Na categoria mais elevada, encontram-se as entidades que participaram da criação do universo, consideradas como ancestrais espirituais de tudo quanto possa ocorrer nos dois planos de existência, chamadas, para diferenciá-las das demais, de "Orixás Funfun" (Orixás Brancos).<br />
Neste aspecto, a filosofia religiosa yorubana em muito se assemelha à budista que afirma que, "Não há um criador, mas uma infinidade de potências criadoras que formam em seu conjunto, a substância Una e Eterna, cuja essência é inescrutável e por conseguinte, insuscetível de qualquer especulação por parte de um verdadeiro filósofo". 4<br />
Sendo emanações diretas de Olorun, os Orixás Funfun são portanto, os seres mais elevados da escala da existência, encontrando-se no mesmo nível dos Arcanjos do cristianismo e dos "Filhos Maiores Nascidos da Mente de Brahma" descritos nos Vedas, denominados Devas, Pitris, Rishis, etc... Estas Divindades Criadoras são encabeçadas por Obatalá, O Senhor das Vestes Brancas, também conhecido como Orixánlá ou Oxalá. Oxalá é o Sopro Divino, a primeira manifestação individualizada de Olorun que é a vida una, eterna, invisível, mas onipresente; sem princípio e sem fim; inconsciente, mas Consciência Absoluta; incompreensível, mas realidade existente por si mesma. Oxalá o Sopro-Divino, provoca o movimento que fecunda e energisa o Eterno em repouso no Oceano-do-não-ser, onde tudo existe sem forma e, ocasionando o surgimento da diferenciação, desperta o Plano Divino, onde jaz oculta a elaboração de todos os seres e coisas futuras.<br />
Obatalá, o Primogênito Divino, ao fecundar o Oceano Caótico composto de matéria inerte e informe, provoca a explosão da vida, ocasionando a primeira manifestação da Natureza, feminina, porque passiva. <br />
Tudo o que exista ou possa existir é oriundo desta essência até então inerte e que, após haver sido tocada, fecundada pelo princípio masculino, manifesta-se e recebe o nome de Oduduwa. <br />
As Águas-Abstratas-do-Espaço transformam-se nas Águas-da-Substância-Concreta, impulsionadas por Obatalá que é na realidade, o Verbo ou Logos manifestado que, por sua ação fecundadora, representa o princípio masculino da criação, longe portanto de ser andrógino como propõem alguns iniciados ao afirmarem ser ele, a um só tempo, macho e fêmea.<br />
Os Orixás Funfun são, em última análise, entidades da mesma categoria que Madame Blavatski classifica os Seres Primordiais, "Dhyân Chohans dos ocultistas, Rishi-Prajâpati dos induístas, Elohim ou Filhos de Deus dos judeus, Espíritos Planetários de todas as nações que, sendo considerados deuses, foram adorados e cultuados pelos homens." 5<br />
Verger afirma que ..."os Orixás Funfun são em número de cento e cinqüenta e quatro,...Orixá Olufón Ajígunà Koari; Orixá Ogíyan Ewúleé Jigbo; Orixá Obaníjita; Orixá Akire; Orixá Eteko Oba Dugbe; Orixá Olojo; Orixá Arowu; Orixá Onírinjà; Orixá Ajagemo; Orixá Jayé; Orixá Rówu; Orixá Olóba; Orixá Oluofin; Orixá Eguin; Etc... 6<br />
1 - LÉPINE, C. Contribuição ao estudo do sistema de classificação dos tipos psicológicos no Candomblé Kétu de Salvador. São Paulo, USP, 1978. Tese de doutorado. - Yoruba Beliefes and Sacrificial Rites - Longman Group Limited - 1979.<br />
2 - Dieux d'Afrique. Paris, Paul Hartmann, 1957<br />
3 - Oxalá e Exú acumulam as funções de geradores e de provedores dentro do contexto religioso, muito embora não se reconheça em Exú o poder de geração e sim o de transmutação.<br />
4 - Blavatsky, H.P. - A Doutrina Secreta. Síntese de Ciência, Filosofia e Religião. Ed. Pensamento.<br />
5 - Obra citada.<br />
6 - Verger, P.F. - Os Orixás - Ed. Corrupio - 1981).<br />
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OXALÁ/OBATALÁ<br />
Considerado como a mais importante Divindade no contexto religioso, Oxalá é cultuado em todo o território de cultura yorubana, com nomes diversos que variam de uma região para outra. Em Ile Ifé, Ibadan e outras localidades é conhecido como Orixan'la; na região de Ogbomosó é chamado de Orixá Pópó; em Ejigbo, Orixá Ogiyán; em Ijàyie, Orixá Ijàiye; em Ugbo, Orixá Onilé.<br />
Oxalá é o Orixá do Branco, símbolo da pureza incontestável. Detentor do princípio genitor masculino, qualquer oferenda a ele dedicada deve ser composta de elementos inteiramente brancos.<br />
É Juana Elbein dos Santos quem afirma que "O obí, a oferenda por excelência para os Funfun, é o obí ifin, o obí branco; todos os animais, aves ou quadrúpedes, devem ser dessa cor. O sangue vegetal é simbolizado pelo ori, manteiga vegetal, e pelo algodão; o sangue mineral pelo giz e o chumbo. Sua oferenda preferida é o sangue branco do igbin (caracol), equiparado ao sêmen, do qual os Irunmale da direita são os detentores por excelência." 1 <br />
Dentre as principais atribuições de Oxalá, está o completo domínio sobre a vida e a morte representado pelo "alá" - emblema-símbolo composto de um pano de brancura imaculada que mantém estendido, como forma de proteção, sobre as diversas formas de vida que ocorrem nos dois planos de existência. Oxalá é o Sopro Divino, a primeira manifestação individualizada de Olorun, que dá início a todo o processo da existência diferenciada.<br />
ODUDUWA<br />
Oduduwa é um Orixá sobre o qual existe muita discordância dos adeptos do culto. Se Oxalá representa o princípio masculino-ativo da criação, Oduduwa é a representação do princípio feminino-passivo, do qual surge a vida após o processo de "fecundação".<br />
Oduduwa é um Orixá Funfun absolutamente diferente dos demais, embora semelhante em essência, é feminina, sendo cultuada em diversas regiões como esposa de Oxalá, embora seja, em princípio, sua irmã.<br />
Uma grande controvérsia foi criada em torno deste Orixá colocando em dúvida não somente o seu gênero, como também seu status no complexo teogônico desta religião.<br />
Oduduwa um Orixá-Funfun feminino ou um ancestral masculino divinizado por seus feitos notáveis? <br />
Segundo determinadas correntes mais atreladas às explicações científicas que às filosóficas, Oduduwa teria sido o fundador de Ifé, capital espiritual do povo Yoruba e fundador da dinastia que deu origem à esta etnia.<br />
Fonseca Júnior propõe para o nome de Oduduwa a seguinte análise etimológica: Odu-(ti-o): recipiente auto-gerador; Da: Criador(a); Iwa: Existência: Oduduwa; O Ser Criador da Existência Terrena.<br />
É o mesmo autor que, em referência a Oduduwa (personagem histórico), apresenta a seguinte teoria: "...presume-se que Oduduwa teria ido para a África a mando de Olodumare (Jeovah), para redimir os descendentes de Caim (Hetentotes) que, a semelhança de seu ancestral, carregavam o sinal da Besta na testa. (Gen.4,cap.15/16)". Mais adiante, Fonseca Jr. explica: <br />
2 - Após o pacto semelhante ao que foi feito entre Deus e Abraão, Ninrod troca de nome passando a chamar-se Oduduwa; <br />
3 - Oduduwa (Ninrod), filho de Olodumare (Jeovah), parte para a terra prometida. (Vide Gênesis, 12-1/2/3; Gen.17-4/5/6; <br />
4 - Ninrod era descendente de Noé, neto de Cam (Camita) e filho de Cusi (kusi). (Gen.10-8/9);<br />
5 - Abrahão (ex-Abrão), descendente de Sem (Semita) e Oduduwa (ex-Ninrod), descendente de Cam (Camita), eram parentes.“2 <br />
A explicação de Fonseca Júnior parece aumentar ainda mais a confusão que teria sido gerada, segundo nos parece, num simples caso de homonímia verificado quando o personagem histórico (masculino), fundador de Ile Ifé, resolveu adotar, quiçá por determinação religiosa, o nome do Orixá (feminino) a quem é atribuída a "fundação" da Terra em que habitamos. A tradição cuidou de alimentar a confusão, existindo ainda hoje em Ile Ifé, um marco monolítico adornado de misteriosos sinais, denominado "Opá Oraniyan" que acredita-se, demarque o local exato da fundação da Terra. O mesmo monumento serve de túmulo a Oraniyan, rei dos yorubanos, bisneto de Oduduwa e pai de Xangô e de Ajaká. <br />
Pierre Verger toma posição diante da questão, afirmando ser Oduduwa ..."um personagem histórico, guerreiro terrível, invasor e vencedor dos Igbo, fundador da cidade de Ile Ifé e pai de reis de diversas nações yorubas" .3 <br />
Segundo Verger, foi o Padre Baudin que primeiro classificou, em seu livro sobre religiões de Porto Novo, Oduduwa como Orixá, sendo posteriormente seguido nesta teoria por ..."compiladores encabeçados pelo tenente-coronel A.E. Ellis... A obra de Ellis foi o ponto de partida de uma série de livros escritos por autores que se copiaram uns aos outros..." <br />
Verger confessa comungar da opinião do Reverendo Bolaji Idowu quando este afirma que "Oduduwa tornou-se objeto de culto após sua morte, estabelecido no âmbito do culto dos ancestrais (e não das divindades)". <br />
Para reforçar ainda mais sua tese, o cientista continua: "A respeito de Oduduwa, acumulou-se com o tempo, uma vasta documentação escrita, tida como erudita porque é constituída de textos, a única valiosa aos olhos dos letrados, mesmo que estes textos estejam inspirados por escritos anteriores, inexatos e contrários à verdade". 4<br />
O que o grande mestre francês esqueceu-se de citar seria talvez, a primeira pista esclarecedora, quando o próprio Idowu, na mesma obra, relata que "Até mesmo em Ile Ifé onde predominam os cultos às divindades masculinas, existe na liturgia, fortes indícios de tratar-se de uma Deusa, uma Divindade Feminina. Em alguns pontos esclarecedores desta liturgia, pode-se encontrar o termo "Iya Male" (Mãe das Divindades ou Mãe Divina)... 5 <br />
..."Em Adó, Oduduwa é irrefutavelmente uma Deusa... e parte da liturgia começa desta forma:<br />
Iya dakun gba wa o; - Oh Mãe! nós suplicamos que nos libertes;<br />
ki o to ni to mo; - olhai por nós, olhai por nossos filhos;<br />
ogbebi l'Adó ! - Tu és aquela que te estabelecestes em Adó!" 6 <br />
O pequeno detalhe omitido é suficiente para concluirmos que existe na verdade, um culto a um Orixá denominado Oduduwa e que este Orixá é feminino, o que vem a coincidir com nossa opinião. <br />
EXÚ - O EIXO DO SISTEMA RELIGIOSO.<br />
Exú é a divindade de maior atuação no contexto religioso do Candomblé.<br />
Resultado da interação Obatalá-Oduduwa, é o primeiro elemento procriado e que, esotéricamente, seria a energia que reúne os átomos, possibilitando a diferenciação da matéria a partir de uma essência única. É o grande transformador, o comunicador, o intermediário entre os homens e as Divindades e entre estas e o Supremo Criador. O termo "Exú" pode ser traduzido como esfera.<br />
Exú, Elegbara, Elegba ou ainda Legba, seriam os nomes pelos quais é conhecido este poderoso Orixá, o primeiro criado por Obatalá e Oduduwa, tendo Ogun como irmão mais novo.<br />
O culto de Exú é muito individual, cada indivíduo, assim como cada coisa possui o seu Legba, podendo portanto, edificar o seu assentamento, onde poderá cultuá-lo e apaziguá-lo.<br />
Entre os fons, existem diversos Legbas, ou diferentes manifestações de um mesmo Vodun, que recebem os seguintes nomes e características:<br />
Axi-Legba: O Legba dos mercados e feiras.<br />
Agbonosu (Rei do portal): Representado por uma pequena escultura em barro colocado nas portas de entrada. É um Legba individual.<br />
To-Legba: Protetor de uma cidade ou aldeia. É um Legba coletivo.<br />
Zãgbeto-Legba: Protetor dos caçadores noturnos. Segundo se afirma, possui cornos.<br />
Hun-Legba: Defensor dos templos. É Legba individual de cada Voduns.<br />
Legba Agbãnukwe: O que fala no jogo de búzios. Corresponde a Exú Akesan. É o protetor, servidor e executor de Ifá. É ele que recebe os sacrifícios determinados por Ifá e deve ser sempre servido em primeiro lugar. Não existe nenhuma diferença de atribuições de Agbonosu e Agbãnukwe. Se o primeiro protege a casa contra a possível entrada de malefícios, o segundo, que deve permanecer num quarto dentro de casa, protege contra a negatividade dos próprios habitantes da mesma.<br />
Certos signos de Ifá, tais como Ofun Meji, Ogbe-Fun, Oxetura e Fu-Yeku, exigem que seja feito um assento muito especial, denominado Legba Jobiona, onde os dois Legbas citados, são cultuados em conjunto, com a função de proteger a casa e toda a sua periferia. Este Legba excepcional exige obís de tantos quantos o visitem. Segundo a tradição nagô, somente os grandes Babalawos podem possuí-lo.<br />
Possuímos ainda informações da existência de um Legba com quatro cabeças, denominado Legba Aóvi, surgido do Odu Jaga (nome dado aos Odus Oxe-Irete e Irete-Oxe, signos cujos nomes não devem ser pronunciados em decorrência da grande carga de negatividade de que são portadores. Um outro nome usado para mencionar estes Odus, é Gadeglido. <br />
Os Odu-Ifá que falam exclusivamente de Legba, são Odi-Gundá, Gunda-Di e Di-Turukpon.<br />
Por sua importância e atributos, Exú é sempre o primeiro a ser homenageado e cultuado em todos os procedimentos ritualísticos. Seu caráter é ambíguo e faz o mal ou o bem de acordo com sua própria conveniência. <br />
A atitude do africano diante desta divindade é de verdadeiro pavor, devido ao seu poder de atuação sobre a vida e a morte, o sucesso e o fracasso, a riqueza e a miséria, de acordo com as determinações de Olodumare, de quem é o executor de ordens. Por este motivo, todos os seguidores da religião, procuram estar bem com ele, evitando desagradá-lo para não se exporem à sua ira. <br />
Bi á bá rúbo, ki á mú t'Exú kuro - "Quando qualquer sacrifício é oferecido, a parte que cabe à Exú deve ser depositada diante dele". <br />
Esta regra deve ser sempre observada porque desta forma evita-se que, com atitudes maliciosas, Exú venha a ocasionar contratempos e confusões de todos os tipos. <br />
Numa das mais importantes louvações de Exú, encontramos a expressão “Exú, otá Orixá” - "Exú, o adversário dos Orixás" - o que reafirma os constantes problemas existentes entre eles, ocasionados pela disputa do poder e da autoridade.<br />
Entre os muitos nomes ou títulos honoríficos de Exú, destacamos:<br />
Logemo orun: Indulgente filho do céu.<br />
A n'la ka'lu: Aquele cuja grandiosidade se manifesta em plena praça.<br />
Pápá Wàrà: Aquele que apressadamente, faz com que as coisas aconteçam de repente. <br />
A túká ma xe xa: O que ele quebra em pequenos pedaços jamais poderá ser reconstituído.<br />
Exú possui muitos emblemas, como a laterita, imagens de madeira ou de barro sempre encimadas por uma lâmina ou ponta afiada, bastões fálicos, etc... <br />
No Brasil, por influência do cristianismo, esta magnífica entidade foi comparada ao diabo e, deste sincretismo, criou-se a imagem de Exú provida de rabo e chifres, portando tridentes e por vezes, dotado de asas como as dos morcegos.<br />
Se por um lado houve a intenção, por parte dos antigos missionários cristãos, de desmoralizar Exú, devemos levar em conta que, deixadas de lado as conotações maléficas injustas e incompreensíveis atribuídas à Lúcifer (O Portador de Luz), Exú poderia perfeitamente ser comparado a esta magnífica entidade espiritual ao compreendermos suas verdadeiras funções e atribuições.<br />
Nas práticas umbandistas encontramos um outro tipo de manifestação de espíritos aos quais, talvez por influência do sincretismo com o Diabo, convencionou-se dar o nome de Exú.<br />
Estas entidades, que se apresentam sob diversas denominações tais como, Marabô, Tranca-Ruas, Veludo, Caveira, Pomba Gira, Maria Padilha, Molambo, etc., são na verdade, eguns, que se manifestam em seus médiuns para cumprirem as missões que lhes foram impostas, da mesma forma de outras que se apresentam como pretos-velhos, caboclos, boiadeiros, ciganos, etc.<br />
É necessário que se saiba a diferença entre Exú-Orixá e estes outros tipos de entidades, que não se encontram na mesma categoria hierárquica e que devem ser tratados e reverenciados, de forma diferente e específica, mas que, independente de não serem Orixás, possuem força e poder para resolverem problemas e prestarem auxílio a tantos quantos a eles recorram.<br />
O Orixá Exú é o único dentre todos os demais, que tem seu campo de ação ilimitado, podendo atuar em todos os níveis da existência universal, permitindo por este motivo, que seja classificado tanto como Funfun como também como Ebora, tamanho é o seu poder de agir livremente. <br />
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1 - Santos, J.E. - Os Nagô e a Morte. Padê, Axexe e o Culto Egun na Bahia. - Vozes - Petrópolis - 1986.. <br />
2 - Obra citada.<br />
3 - 0bra citada.<br />
4 - Obra citada.<br />
5 - Idowu, E.B. - Olodumare, God in Yoruba Belief - Longmans - 1962.. <br />
6 - Idowu, E.B. - Obra citada.<br />
ADIMU - OFERENDAS AOS ORIXÁS<br />
2ª Parte<br />
AS OFERENDAS<br />
Dentro do culto aos Orixás, o mais importante são as oferendas aos Orixás, que têm por finalidade manter o equilíbrio das relações entre eles e os seres humanos.<br />
É através das consultas ao Oráculo de Ifá, que as pessoas, mesmo as não iniciadas, são informadas a respeito das exigências de seus Orixás e principalmente de Exú, relativas às oferendas que desejam receber.<br />
Nem sempre estas exigências são estabelecidas pela relação anteriormente explicada entre o ser humano e seu Orixá de cabeça, muitas das vezes, é um outro Orixá quem se oferece para solucionar um determinado problema ou alguma dificuldade que está sendo vivenciada e, em troca, exige algum tipo de sacrifício em seu louvor.<br />
Algumas vezes, pessoas atormentadas pelos mais diversos tipos de dificuldades, recorrem aos préstimos de algum Orixá, oferecendo algum tipo de sacrifício como penhor de sua confiança e de sua fé, da mesma forma que os católicos recorrem aos seus santos, implorando graças e fazendo promessas que, invariavelmente, são pagas somente após a obtenção da graça solicitada.<br />
Os sacrifícios oferecidos aos Orixás, são genericamente denominados "ebós" que se dividem em "ejenbale" (sacrifícios com derramamento de sangue) e "adimús" (sacrifícios incruentos).<br />
Os ebós ejenbale, dividem-se em diversos tipos, exigindo sempre o derramamento de sangue de algum tipo de animal que pode ser uma ave, um quadrúpede ou até mesmo um simples caramujo. Dentre os mais conhecidos, destacamos:<br />
Ebó ejé: Oferenda votiva que tem por finalidade obter determinado favorecimento ou graça de uma Divindade.<br />
Ebó etutu: Sacrifício de apaziguamento. Este tipo de sacrifício é geralmente determinado pelo Oráculo e tem por finalidade acalmar a ira ou o descontentamento de uma entidade qualquer.<br />
Ebó a ye ipin ohun: Sacrifício substitutivo. Tem por finalidade substituir a morte de alguém pela oferenda determinada pelo Oráculo, no Brasil, este sacrifício é vulgarmente conhecido como "ebó de troca".<br />
Ebó ba mi d'iya: Sacrifício que visa atenuar uma punição de morte imposta à uma pessoa por um Orixá ou por um espírito maligno. Neste caso, como no anterior, um carneiro é sacrificado em substituição ao ser humano.<br />
Ebó Ogunkojà: Sacrifício preventivo que pode ser público ou individual. Tem por finalidade evitar qualquer tipo de acontecimento nefasto que ameace a pessoa (individual) ou até mesmo uma cidade ou aldeia (público).<br />
Ebó a d'ibode: Trata-se de um sacrifício propiciatório e preventivo. Este sacrifício é oferecido na fundação de uma casa, aldeia ou cidade e tem por finalidade acalmar os espíritos da terra no local da fundação. Antigamente, este ebó exigia o sacrifício de seres humanos que hoje em dia, foram substituídos por diversos animais.<br />
Como podemos observar, o sacrifício de seres humanos era exigido nos primórdios do culto o que, sem dúvida, seria hoje considerado um absurdo, além de configurar-se, seja em qual for a circunstância, em homicídio, selvageria e falta de respeito ao ser humano.<br />
Da mesma forma, o derramamento do sangue de animais, só deve ocorrer em situações de extrema necessidade e em casos em que não possam ser substituídos por outras oferendas pois, se os Orixás, acostumados que eram a receberem sacrifícios humanos, concordaram na substituição dos mesmos pelos sacrifícios de animais, é fácil deduzir-se que estes podem também dar lugar a sacrifícios de minerais, vegetais e objetos de seu agrado.<br />
Adentramos uma nova era em que todas as formas de vida adquirem sua valorização máxima e a vida dos animais, da mesma forma que a dos seres humanos, há que ser respeitada e preservada ao extremo. É chegada a hora de darmos um basta ao inútil derramamento de sangue que, ao invés de apaziguar os nossos deuses, só conseguem despertar a sua ira, tornando-os intolerantes e cada dia mais distantes de nós.<br />
É necessário que se desperte nos adeptos do Candomblé a consciência do respeito devido a todas as formas de vida animal, cujo sacrifício só pode ser efetivado em casos excepcionalíssimos e quando todos os demais recursos hajam sido esgotados. <br />
É num itan de Ifá, do Odu Odi Meji, que encontramos a fundamentação para as afirmações anteriormente feitas:<br />
Odi Meji disse: "Metolõfi, por avareza, não quis sacrificar um boi de malhas brancas e a morte veio buscá-lo." <br />
Quando Ifá estava ainda no ventre de sua mãe, pediu que seu pai pegasse um boi malhado de branco e oferecesse em sacrifício, a fim de evitar que dentro de três anos, uma guerra viesse dizimar o seu reino. Seu pai negligenciou o sacrifício e no dia do nascimento de Ifá, seu pai morreu e sua mãe foi capturada como escrava.<br />
Três anos depois, a guerra arrasou o país e Ifá mandou que Ajinoto, a parteira, o encerrasse dentro de uma cabaça, de forma que ninguém o pudesse ver. A parteira foi encarregada também, de avisá-lo logo que alguém passasse por perto, para que ele revelasse ao passante, a causa de seus sofrimentos e os remédios e sacrifícios que resolveriam todos os seus problemas.<br />
Tudo ocorreu da forma como Ifá planejara e o homem que passou naquele local, não hesitou em levar para sua casa, a cabaça onde Ifá havia sido encerrado.<br />
Para deslumbramento de todos, Ifá, de dentro da cabaça, dava conselhos, receitava medicamentos e resolvia os mais difíceis problemas.<br />
Um dia Ifá ordenou que alguém se dirigisse ao mercado onde, pelo preço de quarenta e um caurís, deveria comprar sua mãe que estava sendo vendida junto com outras escravas. "A primeira mulher que for oferecida deve ser comprada, pois esta é minha mãe."<br />
Naquela época Ifá costumava aceitar sacrifícios humanos no festival de Fanuwiwa.<br />
Quando a escrava adquirida no mercado foi trazida, Ifá ordenou que lhe fosse entregue uma certa quantidade de milho, para que pilasse e transformasse em farinha destinada à preparação o amiwo.<br />
Enquanto pilava o milho, a mulher ouvia os fiéis invocando Ifá: <br />
"Orunmilá! Akefoye! Agbo wi dudu hu do fe to!" (Orunmilá! Akefoye! Se teu nome é Ifá, jamais esquecerás de mim!). <br />
Reconhecendo em Ifá o seu próprio filho, a pobre mulher pôs-se a cantar, em voz alta, a saudação que ouvia: <br />
"Orunmilá! Akefoye! Agbo wi dudu hu do fe to!"<br />
As pessoas contaram a Ifá sobre a mulher que cantava aquela saudação enquanto pilava o milho e Ifá ordenou que ela largasse aquele trabalho e que, no dia seguinte pela manhã, chamasse por ele junto com seus fiéis, para que pudesse mostrar a todos de que forma deveria ser corretamente alimentado. Ordenou ainda, que fosse preparado um akpakpo e dois panos brancos de cabeça denominados kpokun abuta, proibindo a todos de olharem para aqueles objetos.<br />
Como Ifá vivera, até então, fechado dentro de sua cabaça, jamais havia sido visto por ninguém. Quando todos se afastaram Ifá saiu de sua cabaça coberto por um grande chapéu, vestindo um avental de pérolas e calçando sandálias, indo sentar-se no alto de um tripé de onde gritou: <br />
"Olhem bem, sou eu, Ifá! Ifá que ninguém nunca viu... A mulher que mandei comprar no mercado de escravos deve ser trazida até aqui!"<br />
A mulher foi trazida à sua presença e Ifá mostrou-a a todo mundo dizendo:<br />
"Olhem bem, esta é minha mãe! Quando eu estava no seu ventre determinei que meu pai deveria sacrificar um boi malhado de branco, para evitar malefícios que já estavam previstos. Mas meu pai não atendeu minha orientação e todo o mal acabou por se concretizar. Tanto tempo se passou e eu comprei esta escrava para ser sacrificada em minha honra. Entretanto não a sacrificarei! Não poderia trair minha própria mãe, mesmo que ela me tenha traído."<br />
Dito isto ordenou que cortassem os longos cabelos de sua mãe, que envolvessem sua cabeça com um belo torso branco e que a instalassem sobre a almofada akpakpo. Depois pediu um boi e um cabrito para serem sacrificados. Com a farinha moída por sua mãe mandou preparar um amiwo para ela, que não poderia ser comido em sua presença.<br />
Desta forma, assentada sobre um akpakpo, transformou-se ela em Nã, mãe de um rei.<br />
Aos jovens que prepararam as carnes do boi e do cabrito, assim como o amiwo, ordenou que fosse dado uma parte de cada coisa, para que comessem depois da cerimônia. 1<br />
A velha disse então a seu filho, que sentia-se muito envergonhada, pois não merecia tantas honrarias e que naquele dia iria encontrar-se em Ló (local para onde vão os espíritos dos mortos), com seu finado esposo.<br />
"A partir de hoje, quando fizerem uma cerimônia em minha honra, digam: Nã kuagba! (Nã seja bem vinda!), e virei receber as oferendas." - Disse a mulher.<br />
Nã disse ainda, que faria o Sol tornar-se mais brando ou mais quente, comandando-o de cima de seu akpakpo. <br />
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A partir de então, realiza-se sempre o ritual de Xe Nã (dar comida à Nã), quando terminam os festivais Fanuwiwa. 2<br />
Este Itan de Ifá fundamenta a possibilidade de substituição do sacrifício de um ser humano pelo de animais, o que nos leva a concluir a possibilidade da substituição do sacrifício destes por outros tipos de oferendas, partindo da premissa de que o ritual é criado pelo homem e não pelos deuses.<br />
Isto posto, passemos ao assunto que é, na verdade, o principal objetivo do presente trabalho, a apresentação de uma vasta relação de oferendas incruentas aos Orixás e a outras entidades cultuadas no candomblé.<br />
O assunto será tratado de forma direta, através de um receituário contendo os ingredientes, o procedimento e o objetivo de cada trabalho, assim como à qual entidade deve ser oferecido.<br />
1 - Depois das cerimônias de Nã, aqueles que preparam os alimentos a ela oferecidos, recebem uma pequena parte destes alimentos, parte esta que recebe o nome de kle ou kele e que só pode ser consumida depois que o Vodun for servido. (Este rito acompanha as cerimônias às divindades nagô sob o nome Atowo e às divindades fon sob o nome de Nudide). <br />
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2 - Itan coletado por Bernard Maupoil na região onde hoje fica a atual República do Benin e publicado em sua magnífica obra sobre o sistema oracular de Ifá, ”LA GEOMANCIE À L'ANCIENNE CÔTE DES ESCLAVES”. <br />
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OFERENDAS A EXÚ<br />
- Para limpeza da casa.<br />
Pega-se um coco seco, pinta-se todo com uáji, rola-se pela casa de dentro para fora impulsionando-o com o pé esquerdo, como se fosse uma bola. Quando chegar na porta da rua, pega-se o coco com a mão esquerda, leva-se à uma encruzilhada aberta de quatro esquinas e ali, atira-se o coco no meio da encruzilhada com força, para que se quebre.<br />
- Para problemas de infidelidade.<br />
Abre-se um coco seco em duas partes. Dentro dele coloca-se um pedaço de papel de embrulho usado, no qual se escreveu, anteriormente, o nome da pessoa infiel. Acrescenta-se 3 grãos de pimenta da costa; um pouco de azeite de dendê; um pouco de mel; milho torrado e pó de peixe defumado. Fecha-se o coco e amarra-se com linha vermelha e linha branca, enrolando-se bem até que o coco fique totalmente envolvido pela linha. Coloca-se o coco diante de Exú e durante 21 dias acende-se uma vela diariamente, pedindo que a pessoa permaneça fiel ao seu parceiro. No vigésimo primeiro dia despacha-se numa encruzilhada. (Quem não tem Exú assentado pode colocar o coco atrás da porta da casa).<br />
- Para problemas de saúde.<br />
Pinta-se um coco seco com efun e depois unta-se todo com ori-da-costa ou, na falta deste, manteiga de cacau. Coloca-se o coco num prato branco diante de Exú e acende-se uma vela pedindo-se pela saúde da pessoa enferma. A vela deve ser substituída todos os dias, à mesma hora, e o pedido reiterado. No sétimo dia, logo que a vela termine, o coco deve ser levado e despachado na entrada de um cemitério.<br />
- Defesa contra inveja e olho-grande.<br />
Coloca-se um coco seco com uma vela acesa em cima, onde deverá permanecer por três dias consecutivos. No terceiro dia, despacha-se numa encruzilhada de quatro esquinas.<br />
- Para desenvolvimento econômico.<br />
Abre-se um coco do qual se corta quatro pedaços mais ou menos iguais. Estes quatro pedaços, depois de bem lavados, são colocados num prato com a parte branca para cima. Sobre cada pedaço de coco coloca-se um pouquinho de mel de abelhas, um pouquinho de azeite de dendê e um grão de pimenta-da-costa. Coloca-se o prato diante de Exú, ou atrás da porta e acende-se uma vela de sete dias. No sétimo dia, despacha-se tudo (inclusive o prato) numa mata.<br />
- Para obter um amor.<br />
Tomar banho de água de rio misturada à água de coco verde durante cinco dias seguidos.<br />
- Para problemas de justiça.<br />
Escreve-se, num papel de embrulho usado, os nomes das pessoas interessadas na questão, dos advogados e do juiz. Abre-se um coco seco pelo meio e coloca-se dentro o papel com os nomes escritos; milho torrado; 21 grãos de pimenta-da-costa; mel de abelhas; azeite de dendê e pó de efun. Fecha-se o coco e enrola-se muito bem enrolado com linha preta e linha branca. Coloca-se num prato diante de Exú, acende-se uma vela que se renova durante 21 dias. No final dos 21 dias despacha-se numa mata.<br />
- Para melhorar a sorte.<br />
Rala-se um coco seco e espreme-se a massa num pano branco. O sumo obtido é misturado a um copo de leite de cabra. Mistura-se com água de rio e toma-se três banhos no mesmo dia, sendo um pela manhã, um à tarde e um à noite.<br />
- Para apaziguar Exú.<br />
Corta-se um coco seco ao meio, no sentido horizontal. Uma das metades é cheia de mel de abelhas, a outra é cheia de aguardente. Arreia-se aos pés de Exú com uma vela acesa. No terceiro dia despacha-se nas águas de um rio.<br />
- Para livrar uma pessoa ameaçada de prisão.<br />
Dois pombos brancos; ori; fita branca; fita vermelha; fita azul e fita amarela.<br />
Numa mata fechada, unta-se as pernas dos pombos com a manteiga de ori; amarra-se um lacinho de cada fita nas suas duas patas; passa-se os bichos no corpo da pessoa e solta-se com vida. É preciso ter muito cuidado para não machucar os animais.<br />
- Para livrar alguém da prisão ou de problemas com a justiça.<br />
Um boneco de pano branco do sexo da pessoa para quem se vai fazer o trabalho. Dentro do boneco, se coloca o seguinte: Um papel com o nome da pessoa; 7 grãos de ataré; 7 grãos de milho torrados; pó de peixe defumado; um pedacinho de couro de onça ou de outro felino de grande porte; um ovo de codorna inteiro e um pedacinho do talo de comigo-ninguém-pode. Costura-se o boneco e se deixa diante de Exú dentro de um alguidar com padê de mel. O padê deve ser renovado a cada sete dias e o boneco permanecerá ali, até que o problema esteja resolvido. Solucionada a questão, o boneco deve ser levado para dentro de uma delegacia de polícia, para ali ser deixado. Na volta oferece-se a Exú sete roletes de cana, dentro de um alguidar com padê de aguardente.<br />
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OFERENDAS A EGUN<br />
- Oguidí.<br />
Coloca-se de molho, numa panela de barro, uma quantidade de farinha de milho bem fina (milharina). Esta farinha deverá permanecer de molho por dois ou três dias até que fermente. Uma vez fermentada, acrescenta-se canela em casca; anis estrelado em pó (Pimpinella anisum, L.),; baunilha (Epidendrum vanilla, L.) e açúcar mascavo. Cozinha-se em fogo lento.<br />
Quando tudo tiver adquirido a consistência de uma massa, retira-se do fogo e enrola-se em folhas de mamona (Ricinus communis, L.). Depois de enroladas e bem amarradas para que não se abram, coloca-se uma panela com água para ferver. Assim que a água estiver fervendo, coloca-se dentro, as trouxinhas, deixando que cozinhem durante quinze minutos, retirando-se em seguida e colocando-se de lado para que esfriem. Quando estiverem frias, retira-se o invólucro de folhas e arruma-se numa travessa de barro, regando-se com bastante mel.<br />
Deve-se fazer sempre, um número de nove oguidís ou então, o número correspondente ao Odu que determinou a oferenda.<br />
Entrega-se a Egun na porta do cemitério ou nos pés de uma árvore seca.<br />
- Olele<br />
Deixar, por 3 dias, uma porção de feijão fradinho (Vigna sinensis, Endl.) de molho na água.<br />
No terceiro dia, moe-se o feijão fradinho no liqüidificador usando a menor quantidade de água possível, para que a massa resultante fique bem espessa.<br />
Refoga-se, numa panela à parte, uma cebola, pimentão vermelho, cominho, orégano e tomate. Quando tudo estiver bem refogado, junta-se 2 ovos e deixa-se no fogo por mais um tempo, mexendo sempre, com uma colher de pau. Tira-se do fogo e coloca-se, com a colher, pequenas porções em folhas de mamona, embrulhando-se em forma de trouxinhas. Coloca-se as trouxinhas para ferver durante 25 minutos, depois do que, retira-se da água e deixa-se esfriar. Depois de frias, retira-se as folhas de mamona, arreia-se nos pés de Egun e, no terceiro dia, retira-se e enterra-se num terreno baldio ou dentro de uma mata. <br />
Importante: As comidas oferecidas a Egun não levam sal, com exceção daquelas feitas para o consumo das pessoas, das quais retira-se uma pequena porção para oferecer a Egun.<br />
- Oferenda de coco a Egun para prejudicar uma pessoa.<br />
Pega-se um coco seco grande, abre-se um dos olhos de forma que se possa introduzir pelo buraco, depois de retirada a água, o seguinte: Um papel com o nome da pessoa, sua foto ou um pedaço de pano de sua roupa, pó de osun; 9 pimentas-da-costa; um pouco de terra de cemitério; um pouco de terra de encruzilhada; um pouco de poeira da casa ou do quintal da pessoa que se quer atingir; um pouco de óleo de cobra; um pedaço de osso humano; um pedacinho do talo da folha de comigo-ninguém-pode; 9 grãos de milho torrado.<br />
Depois que tudo estiver dentro, tapa-se o buraco do coco com um pedacinho de pau ou uma rolha de cortiça. Coloca-se o coco dentro de um alguidar pequeno e arreia-se diante de Egun. Durante 9 dias seguidos, acende-se uma vela às 12 horas, outra às 18 e uma terceira às 24 horas. No fim dos 9 dias, leva-se a um rio e atira-se nas águas.<br />
Este trabalho é muito perigoso e prejudicial, só devendo ser feito em casos extremos.<br />
- Trabalho para afastar um inimigo com a ajuda de Egun<br />
Um galho de irôko (Chlorophora Excelsa) de aproximadamente 1 metro. Numa das extremidades, faz-se, no sentido longitudinal, uma abertura de uns 10 centímetros.<br />
Num papel branco, escreve-se 9 vezes, o nome da pessoa que se deseja afastar. <br />
Um pedaço de pano vermelho; 9 pimentas-da-costa; um pouco de pelo de gato preto; um pouquinho de azougue; um pouquinho de alcatrão; 9 agulhas; 1m. de fita vermelha; 1m. de fita branca; 1m. de fita amarela; 1m. de fita azul; 9 grãos de milho torrado; um pouco de osun; um pouco de uáji; um pedaço de osso humano e um carretel de linha preta.<br />
Coloca-se todos os ingredientes dentro do papel onde se escreveu o nome das pessoas e faz-se um embrulho enrolado, em forma de charuto. Embrulha-se novamente, com o pano vermelho e enrola-se com a linha preta, usando toda a linha do carretel. O embrulho é então, enfiado na fenda aberta na ponta do galho de irôko. Em seguida, prende-se bem, enrolando, primeiro a fita branca, depois a azul, depois a amarela e finalmente, a vermelha, de forma que o embrulhinho fique bem preso ao galho. Isto feito, coloca-se o galho num prato branco que será arriado diante de Egun. Durante 9 dias renova-se a vela. No fim dos 9 dias leva-se ao cemitério e espeta-se o galho, com a ponta onde está o embrulho, numa sepultura fresca, pedindo ao Egun ali enterrado que afaste a pessoa para bem distante.<br />
OFERENDAS A OGUN<br />
- Para apaziguar Ogun. Prepara-se sete ecós, coloca-se num alguidar com uma moeda corrente e um grão de ataré em cima de cada um. Depois de arrumados, acrescenta-se azeite de dendê, mel de abelhas e manteiga de cacau derretida. Junta-se, dentro do alguidar, bastante milho torrado e rega-se com aguardente. Arreia-se diante de Ogun com uma vela de sete dias. Despacha-se numa via férrea.<br />
- Para evitar derramamento de sangue.<br />
Sete peixes frescos, sem serem limpos, apenas lavados em água corrente. Os peixes são arrumados numa travessa de barro com as cabeças voltadas para fora. Sobre eles coloca-se: azeite de dendê; mel de abelhas; ori-da-costa derretido; melado de cana e sete grãos de ataré (um sobre a cabeça de cada peixe). Arreia-se nos pés de Ogun, com uma vela acesa, durante algumas horas (o tempo suficiente para que a vela se queime toda). Depois disto, passa-se os peixes na pessoa para a qual se está solicitando a proteção de Ogun. A pessoa deve ficar despida, resguardadas as partes mais íntimas. Terminada a limpeza coloca- se os peixes numa folha de papel pardo e se despacha numa linha de trem.<br />
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- Para obter proteção contra qualquer tipo de tragédia.<br />
Um peixe pargo de bom tamanho; azeite de dendê; gin; mel de abelhas; milho torrado; feijão fradinho torrado e ori-da-costa. Coloca-se o peixe numa travessa ou assadeira de barro; cerca-se com o milho e o feijão torrados; tempera-se com os ingredientes relacionados. Arreia-se diante de Ogun com velas acesas. Depois de três horas, despacha-se numa mata.<br />
- Para obter uma graça qualquer do Orixá Ogun. 1 inhame-do-norte cozido; arroz cru; ori-da-costa; azeite de dendê; mel de abelhas; melado de cana; 7 pimentas ataré e gin. Amassa-se o inhame cozido e mistura-se a massa obtida com o ori-da-costa e o arroz. Com esta massa, preparam-se, modelando-se com as mãos, 7 bolas que, depois de prontas, serão arrumadas num alguidar de barro onde já se colocou o milho torrado. Acrescenta-se os demais ingredientes e oferece-se a Ogun, diante de seu igbá onde deverá permanecer por sete dias. Despacha-se na mata.<br />
- Para apaziguar Ogun. Para acalmar a ira deste Orixá, basta oferecer-lhe uma melancia aberta e regada com melado de cana.<br />
- Para que Ogun defenda uma casa de malefícios.<br />
Uma faca de aço é colocada no fogo até que fique em brasa. Quando a lâmina da faca estiver acesa, pega-se, coloca-se em cima de Ogun e derrama-se sobre ele azeite de dendê de forma que o azeite escorra sobre a ferramenta do Orixá. Esta faca é embrulhada em pano vermelho junto com os seguintes ingredientes: 1 fava de ataré inteira; 7 grãos de milho torrados; sete pedacinhos de coco seco e um pouco de uáji. Envolve-se tudo, inclusive a faca, no pano vermelho e enrola-se, bem enrolado, com linha verde e linha azul. Somente a lâmina da faca deverá ser enrolada pelo pano e pelas linhas, o que formará uma espécie de bainha. Este fetiche deverá permanecer atrás da porta da casa e, todas as vezes em que Ogun comer, deverá ficar junto com ele, no igbá, durante todo o tempo do orô e enquanto durar o preceito.<br />
- Para agradar Ogun: Pega-se 7 ovos de codorna, unta-se com azeite de dendê, mel de abelhas e pó de efun. Coloca-se num prato de barro, espalha-se por cima fumo de rolo desfiado e molha-se com gin. Deixa-se diante de Ogun durante sete dias com uma vela acesa. Despacha-se na mata.<br />
- Para evoluir ou obter uma graça. Pega-se uma melancia inteira, corta-se um quadradinho em forma de cubo (sem abrir a fruta); separa-se o cubinho; escreve-se, em papel de embrulho, o que se deseja; coloca-se o papel no buraco feito na melancia; tapa-se o buraco com o próprio pedaço extraído dali; arreia-se nos pés de Ogun, deixando ali por 3 dias. Durante estes três dias, acende-se uma vela e pede-se a Ogun o que se deseja. Despacha-se na linha do trem.<br />
- Para obter proteção pessoal de Ogun. Deixar, durante 7 dias, um coco seco dentro do assentamento de Ogun. No sétimo dia, retira-se o coco, quebra-se, retira-se a polpa, descasca-se, rala-se, espreme-se com um pano branco e virgem. Ao sumo obtido acrescenta-se meio litro de leite de cabra, mistura-se num recipiente com água de chuva e água de rio (meio a meio); acrescenta-se ainda: Um copo de água de coco verde; um copo de caldo de cana; sete colheres de mel de abelhas e sete colheres de melado de cana. Mistura-se bem, e deixa-se o recipiente diante de Ogun, por três horas, com uma vela acesa. Depois de decorridas as três horas, toma-se banho com o líqüido (inclusive a cabeça); deixa-se o banho secar no corpo durante meia hora e depois, toma-se banho com água limpa e sabão da costa. A pessoa deve usar somente roupas brancas nos sete dias seguintes e, no mesmo período, terá que acender velas, bater cabeça e rogar a proteção do Orixá.<br />
OFERENDAS A OXOSSI<br />
- Para resolver problemas de justiça.<br />
Num pano branco coloca-se os seguintes ingredientes: 7 grãos de milho torrados; 7 grãos de ataré; 7 pimentas malagueta; pó de peixe defumado; um pedaço de talo de comigo-ninguém-pode; 7 folhas de hortelã e um papel com o nome da pessoa que está sendo tratada.<br />
Faz-se um embrulho com o pano branco, amarra-se bem com barbante virgem, passa-se no corpo da pessoa e deixa-se no igbá de Oxóssi até que o problema esteja resolvido.<br />
Resolvido o problema, a pessoa beneficiada deverá oferecer uma comida seca ao Orixá, de acordo com a orientação obtida no oráculo.<br />
- Para boa sorte.<br />
Numa travessa de barro, coloca-se sete peixes frescos inteiros com as escamas. Por cima coloca-se: milho torrado; melado de cana; azeite de dendê e efun ralado. Deixa-se nos pés de Oxóssi por três horas e, em seguida, leva-se a um mata e arreia-se aos pés de uma palmeira ou coqueiro.<br />
- Para problemas de saúde.<br />
Unta-se sete ovos de galinha d’angola com ori-da-costa; coloca-se dentro dum alguidar diante do assentamento de Oxóssi e coloca-se, sobre eles, um pouco de azeite de dendê; melado de cana; licor de anis; fumo-de-rolo desfiado e bastante pó de efun. Todos os dias, durante sete dias, passa-se um dos ovos na pessoa enferma e separa-se para outro alguidar que deverá ficar atrás do igbá. No sétimo e último ovo, coloca-se tudo num pano azul-claro, amarra-se em forma de trouxa, leva-se à uma mata e despacha-se num tronco de árvore seca.<br />
- Para estabilidade financeira.<br />
Oferece-se, a Oxóssi, uma melancia aberta no meio e regada de melado de cana; deixa-se diante de Oxóssi por três dias e despacha-se numa mata.<br />
- Para falta de dinheiro.<br />
Pega-se sete cocôs secos, pinta-se de branco (efun) as partes de cima e de azul (uáji) as partes de baixo. Coloca-se os sete cocôs num alguidar grande e, durante sete dias, vai-se passando um coco por dia no corpo, tendo-se o cuidado de separar os cocôs utilizados para outro alguidar. Depois de passar o último coco, enrola-se o alguidar com os sete cocôs num pano azul claro e despacha-se em água corrente. Uma vela de sete dias deverá permanecer acesa durante o tempo em que os cocôs estiverem diante de Oxóssi.<br />
<br />
- Para obter uma graça qualquer.<br />
Sete romãs (Punica granatum, L.); melado de cana; azeite de dendê; anis estrelado e efun ralado. Coloca-se os romãs abertos dentro de um alguidar e, sobre eles, os ingredientes relacionados. Deixa-se diante de Oxóssi por sete dias com uma vela acesa, depois, despacha-se numa mata.<br />
- Para assegurar boa sorte.<br />
Descasca-se e frita-se ligeiramente, em gordura de coco, sete cebolas de casca vermelha. Arruma-se tudo numa panela de barro e cobre-se com anis estrelado em pó; melado de cana; azeite de dendê; pó de peixe defumado e milho torrado. Arreia-se nos pés de Oxóssi com duas velas de sete dias acesas. Depois de sete dias despacha-se na mata sem desarrumar o adimú.<br />
- Para agradar e apaziguar Oxóssi.<br />
Prepara-se sete ecós. Em cada um deles coloca-se um grão de atarê, uma moeda de pequeno valor; uma fava de anis estrelado e uma pitadinha de efun ralado. Arruma-se num alguidar e rega-se com azeite de dendê e um pouco de vinho branco. Entrega-se a Oxóssi com uma vela de sete dias e, depois deste período, despacha-se nos pés de uma amendoeira.<br />
- Para agradar Oxóssi.<br />
Sete espigas de milho verde, grandes e tenras, são assadas na brasa. As folhas que envolvem as espigas são separadas para forrar o alguidar em que será oferecido o adimú. Assim que as espigas forem retiradas do braseiro, ainda quentes, são regadas, uma a uma, com azeite de dendê, gordura de coco, melado de cana, um pouco de licor de romã e pó de peixe defumado. Depois disto arruma-se com as pontas mais finas para cima, no alguidar já forrado com as folhas das espigas. Coloca-se, dentro do alguidar, amendoim torrado e rega-se tudo com vinho branco. Entrega-se a Oxóssi com uma vela de sete dias. No fim de sete dias, despacha-se numa mata.<br />
OFERENDAS A LOGUNEDÉ<br />
- Pamonha que se oferece a Logunedé.<br />
Rala-se sete espigas de milho verde bem tenras. À massa obtida acrescenta-se coco ralado e açúcar. Envolve-se a massa nas folhas mais tenras que envolvem as espigas, formando uma espécie de trouxinha que se amarra em cima com palha da costa. Mergulha-se as trouxinhas em água fervente e retira-se logo em seguida. Deixa-se esfriar, abre-se as trouxinhas, arruma-se numa travessa ou prato de louça. Ao redor coloca-se fatias de coco seco cortado em tiras, rega-se com bastante mel e oferece-se ao Orixá. Despacha-se numa cachoeira.<br />
- Para agradar Logunedé.<br />
Prepara-se uma massa de milho verde igual à da receita anterior, dispensando-se o açúcar. Refoga-se uma boa quantidade de camarão seco em óleo de milho acrescentando-se cebola branca, pimentão doce, tomate, coentro picadinho, vinho branco e um pouco d'água para fazer o molho. Coloca-se a massa numa tigela e cobre-se com o molho. Enfeita-se com 7 camarões inteiros crus e folhas de hortelã.<br />
- Para obter uma graça.<br />
Pega-se um peixe dourado, limpa-se bem, retira-se as escamas e recheia-se com milho verde (grãos); milho torrado; cebola branca picada; pedacinhos de coco seco e 1 obí picado em pedacinhos pequenos. Costura-se o peixe, tempera-se com azeite de oliva e azeite de dendê; orégano em pó; coentro e vinho branco. Coloca-se para assar no forno. Quando o peixe estiver assado, retira-se do forno, coloca-se numa travessa e cerca-se de agrião ligeiramente fervido. Na boca do peixe introduz-se um papel com o pedido da graça que se deseja obter. Cobre-se com bastante mel de abelhas e vinho branco. Arreia-se nos pés de Logun e, no dia seguinte, despacha-se num rio de águas limpas.<br />
- Para agradar Logunedé.<br />
Assa-se, num braseiro, 7 espigas de milho verde. Cozinha-se, à parte, uma porção de feijão fradinho misturado com a mesma quantidade de amendoim. Pega-se o feijão cozido com o amendoim e coloca-se num alguidar; arruma-se as espigas assadas com as pontas para fora; rega-se com mel de abelhas; azeite de dendê e vinho branco. Deixa-se por três dias diante do igbá do Orixá e despacha-se dentro de uma mata.<br />
- Para agradar Logunedé.<br />
Cozinha-se uma boa quantidade de milho seco em água pura. Pega-se sete camarões graúdos, aferventa-se ligeiramente também em água pura. Prepara-se um molho idêntico ao descrito no adimú número 2. Coloca-se o milho cozido numa travessa ou tigela branca; arruma-se os camarões em cima e cobre-se com o molho. Enfeita-se com folhas de agrião e rega-se com mel de abelhas e vinho branco. Arreia-se diante de Logun e despacha-se, três dias depois, na beira de um rio ou dentro de uma mata.<br />
- Para atrair uma pessoa.<br />
Pega-se um coco seco, retira-se a água e abre-se, num dos olhos do coco, um buraco onde possam passar os seguintes ingredientes: Um papel com o nome das pessoas interessadas; sete favas de anis estrelado; sete pedacinhos de lírio florentino; sete colheres de café de água-de-flor-de-laranja; a mesma medida de melado de cana; a mesma medida de mel de abelhas; sete pedacinhos de açúcar cândi; sete gotas de baunilha; sete folhinhas de hortelã; sete pétalas de rosa amarela e sete gotas de essência de rosas. Completa-se com vinho branco. Fecha-se o buraco com um pedacinho de madeira e veda-se com cera de abelhas derretida. Enfeita-se o coco com laços de fitas amarelas e azuis, leva-se à uma cachoeira e coloca-se em baixo da queda d'água. Antes de levar, o coco deve ser apresentado ao Orixá.<br />
OFERENDAS A IYEMANJÁ<br />
- Adimú para se obter uma graça.<br />
Arruma-se sete espigas de milho verde assadas dentro de uma panela de barro com o seguinte: Sete bolas de feijão fradinho cozido, amassado e ligado com farinha de acaçá; sete biscoitos de araruta; sete bananas da terra cortadas no sentido longitudinal e fritas em gordura de ori-da-costa; sete bolas de mingau de milharina adoçado com açúcar mascavo. Depois de tudo arrumado dentro da panela rega-se com bastante mel de abelhas e oferece-se à Iyemanjá, acendendo-se duas velas. Deixa-se de um dia para o outro, embrulha-se num pano branco e leva-se para o mar.<br />
- Para resolver uma situação impossível.<br />
Cozinha-se um inhame grande até que fique bem macio. Coloca-se num recipiente qualquer e amassa-se com um garfo. À massa obtida acrescenta-se: farinha de milho bem grossa; meio copo de melado de cana; um pouquinho de azeite de dendê e um pouco de mel de abelhas. Mistura-se tudo muito bem e modela-se 7 bolas, que são arrumadas numa travessa branca. Sobre as bolas despeja-se bastante melado de cana; pó de efun e pó de peixe defumado. Oferece-se, diante do igbá, com uma vela acesa, deixando por sete dias. Despacha-se na beira do mar.<br />
- Para obter uma graça.<br />
Pega-se um melão bem grande, abre-se uma tampa no alto e retira-se a polpa. Coloca-se, dentro da fruta, os seguintes ingredientes: Sete bolinhas de milho vermelho; sete bolas de inhame; sete rodelas cortadas de uma espiga de milho verde; sete peixinhos secos; sete cebolas brancas pequenas; sete bolas de arroz branco cozido; sete bolinhas pequeninas de ori-da-costa; sete colheres de óleo de amêndoa-doce; mel de abelhas e melado de cana. Coloca-se o melão num prato grande ou bandeja forrada com pano branco, diante de Iyemanjá e acende-se sete velas que devem ser renovadas por sete dias, tempo em que o adimú permanecerá diante do Orixá. Despacha-se na beira do mar.<br />
- Para obter saúde ou estabilidade financeira.<br />
Colocar dentro de uma travessa de barro: Sete pargos frescos bem pequenos; sete grãos de ataré; sete grãos de milho torrado; sete moedas correntes; um pouco de pó de osun; sete agulhas de crochet; um pouco de areia da praia; sete colheradas de azeite de amêndoas; sete colheres de mel de abelhas e sete colheres de melado de cana. Entrega-se à Iyemanjá na desembocadura de um rio com o mar. O mesmo adimú pode ser oferecido à Olokun. Neste caso substitui-se as agulhas de crochet por anzóis e se entrega diretamente nas águas, em alto mar.<br />
- Para que Iyemanjá trabalhe em favor de alguém.<br />
Colocar-se, aos pés de Iyemanjá, uma cesta com frutas variadas, cobre-se tudo com bastante folhas de beldroega (Planta herbácea, da família das cariofileas). Deixa-se, diante do Orixá, durante sete dias com uma vela votiva acesa. Findo o prazo, leva-se à uma praia e arreia-se na areia com sete velas acesas.<br />
- Para firmar a cabeça de uma pessoa.<br />
Coloca-se a sopeira de Iyemanjá no solo, sobre uma esteira forrada de branco. Em volta coloca-se nove pratos brancos. Dentro de cada prato coloca-se um ovo de pata (cru); um pouco de mel de abelhas sobre os ovos; uma pequena porção de coco ralado e uma pitadinha de pó de efun. Ao lado de cada ovo, dentro dos pratos, acende-se uma vela de sete horas. A pessoa, depois de limpa e lavada com omi eró de folhas frescas de Iyemanjá, veste uma roupa branca e deita-se no quarto do Orixá por uma noite. No dia seguinte colocam-se os ovos dentro de uma cestinha de palha e despacha-se no mar, na sétima onda que bater.<br />
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- Para resolver qualquer tipo de problema.<br />
Pega-se 21 frutas de diferentes espécies, pica-se em pedaços bem pequenos e mistura-se dentro de uma tigela branca. Prepara-se um cozido com vinte e um diferentes tipos de legumes bem picados e cozidos em água pura. Separa-se os legumes em outra tigela branca. Cozinha-se, em água sem sal, vinte e um diferentes tipos de grãos como: milho, canjica, feijões de todos os tipos (menos preto), soja, arroz, etc. e separa-se tudo numa outra tigela. Coloca-se tudo dentro de um balaio, deixando que as coisas se misturem. Por cima coloca-se um pargo fresco de tamanho médio, em cuja boca, introduz-se um obí batá. Enfeita-se tudo com folhas de beldroegas e vinte e uma rosas brancas. Salpica-se vinho branco em cima, enfeita-se com fitas brancas, rendas, etc. Leva-se à praia e entrega-se à Iyemanjá, com muito orô e cantigas do Orixá.<br />
- Para calar a boca de uma pessoa maledicente.<br />
Retira-se um cubinho da casca de uma melancia, com o auxílio de uma faquinha. No buraquinho, introduz-se um papel com o nome da pessoa de língua ferina e tapa-se com o pedaço que dali foi retirado. Deixa-se, durante quatro dias nos pés do Orixá, depois do que, leva-se a uma linha de trem deixando ali, de forma que a fruta seja esmagada pelo trem.<br />
- Adimú para agradar Iyemanjá e obter sua proteção.<br />
Descasca-se sete cebolas brancas e frita-se, ligeiramente, em azeite de amêndoas. Depois de bem douradas as cebolas, abre-se nelas, com uma faquinha, um buraco onde se introduz um papel com o pedido que se deseja obter e um grãozinho de ataré. Coloca-se as cebolas num prato branco e se acrescenta, sobre elas, os seguintes ingredientes: Mel de abelhas; melado de cana; um pouco de vinho branco; um pouco de vinho tinto suave e bastante milho torrado. Deixa-se, durante sete dias, diante do igbá do Orixá, sempre com velas acesas. Despacha-se na beira da praia.<br />
- Para obter uma graça com ajuda de Iyemanjá.<br />
Numa cesta de vime forrada de pano azul, coloca-se sete peixes fritos em azeite de amêndoa; sete bananas da terra verdes; sete punhados de canjica cozida; sete bolos de arroz; sete pedaços de coco seco; sete ecós; sete oleies e sete moedas brancas. Enfeita-se tudo com flores brancas e entrega-se à Iyemanjá diretamente na praia, com velas acesas e uma taça de vinho branco.<br />
- Para agradar e apaziguar.<br />
Corta-se sete romãs ao meio. Dentro de cada um deles se coloca uma moeda e um grão de ataré. Arruma-se as frutas dentro de uma panela de barro, derrama-se por cima: azeite de dendê, mel de abelhas, melado de cana, vinho branco e sete balas de leite ou de coco. Deixa-se durante sete dias diante do igbá de Iyemanjá e, depois, despacha-se dentro do mar.<br />
- Para apressar a solução de qualquer tipo de problema.<br />
Um peixe pargo bem assado é colocado numa travessa de barro e recoberto com rodelas de banana-da-terra previamente cozidas. Dentro do peixe já estará um papel no qual se escreveu o desejado. Por cima de tudo, derrama-se melado de cana e vinho branco. A panela deve ficar cheia até a borda. Deixa-se, durante sete dias diante de Iyemanjá e depois, despacha-se em pedras onde as ondas do mar estouram.<br />
- Para agradar Iyemanjá.<br />
Forra-se uma travessa de barro ou de louça com folhas de alface e sobre elas arruma-se: 7 ecós; 7 oleles; 7 oguidís; sete acaçás de milho vermelho desembrulhados; sete pedaços de coco seco; sete espigas de milho assadas; sete moedas; sete bolinhas de ori-da-costa. Depois de tudo arrumado na travessa tempera-se com azeite de dendê, mel de abelhas, melado de cana, ataré, pó de efun e vinho branco. Este adimú permanece, durante sete dias, diante do igbá do Orixá com duas velas acesas. Despacha-se nas águas de um rio.<br />
- Para alcançar uma graça impossível<br />
Coloca-se, dentro de um copo de cristal, um papel onde se escreveu o que se deseja obter. Enche-se o copo com melado de cana misturado a vinho branco. Coloca-se diante de Iyemanjá e cobre-se com um pano branco virgem. Por cima coloca-se um prato branco sobre o qual se acenderá uma vela todos os dias, durante 21 dias. Findo este prazo o copo com seu conteúdo, o pano e o prato, serão levados à uma praia e atirados ao mar, o mais longe possível.<br />
OFERENDAS A OXUN<br />
- Para atrair uma pessoa.<br />
Abre-se uma cabaça ao comprido, limpa-se bem retirando todas as sementes e as películas de seu interior e se coloca dentro: O nome da pessoa que se quer atrair escrito em papel de embrulho; 5 agulhas de coser; 5 pedacinhos de galho de irôko; 5 grãos de pimenta-da-costa; um pouco de milho torrado; uma pitadinha de pó de osun; uma pitadinha de sal de cozinha; mel de abelhas; suco de um limão galego (Citrus medica, Rissus); pó de peixe defumado e pó de preá defumada. Fecha-se a cabaça unindo as duas partes com um laço de fita amarela; coloca-se sobre um prato branco diante do igbá-Oxun e, durante 25 dias, à mesma hora, acende-se uma vela em cima da cabaça pedindo ao Orixá que traga a pessoa desejada. No vigésimo quinto dia, depois que a vela acabar, despacha-se nas águas de um rio.<br />
- Para obter-se uma graça qualquer.<br />
Num prato branco arruma-se: 5 ovos de galinha crus; 5 folhas de verbena (Lipia citriodora); uma conta de coral; um pedaço de azeviche; um molho de agrião que deverá ser arrumado em volta do prato, formando uma rodilha. Cobre-se tudo com bastante mel de abelhas, salpica-se pó de efun e arreia-se aos pés de Oxun com 5 velas acesas ao redor. Este adimú permanece por cinco dias nos pés do Orixá e é despachado numa cachoeira.<br />
- Para apaziguar Oxun. Um mamão bem maduro aberto ao meio, do qual se retira todas as sementes. Enfeita-se o mamão por dentro e por fora com ramos de salsa; coloca-se dentro do mamão 5 gemas de ovos de galinha e cobre-se com bastante mel de abelhas. Junta-se as duas partes do mamão e coloca-se, sobre um prato, diante de Oxun, com duas velas acesas. No dia seguinte despacha-se num rio.<br />
- Para agradar e obter uma graça. Cozinha-se um inhame, amassa-se e mistura-se folhas de agrião bem picadinhas. Com a pasta modela-se 5 bolas. Depois de prontas as bolas de inhame, rola-se as mesmas sobre farinha de acaçá até que fiquem bem envolvidas. Numa travessa de barro, arruma-se as 5 bolas de inhame ao redor de um pargo assado ao forno. Sobre cada bola coloca-se uma pimenta ataré, uma moeda, um grão de milho e uma pétala de rosa amarela. Rega-se com um pouquinho de azeite de milho e bastante mel de abelhas, enfeita-se com galhos e folhas de agrião miúdo.<br />
- Balaio para agradar Oxun. Pega-se um balaio grande com alça e enfeita-se à gosto com panos, fitas e rendas amarelas. Pronto o balaio, coloca-se dentro dele diversos tipos de frutas, sempre em cinco unidades. Acrescenta-se ainda bastante caramelos de leite e enfeita-se com folhas de hortelã. No meio das frutas coloca-se uma boneca vestida de amarelo, representando a própria Oxun. Deixa-se diante do Orixá por oito dias, findo os quais, despacha-se numa cachoeira. A boneca ficará, para sempre, junto ao igbá.<br />
- Para obter uma graça. Pega-se cinco laranjas lima e, sem descascá-las, corta-se no alto, separando-se as "tampinhas". Sobre cada uma das laranjas coloca-se: Uma fava de anis-estrelado; um pouquinho de pó de lírio-florentino; umas folhinhas de salsa; umas gotinhas de mel de abelhas e uma pitadinha de canela em pó. Repõe-se as tampinhas em cada laranja e arruma-se num prato do igbá da Oxun. O prato deverá ser colocado sobre a sopeira, no lugar da tampa. Este adimú permanece cinco dias sobre o igbá e é despachado, envolto num pano amarelo, na beira de um rio de águas limpas.<br />
- Para obter uma graça.<br />
O mesmo adimú acima descrito pode ser feito, substituindo-se as laranjas por ovos de galinha. Neste caso, abre-se os ovos em cima, sem que se quebre as cascas em demasia, escorre-se as claras deixando somente as gemas dentro das cascas. Acrescenta-se os mesmos ingredientes dentro dos ovos. Neste caso ferve-se ligeiramente um molho de agrião e, depois de frio, faz-se um ninho que será colocado no prato para abrigar os ovos de forma que não virem para que não se entornem os seus conteúdos.<br />
- Para ocasionar intranqüilidade a um inimigo.<br />
Dentro de um boneco de pano branco (do mesmo sexo da pessoa que se quer atingir) coloca-se: Um papel de embrulho usado com o nome da pessoa escrito cinco vezes; cinco gotas de óleo de rícino; uma folha de irôko; uma folha de urtiga (Urtica urens, L.); cinco agulhas de costura; cinco grãos de ataré; um pouco de lama do fundo do rio e um pouco de azougue. Este boneco fica, durante cinco dias, diante de Oxun, de cabeça para baixo e de costas para o igbá (sem velas acesas). No fim dos cinco dias, retira-se o boneco, embrulha-se em pano preto, leva-se à uma mata e pendura-se, de cabeça para baixo, num galho de árvore seca. <br />
OFERENDAS A NANÃ<br />
- Para agradar Nanã.<br />
Cozinha-se, em água de poço sem sal, 13 espigas de milho verde e deixa-se de lado. Numa panela de barro coloca-se uma cebola roxa picada; cominho em grãos; uma folha de louro; um pouquinho de orégano; um pouco de gengibre ralado e azeite de dendê. Deixa-se ferver por meia hora e coloca-se, dentro da panela, uma porção de fubá de milho vermelho bem fino. Vai-se mexendo enquanto cozinha, até que engrosse como um mingau. Retira-se do fogo, coloca-se as 13 espigas cozidas com as pontas para cima e, depois de frio, oferece-se à Nanã na mesma panela. Depois de 13 dias, leva-se à um pântano e se enterra com panela e tudo.<br />
- Para problemas de saúde.<br />
Pega-se 13 pargos frescos bem pequenos, arruma-se dentro de um prato de barro e tempera-se com azeite de dendê; mel de abelhas; melado de cana e vinho tinto seco. Arreia-se diante de Nanã e, depois de 13 dias, passa-se o prato com o adimú no corpo da pessoa enferma, leva-se a um pântano e enterra-se com tudo.<br />
- Para saúde.<br />
Pega-se 13 broas de milho, passa-se no corpo da pessoa e vai-se arrumando num alguidar de barro. Depois que todas as broas já estiverem no alguidar rega-se com azeite de dendê e vinho tinto seco, salpicando-se por cima pó de efun. Deixa-se diante do Orixá durante 13 dias, findos os quais, retiram-se as broas, substituindo-as por outras, agindo sempre da mesma forma. As broas retiradas são levadas e despachadas na porta do cemitério. A operação deve ser repetida até que a pessoa fique curada.<br />
- Para obter uma graça.<br />
Pega-se 13 cebolas roxas inteiras e frita-se ligeiramente em azeite de dendê. Prepara-se um pouco de pipoca em azeite de dendê, arruma-se a pipoca num alguidar e enfeita-se com as cebolas fritas. Deixa-se nos pés de Nanã por 13 dias. Despacha-se na beira de uma lagoa.<br />
- Para obter a proteção de Nanã.<br />
Torra-se, bem torrada, uma mistura de milho vermelho, feijão fradinho e amendoim. Coloca-se tudo dentro de uma cabaça aberta no pescoço. Cozinha-se uma boa quantidade de canjica e coloca-se dentro da mesma cabaça. Acrescenta-se 13 grãos de ataré; um pouco de milho de pipoca que, depois de torrado, não se tenha aberto; 13 grãos de lelekun; 13 favas de bejerekun; pó de peixe defumado e pó de eku defumado. Fecha-se a cabaça enrolando-a toda com palha-da-costa. Deixa-se por 13 dias diante do Orixá. Depois pendura-se atrás da porta de casa ou do local de trabalho.<br />
- Para evolução financeira.<br />
Assa-se, no forno, 13 fatias de berinjela. Depois de assadas unta-se com azeite de dendê; mel de abelhas e ori-da-costa. Arruma-se num alguidar e cobre-se com pipocas. Rega-se com vinho tinto seco. Despacha-se, depois de 13 dias, na beira de um poço que tenha água potável.<br />
- Para agradar Nanã.<br />
13 cebolas roxas descascadas e fritas em azeite doce; 13 espigas de milho verde assadas na brasa; 13 rodelas de aipim cozido com casca; milho torrado e pipoca feita no dendê. Arruma-se, num alguidar, primeiro o milho torrado e as pipocas. Por cima dispõe-se as rodelas de aipim, as espigas e as cebolas. Rega-se com azeite de dendê e deixa-se 13 dias diante de Nanã. Despacha-se no mato.<br />
- Para sorte e proteção de Nanã.<br />
Uma panela de barro média; 13 gemas de ovos de gansa; 13 pimentas-da-costa; 13 búzios; osun; efun; uáji; um pouco de lama de pântano; um pouco de milho torrado; peixe defumado; azeite de dendê; 13 colheres de azeite de amêndoas; os pedidos que se deseja obter escritos em papel de embrulho. Coloca-se o papel dentro da panela e todos os ingredientes por cima; completa-se com canjica branca e deixa-se diante de Nanã por 13 dias. Despacha-se num pântano.<br />
- Para conseguir uma graça. <br />
Metade de uma cabaça bem limpa por dentro; 13 moedas pequeninas; 13 grãos de milho de pipoca que não tenham estourado ao se fazer pipocas para Omolú; 13 pedacinhos de coco seco; 13 sementes de anis estrelado; azeite de dendê; um pouco de melado de cana; azeite de dendê. Escreve-se, num papel qualquer, o que se deseja de Nanã. Coloca-se o papel dentro da cabaça e coloca-se todos os ingredientes por cima. Completa-se com canjica branca e rega-se com água de flor de laranjeira. Deixa-se nos pés de Nanã por 13 dias. Despacha-se nas águas de um rio.<br />
OFERENDAS A OXUMARE<br />
- Para agradar Oxumarê.<br />
Cozinha-se uma batata doce e amassa-se bem, formando uma espécie de purê. Coloca-se a massa dentro de um alguidar de barro e tempera-se com pó de ataré; pó de bejerekun; lelekun e bastante azeite de dendê. Arreia-se para Oxumarê e deixa-se por 15 dias. Despacha-se no mato.<br />
- Para obter uma graça.<br />
Com a massa de uma batata doce cozida, modela-se uma cobra dentro de uma travessa de barro. Ao redor da cobra, arruma-se 15 ovos de galinha nos quais colocou-se, por uma pequena abertura feita numa das extremidades, os seguintes ingredientes (para cada ovo): 1 grão de ataré; 1 semente de fava de aridã; 1 semente de bejerekun e 1 grão de lelekun. Arreia-se diante do Orixá e despacha-se, no dia seguinte, nos pés de uma árvore frondosa.<br />
- Para apaziguar Oxumarê.<br />
Cozinha-se 5 batatas doce, amassa-se e mistura-se ao purê, pó de aridan e sementes de lelekun. Com a pasta obtida modela-se 15 bolas. Depois de prontas as bolas de batata doce, rola-se as mesmas sobre farinha de acaçá até que fiquem bem envolvidas. Numa travessa de barro, arruma-se as 15 bolas ao redor de um pargo assado ao forno. Sobre cada bola de inhame coloca-se uma pimenta ataré, uma moeda e um búzio pequenino. Rega-se com azeite de dendê e deixa-se diante de Oxumarê de um dia para o outro. Despacha-se em água corrente.<br />
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OFERENDAS A XANGÔ<br />
- Para apaziguar Xangô.<br />
Cozinha-se um inhame-da-costa. Com o inhame cozido e descascado faz-se uma massa à qual acrescenta-se: azeite de dendê; mel de abelhas; pó de peixe defumado e orogbô ralado. Depois de bem misturado faz-se seis bolas. Em cima de cada bola se coloca uma moeda de cobre. Arruma-se no centro de uma gamela de madeira e, ao redor, coloca-se seis sapotís (Achras sapota, L.) bem maduros. Deixa-se aos pés do Orixá durante seis dias. Envolve-se num pano vermelho e leva-se aos pés de uma palmeira imperial (Oreodoxa regia).<br />
- Para agradar Xangô. Pega-se seis sapotís maduros, abre-se ao meio, retira-se as sementes e arruma-se numa gamela. Dentro de cada sapotí coloca-se: Seis grãos de milho torrado; seis pedacinhos de coco seco; um orogbô (para cada sapotí); um pouquinho de melado de cana; mel de abelhas; azeite de dendê; um ataré e um pouco de vinho tinto. Deixa-se por seis dias nos pés do Orixá com uma vela acesa, que deve ser renovada todos os dias.<br />
- Para tirar uma pessoa do cárcere.<br />
Um talo de folha de afomã (Ficus Membranacea); um pedaço de galho de cedro (Cedrela mexicana); osun; efun e ori-da-costa. Raspa-se talo de afomã e o galho de cedro. O pó obtido é misturado aos demais ingredientes e com a massa resultante, faz-se uma bola que deverá ficar, por seis dias, dentro da gamela de Xangô. Despacha-se o mais próximo possível do local onde a pessoa estiver detida e, se isto não for possível, no alto de uma pedra de onde se aviste a cidade.<br />
- Para assegurar vitória em questões judiciais.<br />
Embrulha-se, em pano vermelho, seis varetas ou palitos de cedro; seis pimentas ataré; seis grãos de milho torrados; um pouquinho de pó de peixe defumado; um orogbô inteiro e uma folha de cedro. Amarra-se bem amarrado com linha branca e deixa-se dentro da gamela de Xangô. No dia da audiência ou julgamento, a pessoa deve portar o embrulhinho num de seus bolsos.<br />
- Adimú para boa sorte.<br />
Pega-se seis ovos de galinha d'Angola e unta-se as cascas com: Azeite de dendê; mel de abelhas; ori-da-costa; pó de efun e pó de osun. Coloca-se numa gamela ou alguidar de barro e sopra-se, em cima, vinho tinto e aguardente de cana. Deixa-se diante de Xangô por seis dias e depois, passa-se os ovos na pessoa, embrulha-se em pano vermelho e despacha-se aos pés de uma palmeira imperial.<br />
- Para obter uma graça.<br />
Compra-se o romã mais bonito que se puder encontrar, abre-se a fruta ao meio no sentido vertical e retira-se, de seu interior, todas as sementes. Coloca-se, no lugar das sementes, um pouquinho de osun; um pedacinho do talo de comigo-ninguém-pode; um pouquinho de raspa de pó de cedro; um pouquinho de raspa de madeira de irôko; seis ataré; um pouquinho de azeite de dendê; mel de abelhas e um pouquinho de canela em pó. Une-se as duas partes do romã, envolve-se num pedaço de pano vermelho e enrola-se bem, com linha branca. Derrete-se, em banho-maria, uma quantidade de cera de abelhas. Na cera derretida vai-se mergulhando e retirando a bonequinha de pano com a fruta dentro, dando-se voltas para que a cera fique aderida ao tecido. Repete-se a operação até que se transforme numa bolota de cera. Deixa-se secar até que a cera fique bem durinha e, somente então, coloca-se dentro da gamela de Xangô, onde deverá permanecer até que a graça seja alcançada. Depois de atendido o pedido feito ao Orixá, despacha-se a bolota nos pés de uma palmeira real.<br />
- Para agradar Xangô e obter sua proteção.<br />
Arruma-se, numa gamela grande, 12 tomates maduros; 12 laranjas-da-china; 12 bananas-da-terra verdes; um inhame-da-costa; uma cabaça de pescoço; 12 orogbôs; 12 caramelos; 12 fatias de pão e 12 ataré. Rega-se tudo com muito mel de abelhas, vinho tinto e melado de cana. Coloca-se diante de Xangô e deixa-se por 12 dias, renovando a vela diariamente. No fim dos doze dias leva-se a um campo e deixa-se ali.<br />
- Para resolver uma situação impossível.<br />
Gordura de coco, cebola, pimentão vermelho, camarão sêco, cominho, orégano, louro verde, tomates, quiabo, farinha de acaçá e azeite de dendê. Pica-se a cebola, o pimentão, os tomates e os quiabos (estes em rodelinhas bem finas). Coloca-se a farinha para cozinhar, com água, em fogo brando, deixando engrossar um pouquinho. Numa panela à parte coloca-se uma colher de gordura de coco, uma pitada de cominho, uma de orégano, a folha de louro, a cebola picadinha, o pimentão e o tomate. Espera-se cinco minutos e acrescenta-se o camarão sêco, o quiabo e o mingau que foi cozido em separado. Coloca-se um pouco de dendê (se possível a pasta chamada bambarra). Deixa-se cozinhar em fogo brando por aproximadamente uma hora. Quando estiver cozido retira-se do fogo e se derrama tudo numa gamela. Separa-se uma porção num alguidar para ser oferecida a Exú. Depois de entregar-se a parte de Exú, oferece-se o adimú nos pés de Xangô, sacode-se o xeré e vai-se pedindo o que se quer em voz baixa e a cabeça no chão. Acende-se duas velas e, no dia seguinte, despacha-se aos pés de uma palmeira. <br />
OFERENDAS A YEWÁ<br />
- Para agradar Yewá.<br />
Cozinha-se 16 pedaços de mandioca cortados em cubo. Depois de bem cozidos, coloca-se numa panela de barro onde se acrescenta: Melado de cana; mel de abelhas; canela em casca e 8 favas de anis estrelado. Deixa-se ferver em fogo brando durante vinte minutos. Retira-se do fogo e, depois de frio, coloca-se à Yewá, deixando por sete dias com velas acesas. Despacha-se num rio.<br />
- Para conquistar um amor impossível.<br />
Um coração de cera dentro do qual se coloca os nomes das pessoas interessadas, escritos 7 vezes, um ao lado do outro. O papel, depois de escrito, é enrolado em forma de canudo e atravessado por sete agulhas de cozer. Coloca-se o tubinho dentro do coração de cera e acrescenta-se: Uma folha de abre caminho; uma folha de elevante; sete pétalas de rosa vermelha; um pedaço de talo de comigo-ninguém-pode; um pouco de pó de osun; pó de peixe defumado; milho torrado; azeite de dendê e mel de abelhas. Coloca-se o coração dentro de uma panelinha de barro, completa-se com azeite de oliva e entrega-se ao Orixá, com uma vela de sete dias acesa e pedindo-se o que se quer. Despacha-se num rio.<br />
- Para obter uma graça.<br />
Cozinha-se sete raízes de mandioca pequenas, descascadas. Arruma-se numa travessa de barro e cobre-se com: melado de cana; açúcar mascavo; uma pimenta da costa em cima de cada raiz de mandioca; pedaços de coco cortados em tiras finas e mel de abelhas. Arreia-se diante de Yewá e despacha-se, sete dias depois, numa lagoa de água doce.<br />
- Para agradar Yewá.<br />
Numa tábua nova e limpa que flutue, coloca-se um pargo sem escamas, do qual foram retiradas todas as entranhas. Dentro do pargo coloca-se: Um papel no qual se escreveu o que mais se deseja na vida; um pouco de pipoca; 7 grãos de pimenta-da-costa; sete pedacinhos de coco seco; osun; lelekun; sete pétalas de rosa vermelha; mel de abelhas e azeite de dendê. Costura-se a barriga do peixe, coloca-se em sua boca um anzol de pesca e arruma-se, em cima da tábua, com sete velas acesas em volta. Entrega-se nas águas de uma lagoa, que sejam tranqüilas, para que a tábua flutue na superfície. Este adimú tem que ser oferecido à noite, com céu estrelado e lua crescente.<br />
- Para se obter uma graça.<br />
Prepara-se uma boa quantidade de pipocas, arroz branco cozido e canjica cozida. Coloca-se, numa travessa de barro, primeiro uma camada de arroz; por cima, uma camada de canjica e, finalmente, a pipoca. Sobre tudo isto, espalha-se uma boa porção de camarões fritos em azeite de dendê (sem limpar, apenas lavados). Rega-se com azeite de dendê e enfeita-se com rodelas de tomate. Arreia-se aos pés de Yewá por sete dias com duas velas acesas. Despacha-se, à noite, aos pés de uma árvore que dê flores.<br />
- Para se obter proteção.<br />
Pega-se um peixe de tamanho médio que se limpa e corta em postas. Com a cabeça do peixe prepara-se um pirão de farinha de mandioca, ao qual se acrescenta folhas de coentro e alguns grãos de ataré. As postas são cozidas com pimentão; coentro; anis estrelado em pó e gengibre ralado. À parte, frita-se em azeite dendê, sete camarões grandes, com cabeça e casca. Forra-se uma travessa de barro com bastante folhas de alface, sobre elas derrama-se o pirão depois de frio; arruma-se as postas de peixe e coloca-se por cima os camarões fritos. Bate-se as claras de sete ovos até que atinjam o "ponto-de-neve" e com isto, cobre-se todo o adimú. No centro, sobre a clara, coloca-se um obi de quatro gomos aberto. Este adimú deve ser entregue à Yewá na beira de um lago ou rio de águas mansas e limpas, em noite de céu estrelado. Os pedidos que forem feitos são endereçados ao firmamento e o adimú, antes de ser arriado, deve ser mostrado aos quatro pontos cardeais, começando-se pelo este, depois o norte, o oeste e o sul.<br />
- Para apaziguar Yewá.<br />
Prepara-se uma papa de milharina vermelha temperada com coentro. Refoga-se em azeite de dendê, cebola branca bem picadinha e uma porção de camarões secos. Coloca-se, numa travessa de barro, primeiro a papa de milharina e, por cima dela, os camarões secos refogados. Rega-se com dendê e enfeita-se com sete ovos cozidos cortados em rodelas. Sobre cada rodela de ovo cozido coloca-se um pouquinho de cebola branca ralada. No meio coloca-se um tomate cortado em quatro, sem as sementes, dentro do qual se coloca um obi de quatro gomos. Arreia-se nos pés de Yewá com velas acesas e despacha-se, depois de sete dias, nas margens de um rio de águas limpas.<br />
- Para agradar Yewá.<br />
Torra-se feijão fradinho, milho vermelho e amendoim. Coloca-se num alguidar e cobre-se com mel de abelhas, vinho branco e canela em pó. Arreia-se aos pés do Orixá ou na beira de um lagoa, com duas velas acesas.<br />
OFERENDAS À OIYÁ<br />
- Adimú para agradar Oyá.<br />
Frita-se, no dendê, nove peixes de água doce pequenos. Arruma-se numa travessa de barro. Prepara-se, à parte, um molho com: cebola branca; pimentão vermelho; pimenta do reino; tomate; vinho tinto e camarão seco. Pronto o molho, derrama-se sobre os peixinhos fritos e enfeita-se com folhas de alface. Deixa-se nos pés de Oyá por quatro dias e despacha-se num bambual.<br />
- Para obter proteção de Oyá.<br />
Descasca-se 9 cebolas roxas das pequenas e frita-se, inteiras, em azeite de dendê. Coloca-se as cebolas e o óleo que sobrou da fritura numa panela de barro e, por cima, coloca-se: Milho torrado; feijão fradinho torrado; vários pedacinhos de coco seco; um copo de vinho rosado; um pouquinho de melado de cana; pó de ataré e pó de osun. Entrega-se diante do igbá ou dentro de uma mata.<br />
- Para obter uma graça qualquer.<br />
Escolhe-se 9 berinjelas bem bonitas, abre-se e frita-se, ligeiramente, em azeite de dendê. As berinjelas serão recheadas com o seguinte: Cozinha-se um pouco de feijão fradinho descascado e amassa-se bem amassadinho. À massa de feijão acrescenta-se cebola branca bem picadinha; camarão seco moído; ataré em pó e osun. Mistura-se bem estes ingredientes à massa de feijão fradinho e recheia-se as berinjelas. Arruma-se tudo numa travessa de barro, rega-se com azeite de dendê e arreia-se nos pés do Orixá. Despacha-se quatro dias depois, no local indicado pelo jogo.<br />
- Para que Oyá trabalhe em uma determinada questão.<br />
Prepara-se um bom molho com pimentão, tomate, cebola, alho e azeite de dendê. Prepara-se 9 acarajés. Sobre cada acarajé coloca-se um grão de ataré e uma moeda de cobre. Arruma-se os acarajés numa travessa de barro forrada com folhas de bambu e rega-se tudo com o molho. Arreia-se aos pés de Oyá e despacha-se, depois de 4 dias num bambual.<br />
- Para que Oyá cale uma pessoa faladeira.<br />
Dentro de uma língua de vaca, coloca-se: 9 grãos de ataré; 9 agulhas; uma pitada de osun; 4 grãos de milho torrado; 4 pedacinhos de casca de irôko e azeite de dendê. Enrola-se a língua muito bem enrolada com linha vermelha; coloca-se num prato ou alguidar de barro e deixa-se aos pés de Oyá por quatro horas sem acender velas. Transcorridas as quatro horas, pega-se a língua, leva-se a um pé de flamboayant(Poinciana regia) e amarra-se num de seus galhos.<br />
- Para afastar uma pessoa sem que haja briga.<br />
Pega-se um pé de boi (comprado no açougue); retira-se uma parte do tutano e coloca-se ali: O nome da pessoa que se quer ver pelas costas escrito no mesmo papel em que o pé de boi foi embrulhado; 9 grãos de ataré; 9 agulhas; 9 gotas de azougue; 2 penas de asa de andorinha; uma aleta (nadadeira) de peixe; pó de estrada e areia da praia. Enrola-se o pé num pano vermelho, amarra-se bem amarrado com linha vermelha. Arruma-se tudo numa travessa de barro e apresenta-se à Oyá, sem arriar. Pede-se o afastamento da pessoa (nunca o seu mal), leva-se para o quintal ou para qualquer lugar fora de casa e enterra-se o embrulho.<br />
- Para dificuldades financeiras.<br />
Prepara-se um boa quantidade de pipocas feitas no azeite de dendê, coloca-se num balaio e oferece-se à Oyá junto com Obaluaye. Prepara-se, em vasilhas separadas para cada Orixá, uma mistura de vinho seco com canela em pó e mel de abelhas. Acende-se uma vela para cada Orixá e despacha-se na porta do cemitério.<br />
- Para evitar aborto com a proteção de Oyá.<br />
Escolhe-se uma berinjela grande e bonita, corta-se em 9 fatias, frita-se em óleo de amêndoas. Corta-se, ao meio, uma cabaça de pescoço, limpa-se por dentro e arruma-se ali as rodelas de berinjela fritas. Tempera-se com pó de peixe defumado, pó de preá; osun e efun. A cabaça é fechada e amarrada com fita vermelha. Coloca-se num alguidar e deixa-se diante do igbá de Oyá até o final da gravidez. Depois que a criança nascer deve ser mostrada ao Orixá e só então, a cabaça será despachada num pé de akokô.<br />
- Para obter uma graça.<br />
Frita-se 9 pedaços de mandioca cortados em rodela (não retirar a casca). Os pedaços de mandioca são fritos em azeite de dendê, em fogo brando para que fiquem bem passadinhos. Num alguidar arruma-se: Os 9 pedaços de mandioca fritos; 9 espigas de milho verde descascadas e limpas; 9 acarajés; 9 obís vermelhos (de quatro gomos); milho torrado; feijão fradinho torrado; azeite de dendê; mel de abelhas e pó de efun. Deixa-se 9 dias diante de Oyá e despacha-se numa praça pública com 9 velas acesas.<br />
- Para ter sucesso numa empreitada.<br />
Prepara-se uma massa idêntica à do acarajé e deixa-se de lado. Prepara-se um molho com cebola roxa; cominho; orégano; camarão seco; vinho tinto e azeite de oliva. Com a massa do acarajé, prepara-se 9 bolinhos com a forma de pãezinhos, sem contudo fritá-los; arruma-se os bolinhos numa travessa de barro e espalha-se o molho por cima. Depois acrescenta-se: milho torrado; azeite de dendê; óleo de amêndoas e pimenta-da-costa. Coloca-se o adimú diante do Orixá por 9 dias e despacha-se, depois, dentro de uma mata.<br />
- Para unir duas pessoas.<br />
Corta-se ao meio uma maçã vermelha; retira-se as sementes e um pouco da polpa, fazendo um buraco onde se introduz: Um papel com os nomes das pessoas; um pedacinho de folha de comigo-ninguém-pode; um pedacinho de abre-caminho; um pouquinho da poeira da frente das casas das duas pessoas. Fecha-se a maçã, amarra-se com fita vermelha dando nove voltas e, em cada volta, um nó. A maçã é colocada num prato e regada com mel de abelhas, depois do que, é oferecida ao Orixá com os pedidos correspondentes. Despacha-se aos pés de um flamboayant depois de quatro dias.<br />
- Para alcançar o impossível.<br />
Coloca-se numa cesta diante de Oyá, os seguintes ingredientes: 9 berinjelas; 9 ecós; 9 acarajés; 9 ovos de galinha d’Angola; 9 espigas de milho verde descascadas; 9 jambos (Eugenia malacenses); 9 obís; 9 pedaços de coco seco e 9 favas de ataré inteiras. Todos os dias, durante 9 dias, a pessoa pega um de cada componente colocado na cesta, passa no corpo, transfere para um alguidar colocado ao lado e acende uma vela pedindo o que deseja. No nono dia pega o alguidar, leva para um bambual e arria ali, com nove velas acesas. <br />
OFERENDAS A OMOLU / OBALUAYE<br />
- Para agradar Omolu.<br />
Cozinha-se, em água de poço sem sal, meio quilo de tremoços (lupinus luteus). Pega-se os tremoços já cozidos, coloca-se numa panela de barro e junta-se uma cebola roxa picada; cominho em grãos; uma folha de louro; um pouquinho de orégano; um pouco de gengibre ralado e azeite de dendê. Deixa-se ferver por meia hora e coloca-se, dentro da panela, uma porção de fubá de milho vermelho bem fino. Vai-se mexendo enquanto cozinha, até que engrosse como um mingau. Retira-se do fogo e, depois de frio, oferece-se a Omolu na mesma panela. Depois de sete dias leva-se à uma mata e se enterra com panela e tudo.<br />
- Para problemas de saúde.<br />
Pega-se 7 arenques defumados, arruma-se dentro de um prato de barro e se tempera com azeite de dendê; mel de abelhas; melado de cana e vinho tinto seco. Arreia-se diante de Omolu e, depois de sete dias, passa-se o prato com o adimú no corpo da pessoa enferma, leva-se a uma mata e enterra-se com tudo.<br />
Para saúde.<br />
Pega-se 14 pãezinhos de sal frescos, passa-se no corpo da pessoa e vai-se arrumando num alguidar de barro. Depois que todos os pães já estiverem no alguidar rega-se com azeite de dendê e vinho tinto seco, salpicando-se por cima pó de efun. Deixa-se diante do Orixá durante sete dias, findos os quais, retiram-se os pães substituindo-os por outros, agindo sempre da mesma forma. Os pães retirados são levados e despachados na porta do cemitério. A operação deve ser repetida até que a pessoa fique curada.<br />
- Para agradar Omolú.<br />
Cozinha-se uma quantidade de tremoços misturada com a mesma porção de feijão fradinho. Depois de cozida a mistura, coloca-se num alguidar de barro e tempera-se com azeite de dendê, pó de peixe defumado; pó de preá defumada; azeite de amêndoas e vinho tinto. Cobre-se com uma porção de pipocas estouradas em azeite de dendê. Deixa-se diante do Orixá por sete dias e despacha-se no mato. <br />
- Para obter uma graça.<br />
Pega-se sete berinjelas, parte-se ao meio e frita-se ligeiramente em azeite de dendê. Arruma-se os 14 pedaços de beringela num recipiente de barro e, sobre cada um, coloca-se uma bolinha de ori-da-costa com um grão de ataré em cima. Tempera-se com azeite de dendê, melado de cana e vinho tinto. Cobre-se com pipocas feitas na areia e arreia-se nos pés de Omolú, deixando por sete dias. Despacha-se nos pés de uma árvore dentro da mata.<br />
- Para obter uma graça.<br />
Prepara-se o mesmo adimú descrito no item anterior, substituindo as beringelas por cebolas roxas. O procedimento é absolutamente idêntico.<br />
- Para obter a proteção de Omolu.<br />
Torra-se, bem torrada, uma mistura de milho vermelho; feijão fradinho; feijão preto; tremoços; arroz com casca, amendoim e milho branco. Coloca-se tudo dentro de uma cabaça aberta no pescoço. Acrescenta-se 14 búzios fechados e todos os grãos de ataré contidos numa fava. Coloca-se ainda, pó de osun, uáji, pó de efun, aridã ralada, 14 grãos de lelekun, 14 favas de bejerekun, um pedacinho de carvão vegetal, pó de peixe defumado e pó de cotia defumada. Fecha-se a cabaça enrolando-a toda com palha-da-costa. Deixa-se por 14 dias diante do Orixá e depois, pendura-se atrás da porta de casa ou do local de trabalho.<br />
- Para proteção no trânsito.<br />
O mesmo trabalho descrito acima, usando-se uma cabacinha pequena que possa ser pendurada no retrovisor de um carro. Neste caso, todos os ingredientes podem ser utilizados em uma única unidade, em vez de quatorze.<br />
- Para evolução financeira.<br />
Assa-se no forno 13 pedaços de inhame com casca. Depois de assados unta-se com azeite de dendê, mel de abelhas e ori-da-costa. Arruma-se num alguidar e cobre-se com pipocas. Rega-se com vinho tinto seco. Despacha-se, depois de sete dias, na mata.<br />
- Para agradar Omolu.<br />
Sete cebolas roxas descascadas e fritas em azeite doce; sete espigas de milho verde assadas na brasa; sete rodelas de pão de sal; sete rodelas de aipim cozido com casca; milho torrado; tremoços e pipoca feita no dendê. Arruma-se num alguidar, primeiro o milho torrado e os tremoços. Por cima dispõe-se as rodelas de aipim, as fatias de pão, as espigas e as cebolas. Rega-se com azeite de dendê e cobre-se com as pipocas. Deixa-se sete dias diante de Omolu e despacha-se no mato.<br />
- Para progredir na vida.<br />
Cozinha-se sete bananas da terra, retira-se as cascas e amassa-se bem com um garfo. À banana amassada adiciona-se mel e um pouquinho de azeite de dendê. Mistura-se bem, sempre amassando e mexendo com um garfo. Coloca-se a massa dentro de um alguidar, arruma-se por cima sete fatias de pão e cobre-se com pipocas feitas na areia. Tempera-se com azeite de dendê e vinho tinto. Deixa-se nos pés do Orixá de um dia para o outro e despacha-se no mato.<br />
- Para apaziguar Omolú.<br />
Sete frutas-de-conde (Anona squamosa, L.); sete bananas da terra e sete espigas de milho verde sem casca. Arruma-se num alguidar e rega-se com melado de cana e vinho tinto seco. Despacha-se, depois de sete dias, próximo a um formigueiro.<br />
- Para obter uma graça.<br />
Numa cesta de palha arruma-se sete frutas-pão (Artocapus incisa); sete frutas-do-conde; sete espigas de milho secas; setes bananas da terra maduras; sete tamarindos (Tamarinus indica, L.); sete obís e sete orogbôs. Enfeita-se a gosto com folhas de canela-de-velho (Zinnia Elegans) e deixa-se por sete dias diante do Orixá. Despacha-se no mato.<br />
OFERENDAS A OBATALÁ<br />
- Merengue para agradar Obatalá.<br />
Bate-se oito, dez ou dezesseis claras de ovos em neve. Com as clara faz-se um monte sobre o qual se coloca uma pitadinha de efun e, ao redor, um obi branco de quatro gomos aberto, (cada pedaço do obí deve ficar de um lado do prato, em forma de cruz. Arreia-se aos pés de Obatalá pedindo o que se quer. (Para Oxaguian, faz-se com 8 claras, para Oxalufan, com dez ou dezesseis).<br />
- Para apaziguar Obatalá.<br />
Vira-se ao contrário a tampa da sopeira de Obatalá, deixando-a sobre a sopeira. Forra-se o interior da tampa com algodão em rama. Bate-se oito, dez ou dezesseis claras de ovos como na receita anterior. Coloca-se o merengue (claras batidas em neve), sobre o algodão na tampa da sopeira, de modo que forme um monte. Salpica-se pó de efun no alto do monte de claras. Acende-se 8, 10 ou 16 velas brancas. No dia seguinte, recolhe-se o adimú, envolve-se num pano branco, e despacha-se numa mata limpa, em local protegido dos raios solares. A tampa, depois de lavada, fica no seu lugar normal.<br />
- Para reverenciar Obatalá. Cozinha-se uma boa quantidade de canjica, lava-se em água corrente e escoa-se bem, deixando por algum tempo numa peneira, até que fique bem sequinha. Coloca-se numa tigela branca e rega-se com água de flor-de-laranjeira. Cobre-se com algodão em rama. Por cima do algodão, coloca-se um obí branco de quatro gomos aberto.<br />
- Para agradar Obatalá.<br />
Procede-se da mesma forma acima descrita, só que, sobre o algodão, coloca-se quatro de pedaços de coco (sem as películas pretas) e, sobre eles, uma bolinha de ori-da-costa misturada com pó de efun. Pode-se, se quiser, cobrir tudo com merengue.<br />
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- Para agradar Obatalá.<br />
Prepara-se 8, 10 ou 16 acaçás. Cozinha-se uma boa quantidade de canjica que, depois de bem lavada e escorrida, é colocada numa bacia branca de ágata ou de louça. Arruma-se, sobre a canjica, um número de folhas de saião (Kalanchoe brasiliensis), que corresponda ao número de acaçás que se vai oferecer. Sobre cada folha, coloca-se um acaçá aberto. Em cima de cada acaçá coloca-se um búzio e um pouquinho de mel de abelhas. Deixa-se nos pés do Orixá de um dia para o outro e despacha-se em água corrente limpa. (A bacia volta para casa).<br />
- Para problemas de caminhos fechados. Cozinha-se uma boa quantidade de canjica e separa-se a água em que foi cozida. Coloca-se a canjica numa tigela branca grande. Pega-se um igbín, meio metro de morim branco, uma garrafa com água de chuva e uma vela branca grande. Leva-se tudo ao alto de um morro e, num lugar limpo sob a sombra de uma árvore, arreia-se a tigela com a canjica sobre o pano branco. Molha-se o igbín, e coloca-se sobre a canjica dentro da tigela. Despeja-se o resto da água sobre o igbín, já sobre a tigela. Acende-se a vela, bate-se cabeça pedindo-se à Obatalá que, assim como aquele igbín vai encontrar seu caminho dentro da mata, que o caminho da pessoa seja aberto para o progresso, a paz e a harmonia. Ao retornar, toma-se banho com a água da canjica cozida misturada com água de poço. Veste-se roupa branca durante três dias e observa-se resguardo de boca e de corpo.<br />
- Para obter uma graça.<br />
Frita-se 8, 10 ou 16 peixinhos brancos em óleo de girassol (Heliantus annuus). Cozinha-se arroz branco, como se fosse para comer, sem usar sal. Coloca-se o arroz cozido, depois de frio, num prato branco e sobre ele arruma-se os peixinhos fritos com as cabeças viradas para fora. No centro, sobre o arroz, coloca-se um pãozinho de trigo inteiro, regado com mel de abelhas. A pessoa que oferece o adimú deve, depois de entregá-lo, comer um pouquinho do arroz, retirando-o do prato, sem usar as mãos, diretamente com a boca.<br />
- Para proteção.<br />
Cozinha-se um inhame-da-costa. Descasca-se, depois de cozido, e amassa-se bem, fazendo uma espécie de purê. Com a massa obtida, modela-se com as mãos, 8, 10 ou 16 bolas, em cada bola espeta-se uma moeda branca. Derrete-se uma porção de ori-da-costa e escorre-se um pouco do óleo sobre cada uma das bolas de inhame. Acrescenta-se pó de efun e cobre-se tudo com algodão em rama. Deixa-se nos pés de Obatalá por quatro dias e despacha-se aos pés de uma árvore frondosa, dentro da mata. <br />
- Para recuperar a saúde.<br />
Pega-se oito ovos de galinha-d'angola, unta-se com ori-da-costa e pó de efun. Arruma-se os ovos dentro da tampa da sopeira de Obatalá virada ao contrário. Todos os dias, logo pela manhã, passa-se um ovo na pessoa doente e se coloca num prato no chão. Quando se tiver feito a mesma coisa com o último ovo, embrulha-se num pano branco, leva-se dentro de uma mata e bate-se com o embrulho no tronco de uma árvore bem grande, até sentir que os ovos se quebraram, deixa-se o embrulho aos pés da árvore e sobre ele, uma quantidade de moedas correspondente ao número de ovos utilizados.<br />
- Para resolver qualquer dificuldade.<br />
Pega-se uma fruta pão que se abre em quatro, ao comprido, sem deixar que as partes se separem. Coloca-se a fruta aberta num prato branco, acrescenta-se arroz cru, coco ralado, mel de abelhas e pó de casca de ovos. Cobre-se tudo com algodão em rama e deixa-se diante de Obatalá por 10 dias, renovando, diariamente, a vela acesa. Despacha-se, envolto em pano branco, no alto de um morro.<br />
- Para tirar uma pessoa da prisão.<br />
Pega-se dois pombos brancos, lava-se para que fiquem bem limpinhos (usar na água, ervas de Obatalá), deixa-se os bichos, por três dias, presos numa gaiola em frente ao igbá do Orixá. No terceiro dia, leva-se as aves para o quintal, amarra-se no pé direito de uma delas o nome da pessoa que se deseja ver livre e, na outra, o endereço do local onde está presa. Solta-se os pombos sem jogá-los para o alto. Os pombos devem ser colocados no chão até que resolvam alçar vôo, não podem ser enxotados nem espantados, é preciso que permaneçam no local o tempo que quiserem.<br />
- Para que Obatalá faça justiça.<br />
Oito, dez ou dezesseis espigas de milho verde bem tenras. Assa-se as espigas num braseiro e, quando estiverem assadas, unta-se com ori-da-costa e mel de abelhas. Coloca-se numa travessa branca, salpica-se bastante pó de efun e pó de lírio fiorentino; cobre-se tudo com algodão e se oferece a Obatalá, no alto de um morro à sombra de um arvoredo, com tantas velas acesas quantas forem as espigas oferecidas.<br />
- Para obter prosperidade.<br />
Retira-se a casca de um coco seco; rala-se a polpa e coloca-se numa tigela grande. Junta-se à isso um copo de leite de cabra, oito colheres de mel de abelhas; oito folhas de saião e uma bola de efun desfeita em pó. Bate-se bem a mistura no liqüidificador. Depois de bem batida, coloca-se a mistura num tigelão branco, cobre-se a tigela com algodão em rama e enche-se um prato com arroz branco cru. A tigela com o líquido é colocada dentro do prato, sobre o arroz. Coloca-se, junto ao arroz, uma boa quantidade de moedas. Deixa-se nos pés de Obatalá, de um dia para o outro, com uma vela acesa. No dia seguinte, despeja-se o líquido da tigela num balde, acrescenta-se água de poço e toma-se um banho da cabeça aos pés. O arroz deve ser cozido para ser comido normalmente, com todos os temperos comuns. As moedas são atiradas dentro do poço de onde se retirou a água para o banho.<br />
- Adimú de frutas.<br />
Obatalá é um Orixá que pode ser facilmente agradado com frutas. Dentre as diversas frutas que podem ser oferecidas em seus adimús, destacamos: Coco verde ou seco, (sempre que se oferecer coco seco a Obatalá, é imprescindível que se retire a película escura que fica agarrada à polpa da fruta); uvas brancas ou rosadas; laranja lima; lima da Pérsia; fruta-do-conde; melão; mamão; fruta-pão (uma de suas preferidas); pêssegos; frutas secas como: passas; tâmaras; figos; nozes; avelãs etc. (Observação: as frutas demasiadamente ácidas ou de cascas e polpas vermelhas ou pretas, devem ser evitadas).<br />
O USO DO COCO<br />
Os povos do Caribe (particularmente os cubanos), pela impossibilidade de obterem o obi, passaram a utilizar o coco em sua substituição, inclusive num tipo de jogo denominado "Oráculo de Biaguê", onde quatro pedaços de coco são usados em substituição aos quatro segmentos do obi. <br />
A utilização do coco é de tal forma popularizada, que este vegetal chega a ser chamado de obí, designando-se o verdadeiro obí, como obí-kola. O coco é utilizado como oferenda principal aos Orixás, Eguns, Exús e até mesmo a Ori, entrando em muitas formas de borí.<br />
Quando Obatalá, dono do coco, reuniu todos os Orixás para dar-lhes mando e hierarquia, isto foi feito embaixo de um coqueiro. Obatalá colocou aos pés de cada Orixá um coco partido, por isso, todos os Orixás têm direito ao coco, embora o coco inteiramente descascado, seja um direito exclusivo de Obatalá.<br />
Todos os Orixás sentaram-se ao redor do coqueiro para ouvirem com muito respeito e atenção as instruções de Obatalá, com exceção de Obaluaye que se mostrou relutante em aceitar as ordens e orientações que lhe eram dirigidas. Obatalá no entanto, conseguiu convencê-lo e, com muita paciência, fez com que acatasse suas ordens e orientações. Desde então, não é possível que se proceda a nenhum ritual sem que se ofereça antes, coco aos Eguns e aos Orixás. <br />
AS OFERENDAS DE COCO.<br />
Sempre que se quiser oferecer coco a Egun, Exú ou Orixá, o seguinte procedimento deve ser adotado:<br />
Escolhe-se um coco maduro, rompe-se a casca externa, retira-se a parte comestível e joga-se a casca grossa fora.<br />
A casca mais fina (espécie de película que fica agarrada à parte branca) é mantida, exceto quando a oferenda é destinada à Obatalá, quando somente a parte branca é ofertada). Corta-se quatro pedaços de tamanhos mais ou menos equivalentes, lava-se bem estes quatro pedaços, coloca-se num prato branco com a parte branca virada para cima e arreia-se no pé do Orixá ao qual se destina o sacrifício. Os mesmos quatro pedaços de coco oferecidos são utilizados no jogo para saber se o sacrifício foi ou não aceito.<br />
Para cada entidade, embora o procedimento seja o mesmo, existe uma saudação diferente, de acordo com o que se segue:<br />
Para Elegbara:<br />
Laroye aki loju Bara Barabá <br />
Exú ború ború, Exú boiyá, Exú boxixe!<br />
Exú Bara Barakikenio!<br />
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Para Ogun:<br />
Oun xibiriki ala Oluo kobu kobu,<br />
Oké babá mi siú birikí<br />
Kpalo to ni gba <br />
Osun du rogágo la bo sie!<br />
Para Oxóssi:<br />
Oxóssi Odé mata ata mata <br />
Sí du ró du ró mata!<br />
Para Xangô:<br />
Elueko Asósain a kata jéri jéri.<br />
Kawo Kabiesile! <br />
Ala tutan, ala layi apendé ure<br />
Alafia kisieko tu ni <br />
Yeyeni ogan gelé<br />
Yuo okuré ari kasagun.<br />
Para Ibeji:<br />
Ibeji oro omó kueo Orunla,<br />
Apetebi ajai ainá Alaba igbe, Idoú, Kainde!<br />
Para Iyemanjá:<br />
Iya mi o atara magba mio jójoo ,<br />
Axere Ogun Ayaba igba odún; Omi o Iyemanjá asaiyabi Olokun,<br />
Aboyo, aboyo yogun ewo<br />
Aya balo ewo mi emi boxe<br />
Iya olomi akara biaye<br />
Iyemanjá igbere ekun asayabio<br />
Olokun ya bi elede omó ariku<br />
Alalajara de yuoma kamariku<br />
kamari arun, kamari ejo.<br />
Kamari ofo, kamari yen bipene.<br />
Para Oiya:<br />
Iyansan Orire omá lélu Oiya kojé kofiedeno.<br />
Oiya aji lo da aji me mo omi enti omó kpe aye. <br />
Orunla mio talembe mi lo jekuá jei Iyansan.<br />
Iyansan oro Iku jéri obini dodo.<br />
Para Inle:<br />
Inle Maku e o ara kabo<br />
Atagba ni le aragba<br />
Inle aragbanile.<br />
Para Oxun:<br />
Oxun igba Iyami o! <br />
Igba Iyami o!<br />
Iko bo si Iyami gbasi, Iyami mo.<br />
Iyalode ogbido abala abe de bu omi male ado<br />
Elegbeni kikirisokede<br />
To xe ni kpele kpele Yeye moro.<br />
Para Obatalá:<br />
Obatalá Obatasi<br />
Obada bada badanera<br />
Ye okulaba okualá. Axé Olobo<br />
Axé omó, Axé ku Baba.<br />
Obatalá dibenigba binike<br />
Ala lolaá axé afiju<br />
Oxa ai lala <br />
Abi koko. Ala ru mati le.<br />
(O coco oferecido a Obatalá, deve ser completamente branco, ou seja, é imprescindível que a película escura que o envolve seja total e cuidadosamente retirada e que, depois disto, os pedaços a serem oferecidos sejam muito bem lavados até que fiquem imaculadamente brancos).<br />
Para Obaluaye:<br />
Obaluaye ogoro nigá, iba eloni. <br />
Agba litasa Baba Singbe, iba eloni. <br />
Ogoro Xamponan. Ago.<br />
Para os ancestrais (eguns):<br />
Axé Baba adagba, <br />
Axé Babadona Orun <br />
Adiatoto adafun ala kentagbada omó aye.<br />
Agô. 1 <br />
1 - As saudações aqui contidas foram coletadas com a colaboração de sacerdotes da Santeria de Cuba, onde o hábito de oferecer-se coco aos Orixás é muitíssimo difundido. O idioma yoruba no qual originalmente seriam feitas sofreu deturpações e modificações através dos tempos, influenciado que foi pelo espanhol, língua oficial daquele país. Tentamos de todas as formas ser o mais fiel possível àquilo que nos foi cedido tão gentilmente, e, por este motivo, publicamos os textos com a ortografia exata dos originais.<br />
LAMPARINAS MILAGROSAS<br />
Uma forma eficaz de se agradar os Orixás, muito usada na antigüidade, são as lamparinas à eles acesas. As mais tradicionais casas de Umbanda, ainda preservam, embora de forma quase imperceptível, este hábito muito eficiente para a obtenção de graças e favores dos Orixás.<br />
A facilidade de obter-se velas industrializadas fez com que, gradativamente, este costume fosse abandonado e quase totalmente esquecido. Devemos ressaltar, no entanto, que as lamparinas são também consideradas como adimús, encontrando-se no mesmo nível como oferendas eficazes e que não podem cair no esquecimento, substituídas por velas de parafina que só significam, para os Orixás, a presença do elemento fogo, não representando portanto, um sacrifício completo como é o caso das lamparinas.<br />
Na tentativa de resgatar este rito, que como tantos outros foram deixados de lado, apresentamos neste trabalho, uma coletânea de lamparinas quase que totalmente esquecidas no Brasil mas que funcionam de forma eficiente e rápida, conforme pudemos verificar nas Santerias de Cuba, no culto de Palo Mayombe, e nas diversas manifestações religiosas afro-americanas existentes no Caribe.<br />
Esperamos estar contribuindo mais um pouco, na substituição do sacrifício animal de forma desregrada e abusiva como vem sendo praticado por sacerdotes que, infelizmente, não conhecem o verdadeiro sentido nem o momento exato em que tais sacrifícios tornam-se insubstituíveis. <br />
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LAMPARINAS PARA EGUN<br />
- Para proteção de Egun.<br />
Uma panela média de barro; 9 pimentas-da-costa; um copo de água de chuva; um copo de água de poço; água de rio; 3 colheres de mel-de-abelhas; 3 colheres de melado de cana; 3 colheres de azeite de dendê; uma pitada de pó de peixe defumado; 9 grãos de milho torrado; uma lata de azeite de oliva. Misturar todos os ingredientes dentro da panela de barro deixando o azeite de oliva para o fim. Colocar 9 mechas e acender para Egun. Depois de 9 dias, despachar no cemitério.<br />
- Para afastar um malefício.<br />
Uma cabaça grande; 9 gemas de ovos; 9 grãos de milho torrados; 9 grãos de pimenta-da-costa; 9 grãos de feijão fradinho; um pedacinho de talo de comigo-ninguém-pode; um pedacinho de galho de quebra-mandinga; uma lata de azeite de oliva. <br />
Abre-se a cabaça em cima, limpa-se bem retirando todas as sementes de seu interior; coloca-se dentro os ingredientes deixando o azeite de oliva para o final; acende-se uma mecha de algodão e deixa-se, por 9 dias, nos pés de Egun. Despacha-se no cemitério.<br />
- Para boa sorte.<br />
Um recipiente de cristal grosso; 9 colheres de vinho tinto; 9 colheres de vinho branco; 9 colheres de emú (vinho de palma); 9 pedacinhos de coco seco; 9 grãos de ataré; pó de peixe defumado; um pouco de osun; um pouquinho de areia de rio; um pouquinho de terra da frente de casa; uma lata de azeite de oliva.<br />
Arruma-se tudo dentro do cristal, segundo a ordem da relação acima. Acende-se 9 mechas e deixa-se nos pés de Egun durante 9 dias. Despacha-se no cemitério.<br />
- Para destruir um inimigo<br />
Uma panela de barro de tamanho médio; um pouco de osun; um pouco de efun; um pouco de uáji; pó de peixe defumado; pó de preá defumado; um pouco de azeite de dendê; um pouco de óleo de rícino; um pouco de sumo de folhas de comigo-ninguém-pode (substância venenosa que requer cuidado no manuseio); um pouquinho de terra de cemitério; um pedaço de galho de abre caminho e o nome da pessoa escrito 9 vezes em papel de embrulho grosseiro. Ateia-se fogo ao papel com o nome escrito, já dentro da panela de barro. Coloca-se os ingredientes dentro da panela, sobre as cinzas e completa-se com azeite de oliva. Acende-se 9 mechas deixando que queimem por 9 dias. Despacha-se no cemitério.<br />
LAMPARINAS PARA EXÚ<br />
- Para obter proteção de Exú.<br />
Dentro de uma cabaça bem limpa, coloca-se o seguinte: 7 roletes de cana; milho torrado; 3 moedas; azeite de amêndoas; azeite de dendê; pó de peixe defumado; pó de preá defumada; aguardente de cana e azeite de oliva. Arruma-se tudo dentro da cabaça, acende-se uma mecha e deixa-se queimar por 7 dias diante de Exú. Despacha-se na encruzilhada.<br />
- Para criar dificuldades na vida de alguém.<br />
Numa cabaça bem limpa coloca-se: Uma foto da pessoa que se pretende prejudicar; 7 colheres de sal de cozinha; o suco de 7 limões; 7 gotas de azougue; 7 gotas de alcatrão; 7 gotas de amônia; um pouco de óleo de rícino e azeite de oliva. Acende-se 3 mechas que deverão queimar por 11 dias diante de Exú, (trocar e completar o azeite sempre que necessário). Despacha-se no cemitério, o mais próximo possível do sino que anuncia a entrada de um enterro.<br />
LAMPARINAS PARA OGUN<br />
- Para obter uma graça.<br />
Uma panela de barro; 7 pimentas-da-costa; 7 grãos de milho torrado; pó de peixe; pó de preá defumado; 7 colheres de mel; um cálice de emú (pode ser substituído por gin); azeite de oliva. Coloca-se tudo dentro da panela; acende-se uma mecha e deixa-se por 7 dias diante de Ogun. Despacha-se na linha do trem.<br />
- Para perturbar a vida de alguém.<br />
Uma panela de barro; azeite de dendê; 7 colheradas de óleo de coco; 7 colheres de alcatrão; 7 gotas de amônia; 7 grãos de milho torrados; 7 pimentas-da-costa; osun; uáji; um pedacinho de talo de comigo-ninguém-pode; o nome da pessoa escrito em papel de embrulho. Primeiro, abre-se o papel com o nome escrito e urina-se sobre ele; coloca-se o papel dentro da panela de barro e arruma-se, por cima, todos os ingredientes relacionados. Completa-se com azeite de oliva, acende-se uma mecha e deixa-se ficar, durante sete dias, diante de Ogun. Despacha-se dentro do cemitério.<br />
- Para obter uma vitória com a ajuda de Ogun.<br />
Abre-se ao meio uma melancia. Da parte de baixo, retira-se toda a polpa e coloca-se dentro: Um pouco de água de poço; sete pedacinhos de folha de espada-de-São Jorge; 7 pimentas-da-costa; 7 favas "chapéu-de-napoleão"; uma fava olho-de-boi; 7 grãos de milho torrados; um pouco de pó de efun; uáji; um cálice de gin; azeite de dendê e azeite de oliva. Coloca-se tudo dentro da metade oca da melancia, completa-se com azeite de oliva, acende-se uma mecha e deixa-se 7 dias diante de Ogun. A outra banda da melancia, é colocada ao lado da lamparina como oferenda ao Orixá. Despacha-se numa rodovia de grande movimento.<br />
LAMPARINAS PARA OXÓSSI<br />
- Para obter a ajuda de Oxóssi<br />
Uma panela de barro de tamanho médio; meio copo de azeite de amêndoas; meio copo de azeite de dendê; 7 colheres de melado; um pouco de osun; 7 grãos de milho torrados; pó de peixe defumado; pó de preá defumada; 7 colheres de suco de romã; 7 colheres de licor de anis; 7 grãos de pimenta-da-costa; azeite de girassol. Coloca-se os ingredientes relacionados dentro da panela de barro, completa-se até a borda com o azeite de girassol, acende-se uma mecha e deixa-se queimar por sete dias. Despacha-se nos pés de uma amendoeira.<br />
- Para boa sorte.<br />
Uma panela de barro média; 7 colheres de azeite de amêndoas; 7 grãos de milho torrados; pó de preá defumada; 7 colheres de aguardente; 7 colheres de azeite de dendê; 7 pedacinhos de ori-da-costa; osun; 7 pedaços de açúcar cândi; um pedaço de papel branco contendo escrito o que se deseja do Orixá; azeite de oliva. Coloca-se o papel com os pedidos no fundo da panela e, sobre ele, coloca-se os ingredientes. Completa-se com o azeite de oliva e acende-se 7 mechas, deixando por 7 dias nos pés de Oxóssi. Despacha-se numa mata.<br />
LAMPARINAS PARA LOGUNEDÉ<br />
- Para obter uma graça.<br />
Uma panela de barro; sal de camarão seco; 16 favas de abere; 16 favas de ariô; 16 grãos de milho seco; a gema de um ovo de galinha; um pouco de água de rio e azeite de oliva. Escreve-se em papel de embrulho a graça que se deseja obter; coloca-se o papel no fundo da panela; arruma-se todos os ingredientes por cima; completa-se com o azeite de oliva. Acende-se a mecha e deixa-se por cinco dias diante de Logun. Despacha-se nas águas de um rio, no local mais profundo.<br />
- Para resolver uma situação difícil.<br />
Dentro de uma bacia de ágata coloca-se um pouco de água de rio. Dentro desta água coloca-se 5 gemas de ovos de galinha. Pega-se uma panela de barro e dentro dela coloca-se água de rio e azeite de oliva. Coloca-se a panela dentro da bacia com as gemas; acende-se uma mecha e arreia-se diante de Logun, deixando por 7 dias. Despacha-se na cachoeira.<br />
LAMPARINAS PARA OXUN<br />
- Para obter proteção de Oxun.<br />
Uma panela de barro; uma pedra imã; água de flor de laranjeira; vinho seco; água de colônia; 5 pedacinhos de ori-da-costa; 5 colheres de café de óleo de amêndoa doce; azeite de oliva. Coloca-se o imã dentro da panela e, por cima, os demais ingredientes. Completa-se com o azeite de oliva, acende-se uma mecha e deixa-se por cinco dias diante de Oxun. Pode-se manter sempre diante do Orixá ou despachar-se numa cachoeira.<br />
- Para que uma mulher fique grávida.<br />
Um melão; um bonequinho de plástico; um pedacinho de talo de abre-caminho; 5 ovos de codorna (somente se utilizam as gemas); 5 colheres de chá de óleo de amêndoa doce; 5 colheres de creme de abacate; 5 gotas de água de colônia; um pouco de osun; 5 colheres de café de suco de salsa; 5 pedacinhos de manteiga de cacau; óleo de girassol. Abre-se uma tampa na parte de cima do melão; retira-se as sementes; coloca-se o bonequinho com a cabeça para cima; coloca-se todos os demais ingredientes e completa-se com o óleo de girassol. Acende-se uma mecha e deixa-se diante de Oxun por cinco dias. Despacha-se nas águas de um rio.<br />
- Para atrair uma pessoa.<br />
Uma cabaça bem grande; o nome da pessoa que se pretende atrair escrito num lenço branco, novo e perfumado; 5 gemas de ovos de galinha d’Angola; 5 ovos de codorna inteiros; 5 pedacinhos de coco; 5 colherinhas de azeite de amêndoa-doce; 5 colheres de mel de abelhas; um pouco de efun; um pouco de osun; 5 colheres de açúcar mascavo.<br />
Abre-se a cabaça, limpa-se seu interior, coloca-se o papel e os demais ingredientes. Completa-se com azeite de oliva e acende-se uma mecha, deixando diante de Oxun durante cinco dias. Despacha-se nas águas de um rio.<br />
- Para que alguém retorne.<br />
Prepara-se, da mesma forma da receita anterior, uma cabaça, dentro da qual se coloca: 5 bolinhos feitos com farinha de milho misturada com mel de abelhas e folhas de salsa bem picadinhas; mel de abelhas; azeite de dendê; 5 favas de aberê e óleo de girassol. Depois de tudo dentro da cabaça, completa-se até a borda com o óleo de girassol, acende-se uma mecha e deixa-se, por cinco dias, nos pés do Orixá. Despacha-se num rio. <br />
LAMPARINAS PARA OIYÁ<br />
- Para proteção.<br />
Uma panela de barro; 9 pimentas-da-costa; pó de peixe defumado; pó de preá defumada; azeite de dendê; melado de cana; 9 pedacinhos de ori-da-costa; 9 agulhas; 9 pedacinhos de coco seco; 9 gemas de ovos de galinha d’Angola; osun; um pouquinho de vinho tinto; um pouquinho de genebra. Completa-se com azeite de oliva e acende-se uma mecha, deixando por 9 dias aos pés de Oyá. Despacha-se num bambual.<br />
- Para defender-se de inimigos.<br />
Uma panela de barro; 9 grãos de feijão fradinho; 9 grãos de milho vermelho; uma pitada de colorau; açúcar mascavo; azeite de dendê; um pouco de água de rosas. Completa-se com azeite de oliva e acende-se uma mecha por nove dias aos pés de Oyá. Despacha-se nos pés de um flamboayant.<br />
- Para obter uma graça.<br />
Uma panela de barro; açúcar mascavo; açúcar cândi; 9 gemas de ovos de codorna; 9 brasas de carvão vegetal acesas; água de rosas. Depois de tudo arrumado na panela, completa-se com azeite de oliva e acende-se uma mecha, deixando-se, por 9 dias, diante do Orixá. Despacha-se num bambual.<br />
LAMPARINAS PARA YEWÁ<br />
- Para alcançar uma graça.<br />
Numa panela de barro coloca-se: Um pouco de terra de formigueiro; uma pitada de osun; 11 pimentas-da-costa; açúcar cândi; açúcar mascavo; açúcar branco refinado; azeite de dendê; mel de abelhas; umas gotinhas de essência de rosas. Completa-se com azeite de oliva; acende-se uma mecha e deixa-se por 11 dias diante de Yewá. Despacha-se aos pés de uma árvore grande.<br />
- Para proteção.<br />
Na metade de uma cabaça bem limpa por dentro, coloca-se: 11 grãos de pimenta-da-costa; peixe defumado; 11 pedacinhos de coco seco; 1 anzol; um ofázinho de metal; 1 obí; um pouco de osun; mel de abelha; um pouquinho de baunilha; 11 pedacinhos de canela em casca; um pedacinho de sabão da costa. Completa-se com azeite de oliva, acende-se uma mecha e deixa-se por 11 dias aos pés de Yewá. Despacha-se numa nascente d'água. <br />
- Para defender-se de inimigos.<br />
Uma panela de barro; 11 grãos de feijão fradinho; 11 grãos de milho vermelho; açúcar mascavo; azeite de dendê; um pouco de água de rosas. Completa-se com azeite de oliva e acende-se uma mecha por 11 dias aos pés de Yewá. Despacha-se nos pés de um flamboayant. <br />
- Para atrair uma pessoa.<br />
Uma cabaça bem grande; o nome da pessoa que se pretende atrair escrito num papel branco; 11 gemas de ovos de galinha d’Angola; 11 gemas de ovos de codorna ; 11 pedacinhos de coco; 11 colherinhas de azeite de amêndoa doce; 11 colheres de mel de abelhas; um pouco de efun; um pouco de osun; 11 colheres de açúcar mascavo. Abre-se a cabaça, limpa-se seu interior, coloca-se o papel e os demais ingredientes. Completa-se com azeite de oliva e acende-se uma mecha, deixando diante de Yewá durante 11 dias. Despacha-se nas águas de um rio.<br />
LAMPARINAS PARA OBÁ<br />
- Para obter a proteção de Obá.<br />
Uma panela de barro; uma pedra imã; água de flor de laranjeira; vinho tinto; 15 pedacinhos de ori-da-costa; 15 colheres de café de óleo de amêndoa doce; 1 folha de comigo-ninguém-pode e azeite de oliva.<br />
Coloca-se a folha com o imã dentro da panela e por cima, os demais ingredientes. Completa-se com o azeite de oliva, acende-se uma mecha e deixa-se por 15 dias diante de Obá. Despacha-se no local determinado pelo jogo.<br />
- Para desfazer um malefício.<br />
Numa panela de barro coloca-se: 15 sementes de abóbora; um pouco de farinha de milho vermelho torrada; 15 agulhas de costura; 15 pimentas-da-costa; 15 colheres de vinagre; 15 colheres de suco de limão; osun; uáji; 15 búzios pequeninos e azeite de oliva. Acende-se uma mecha e deixa-se, por 15 dias, nos pés de Obá. Despacha-se no cemitério.<br />
- Para obter diversas graças simultaneamente.<br />
Uma panela de barro média; 15 colheres de azeite de amêndoas; 15 grãos de milho torrado; pó de preá defumada; 15 colheres de azeite de dendê; 15 pedacinhos de ori-da-costa; osun; um pedaço de papel branco contendo, escrito, o que se deseja do Orixá; azeite de oliva. Coloca-se o papel com os pedidos no fundo da panela e, sobre ele, coloca-se os ingredientes. Completa-se com o azeite de oliva e acende-se uma mecha, deixando por 15 dias nos pés de Obá. Despacha-se numa mata.<br />
LAMPARINAS PARA NANÃ<br />
- Para sorte e proteção de Nanã.<br />
Uma panela de barro média; 13 gemas de ovos de gansa; 13 pimentas-da-costa; 13 búzios; osun; efun; uáji; um pouco de lama de pântano; um pouco de milho torrado; peixe defumado; azeite de dendê; 13 colheres de azeite de amêndoas; os pedidos que se deseja obter escritos em papel de embrulho. Coloca-se o papel dentro da panela e todos os ingredientes por cima; completa-se com óleo de girassol. Acende-se uma mecha e deixa-se diante de Nanã por 13 dias. Despacha-se num pântano.<br />
- Para conseguir uma graça. <br />
Metade de uma cabaça bem limpa por dentro; 13 moedas pequeninas; 13 grãos de milho de pipoca que não tenham estourado ao se fazer pipocas para Omolú; 13 pedacinhos de coco seco; 13 sementes de anis estrelado; azeite de dendê; um pouco de melado de cana; um pouco de lama do fundo de um rio; azeite de oliva.<br />
Escreve-se, num papel qualquer, o que se deseja de Nanã. Coloca-se o papel dentro da cabaça e coloca-se todos os ingredientes por cima. Completa-se com azeite de oliva, acende-se uma mecha e deixa-se nos pés de Nanã por 13 dias. Despacha-se nas águas de um rio.<br />
- Para desfazer um malefício.<br />
Numa panela de barro coloca-se: 13 sementes de melão; um pouco de farinha grossa de milho vermelho torrada; 13 agulhas de costura; 13 pimentas-da-costa; 13 colheres de vinagre; 13 colheres de suco de limão; 13 gotas de amoníaco; osun; efun; uáji; um búzio grande e azeite de oliva. Acende-se uma mecha e deixa-se, por treze dias, nos pés de Nanã. Despacha-se no cemitério.<br />
LAMPARINAS PARA IYEMANJÁ<br />
- Para atrair boa sorte.<br />
Uma panela de barro de tamanho médio; um pouquinho de água de flor de laranjeira; um cálice de licor de menta; um copo de água do mar; um pouco de azeite de dendê; um pouco de mel de abelhas; um pouco de melado; 4 agulhas de costura; azeite de girassol. Coloca-se tudo dentro da panela, completa-se com o azeite de girassol e acende-se uma mecha por sete dias. Despacha-se no mar.<br />
- Para obter uma graça.<br />
Um melão; sete gemas de ovos de galinha d’Angola; pó de peixe defumado; um copo de água de rio; um copo de água do mar; 7 grãos de ataré; melado; mel de abelhas; 7 moedas de pequeno valor; azeite de oliva. Abre-se o melão, retira-se a polpa, coloca-se os ingredientes relacionados, completa-se com o azeite de oliva e acende-se uma mecha por sete dias. Despacha-se no mar ou nas águas de um rio.<br />
- Para prejudicar um inimigo.<br />
Uma cabaça; um papel de embrulho com o nome do inimigo escrito sete vezes; 4 agulhas; 4 colheres de vinagre; sete pedras de sal grosso; uma pitada de osun; pó de bambu; um pouco de amônia; um pedaço de pedra de cânfora; 4 colherinhas de chá de óleo de rícino; a mesma quantidade de óleo de castor; 4 colheres de azeite de dendê; 4 grãos de pimenta-da-costa; 4 pedrinhas pequenas de carvão mineral; pó de peixe e de preá defumados; óleo de soja. Abre-se a cabaça pelo pescoço; tira-se as sementes; coloca-se o papel com o nome; cobre-se com os ingredientes relacionados; completa-se com o óleo de soja; acende-se uma mecha e deixa-se diante de Iyemanjá por quatro dias. Depois, fecha-se a cabaça com a própria tampa, amarra-se com palha da costa e enterra-se na beira de um rio.<br />
LAMPARINAS PARA XANGÔ<br />
- Para evolução na vida.<br />
Uma melancia; água de rio; 6 pimentas-da-costa; azeite de oliva; 6 colheres de azeite de dendê; 6 colheres de azeite de amêndoas; 6 colheres de azeite de coco; 6 pavios ou mechas de algodão. <br />
Abre-se a melancia ao meio, no sentido vertical, retira-se a polpa de seu interior e se introduz os ingredientes acima relacionados, começando pela água e deixando o azeite de oliva por último, de forma que fique cheia até em cima. Coloca-se os pavios ou mechas e deixa-se aos pés de Xangô até que se queime todo o óleo. A polpa retirada da melancia, é esfregada no corpo da pessoa que, depois, disto toma banho de água limpa e só então acende a lamparina.<br />
- Para obter uma graça.<br />
Escreve-se num papel o que se deseja obter. Coloca-se o papel numa panela de barro e junta-se à ele, os seguintes ingredientes: Pó de peixe defumado; pó de preá defumado; um copo de vinho tinto; um copo de aguardente; 6 pimentas-da-costa; 6 moedas de cobre; vários pedacinhos de coco seco; azeite de dendê; ori-da-costa; 6 colheres de mel de abelhas; um pouco de pó de osun; um pedaço de galho de abre-caminho; um pedaço de casca de irôko; 6 agulhas; 6 colherinhas de óleo de amêndoa doce. Completa-se com azeite de oliva e acende-se uma mecha, deixando-se por seis dias diante de Xangô. Despacha-se aos pés de uma palmeira imperial.<br />
- Para que Xangô dê proteção permanente.<br />
Limpa-se uma cabaça grande e, numa de suas partes arruma-se: 12 bolas de inhame enfeitadas com um grão de milho vermelho; 12 grãos de pimenta-da-costa; 12 orogbôs; 12 favas de alibé; 12 favas de ariô; osun; efun; um pouco de lã de carneiro; 12 pedacinhos de ori-da-costa; azeite de dendê; 12 quiabos cortados em rodelinhas; um cálice de vinho tinto. Arruma-se tudo dentro da cabaça que é, por sua vez, colocada dentro de uma gamela de madeira; completa-se com azeite de oliva, acende-se uma mecha e deixa-se 12 dias diante de igbá de Xangô. Despacha-se nos pés de uma palmeira.<br />
LAMPARINAS PARA OMOLÚ<br />
- Para resolver problemas de saúde.<br />
Em meia cabaça devidamente limpa coloca-se: Azeite de dendê; mel de abelhas; vinho tinto seco; azeite de amêndoa; milho torrado e milho de pipoca. Completa-se com azeite de oliva, acende-se uma mecha que deve ser renovada até que a pessoa melhore. Depois de obtida a graça, enterra-se a cabaça dentro de cemitério.<br />
- Outra para a saúde.<br />
Colocar numa panela de barro: um copo de água de coco verde; um copo de vinho branco; uma pitada de gengibre ralado; alguns grãos de tremoços e um cálice de genebra. Depois de tudo arrumado, completa-se com azeite de oliva, acende-se a mecha e deixa-se diante do Orixá por sete dias. Despacha-se numa mata.<br />
- Para obter uma graça impossível.<br />
Pode-se usar, indiferentemente, uma cabaça ou uma panela de barro. Em seu interior coloca-se: 7 grãos de milho torrados; 7 bolinhas de ori-da-costa; 7 grãos de ataré; uma taça de vinho tinto rascante; canela em pó; azeite de dendê e 1 orogbô. Completa-se com azeite de oliva, acende-se a mecha e deixa-se por 7 dias diante de Omolú. Despacha-se em cima de um formigueiro.<br />
LAMPARINAS PARA OBATALÁ<br />
- Para problemas de saúde.<br />
Pega-se um melão, corta-se uma tampa em cima, retira-se as sementes e a polpa. Dentro do melão coloca-se: 8 gemas de ovos de pomba branca; 8 grãos de canjica crus; 8 moedas brancas; 8 búzios; um pouco de água de flor de laranja; 8 pedacinhos de ori-da-costa; pó de efun; o sumo de 8 folhas-da-fortuna. Completa-se até em cima com azeite de oliva; acende-se uma mecha e deixa-se por oito dias nos pés de Obatalá. Despacha-se aos pés de um algodoeiro.<br />
- Para obter-se uma graça.<br />
Uma panelinha de barro pequena na qual se coloca um papel com o pedido do que se deseja. Sobre o papel coloca-se 10 pedacinhos de ori-da-costa e uma fava de baunilha. Completa-se com azeite de oliva e acende-se uma mecha. Durante 10 dias completa-se o azeite e renova-se a mecha sempre que for necessário. Despacha-se num local alto e arborizado.<br />
- Para agradar Obatalá.<br />
Num copo de cristal grosso, coloca-se quatro dedos de água de flor de laranjeira; 10 gotas de baunilha e azeite de oliva. Acende-se um pavio de lamparina e deixa-se que se queime todo o azeite do copo. Se for preciso, pode renovar o pavio. Não se despacha o copo, apenas a água do fundo é despejada num gramado limpo.<br />
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BIBLIOGRAFIA<br />
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Verger, P. F. - Os Orixás - Ed. Corrupio - 1981 . <br />
Verger, Pierre F. - Dieux d'Afrique. - Culte des Orixás et Vodouns... - Paul Hartmann Éditeur - Paris.DOUGLAS HARTThttp://www.blogger.com/profile/18060023167714836055noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-166951183833632451.post-26215076670437583792011-07-15T17:00:00.001-07:002015-11-22T09:01:27.429-08:00ADIMÚ OFERENDA AOS ORIXÁSC E C A A<br />
Centro de Estudos da Cultura Afro-Americana<br />
UMA COLETÂNEA DE COMIDAS DE SANTO.<br />
DEDICO ESTE TRABALHO AOS SEGUIDORES DO CULTO AOS ORIXÁS QUE, RESPEITANDO TODAS AS FORMAS DE VIDA, COMPREENDEM QUE OS ANIMAIS SÃO CRIATURAS DE OLORUN, ASSUMINDO, ASSIM A RESPONSABILIDADE DE RESPEITÁ-LOS E PRESERVÁ-LOS.<br />
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ORAÇÃO DO GALO.<br />
Não vos esqueçais, Senhor, <br />
que eu faço nascer o Sol!<br />
Sou vosso servo...<br />
Mas a importância do meu cargo<br />
Impõe-me certas arrogâncias.<br />
Apesar de tudo,<br />
reconheço que sou vosso servo...<br />
Não esqueçais, Senhor,<br />
que eu faço nascer o Sol!<br />
Amém!<br />
<br />
Carmem B. de Gasztold - (Orações na Arca). <br />
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ADIMÚ - OFERENDAS AOS ORIXÁS<br />
1ª Parte<br />
CAPÍTULO I<br />
O Candomblé<br />
O Candomblé, é a forma de culto existente no Brasil, das divindades de origem africana. <br />
A forma original, trazida há mais de quatrocentos anos pelos escravos negros, submetida a um processo de aculturação, resultou num modelo novo, muito diferente daquela da qual provém e que serve hoje, tão somente, como ponto de referência, de acordo com a reformulação ou total rejeição de muitos de seus elementos.<br />
A influência da civilização cristã, assim como os costumes de grupos ameríndios, foram assimilados e seus traços culturais podem ser observados mesmo nas mais tradicionais casas de Candomblé, que auto-intitulam-se "núcleos de resistência religiosa e cultural".<br />
A caracterísca de núcleo de resistência, destiolou-se através dos tempos e, o que vemos hoje, é uma prática religiosa em constante processo de renovação, onde as características culturais da minoria, tendem a mudarem, ao reagirem à maioria envolvente.<br />
Este fenômeno pode ser observado também em países da América Latina, onde os cultos de origem africana recebem nomes diferentes, como: Vudú, Palo Mayombe, Santeria, etc., variando de um país ou de uma região para outra, da mesma forma que, no Brasil, podemos encontrar diferentes práticas que variam de região para região, como: Tambor de Mina no Maranhão; Batuque e Babaçuê no Pará; Toré e Catimbó em toda a região nordeste; Pajelança no norte do país; Xangô em Pernambuco; Macumba no Rio de Janeiro e São Paulo; Pará em Porto Alegre; Candomblé na Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro, e Umbanda, existente em todo o Território Nacional.1 <br />
Os cultos, embora tenham uma origem comum, não são homogêneos, possuindo diferentes procedimentos litúrgicos, o que não se verifica somente de região para região, mas também, de terreiro para terreiro, muito embora restem sempre vários elementos comuns a todos os grupos praticantes.<br />
A ausência de um culto direcionado a um Deus Único e Todo-Poderoso, paralelamente ao culto festivo às entidades intermediárias, (Orixás, Voduns ou Inkisis), fez com que Nina Rodrigues escrevesse: "A concepção dos Orixás é francamente politeísta, constitui uma verdadeira mitologia, ao mesmo tempo que sua representação material continua sendo inteiramente fetichista" <br />
Vários outros autores viriam, posteriormente, corrigir tal afirmação, notadamente, Roger Bastide, Edson Carneiro, M.Delafosse, Pierre Verger, L. Solanbê e outros que afirmam a existência, na cultura religiosa dos negros yorubanos, fons e das diversas nações do Sul da África, um Deus Único, Criador de Todas as Coisas, Onisciente e Onipresente.<br />
Este Deus, a que denominam "Olorun", "Olodumare" ou "Olofin", é o Ser que controla o universo e todas as coisas, por intermédio de vários agentes denominados, coletivamente, "Orixás". Dessa forma pode-se distinguir o monoteísmo como base desse tipo de prática religiosa. O Candomblé é, portanto, um culto com características exclusivas que o distingue da forma original ainda hoje praticada na África. <br />
A pretensão existente por parte de seus seguidores de vê-lo assumir o status de religião, é obstaculizada por sua própria estrutura de organização e atuação.<br />
É bem verdade que esse culto está perfeitamente incluído no grupo que engloba os sistemas religiosos primitivos, definidos pela ausência de qualquer tradição escrita, mas onde os rituais proliferam com muito mais constância.<br />
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OLORUN, OLODUMARE, OLOFIN - OS NOMES DE DEUS.<br />
Segundo a filosofia religiosa africana, O Criador encontra-se em plano tão superior em relação aos seres humanos e, é de tal forma inexplicável e incompreensível, que inútil seria manter-se um culto específico em sua honra e louvor, já que o Absoluto não pode ser alcançado pelo ser humano em decorrência de suas limitações e imperfeições. <br />
Olorun é o nome mais comumente usado para designar a Divindade Suprema, e esta preferência de uso está ligada à sua aceitação por parte dos islamitas e dos cristãos, que adotaram-no como sinônimo, tanto de Alá, quanto de Jeová. <br />
O termo é fácil de ser analisado e traduzido, uma vez que se compõe de duas palavras apenas: “Ol" de Oni (dono, senhor, chefe) e "Orun" (céu, mundo onde habitam os espíritos mais elevados), formando "Olorun" - Chefe, Proprietário ou Senhor do Céu. <br />
O termo "Olodumare" propõe uma idéia mais completa e de maior significado filosófico. Desmembrando a palavra, encontramos os seguintes componentes: "Ol”, “Odú" e "Mare", que passamos a analisar separadamente. <br />
O prefixo "Ol" resulta da substituição, pelo "l" das letras "n" e "i" da palavra "Oni" (dono, senhor, chefe), prefixo utilizado, modificado, ou em sua forma original, para designar o domínio de alguém sobre alguma coisa (propriedade, profissão, força, aptidão, etc.). Ex.: "Olokun" - Senhor dos Oceanos. <br />
O termo intermediário "Odu", possui diversos significados, dependendo das diferentes entonações na sua pronúncia, que no caso é "ôdu" e que reunido ao prefixo "ol", resulta em "Olodu", cujo significado é: "Aquele que possui o cetro ou a autoridade", ou ainda: "Aquele que é portador de excelentes atributos, que é superior em pureza, grandeza, tamanho e qualidade". <br />
A última palavra componente "mare" é, por sua vez, o resultado do acoplamento de dois termos "ma" e "re", imperativo que significa: "não prossiga", "não vá". A advertência contida no termo, faz referência à incapacidade do ser humano, inerente à sua própria limitação, de decifrar o supremo e sagrado mistério que envolve a existência da Divindade. <br />
Olofin é também uma das designações da Divindade suprema. Quando em extrema aflição, os nagôs costumam solicitar o auxílio divino, invocando os três nomes: Olorun! Olofin! Olodumare<br />
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CANDOMBLÉ, UMA RELIGIÃO?<br />
"O termo religião é, de modo quase geral, relacionado com o verbo latino religere: cumprimento consciencioso do dever, respeito a poderes superiores, profunda reflexão. O substantivo religio, relacionado com o verbo, refere-se ao objeto dessa preocupação interior quanto ao objetivo da atividade a ela relacionada. Outro verbo latino posterior é citado como fonte do termo, religare, que implica um relacionamento íntimo e duradouro com o sobrenatural”.2 <br />
As religiões pressupõem sistemas de crença, prática e organização, que estabelecem uma ética manifestada no comportamento de seus seguidores no que concerne ao procedimento ritualístico, (práticas padronizadas e invariáveis, por meio das quais os adeptos representam, de forma simbólica, sua relação com os seres sobrenaturais). <br />
Estes rituais compreendem diferentes propostas, como súplicas, adoração, ou tentativa de controle sobre os acontecimentos, o que conduz então, à prática da magia ou da feitiçaria. É o próprio ritual que pode estabelecer um código de comportamento, através do qual os adeptos poderão se organizar.<br />
“A organização religiosa define os membros da comunidade de crentes, tenta manter a tradição e reunir a dissidência, e, através de diferenciação interna, atribui tarefas religiosas aos crentes”3. <br />
Tudo isso exige, para que possa se efetivar, a existência de uma liderança centralizada numa autoridade sacerdotal, individualizada ou composta por um grupo de adeptos de alta hierarquia. A autoridade aí representada é que irá estabelecer a padronização do ritual, o reconhecimento de novos adeptos e a ordenação de novos sacerdotes. <br />
A partir da organização, do estabelecimento de liderança universalmente aceita e reconhecida, da uniformização ritualística e da codificação de éticas comportamentais e procedimentais, o Candomblé poderá então - e só então - atingir o status de religião, na medida em que possui milhares e milhares de seguidores e adeptos, em sua maioria atrelados a falsos líderes que não possuem as verdadeiras atribuições que distinguem os legítimos sacerdotes, devendo-se ressaltar que, o processo iniciático é insuficiente para habilitar o indivíduo no exercício do cargo sacerdotal de hierarquia máxima.<br />
A habilitação ao referido cargo não pressupõe simplesmente que o candidato seja iniciado. É necessário e indispensável que haja para isso, uma determinação dos próprios Orixás, o que só pode ser constatado através da consulta ao Oráculo de Ifá. <br />
A ética religiosa pode, no entanto, ser consoante com o resto do sistema religioso e estar ao mesmo tempo, em contradição formal com ele, o que provoca certas tensões que fornecem novos impulsos, que tendem a produzir mudanças no sistema geral, ocasionando então, o surgimento de um ou vários grupos dissidentes, que, orientados pelos fundamentos principais do grupo originário, determinam, para seus componentes, mudanças no sistema geral e, apartando-se, estabelecem-se como seitas.<br />
A conceituação de "seita" difere suficientemente para que não possa ser aceita como classificação para o Candomblé ao entendermos que: "Uma seita é um grupo religioso formado em protesto a outro grupo religioso, e geralmente se separando dele; sua formação representa a manutenção de credos, práticas rituais e padrões morais, mais comumente considerados pelos membros da seita como um retorno a formas mais antigas e mais puras dessa religião em particular,... ...com o tempo a seita muda para a posição de isolamento limitado, à parte do sistema circundante, ou para um estado de adaptação à ele." 4 <br />
Seita seria portanto, o resultado da separação de um grupo dissidente de uma religião, de um culto estabelecido ou até mesmo de outra seita, onde o surgimento de uma nova seita seria o resultado da canalização do descontentamento criado por divergências de qualquer natureza.<br />
O objetivo do grupo dissidente não poderia ser outro senão o de mudar, através de uma ação inovadora, alguns, se não todos os elementos que caracterizam sua própria origem.<br />
Diante do exposto concluímos que, o Candomblé, não podendo ser classificado como uma religião e tampouco como seita por falta de características essenciais, nada mais é do que um culto, subdividido em diversos grupos, com práticas ritualísticas que objetivam manter o sentido religioso original, orientado por liderança individual e geralmente carismática, e não sacerdotal, como era de se esperar. <br />
Como característica comum esses grupos mantém os ritos específicos em homenagem aos Orixás, deidades africanas que servem de base ao sistema religioso em questão e cujo culto é mantido atualmente, muito mais através da manipulação dos adeptos pelo medo, do que por um sentido mais profundo de devoção religiosa.<br />
A base principal do sistema está pautada na relação homem-Orixá, o que deverá ser estudado de forma suscinta para que possamos atingir o objetivo do presente trabalho.<br />
1 - “Representação dos Orixás” ( In Antologia do Negro Brasileiro. P. Alegre, Globo, 1950, pg. 310).<br />
2 - BIRBAUM. Religião - In: Dicionário de Ciências Sociais, Fundação Getúlio Vargas - Rio, 1987<br />
3 - Obra citada - p. 1058, B.3.<br />
4 - Obra citada, p.1104 A.<br />
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CAPÍTULO II<br />
ORIXÁS, OS DEUSES DO CANDOMBLÉ<br />
Embora prestando culto a inúmeras entidades ligadas aos Elementos Naturais, o Candomblé é entretanto, uma prática religiosa essencialmente monoteísta, uma vez que está fundamentada na crença da existência de um Deus Uno, origem de todas as coisas e de todos os seres, mesmo daqueles que, segundo Sua determinação, foram encarregados da elaboração do Cosmos e de tudo o que nele exista ou venha a existir.<br />
Estas entidades, divididas hierarquicamente em diversas categorias, são os intermediários entre o homem e a Divindade Suprema, que se manifesta em todos, sem distinção, até mesmo nos seres situados nos mais baixos níveis da hierarquia estabelecida.<br />
É importante ressaltar-se que, pelo menos aparentemente, não existe no Candomblé, qualquer rito destinado especificamente ao culto Divino e isto pode ser explicado pela concepção de seus seguidores relativa ao posicionamento da Divindade em relação ao ser humano. Segundo esta visão, Deus está tão distante do homem, embora paradoxalmente esteja, em essência, presente em cada um de nós, que inútil seria direcionar-lhe preces ou culto, existindo para isto, meios mais eficientes, embora indiretos.<br />
Contradizendo o que vai afirmado acima, localizamos um culto ao Deus Supremo, que configura-se, de forma velada, na única ritualística que, se bem compreendida, pode ser considerada como direcionada a Olodumare numa de Suas mais gratas e sagradas manifestações. <br />
Segundo a filosofia religiosa yorubana, o ser humano é composto de quatro elementos ou corpos que permitem, ao combinarem-se, sua estadia no mundo terreno.<br />
O mais conhecido destes corpos é o físico, denominado "ará" em yoruba. É o corpo material que permite a plena manifestação do ser humano no plano físico e material da existência.<br />
Outro destes elementos, é o denominado "Ojijí", corpo ou forma telúrica, conhecido em outras escolas filosóficas como "sombra" ou "corpo astral". Trata-se de um doble exato de nosso corpo físico, que aprende tudo o que sabemos, adquire todos os nossos costumes, hábitos e vícios; nutre-se dos fluidos exalados pelos alimentos e bebidas por nós consumidos, e que, por este motivo, adquire as nossas preferências alimentares. <br />
Ojijí é uma forma fornecida pela Terra, responsável pela guarda de nosso corpo físico, subsistindo, mesmo depois da sua morte, enquanto este não for inteiramente decomposto e, em forma de pó, entregue à Terra que forneceu toda a matéria de que foi formado.<br />
É Ojijí que apresenta-se sob a denominação de "Egun", depois da morte do corpo físico.<br />
O terceiro corpo é denominado "Emi". Seria também um protótipo criado em plano superior de existência e que serviria de projeto de nosso corpo físico. Emi é o sopro de vida que nos dá o ânimo e conseqüentemente, a condição para viver. Seria portanto o equivalente à alma da cultura judaica-cristã. Passa também por um processo de "morte" que ocorre algum tempo depois da morte física.<br />
O quarto e mais importante componente, é "Iporí", a Essência Divina que, individualizada e desprendida de sua Origem, habita cada um de nós. Iporí teria por sede a cabeça (Ori) e, ao encarnar num novo indivíduo, perde a consciência de sua origem divina, de seus atributos e qualidades, embotado que fica pela queda e aprisionamento na matéria.<br />
É Deus manifestado no homem e daí a revelação de Sri Krishna contida no Bhagavad Gita: "Eu estou em você, mas você não está em Mim..." <br />
Sendo divino, Ipori é imortal e, cumprida mais uma fase de sua escalada evolutiva efetuada em diversas e sucessivas encarnações, retira-se para um local onde irá avaliar seu desempenho na última encarnação e preparar-se para uma outra.<br />
Neste local, que os yorubanos chamam de Orun, assim que lhe seja dada permissão para um novo nascimento, Ipori escolherá seu próprio destino (Odu), assim como escolherá o Ori em que irá habitar na nova encarnação. Ao escolher Ori (cabeça), Iporí escolhe também o corpo, já que o corpo, para os yorubanos, nada mais é que uma extensão da cabeça, sede e comando de todo o conjunto. <br />
Segundo as crenças Yorubanas, a entidade encarregada de modelar ori, Babá Ajalá, é muito velho e descuidado, não mantém um padrão de qualidade em suas obras e, por relaxamento, utiliza-se de diferentes tipos de materiais para confeccionar seus modelos, lançando mão do material que lhe estiver mais próximo no momento em que estiver modelando.<br />
Em decorrência, é muito difícil encontrar-se à disposição, cabeças de boa qualidade, o que justifica a diferença existente na maneira de ser dos seres humanos.<br />
A lenda acima descrita contém importantes revelações esotéricas, fundamentais para a compreensão da relação homem-Orixá, principal fundamento de todo o contexto filosófico. <br />
O que a maioria dos adeptos desconhece é que, são os Orixás que fornecem a matéria com a qual são confeccionados os Oris e desta forma, fica estabelecida a relação existente entre o ser humano e seu Orixá, ou seja, a entidade que forneceu ou "emprestou" a matéria com a qual sua cabeça e, por extensão, seu corpo, foram confeccionados, primeiro num plano superior em que a própria matéria apresenta-se mais sutil, embora essencialmente idêntica ao seu correspondente no plano físico e depois no plano, para nós plenamente perceptível, de forma densa e grosseira.<br />
Babá Ajalá, o Modelador de Cabeças, é o simbolismo através do qual, os yorubanos tentam explicar a diversidade das características do caráter, do biofísico e do próprio desempenho do homem nesta vida.<br />
Estabelecida desta forma, a relação homem-Orixá, resta-nos uma questão de fundamental importância: Por que razão, algumas pessoas são impelidas ou obrigadas a prestarem culto aos seus Orixás, enquanto outras passam pela vida sem sequer tomarem conhecimento de suas existências e, mesmo dentro do culto, observamos que alguns iniciados não são tomados por seus Orixás, embora prestem-lhe regularmente, reverências com sacrifícios e oferendas, como é o caso dos ogans e ekéjis ?<br />
Segundo informações do Dr. J. Olatunji Oxo, nigeriano, sacerdote de Ogun:<br />
"Aos Orixás cabe o direito de, se assim quiserem, cobrar de seus filhos culto e oferendas como forma de "pagamento" (se é admissível o termo), pela utilização da matéria com a qual seus corpos foram confeccionados e que pertence a eles, Orixás."<br />
Nos casos de pessoas que não são submetidas ao fenômeno de incorporação do Orixá, observa-se a superioridade hierárquica do Iporí em relação aos Orixás que, nos casos específicos de Ogans e Ekéjis, não permite que o Orixá, mesmo em se tratando do Olorí (Dono da cabeça) do indivíduo, se aposse ou se manifeste nestas cabeças, o que implica em obliteração parcial e momentânea de sua presença.<br />
Existe no entanto, um culto específico à Iporí, o que significa dizer que, existe um culto específico à Divindade Suprema aí manifestada. Este culto, por demais comum, nem sempre pressupõe iniciação e nunca estabelece vínculo espiritual entre o sacerdote que o oficia e a pessoa que a ele se submete.<br />
De posse desta informação podemos avaliar a importância e a solenidade da referida cerimônia, denominada "Bori" -Ebó Ori- (dar comida à cabeça), para a qual existem várias fórmulas e variações, que vão desde oferendas incruentas, até cerimônias de liturgia complexa conforme a descrita na obra de Pessoa de Barros 5.<br />
A verdade é que, o culto aos Orixás, tem sua origem estabelecida em tempos imemoriais, havendo surgido provavelmente, logo após a antropogênese, assim que o ser humano, dotado da capacidade de raciocínio, percebeu a existência de forças e entidades superiores e com elas estabeleceu um primeiro contato.<br />
O termo "Orixá" é de origem yoruba, pertencendo portanto, à cultura religiosa deste povo e refere-se à Deuses de seu panteão, considerados como regentes das forças da natureza.<br />
As mesmas entidades, com outras denominações, são, sem dúvida, cultuadas por diferentes povos de diferentes organizações culturais, o que nos possibilita afirmar que, seja qual for a religião adotada, o homem religioso sempre presta-lhes culto, embora de formas diferentes.<br />
Para melhor compreensão, selecionamos algumas análises etimológicas do termo "Orixá":<br />
Segundo Abraham, Orixá = Oosà - Divindade yorubana separada de Olórún...6 <br />
Fonseca Jr., Orixá = Anjo de Guarda, etimo.: Ori = cabeça, Sa (xa) = guardião - Guardião da Cabeça, Divindade Elementar da Natureza, figura central do culto afro 7. <br />
Os yorubanos acreditam que quando Deus criou o céu e a terra, criou simultaneamente, espíritos e divindades, conhecidos como Orixás, Imolés ou Eboras, para assumirem funções específicas no processo de criação, manutenção e administração do universo. <br />
A diferença existente entre as três categorias de entidades espirituais aqui referidas não está muito bem delineada devido ao tratamento genérico dado a todas, até mesmo pelos próprios yorubanos.<br />
No Brasil os termos Imole e Ebora são praticamente desconhecidos, sendo poucos os adeptos da religião que os utilizem ou saibam o seu significado. Estes dois termos fazem referência às entidades espiritais situadas hierarquicamente, imediatamente abaixo dos verdadeiros Orixás, mais próximas, portanto, dos seres humanos. Entre elas se encontram aqueles que erradamente costumamos denominar Orixás, como Ogun, Oxóssi, Xangô, Oxun, Iyemanjá, etc..<br />
O uso indiscriminado, embora errado, tornou-se um costume generalizado e portanto, plenamente integralizado. <br />
Alguns sacerdotes conceituados afirmam que o termo Orixá deveria ser utilizado exclusivamente em relação aos espíritos genitores que, efetivamente, participaram da criação do universo e que deram origem aos demais, de categoria hierárquica inferior, personificações de fenômenos e de elementos naturais como Terra, Fogo, Água, Ar, rios, lagoas, mares, pedras, montanhas, vegetais, minerais, etc... <br />
Outros seriam ainda, figuras históricas tais como reis, guerreiros, fundadores de cidades, de dinastias, heróis e heroinas que, dado a importância de seus feitos, foram, depois de mortos, deificados e acrescentados ao panteão que, segundo Awolalu, está estimado em mais de 1700 entidades 8. <br />
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VODUNS E INKISIS.<br />
Os Voduns são entidades de origem fon, que correspondem aos Orixás dos nagô.<br />
Os fon estabeleceram-se no Brasil, onde receberam o nome genérico de "jêjes", implantando aqui o seu culto, baseado em rica mitologia. <br />
Depois da yorubana, a mitologia jêje é a mais complexa e elevada. Assim como os Nagôs, os jêjes pertencem ao grupo Sudanês, tendo sua origem num mesmo grupo étnico que subdividindo-se, atingiu elevado estágio na evolução cultural. <br />
Atualmente os praticantes da ritualística jêje são oriundos de dois Axés principais, ambos com sede no Estado da Bahia, o Sejá Hundê e o Bogun. <br />
Uma outra casa de jêje considerada por muitos como o maior foco de resistência religiosa e cultural deste grupo étnico, está localizada na rua Senador Costa Rodrigues, 857, em São Luiz do Maranhão. <br />
Conhecida como Casa Grande das Minas, é descrita em detalhes por Nunes Pereira, de cuja obra extraímos o texto que se segue e que por si só, deixa clara a diferença existente entre o Candomblé ali praticado e o que é praticado em outras casas da mesma origem, mas já bastante influenciadas pelo Nagô. <br />
"Os Voduns Mina-Jêjes são alguns do sexo feminino e outros do sexo masculino; uns são moços e outros são velhos.<br />
Os Voduns velhos (homens) são:<br />
Dadá-Hô, Coicinsaba, Zomadone, Bórôtoi, Azacá, Arônôvisavá, Akósapatá, Azilé, Azonsu, Agôngone, Tópa, Lisa ou Olisá, Ajónôtoi, Ajautói, Badé, Loko, Lepon.<br />
Os Voduns velhas (mulheres) são: Sobô, Naiadona, Naêngongon, Naité, Nananbicô, Afru-Fru, Abê.<br />
Os Voduns (Moços) são: Dosu, Apógêvó, Daco, Bosu, Tocé, Tocá, Dosu-Pé, Avérêquête, Apogi, Póli-Boji ou Pódi-Boji, Roeju.<br />
Os Voduns (Moças) são: Ananin, Acoévi ou Assonlévi, Déssé, Sépazin e Boçá.<br />
Além dos Voduns, cultua-se, na Casa das Minas, as Tôbôsis ou Meninas, entidades alegres e gentis que adoram dançar, brincar e comer frutas. Elas se denominam:<br />
Asoabébe, Dágêbe, Omacuibe, Sandolêbê, Ulólôbê, Agôn, Trôtrôbe, Asonlêvive, Révivive, Nanonbêbe, Sanlêvive e Agamavi. <br />
Desta relação destacamos alguns como Badé que no Nagô é Xangô, sendo conhecido também em linguagem fon, como Xeviosô ou Kevioso. Loko, irmão de Badé é o Irôko nagô; Akósapatá é Oxun e Abê (Dona do Mar, Senhora do Mar), seria sem dúvida nenhuma, Olokun que para alguns, é do sexo masculino. <br />
Os Inkisis, são as deidades trazidas e cultuadas pelos povos originários do Sul da África e que, no Brasil, tiveram seus cultos inseridos ao Candomblé. Assim como os Voduns dos fon, correspondem aos Orixás nagô.<br />
Na África o culto a cada Orixá está ligado a uma região, cidade ou estado. Desta forma, Oxalá é cultuado em Ilê Ifé, com Oxalufan em Ifã e Oxaguian em Ejigbo. Ogun Deus da guerra e do ferro, é cultuado em Ekiti e em Ondô; Xangô em Oyó; Logunedé em Ilexá; Oxun em Oxogbo e assim sucessivamente. Estes cultos são realizados em separado e cada Orixá possui seu templo particular onde sacerdotes e fiéis dedicam-se exclusivamente a cada um deles, não ocorrendo, como se verifica nos países americanos como Brasil, Cuba, Haiti e outros, a diversificação de cultos a diferentes Orixás dentro de um mesmo templo e sob a direção de um mesmo sacerdote. Ao adepto africano, membro de uma família ou de um grupo comunitário qualquer, as obrigações e deveres para com o Orixá se limitam a uma ajuda material efetivada através de contribuições que visam a manutenção do templo, a aquisição do material destinado ao culto e ao sustento dos membros do corpo sacerdotal. Sua participação nas cerimônias e festas limita-se a entoar cânticos, dançar e bater palmas em honra e louvor do Orixá. Se atenderem a estas exigências e respeitarem certas proibições alimentares e comportamentais exigidas pelo culto, estão perfeitamente em dia com seu compromisso religioso.<br />
Em alguns casos, o que é considerado como grande honraria, o adepto é escolhido para compor o corpo de sacerdotes, solicitação feita sempre pelo Orixá e que, independente do cargo a ser ocupado ou função a ser exercida, deverá ser prontamente atendida, sendo necessário para tal, que seja submetido a uma iniciação específica.<br />
Quando um africano se afasta de sua comunidade o Orixá individualiza-se e, da mesma forma que seu filho, separa-se do grupo familiar ou comunitário a que pertence. <br />
No Brasil, ao contrário do que acontece na África, cada indivíduo deve assegurar o atendimento das exigências de seu Orixá devendo para isto, seguir a orientação de um Babalorixá ou de uma Iyalorixá com casa de Candomblé estabelecida e pertencente à uma linhagem reconhecidamente originária da África.<br />
No caso de ser necessário submeter alguém à uma iniciação (aqui denominada feitura-de-Santo), o Babalorixá ou a Iyalorixá ficará incumbido de levar a bom termo o cerimonial, responsabilizando-se não só pelo seu sucesso, como também pelo equilíbrio que deve estabelecer-se, a partir de então, entre o iniciando e seu Orixá, o que se configura num vínculo que não pode ser rompido sejam quais forem as circunstâncias.<br />
Na feitura, o Orixá recebe seu assentamento que, dependendo da nação em que haja sido feito, varia em forma e elementos componentes, verificando-se no entanto, a existência de um componente comum a todas as nações, o okutá. <br />
O okutá é uma pedra sacralizada ao Orixá, sendo sua própria representação e sobre a qual são oferecidos os sacrifícios propiciatórios a ele endereçados.<br />
O assentamento ou igbá do Orixá recém feito é depositado no quarto de seu correspondente na casa, simbolizando o reagrupamento do que um dia, por qualquer motivo, tenha sido dispersado.<br />
No Brasil é costume manter-se o igbá do Orixá do iniciado junto ao do Santo da Casa durante sete anos, tempo exigido para que o iniciado, após fazer as "obrigações" de praxe, receba um grau hierárquico mais alto, quando poderá, se assim quiser, levar seu Orixá para sua casa ou, se tiver cargo para tal, abrir seu próprio Candomblé, o que por certo implica num complexo procedimento ritualístico que não pode nem deve ser descrito em suas minúcias.<br />
Em Cuba, onde o culto recebe o nome de Santeria, segundo informações do Babalaô Rafael Zamora (Ifa Bii Ogundakete), o igbá do iniciando permanece na "Casa de Santo" somente durante os três meses subseqüentes ao "dia do nome", ocasião em que, em cerimônia pública, o Orixá traz o seu nome ao conhecimento de todos, o que caracteriza que realmente "está feito". Este costume, segundo Zamora, prende-se ao fato de que o Orixá em questão pertence ao seu filho e não ao sacerdote que o consagrou, o que implica num contato diário entre o iniciado e seu Orixá, contato este considerado indispensável e obrigatório. <br />
Sobre o ritual cubano é ainda Zamora que nos informa : "Logo após realizar um ebó que se faz três meses depois do dia do nome, o iniciado leva seus Santos para casa, podendo colocá-los em qualquer de suas dependências. O importante é que estejam sempre juntos.<br />
O iyawo tem que, todos os dias, logo que despertar, lavar a boca e, antes de falar com qualquer pessoa, "bater cabeça" para seu Orixá, saudá-lo conforme tenha aprendido e pedir-lhe tudo o que deseja de bom para si, seus familiares e amigos. Nunca se deve pedir coisas ruins aos Orixás, pois isto é uma atitude condenável e desrespeitosa, que pode provocar a sua fúria e resultar em severas punições ".<br />
5 -"A Galinha d’angola ". Vogel,Arno - Silva Mello,M.A.da - Pessoa de Barros, J.F. -Pallas Ed.- Rio - 1993.<br />
6 - Abraham, R.C. - Dictionary of Modern Yoruba - London - 1958..<br />
7 - Fonseca Jr., E. - Dicionário Yoruba (Nagô)-Português - 1983.<br />
8 - J.O. Awolalu - Yoruba Beliefes and Sacrificial Rites - Longman Group Limited - 1979. <br />
<br />
CAPÍTULO III<br />
A INICIAÇÃO<br />
Dentre os aspectos comuns às diversas formas de culto, distinguimos o fenômeno da possessão pelos Orixás, de forma ordenada e pressupondo sempre um processo de iniciação com características definidas.<br />
A iniciação não é feita por simples vontade do adepto mas sim, por determinação de seu Orixá, o que ocorre quase sempre de maneira inesperada: ou a pessoa começa a sofrer diferentes tipos de perturbações em sua vida, sejam de ordem psíquica ou de qualquer outra ordem, mas que servem sempre de sinal para que se constate a chamada da divindade, ou a entidade se apossa violenta e repentinamente de seu filho, lançando-o ao solo, absolutamente inconsciente, fenômeno que é conhecido, dentro das casas de candomblé como "bolação". A partir desse momento, sob pena de vários problemas que poderão advir, o indivíduo escolhido deverá submeter-se à iniciação no culto, sob a orientação do chefe do terreiro denominado Babalorixá (pai-de-santo) ou Iyalorixá (mãe-de-santo). <br />
A iniciação tem por finalidade, além de estabelecer um vínculo definitivo e irreversível entre o Orixá e o iniciando, desenvolver a capacidade de desdobramento da personalidade deste último que deverá, a partir de então, ser eventualmente substituída pela da Divindade a que tenha sido consagrado, que se manifestará através de incorporação ou possessão.<br />
A possessão deverá ser plenamente assumida e, no período de enclausuramento exigido pelo processo iniciático, os eleitos aprendem, sob a orientação de um iniciado de cargo sacerdotal, técnicas corporais estereotipadas, danças representativas de seu Orixá, rezas, cânticos e posturas procedimentais adequadas à sua nova condição religiosa.<br />
"...O Deus pode, desde logo, apoderar-se do corpo de sua filha, cuja personalidade desaparece momentaneamente para ser substituída pela do Orixá individual. O ser humano possui, portanto, desde que iniciado, feito, duas personalidades aparentadas. A primeira é aquela que deriva da família imediata, do ambiente em que o indivíduo nasceu e cresceu. A segunda é a de um antepassado mítico, de um pai sobrenatural que se desenvolve a partir da iniciação e se manifesta na possessão" 1. <br />
Segundo Pierre Verger: "A iniciação não comporta essencialmente a revelação de um segredo; ela cria no noviço uma segunda personalidade, um desdobramento místico inconsciente" 2.<br />
É Exú quem, representando a coletividade dos Orixás, irá promover a transformação desejada, ensejando o surgimento da personalidade do iniciado em substituição à personalidade do ser profano.<br />
A verdadeira iniciação há de ser, de certa forma, uma experiência dolorosa, durante a qual, a personalidade profana permanece como morta, ressuscitando em seguida já dotada das características que distinguem o iniciado. Por este motivo os adeptos costumam referir-se ao processo de iniciação utilizando-se do termo "passar pelo sacrifício" o que sem dúvida é revelador das condições às quais são submetidos durante o processo.<br />
Conta um itan do Odu Oxefun, que certo dia, Oxun recebeu de Obatalá, a ordem de iniciar o primeiro ser humano no culto aos Orixás.<br />
Havendo selecionado entre muitos, aquele que viria a ser o primeiro iniciado, Oxun tratou de seguir as orientações fornecidas pelo grande Orixá-Funfun, contando para isto com o auxílio de Elegbara e Osaiyn, além das orientações de Orunmilá.<br />
Todos os preceitos foram seguidos à risca e era Orunmilá, através da consulta ao oráculo, quem traduzia as orientações emanadas de Obatalá.<br />
Ao fim da cerimônia, verificou-se uma total mudança na personalidade do iniciado que, de pessoa comum, transformou-se num ser excepcional, dotado de profundo sentimento religioso e plena dedicação ao culto para o qual havia sido preparado.<br />
Diante deste fato, Oxun, percebendo que jamais seria possível a obtenção de um ser humano de tantas qualidades, intercedeu junto ao Grande Orixá para que o sacerdote fosse preservado do toque de Iku.<br />
Obatalá, em sua imensa sabedoria, não querendo interferir na lei natural que determina que todos os seres vivos devem um dia ser entregues aos cuidados de Iku, admitiu a possibilidade de eternizar, apenas simbolicamente, aquele a quem foi confiada a propagação de sua própria religião e desta forma, ordenou que sobre sua cabeça fosse colocado o oxú, transformando-o, imediatamente, numa ave a que deu o nome de Etú (galinha d'Angola) .<br />
Quando o iyawo é recolhido, depois dos preceitos obrigatórios à Egun e Exú, que não nos cabe descrever no presente ensaio, será então colocado em contato direto com os primeiros procedimentos litúrgicos que visam o processo de transmissão do Axé.<br />
Durante a cerimônia de iniciação, procede-se a um ritual denominado Sasaiyn, em louvor do Orixá Osaiyn, dono e senhor de todos os vegetais e, por conseguinte, das folhas sagradas, indispensáveis em qualquer procedimento litúrgico, o que é confirmado pela máxima yoruba: "Kosi ewé, kosi Orixá", (sem folhas, sem Orixá), o que ocorre no terceiro dia de enclausuramento do iniciando.<br />
A seleção das folhas litúrgicas utilizadas neste cerimonial varia de casa para casa, o que significa dizer que, embora seja estritamente obrigatória a presença das folhas do Orixá que está sendo feito, alguns sacerdotes acrescentam também as folhas de seu próprio Orixá, outros juntam aí, as folhas do juntó do iyawo, como também folhas específicas de Obatalá.<br />
Os Orixás são invocados e seus poderes individuais são catalisados em forma de Axé, que Exú, em sua função de elemento transportador, irá direcionar em favor do iyawo, para que a metamorfose possa se concretizar plenamente. <br />
O ritual divide-se em duas partes distintas. Na primeira parte somente as energias geradoras são invocadas, com exceção de Oxalá, que embora sendo um Orixá gerador, por uma questão de hierarquia, é invocado e saudado no final da segunda parte, quando os Orixás provedores são homenageados e têm seus poderes invocados em favor do iyawo. 3 <br />
Exú não cria nem se intitula pai de nada nem de ninguém, limitando-se, outrossim, a promover transformações em todos os sentidos.<br />
Alguns Orixás, por acumularem as funções de provedores e geradores, são invocados nas duas etapas do rito. Para melhor compreensão das funções específicas de cada Orixá, os sacerdotes do culto dividiram-nos em duas categorias, nas quais não são considerados seus posicionamentos hierárquicos. (Nestas categorias são classificados como Orixás geradores e Orixás provedores).<br />
Como Orixás geradores são considerados todos aqueles que, de alguma forma, possuem o poder de gerar qualquer tipo de manifestação de vida, e dentre eles encontramos: Iyemanjá, Nanã, Ogun, Omolú, Oxalá, Oxun, Oyá e Xangô<br />
Os Orixás provedores são todos aqueles que têm, como atribuição, suprir, em todos os aspectos, as necessidades dos seres gerados pelas entidades anteriormente relacionadas. São eles: Exú, Iyemanjá, Logunedé, Nanã, Obá, Ogun, Omolú, Osaiyn, Oxalá, Oxóssi, Oxumarê, Oxun e Yewá.<br />
Como podemos observar, Ogun, Iyemanjá, Nanã, Omolú e Oxun, por acumularem as duas funções, são relacionados nas duas categorias.<br />
O Olorí do iyawo será sempre invocado nas duas partes do ritual, independente de pertencer a qualquer dos dois aspectos.<br />
A primeira parte do rito precede ao "orô do labé", durante o qual, o iniciando é submetido à raspagem de cabeça, além de outros procedimentos indispensáveis à sua consagração ao Orixá.<br />
A finalidade, como afirmamos acima, é obter-se o consentimento dos Orixás geradores, para que possa ocorrer o surgimento de uma nova personalidade, dotada de um caráter religioso que deverá sobrepor-se, definitivamente, à personalidade anterior. É necessário que as entidades invocadas emprestem seu Axé ou força propulsora, para que o fenômeno possa se verificar com pleno sucesso e sem a interferência de outros seres espirituais, como Egun e Ajé que, por qualquer motivo, queiram interferir no processo o que, sem sombra de dúvidas, resultará num fracasso total, cujas conseqüências podem ser altamente negativas.<br />
<br />
ORIXÁ FUNFUN - A MAIS ALTA HIERARQUIA<br />
Como vimos, as divindades africanas estão separadas em duas categorias hierárquicas. Na categoria mais elevada, encontram-se as entidades que participaram da criação do universo, consideradas como ancestrais espirituais de tudo quanto possa ocorrer nos dois planos de existência, chamadas, para diferenciá-las das demais, de "Orixás Funfun" (Orixás Brancos).<br />
Neste aspecto, a filosofia religiosa yorubana em muito se assemelha à budista que afirma que, "Não há um criador, mas uma infinidade de potências criadoras que formam em seu conjunto, a substância Una e Eterna, cuja essência é inescrutável e por conseguinte, insuscetível de qualquer especulação por parte de um verdadeiro filósofo". 4<br />
Sendo emanações diretas de Olorun, os Orixás Funfun são portanto, os seres mais elevados da escala da existência, encontrando-se no mesmo nível dos Arcanjos do cristianismo e dos "Filhos Maiores Nascidos da Mente de Brahma" descritos nos Vedas, denominados Devas, Pitris, Rishis, etc... Estas Divindades Criadoras são encabeçadas por Obatalá, O Senhor das Vestes Brancas, também conhecido como Orixánlá ou Oxalá. Oxalá é o Sopro Divino, a primeira manifestação individualizada de Olorun que é a vida una, eterna, invisível, mas onipresente; sem princípio e sem fim; inconsciente, mas Consciência Absoluta; incompreensível, mas realidade existente por si mesma. Oxalá o Sopro-Divino, provoca o movimento que fecunda e energisa o Eterno em repouso no Oceano-do-não-ser, onde tudo existe sem forma e, ocasionando o surgimento da diferenciação, desperta o Plano Divino, onde jaz oculta a elaboração de todos os seres e coisas futuras.<br />
Obatalá, o Primogênito Divino, ao fecundar o Oceano Caótico composto de matéria inerte e informe, provoca a explosão da vida, ocasionando a primeira manifestação da Natureza, feminina, porque passiva. <br />
Tudo o que exista ou possa existir é oriundo desta essência até então inerte e que, após haver sido tocada, fecundada pelo princípio masculino, manifesta-se e recebe o nome de Oduduwa. <br />
As Águas-Abstratas-do-Espaço transformam-se nas Águas-da-Substância-Concreta, impulsionadas por Obatalá que é na realidade, o Verbo ou Logos manifestado que, por sua ação fecundadora, representa o princípio masculino da criação, longe portanto de ser andrógino como propõem alguns iniciados ao afirmarem ser ele, a um só tempo, macho e fêmea.<br />
Os Orixás Funfun são, em última análise, entidades da mesma categoria que Madame Blavatski classifica os Seres Primordiais, "Dhyân Chohans dos ocultistas, Rishi-Prajâpati dos induístas, Elohim ou Filhos de Deus dos judeus, Espíritos Planetários de todas as nações que, sendo considerados deuses, foram adorados e cultuados pelos homens." 5<br />
Verger afirma que ..."os Orixás Funfun são em número de cento e cinqüenta e quatro,...Orixá Olufón Ajígunà Koari; Orixá Ogíyan Ewúleé Jigbo; Orixá Obaníjita; Orixá Akire; Orixá Eteko Oba Dugbe; Orixá Olojo; Orixá Arowu; Orixá Onírinjà; Orixá Ajagemo; Orixá Jayé; Orixá Rówu; Orixá Olóba; Orixá Oluofin; Orixá Eguin; Etc... 6<br />
1 - LÉPINE, C. Contribuição ao estudo do sistema de classificação dos tipos psicológicos no Candomblé Kétu de Salvador. São Paulo, USP, 1978. Tese de doutorado. - Yoruba Beliefes and Sacrificial Rites - Longman Group Limited - 1979.<br />
2 - Dieux d'Afrique. Paris, Paul Hartmann, 1957<br />
3 - Oxalá e Exú acumulam as funções de geradores e de provedores dentro do contexto religioso, muito embora não se reconheça em Exú o poder de geração e sim o de transmutação.<br />
4 - Blavatsky, H.P. - A Doutrina Secreta. Síntese de Ciência, Filosofia e Religião. Ed. Pensamento.<br />
5 - Obra citada.<br />
6 - Verger, P.F. - Os Orixás - Ed. Corrupio - 1981).<br />
<br />
OXALÁ/OBATALÁ<br />
Considerado como a mais importante Divindade no contexto religioso, Oxalá é cultuado em todo o território de cultura yorubana, com nomes diversos que variam de uma região para outra. Em Ile Ifé, Ibadan e outras localidades é conhecido como Orixan'la; na região de Ogbomosó é chamado de Orixá Pópó; em Ejigbo, Orixá Ogiyán; em Ijàyie, Orixá Ijàiye; em Ugbo, Orixá Onilé.<br />
Oxalá é o Orixá do Branco, símbolo da pureza incontestável. Detentor do princípio genitor masculino, qualquer oferenda a ele dedicada deve ser composta de elementos inteiramente brancos.<br />
É Juana Elbein dos Santos quem afirma que "O obí, a oferenda por excelência para os Funfun, é o obí ifin, o obí branco; todos os animais, aves ou quadrúpedes, devem ser dessa cor. O sangue vegetal é simbolizado pelo ori, manteiga vegetal, e pelo algodão; o sangue mineral pelo giz e o chumbo. Sua oferenda preferida é o sangue branco do igbin (caracol), equiparado ao sêmen, do qual os Irunmale da direita são os detentores por excelência." 1 <br />
Dentre as principais atribuições de Oxalá, está o completo domínio sobre a vida e a morte representado pelo "alá" - emblema-símbolo composto de um pano de brancura imaculada que mantém estendido, como forma de proteção, sobre as diversas formas de vida que ocorrem nos dois planos de existência. Oxalá é o Sopro Divino, a primeira manifestação individualizada de Olorun, que dá início a todo o processo da existência diferenciada.<br />
ODUDUWA<br />
Oduduwa é um Orixá sobre o qual existe muita discordância dos adeptos do culto. Se Oxalá representa o princípio masculino-ativo da criação, Oduduwa é a representação do princípio feminino-passivo, do qual surge a vida após o processo de "fecundação".<br />
Oduduwa é um Orixá Funfun absolutamente diferente dos demais, embora semelhante em essência, é feminina, sendo cultuada em diversas regiões como esposa de Oxalá, embora seja, em princípio, sua irmã.<br />
Uma grande controvérsia foi criada em torno deste Orixá colocando em dúvida não somente o seu gênero, como também seu status no complexo teogônico desta religião.<br />
Oduduwa um Orixá-Funfun feminino ou um ancestral masculino divinizado por seus feitos notáveis? <br />
Segundo determinadas correntes mais atreladas às explicações científicas que às filosóficas, Oduduwa teria sido o fundador de Ifé, capital espiritual do povo Yoruba e fundador da dinastia que deu origem à esta etnia.<br />
Fonseca Júnior propõe para o nome de Oduduwa a seguinte análise etimológica: Odu-(ti-o): recipiente auto-gerador; Da: Criador(a); Iwa: Existência: Oduduwa; O Ser Criador da Existência Terrena.<br />
É o mesmo autor que, em referência a Oduduwa (personagem histórico), apresenta a seguinte teoria: "...presume-se que Oduduwa teria ido para a África a mando de Olodumare (Jeovah), para redimir os descendentes de Caim (Hetentotes) que, a semelhança de seu ancestral, carregavam o sinal da Besta na testa. (Gen.4,cap.15/16)". Mais adiante, Fonseca Jr. explica: <br />
2 - Após o pacto semelhante ao que foi feito entre Deus e Abraão, Ninrod troca de nome passando a chamar-se Oduduwa; <br />
3 - Oduduwa (Ninrod), filho de Olodumare (Jeovah), parte para a terra prometida. (Vide Gênesis, 12-1/2/3; Gen.17-4/5/6; <br />
4 - Ninrod era descendente de Noé, neto de Cam (Camita) e filho de Cusi (kusi). (Gen.10-8/9);<br />
5 - Abrahão (ex-Abrão), descendente de Sem (Semita) e Oduduwa (ex-Ninrod), descendente de Cam (Camita), eram parentes.“2 <br />
A explicação de Fonseca Júnior parece aumentar ainda mais a confusão que teria sido gerada, segundo nos parece, num simples caso de homonímia verificado quando o personagem histórico (masculino), fundador de Ile Ifé, resolveu adotar, quiçá por determinação religiosa, o nome do Orixá (feminino) a quem é atribuída a "fundação" da Terra em que habitamos. A tradição cuidou de alimentar a confusão, existindo ainda hoje em Ile Ifé, um marco monolítico adornado de misteriosos sinais, denominado "Opá Oraniyan" que acredita-se, demarque o local exato da fundação da Terra. O mesmo monumento serve de túmulo a Oraniyan, rei dos yorubanos, bisneto de Oduduwa e pai de Xangô e de Ajaká. <br />
Pierre Verger toma posição diante da questão, afirmando ser Oduduwa ..."um personagem histórico, guerreiro terrível, invasor e vencedor dos Igbo, fundador da cidade de Ile Ifé e pai de reis de diversas nações yorubas" .3 <br />
Segundo Verger, foi o Padre Baudin que primeiro classificou, em seu livro sobre religiões de Porto Novo, Oduduwa como Orixá, sendo posteriormente seguido nesta teoria por ..."compiladores encabeçados pelo tenente-coronel A.E. Ellis... A obra de Ellis foi o ponto de partida de uma série de livros escritos por autores que se copiaram uns aos outros..." <br />
Verger confessa comungar da opinião do Reverendo Bolaji Idowu quando este afirma que "Oduduwa tornou-se objeto de culto após sua morte, estabelecido no âmbito do culto dos ancestrais (e não das divindades)". <br />
Para reforçar ainda mais sua tese, o cientista continua: "A respeito de Oduduwa, acumulou-se com o tempo, uma vasta documentação escrita, tida como erudita porque é constituída de textos, a única valiosa aos olhos dos letrados, mesmo que estes textos estejam inspirados por escritos anteriores, inexatos e contrários à verdade". 4<br />
O que o grande mestre francês esqueceu-se de citar seria talvez, a primeira pista esclarecedora, quando o próprio Idowu, na mesma obra, relata que "Até mesmo em Ile Ifé onde predominam os cultos às divindades masculinas, existe na liturgia, fortes indícios de tratar-se de uma Deusa, uma Divindade Feminina. Em alguns pontos esclarecedores desta liturgia, pode-se encontrar o termo "Iya Male" (Mãe das Divindades ou Mãe Divina)... 5 <br />
..."Em Adó, Oduduwa é irrefutavelmente uma Deusa... e parte da liturgia começa desta forma:<br />
Iya dakun gba wa o; - Oh Mãe! nós suplicamos que nos libertes;<br />
ki o to ni to mo; - olhai por nós, olhai por nossos filhos;<br />
ogbebi l'Adó ! - Tu és aquela que te estabelecestes em Adó!" 6 <br />
O pequeno detalhe omitido é suficiente para concluirmos que existe na verdade, um culto a um Orixá denominado Oduduwa e que este Orixá é feminino, o que vem a coincidir com nossa opinião. <br />
EXÚ - O EIXO DO SISTEMA RELIGIOSO.<br />
Exú é a divindade de maior atuação no contexto religioso do Candomblé.<br />
Resultado da interação Obatalá-Oduduwa, é o primeiro elemento procriado e que, esotéricamente, seria a energia que reúne os átomos, possibilitando a diferenciação da matéria a partir de uma essência única. É o grande transformador, o comunicador, o intermediário entre os homens e as Divindades e entre estas e o Supremo Criador. O termo "Exú" pode ser traduzido como esfera.<br />
Exú, Elegbara, Elegba ou ainda Legba, seriam os nomes pelos quais é conhecido este poderoso Orixá, o primeiro criado por Obatalá e Oduduwa, tendo Ogun como irmão mais novo.<br />
O culto de Exú é muito individual, cada indivíduo, assim como cada coisa possui o seu Legba, podendo portanto, edificar o seu assentamento, onde poderá cultuá-lo e apaziguá-lo.<br />
Entre os fons, existem diversos Legbas, ou diferentes manifestações de um mesmo Vodun, que recebem os seguintes nomes e características:<br />
Axi-Legba: O Legba dos mercados e feiras.<br />
Agbonosu (Rei do portal): Representado por uma pequena escultura em barro colocado nas portas de entrada. É um Legba individual.<br />
To-Legba: Protetor de uma cidade ou aldeia. É um Legba coletivo.<br />
Zãgbeto-Legba: Protetor dos caçadores noturnos. Segundo se afirma, possui cornos.<br />
Hun-Legba: Defensor dos templos. É Legba individual de cada Voduns.<br />
Legba Agbãnukwe: O que fala no jogo de búzios. Corresponde a Exú Akesan. É o protetor, servidor e executor de Ifá. É ele que recebe os sacrifícios determinados por Ifá e deve ser sempre servido em primeiro lugar. Não existe nenhuma diferença de atribuições de Agbonosu e Agbãnukwe. Se o primeiro protege a casa contra a possível entrada de malefícios, o segundo, que deve permanecer num quarto dentro de casa, protege contra a negatividade dos próprios habitantes da mesma.<br />
Certos signos de Ifá, tais como Ofun Meji, Ogbe-Fun, Oxetura e Fu-Yeku, exigem que seja feito um assento muito especial, denominado Legba Jobiona, onde os dois Legbas citados, são cultuados em conjunto, com a função de proteger a casa e toda a sua periferia. Este Legba excepcional exige obís de tantos quantos o visitem. Segundo a tradição nagô, somente os grandes Babalawos podem possuí-lo.<br />
Possuímos ainda informações da existência de um Legba com quatro cabeças, denominado Legba Aóvi, surgido do Odu Jaga (nome dado aos Odus Oxe-Irete e Irete-Oxe, signos cujos nomes não devem ser pronunciados em decorrência da grande carga de negatividade de que são portadores. Um outro nome usado para mencionar estes Odus, é Gadeglido. <br />
Os Odu-Ifá que falam exclusivamente de Legba, são Odi-Gundá, Gunda-Di e Di-Turukpon.<br />
Por sua importância e atributos, Exú é sempre o primeiro a ser homenageado e cultuado em todos os procedimentos ritualísticos. Seu caráter é ambíguo e faz o mal ou o bem de acordo com sua própria conveniência. <br />
A atitude do africano diante desta divindade é de verdadeiro pavor, devido ao seu poder de atuação sobre a vida e a morte, o sucesso e o fracasso, a riqueza e a miséria, de acordo com as determinações de Olodumare, de quem é o executor de ordens. Por este motivo, todos os seguidores da religião, procuram estar bem com ele, evitando desagradá-lo para não se exporem à sua ira. <br />
Bi á bá rúbo, ki á mú t'Exú kuro - "Quando qualquer sacrifício é oferecido, a parte que cabe à Exú deve ser depositada diante dele". <br />
Esta regra deve ser sempre observada porque desta forma evita-se que, com atitudes maliciosas, Exú venha a ocasionar contratempos e confusões de todos os tipos. <br />
Numa das mais importantes louvações de Exú, encontramos a expressão “Exú, otá Orixá” - "Exú, o adversário dos Orixás" - o que reafirma os constantes problemas existentes entre eles, ocasionados pela disputa do poder e da autoridade.<br />
Entre os muitos nomes ou títulos honoríficos de Exú, destacamos:<br />
Logemo orun: Indulgente filho do céu.<br />
A n'la ka'lu: Aquele cuja grandiosidade se manifesta em plena praça.<br />
Pápá Wàrà: Aquele que apressadamente, faz com que as coisas aconteçam de repente. <br />
A túká ma xe xa: O que ele quebra em pequenos pedaços jamais poderá ser reconstituído.<br />
Exú possui muitos emblemas, como a laterita, imagens de madeira ou de barro sempre encimadas por uma lâmina ou ponta afiada, bastões fálicos, etc... <br />
No Brasil, por influência do cristianismo, esta magnífica entidade foi comparada ao diabo e, deste sincretismo, criou-se a imagem de Exú provida de rabo e chifres, portando tridentes e por vezes, dotado de asas como as dos morcegos.<br />
Se por um lado houve a intenção, por parte dos antigos missionários cristãos, de desmoralizar Exú, devemos levar em conta que, deixadas de lado as conotações maléficas injustas e incompreensíveis atribuídas à Lúcifer (O Portador de Luz), Exú poderia perfeitamente ser comparado a esta magnífica entidade espiritual ao compreendermos suas verdadeiras funções e atribuições.<br />
Nas práticas umbandistas encontramos um outro tipo de manifestação de espíritos aos quais, talvez por influência do sincretismo com o Diabo, convencionou-se dar o nome de Exú.<br />
Estas entidades, que se apresentam sob diversas denominações tais como, Marabô, Tranca-Ruas, Veludo, Caveira, Pomba Gira, Maria Padilha, Molambo, etc., são na verdade, eguns, que se manifestam em seus médiuns para cumprirem as missões que lhes foram impostas, da mesma forma de outras que se apresentam como pretos-velhos, caboclos, boiadeiros, ciganos, etc.<br />
É necessário que se saiba a diferença entre Exú-Orixá e estes outros tipos de entidades, que não se encontram na mesma categoria hierárquica e que devem ser tratados e reverenciados, de forma diferente e específica, mas que, independente de não serem Orixás, possuem força e poder para resolverem problemas e prestarem auxílio a tantos quantos a eles recorram.<br />
O Orixá Exú é o único dentre todos os demais, que tem seu campo de ação ilimitado, podendo atuar em todos os níveis da existência universal, permitindo por este motivo, que seja classificado tanto como Funfun como também como Ebora, tamanho é o seu poder de agir livremente. <br />
<br />
1 - Santos, J.E. - Os Nagô e a Morte. Padê, Axexe e o Culto Egun na Bahia. - Vozes - Petrópolis - 1986.. <br />
2 - Obra citada.<br />
3 - 0bra citada.<br />
4 - Obra citada.<br />
5 - Idowu, E.B. - Olodumare, God in Yoruba Belief - Longmans - 1962.. <br />
6 - Idowu, E.B. - Obra citada.<br />
ADIMU - OFERENDAS AOS ORIXÁS<br />
2ª Parte<br />
AS OFERENDAS<br />
Dentro do culto aos Orixás, o mais importante são as oferendas aos Orixás, que têm por finalidade manter o equilíbrio das relações entre eles e os seres humanos.<br />
É através das consultas ao Oráculo de Ifá, que as pessoas, mesmo as não iniciadas, são informadas a respeito das exigências de seus Orixás e principalmente de Exú, relativas às oferendas que desejam receber.<br />
Nem sempre estas exigências são estabelecidas pela relação anteriormente explicada entre o ser humano e seu Orixá de cabeça, muitas das vezes, é um outro Orixá quem se oferece para solucionar um determinado problema ou alguma dificuldade que está sendo vivenciada e, em troca, exige algum tipo de sacrifício em seu louvor.<br />
Algumas vezes, pessoas atormentadas pelos mais diversos tipos de dificuldades, recorrem aos préstimos de algum Orixá, oferecendo algum tipo de sacrifício como penhor de sua confiança e de sua fé, da mesma forma que os católicos recorrem aos seus santos, implorando graças e fazendo promessas que, invariavelmente, são pagas somente após a obtenção da graça solicitada.<br />
Os sacrifícios oferecidos aos Orixás, são genericamente denominados "ebós" que se dividem em "ejenbale" (sacrifícios com derramamento de sangue) e "adimús" (sacrifícios incruentos).<br />
Os ebós ejenbale, dividem-se em diversos tipos, exigindo sempre o derramamento de sangue de algum tipo de animal que pode ser uma ave, um quadrúpede ou até mesmo um simples caramujo. Dentre os mais conhecidos, destacamos:<br />
Ebó ejé: Oferenda votiva que tem por finalidade obter determinado favorecimento ou graça de uma Divindade.<br />
Ebó etutu: Sacrifício de apaziguamento. Este tipo de sacrifício é geralmente determinado pelo Oráculo e tem por finalidade acalmar a ira ou o descontentamento de uma entidade qualquer.<br />
Ebó a ye ipin ohun: Sacrifício substitutivo. Tem por finalidade substituir a morte de alguém pela oferenda determinada pelo Oráculo, no Brasil, este sacrifício é vulgarmente conhecido como "ebó de troca".<br />
Ebó ba mi d'iya: Sacrifício que visa atenuar uma punição de morte imposta à uma pessoa por um Orixá ou por um espírito maligno. Neste caso, como no anterior, um carneiro é sacrificado em substituição ao ser humano.<br />
Ebó Ogunkojà: Sacrifício preventivo que pode ser público ou individual. Tem por finalidade evitar qualquer tipo de acontecimento nefasto que ameace a pessoa (individual) ou até mesmo uma cidade ou aldeia (público).<br />
Ebó a d'ibode: Trata-se de um sacrifício propiciatório e preventivo. Este sacrifício é oferecido na fundação de uma casa, aldeia ou cidade e tem por finalidade acalmar os espíritos da terra no local da fundação. Antigamente, este ebó exigia o sacrifício de seres humanos que hoje em dia, foram substituídos por diversos animais.<br />
Como podemos observar, o sacrifício de seres humanos era exigido nos primórdios do culto o que, sem dúvida, seria hoje considerado um absurdo, além de configurar-se, seja em qual for a circunstância, em homicídio, selvageria e falta de respeito ao ser humano.<br />
Da mesma forma, o derramamento do sangue de animais, só deve ocorrer em situações de extrema necessidade e em casos em que não possam ser substituídos por outras oferendas pois, se os Orixás, acostumados que eram a receberem sacrifícios humanos, concordaram na substituição dos mesmos pelos sacrifícios de animais, é fácil deduzir-se que estes podem também dar lugar a sacrifícios de minerais, vegetais e objetos de seu agrado.<br />
Adentramos uma nova era em que todas as formas de vida adquirem sua valorização máxima e a vida dos animais, da mesma forma que a dos seres humanos, há que ser respeitada e preservada ao extremo. É chegada a hora de darmos um basta ao inútil derramamento de sangue que, ao invés de apaziguar os nossos deuses, só conseguem despertar a sua ira, tornando-os intolerantes e cada dia mais distantes de nós.<br />
É necessário que se desperte nos adeptos do Candomblé a consciência do respeito devido a todas as formas de vida animal, cujo sacrifício só pode ser efetivado em casos excepcionalíssimos e quando todos os demais recursos hajam sido esgotados. <br />
É num itan de Ifá, do Odu Odi Meji, que encontramos a fundamentação para as afirmações anteriormente feitas:<br />
Odi Meji disse: "Metolõfi, por avareza, não quis sacrificar um boi de malhas brancas e a morte veio buscá-lo." <br />
Quando Ifá estava ainda no ventre de sua mãe, pediu que seu pai pegasse um boi malhado de branco e oferecesse em sacrifício, a fim de evitar que dentro de três anos, uma guerra viesse dizimar o seu reino. Seu pai negligenciou o sacrifício e no dia do nascimento de Ifá, seu pai morreu e sua mãe foi capturada como escrava.<br />
Três anos depois, a guerra arrasou o país e Ifá mandou que Ajinoto, a parteira, o encerrasse dentro de uma cabaça, de forma que ninguém o pudesse ver. A parteira foi encarregada também, de avisá-lo logo que alguém passasse por perto, para que ele revelasse ao passante, a causa de seus sofrimentos e os remédios e sacrifícios que resolveriam todos os seus problemas.<br />
Tudo ocorreu da forma como Ifá planejara e o homem que passou naquele local, não hesitou em levar para sua casa, a cabaça onde Ifá havia sido encerrado.<br />
Para deslumbramento de todos, Ifá, de dentro da cabaça, dava conselhos, receitava medicamentos e resolvia os mais difíceis problemas.<br />
Um dia Ifá ordenou que alguém se dirigisse ao mercado onde, pelo preço de quarenta e um caurís, deveria comprar sua mãe que estava sendo vendida junto com outras escravas. "A primeira mulher que for oferecida deve ser comprada, pois esta é minha mãe."<br />
Naquela época Ifá costumava aceitar sacrifícios humanos no festival de Fanuwiwa.<br />
Quando a escrava adquirida no mercado foi trazida, Ifá ordenou que lhe fosse entregue uma certa quantidade de milho, para que pilasse e transformasse em farinha destinada à preparação o amiwo.<br />
Enquanto pilava o milho, a mulher ouvia os fiéis invocando Ifá: <br />
"Orunmilá! Akefoye! Agbo wi dudu hu do fe to!" (Orunmilá! Akefoye! Se teu nome é Ifá, jamais esquecerás de mim!). <br />
Reconhecendo em Ifá o seu próprio filho, a pobre mulher pôs-se a cantar, em voz alta, a saudação que ouvia: <br />
"Orunmilá! Akefoye! Agbo wi dudu hu do fe to!"<br />
As pessoas contaram a Ifá sobre a mulher que cantava aquela saudação enquanto pilava o milho e Ifá ordenou que ela largasse aquele trabalho e que, no dia seguinte pela manhã, chamasse por ele junto com seus fiéis, para que pudesse mostrar a todos de que forma deveria ser corretamente alimentado. Ordenou ainda, que fosse preparado um akpakpo e dois panos brancos de cabeça denominados kpokun abuta, proibindo a todos de olharem para aqueles objetos.<br />
Como Ifá vivera, até então, fechado dentro de sua cabaça, jamais havia sido visto por ninguém. Quando todos se afastaram Ifá saiu de sua cabaça coberto por um grande chapéu, vestindo um avental de pérolas e calçando sandálias, indo sentar-se no alto de um tripé de onde gritou: <br />
"Olhem bem, sou eu, Ifá! Ifá que ninguém nunca viu... A mulher que mandei comprar no mercado de escravos deve ser trazida até aqui!"<br />
A mulher foi trazida à sua presença e Ifá mostrou-a a todo mundo dizendo:<br />
"Olhem bem, esta é minha mãe! Quando eu estava no seu ventre determinei que meu pai deveria sacrificar um boi malhado de branco, para evitar malefícios que já estavam previstos. Mas meu pai não atendeu minha orientação e todo o mal acabou por se concretizar. Tanto tempo se passou e eu comprei esta escrava para ser sacrificada em minha honra. Entretanto não a sacrificarei! Não poderia trair minha própria mãe, mesmo que ela me tenha traído."<br />
Dito isto ordenou que cortassem os longos cabelos de sua mãe, que envolvessem sua cabeça com um belo torso branco e que a instalassem sobre a almofada akpakpo. Depois pediu um boi e um cabrito para serem sacrificados. Com a farinha moída por sua mãe mandou preparar um amiwo para ela, que não poderia ser comido em sua presença.<br />
Desta forma, assentada sobre um akpakpo, transformou-se ela em Nã, mãe de um rei.<br />
Aos jovens que prepararam as carnes do boi e do cabrito, assim como o amiwo, ordenou que fosse dado uma parte de cada coisa, para que comessem depois da cerimônia. 1<br />
A velha disse então a seu filho, que sentia-se muito envergonhada, pois não merecia tantas honrarias e que naquele dia iria encontrar-se em Ló (local para onde vão os espíritos dos mortos), com seu finado esposo.<br />
"A partir de hoje, quando fizerem uma cerimônia em minha honra, digam: Nã kuagba! (Nã seja bem vinda!), e virei receber as oferendas." - Disse a mulher.<br />
Nã disse ainda, que faria o Sol tornar-se mais brando ou mais quente, comandando-o de cima de seu akpakpo. <br />
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A partir de então, realiza-se sempre o ritual de Xe Nã (dar comida à Nã), quando terminam os festivais Fanuwiwa. 2<br />
Este Itan de Ifá fundamenta a possibilidade de substituição do sacrifício de um ser humano pelo de animais, o que nos leva a concluir a possibilidade da substituição do sacrifício destes por outros tipos de oferendas, partindo da premissa de que o ritual é criado pelo homem e não pelos deuses.<br />
Isto posto, passemos ao assunto que é, na verdade, o principal objetivo do presente trabalho, a apresentação de uma vasta relação de oferendas incruentas aos Orixás e a outras entidades cultuadas no candomblé.<br />
O assunto será tratado de forma direta, através de um receituário contendo os ingredientes, o procedimento e o objetivo de cada trabalho, assim como à qual entidade deve ser oferecido.<br />
1 - Depois das cerimônias de Nã, aqueles que preparam os alimentos a ela oferecidos, recebem uma pequena parte destes alimentos, parte esta que recebe o nome de kle ou kele e que só pode ser consumida depois que o Vodun for servido. (Este rito acompanha as cerimônias às divindades nagô sob o nome Atowo e às divindades fon sob o nome de Nudide). <br />
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2 - Itan coletado por Bernard Maupoil na região onde hoje fica a atual República do Benin e publicado em sua magnífica obra sobre o sistema oracular de Ifá, ”LA GEOMANCIE À L'ANCIENNE CÔTE DES ESCLAVES”. <br />
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OFERENDAS A EXÚ<br />
- Para limpeza da casa.<br />
Pega-se um coco seco, pinta-se todo com uáji, rola-se pela casa de dentro para fora impulsionando-o com o pé esquerdo, como se fosse uma bola. Quando chegar na porta da rua, pega-se o coco com a mão esquerda, leva-se à uma encruzilhada aberta de quatro esquinas e ali, atira-se o coco no meio da encruzilhada com força, para que se quebre.<br />
- Para problemas de infidelidade.<br />
Abre-se um coco seco em duas partes. Dentro dele coloca-se um pedaço de papel de embrulho usado, no qual se escreveu, anteriormente, o nome da pessoa infiel. Acrescenta-se 3 grãos de pimenta da costa; um pouco de azeite de dendê; um pouco de mel; milho torrado e pó de peixe defumado. Fecha-se o coco e amarra-se com linha vermelha e linha branca, enrolando-se bem até que o coco fique totalmente envolvido pela linha. Coloca-se o coco diante de Exú e durante 21 dias acende-se uma vela diariamente, pedindo que a pessoa permaneça fiel ao seu parceiro. No vigésimo primeiro dia despacha-se numa encruzilhada. (Quem não tem Exú assentado pode colocar o coco atrás da porta da casa).<br />
- Para problemas de saúde.<br />
Pinta-se um coco seco com efun e depois unta-se todo com ori-da-costa ou, na falta deste, manteiga de cacau. Coloca-se o coco num prato branco diante de Exú e acende-se uma vela pedindo-se pela saúde da pessoa enferma. A vela deve ser substituída todos os dias, à mesma hora, e o pedido reiterado. No sétimo dia, logo que a vela termine, o coco deve ser levado e despachado na entrada de um cemitério.<br />
- Defesa contra inveja e olho-grande.<br />
Coloca-se um coco seco com uma vela acesa em cima, onde deverá permanecer por três dias consecutivos. No terceiro dia, despacha-se numa encruzilhada de quatro esquinas.<br />
- Para desenvolvimento econômico.<br />
Abre-se um coco do qual se corta quatro pedaços mais ou menos iguais. Estes quatro pedaços, depois de bem lavados, são colocados num prato com a parte branca para cima. Sobre cada pedaço de coco coloca-se um pouquinho de mel de abelhas, um pouquinho de azeite de dendê e um grão de pimenta-da-costa. Coloca-se o prato diante de Exú, ou atrás da porta e acende-se uma vela de sete dias. No sétimo dia, despacha-se tudo (inclusive o prato) numa mata.<br />
- Para obter um amor.<br />
Tomar banho de água de rio misturada à água de coco verde durante cinco dias seguidos.<br />
- Para problemas de justiça.<br />
Escreve-se, num papel de embrulho usado, os nomes das pessoas interessadas na questão, dos advogados e do juiz. Abre-se um coco seco pelo meio e coloca-se dentro o papel com os nomes escritos; milho torrado; 21 grãos de pimenta-da-costa; mel de abelhas; azeite de dendê e pó de efun. Fecha-se o coco e enrola-se muito bem enrolado com linha preta e linha branca. Coloca-se num prato diante de Exú, acende-se uma vela que se renova durante 21 dias. No final dos 21 dias despacha-se numa mata.<br />
- Para melhorar a sorte.<br />
Rala-se um coco seco e espreme-se a massa num pano branco. O sumo obtido é misturado a um copo de leite de cabra. Mistura-se com água de rio e toma-se três banhos no mesmo dia, sendo um pela manhã, um à tarde e um à noite.<br />
- Para apaziguar Exú.<br />
Corta-se um coco seco ao meio, no sentido horizontal. Uma das metades é cheia de mel de abelhas, a outra é cheia de aguardente. Arreia-se aos pés de Exú com uma vela acesa. No terceiro dia despacha-se nas águas de um rio.<br />
- Para livrar uma pessoa ameaçada de prisão.<br />
Dois pombos brancos; ori; fita branca; fita vermelha; fita azul e fita amarela.<br />
Numa mata fechada, unta-se as pernas dos pombos com a manteiga de ori; amarra-se um lacinho de cada fita nas suas duas patas; passa-se os bichos no corpo da pessoa e solta-se com vida. É preciso ter muito cuidado para não machucar os animais.<br />
- Para livrar alguém da prisão ou de problemas com a justiça.<br />
Um boneco de pano branco do sexo da pessoa para quem se vai fazer o trabalho. Dentro do boneco, se coloca o seguinte: Um papel com o nome da pessoa; 7 grãos de ataré; 7 grãos de milho torrados; pó de peixe defumado; um pedacinho de couro de onça ou de outro felino de grande porte; um ovo de codorna inteiro e um pedacinho do talo de comigo-ninguém-pode. Costura-se o boneco e se deixa diante de Exú dentro de um alguidar com padê de mel. O padê deve ser renovado a cada sete dias e o boneco permanecerá ali, até que o problema esteja resolvido. Solucionada a questão, o boneco deve ser levado para dentro de uma delegacia de polícia, para ali ser deixado. Na volta oferece-se a Exú sete roletes de cana, dentro de um alguidar com padê de aguardente.<br />
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OFERENDAS A EGUN<br />
- Oguidí.<br />
Coloca-se de molho, numa panela de barro, uma quantidade de farinha de milho bem fina (milharina). Esta farinha deverá permanecer de molho por dois ou três dias até que fermente. Uma vez fermentada, acrescenta-se canela em casca; anis estrelado em pó (Pimpinella anisum, L.),; baunilha (Epidendrum vanilla, L.) e açúcar mascavo. Cozinha-se em fogo lento.<br />
Quando tudo tiver adquirido a consistência de uma massa, retira-se do fogo e enrola-se em folhas de mamona (Ricinus communis, L.). Depois de enroladas e bem amarradas para que não se abram, coloca-se uma panela com água para ferver. Assim que a água estiver fervendo, coloca-se dentro, as trouxinhas, deixando que cozinhem durante quinze minutos, retirando-se em seguida e colocando-se de lado para que esfriem. Quando estiverem frias, retira-se o invólucro de folhas e arruma-se numa travessa de barro, regando-se com bastante mel.<br />
Deve-se fazer sempre, um número de nove oguidís ou então, o número correspondente ao Odu que determinou a oferenda.<br />
Entrega-se a Egun na porta do cemitério ou nos pés de uma árvore seca.<br />
- Olele<br />
Deixar, por 3 dias, uma porção de feijão fradinho (Vigna sinensis, Endl.) de molho na água.<br />
No terceiro dia, moe-se o feijão fradinho no liqüidificador usando a menor quantidade de água possível, para que a massa resultante fique bem espessa.<br />
Refoga-se, numa panela à parte, uma cebola, pimentão vermelho, cominho, orégano e tomate. Quando tudo estiver bem refogado, junta-se 2 ovos e deixa-se no fogo por mais um tempo, mexendo sempre, com uma colher de pau. Tira-se do fogo e coloca-se, com a colher, pequenas porções em folhas de mamona, embrulhando-se em forma de trouxinhas. Coloca-se as trouxinhas para ferver durante 25 minutos, depois do que, retira-se da água e deixa-se esfriar. Depois de frias, retira-se as folhas de mamona, arreia-se nos pés de Egun e, no terceiro dia, retira-se e enterra-se num terreno baldio ou dentro de uma mata. <br />
Importante: As comidas oferecidas a Egun não levam sal, com exceção daquelas feitas para o consumo das pessoas, das quais retira-se uma pequena porção para oferecer a Egun.<br />
- Oferenda de coco a Egun para prejudicar uma pessoa.<br />
Pega-se um coco seco grande, abre-se um dos olhos de forma que se possa introduzir pelo buraco, depois de retirada a água, o seguinte: Um papel com o nome da pessoa, sua foto ou um pedaço de pano de sua roupa, pó de osun; 9 pimentas-da-costa; um pouco de terra de cemitério; um pouco de terra de encruzilhada; um pouco de poeira da casa ou do quintal da pessoa que se quer atingir; um pouco de óleo de cobra; um pedaço de osso humano; um pedacinho do talo da folha de comigo-ninguém-pode; 9 grãos de milho torrado.<br />
Depois que tudo estiver dentro, tapa-se o buraco do coco com um pedacinho de pau ou uma rolha de cortiça. Coloca-se o coco dentro de um alguidar pequeno e arreia-se diante de Egun. Durante 9 dias seguidos, acende-se uma vela às 12 horas, outra às 18 e uma terceira às 24 horas. No fim dos 9 dias, leva-se a um rio e atira-se nas águas.<br />
Este trabalho é muito perigoso e prejudicial, só devendo ser feito em casos extremos.<br />
- Trabalho para afastar um inimigo com a ajuda de Egun<br />
Um galho de irôko (Chlorophora Excelsa) de aproximadamente 1 metro. Numa das extremidades, faz-se, no sentido longitudinal, uma abertura de uns 10 centímetros.<br />
Num papel branco, escreve-se 9 vezes, o nome da pessoa que se deseja afastar. <br />
Um pedaço de pano vermelho; 9 pimentas-da-costa; um pouco de pelo de gato preto; um pouquinho de azougue; um pouquinho de alcatrão; 9 agulhas; 1m. de fita vermelha; 1m. de fita branca; 1m. de fita amarela; 1m. de fita azul; 9 grãos de milho torrado; um pouco de osun; um pouco de uáji; um pedaço de osso humano e um carretel de linha preta.<br />
Coloca-se todos os ingredientes dentro do papel onde se escreveu o nome das pessoas e faz-se um embrulho enrolado, em forma de charuto. Embrulha-se novamente, com o pano vermelho e enrola-se com a linha preta, usando toda a linha do carretel. O embrulho é então, enfiado na fenda aberta na ponta do galho de irôko. Em seguida, prende-se bem, enrolando, primeiro a fita branca, depois a azul, depois a amarela e finalmente, a vermelha, de forma que o embrulhinho fique bem preso ao galho. Isto feito, coloca-se o galho num prato branco que será arriado diante de Egun. Durante 9 dias renova-se a vela. No fim dos 9 dias leva-se ao cemitério e espeta-se o galho, com a ponta onde está o embrulho, numa sepultura fresca, pedindo ao Egun ali enterrado que afaste a pessoa para bem distante.<br />
OFERENDAS A OGUN<br />
- Para apaziguar Ogun. Prepara-se sete ecós, coloca-se num alguidar com uma moeda corrente e um grão de ataré em cima de cada um. Depois de arrumados, acrescenta-se azeite de dendê, mel de abelhas e manteiga de cacau derretida. Junta-se, dentro do alguidar, bastante milho torrado e rega-se com aguardente. Arreia-se diante de Ogun com uma vela de sete dias. Despacha-se numa via férrea.<br />
- Para evitar derramamento de sangue.<br />
Sete peixes frescos, sem serem limpos, apenas lavados em água corrente. Os peixes são arrumados numa travessa de barro com as cabeças voltadas para fora. Sobre eles coloca-se: azeite de dendê; mel de abelhas; ori-da-costa derretido; melado de cana e sete grãos de ataré (um sobre a cabeça de cada peixe). Arreia-se nos pés de Ogun, com uma vela acesa, durante algumas horas (o tempo suficiente para que a vela se queime toda). Depois disto, passa-se os peixes na pessoa para a qual se está solicitando a proteção de Ogun. A pessoa deve ficar despida, resguardadas as partes mais íntimas. Terminada a limpeza coloca- se os peixes numa folha de papel pardo e se despacha numa linha de trem.<br />
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- Para obter proteção contra qualquer tipo de tragédia.<br />
Um peixe pargo de bom tamanho; azeite de dendê; gin; mel de abelhas; milho torrado; feijão fradinho torrado e ori-da-costa. Coloca-se o peixe numa travessa ou assadeira de barro; cerca-se com o milho e o feijão torrados; tempera-se com os ingredientes relacionados. Arreia-se diante de Ogun com velas acesas. Depois de três horas, despacha-se numa mata.<br />
- Para obter uma graça qualquer do Orixá Ogun. 1 inhame-do-norte cozido; arroz cru; ori-da-costa; azeite de dendê; mel de abelhas; melado de cana; 7 pimentas ataré e gin. Amassa-se o inhame cozido e mistura-se a massa obtida com o ori-da-costa e o arroz. Com esta massa, preparam-se, modelando-se com as mãos, 7 bolas que, depois de prontas, serão arrumadas num alguidar de barro onde já se colocou o milho torrado. Acrescenta-se os demais ingredientes e oferece-se a Ogun, diante de seu igbá onde deverá permanecer por sete dias. Despacha-se na mata.<br />
- Para apaziguar Ogun. Para acalmar a ira deste Orixá, basta oferecer-lhe uma melancia aberta e regada com melado de cana.<br />
- Para que Ogun defenda uma casa de malefícios.<br />
Uma faca de aço é colocada no fogo até que fique em brasa. Quando a lâmina da faca estiver acesa, pega-se, coloca-se em cima de Ogun e derrama-se sobre ele azeite de dendê de forma que o azeite escorra sobre a ferramenta do Orixá. Esta faca é embrulhada em pano vermelho junto com os seguintes ingredientes: 1 fava de ataré inteira; 7 grãos de milho torrados; sete pedacinhos de coco seco e um pouco de uáji. Envolve-se tudo, inclusive a faca, no pano vermelho e enrola-se, bem enrolado, com linha verde e linha azul. Somente a lâmina da faca deverá ser enrolada pelo pano e pelas linhas, o que formará uma espécie de bainha. Este fetiche deverá permanecer atrás da porta da casa e, todas as vezes em que Ogun comer, deverá ficar junto com ele, no igbá, durante todo o tempo do orô e enquanto durar o preceito.<br />
- Para agradar Ogun: Pega-se 7 ovos de codorna, unta-se com azeite de dendê, mel de abelhas e pó de efun. Coloca-se num prato de barro, espalha-se por cima fumo de rolo desfiado e molha-se com gin. Deixa-se diante de Ogun durante sete dias com uma vela acesa. Despacha-se na mata.<br />
- Para evoluir ou obter uma graça. Pega-se uma melancia inteira, corta-se um quadradinho em forma de cubo (sem abrir a fruta); separa-se o cubinho; escreve-se, em papel de embrulho, o que se deseja; coloca-se o papel no buraco feito na melancia; tapa-se o buraco com o próprio pedaço extraído dali; arreia-se nos pés de Ogun, deixando ali por 3 dias. Durante estes três dias, acende-se uma vela e pede-se a Ogun o que se deseja. Despacha-se na linha do trem.<br />
- Para obter proteção pessoal de Ogun. Deixar, durante 7 dias, um coco seco dentro do assentamento de Ogun. No sétimo dia, retira-se o coco, quebra-se, retira-se a polpa, descasca-se, rala-se, espreme-se com um pano branco e virgem. Ao sumo obtido acrescenta-se meio litro de leite de cabra, mistura-se num recipiente com água de chuva e água de rio (meio a meio); acrescenta-se ainda: Um copo de água de coco verde; um copo de caldo de cana; sete colheres de mel de abelhas e sete colheres de melado de cana. Mistura-se bem, e deixa-se o recipiente diante de Ogun, por três horas, com uma vela acesa. Depois de decorridas as três horas, toma-se banho com o líqüido (inclusive a cabeça); deixa-se o banho secar no corpo durante meia hora e depois, toma-se banho com água limpa e sabão da costa. A pessoa deve usar somente roupas brancas nos sete dias seguintes e, no mesmo período, terá que acender velas, bater cabeça e rogar a proteção do Orixá.<br />
OFERENDAS A OXOSSI<br />
- Para resolver problemas de justiça.<br />
Num pano branco coloca-se os seguintes ingredientes: 7 grãos de milho torrados; 7 grãos de ataré; 7 pimentas malagueta; pó de peixe defumado; um pedaço de talo de comigo-ninguém-pode; 7 folhas de hortelã e um papel com o nome da pessoa que está sendo tratada.<br />
Faz-se um embrulho com o pano branco, amarra-se bem com barbante virgem, passa-se no corpo da pessoa e deixa-se no igbá de Oxóssi até que o problema esteja resolvido.<br />
Resolvido o problema, a pessoa beneficiada deverá oferecer uma comida seca ao Orixá, de acordo com a orientação obtida no oráculo.<br />
- Para boa sorte.<br />
Numa travessa de barro, coloca-se sete peixes frescos inteiros com as escamas. Por cima coloca-se: milho torrado; melado de cana; azeite de dendê e efun ralado. Deixa-se nos pés de Oxóssi por três horas e, em seguida, leva-se a um mata e arreia-se aos pés de uma palmeira ou coqueiro.<br />
- Para problemas de saúde.<br />
Unta-se sete ovos de galinha d’angola com ori-da-costa; coloca-se dentro dum alguidar diante do assentamento de Oxóssi e coloca-se, sobre eles, um pouco de azeite de dendê; melado de cana; licor de anis; fumo-de-rolo desfiado e bastante pó de efun. Todos os dias, durante sete dias, passa-se um dos ovos na pessoa enferma e separa-se para outro alguidar que deverá ficar atrás do igbá. No sétimo e último ovo, coloca-se tudo num pano azul-claro, amarra-se em forma de trouxa, leva-se à uma mata e despacha-se num tronco de árvore seca.<br />
- Para estabilidade financeira.<br />
Oferece-se, a Oxóssi, uma melancia aberta no meio e regada de melado de cana; deixa-se diante de Oxóssi por três dias e despacha-se numa mata.<br />
- Para falta de dinheiro.<br />
Pega-se sete cocôs secos, pinta-se de branco (efun) as partes de cima e de azul (uáji) as partes de baixo. Coloca-se os sete cocôs num alguidar grande e, durante sete dias, vai-se passando um coco por dia no corpo, tendo-se o cuidado de separar os cocôs utilizados para outro alguidar. Depois de passar o último coco, enrola-se o alguidar com os sete cocôs num pano azul claro e despacha-se em água corrente. Uma vela de sete dias deverá permanecer acesa durante o tempo em que os cocôs estiverem diante de Oxóssi.<br />
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- Para obter uma graça qualquer.<br />
Sete romãs (Punica granatum, L.); melado de cana; azeite de dendê; anis estrelado e efun ralado. Coloca-se os romãs abertos dentro de um alguidar e, sobre eles, os ingredientes relacionados. Deixa-se diante de Oxóssi por sete dias com uma vela acesa, depois, despacha-se numa mata.<br />
- Para assegurar boa sorte.<br />
Descasca-se e frita-se ligeiramente, em gordura de coco, sete cebolas de casca vermelha. Arruma-se tudo numa panela de barro e cobre-se com anis estrelado em pó; melado de cana; azeite de dendê; pó de peixe defumado e milho torrado. Arreia-se nos pés de Oxóssi com duas velas de sete dias acesas. Depois de sete dias despacha-se na mata sem desarrumar o adimú.<br />
- Para agradar e apaziguar Oxóssi.<br />
Prepara-se sete ecós. Em cada um deles coloca-se um grão de atarê, uma moeda de pequeno valor; uma fava de anis estrelado e uma pitadinha de efun ralado. Arruma-se num alguidar e rega-se com azeite de dendê e um pouco de vinho branco. Entrega-se a Oxóssi com uma vela de sete dias e, depois deste período, despacha-se nos pés de uma amendoeira.<br />
- Para agradar Oxóssi.<br />
Sete espigas de milho verde, grandes e tenras, são assadas na brasa. As folhas que envolvem as espigas são separadas para forrar o alguidar em que será oferecido o adimú. Assim que as espigas forem retiradas do braseiro, ainda quentes, são regadas, uma a uma, com azeite de dendê, gordura de coco, melado de cana, um pouco de licor de romã e pó de peixe defumado. Depois disto arruma-se com as pontas mais finas para cima, no alguidar já forrado com as folhas das espigas. Coloca-se, dentro do alguidar, amendoim torrado e rega-se tudo com vinho branco. Entrega-se a Oxóssi com uma vela de sete dias. No fim de sete dias, despacha-se numa mata.<br />
OFERENDAS A LOGUNEDÉ<br />
- Pamonha que se oferece a Logunedé.<br />
Rala-se sete espigas de milho verde bem tenras. À massa obtida acrescenta-se coco ralado e açúcar. Envolve-se a massa nas folhas mais tenras que envolvem as espigas, formando uma espécie de trouxinha que se amarra em cima com palha da costa. Mergulha-se as trouxinhas em água fervente e retira-se logo em seguida. Deixa-se esfriar, abre-se as trouxinhas, arruma-se numa travessa ou prato de louça. Ao redor coloca-se fatias de coco seco cortado em tiras, rega-se com bastante mel e oferece-se ao Orixá. Despacha-se numa cachoeira.<br />
- Para agradar Logunedé.<br />
Prepara-se uma massa de milho verde igual à da receita anterior, dispensando-se o açúcar. Refoga-se uma boa quantidade de camarão seco em óleo de milho acrescentando-se cebola branca, pimentão doce, tomate, coentro picadinho, vinho branco e um pouco d'água para fazer o molho. Coloca-se a massa numa tigela e cobre-se com o molho. Enfeita-se com 7 camarões inteiros crus e folhas de hortelã.<br />
- Para obter uma graça.<br />
Pega-se um peixe dourado, limpa-se bem, retira-se as escamas e recheia-se com milho verde (grãos); milho torrado; cebola branca picada; pedacinhos de coco seco e 1 obí picado em pedacinhos pequenos. Costura-se o peixe, tempera-se com azeite de oliva e azeite de dendê; orégano em pó; coentro e vinho branco. Coloca-se para assar no forno. Quando o peixe estiver assado, retira-se do forno, coloca-se numa travessa e cerca-se de agrião ligeiramente fervido. Na boca do peixe introduz-se um papel com o pedido da graça que se deseja obter. Cobre-se com bastante mel de abelhas e vinho branco. Arreia-se nos pés de Logun e, no dia seguinte, despacha-se num rio de águas limpas.<br />
- Para agradar Logunedé.<br />
Assa-se, num braseiro, 7 espigas de milho verde. Cozinha-se, à parte, uma porção de feijão fradinho misturado com a mesma quantidade de amendoim. Pega-se o feijão cozido com o amendoim e coloca-se num alguidar; arruma-se as espigas assadas com as pontas para fora; rega-se com mel de abelhas; azeite de dendê e vinho branco. Deixa-se por três dias diante do igbá do Orixá e despacha-se dentro de uma mata.<br />
- Para agradar Logunedé.<br />
Cozinha-se uma boa quantidade de milho seco em água pura. Pega-se sete camarões graúdos, aferventa-se ligeiramente também em água pura. Prepara-se um molho idêntico ao descrito no adimú número 2. Coloca-se o milho cozido numa travessa ou tigela branca; arruma-se os camarões em cima e cobre-se com o molho. Enfeita-se com folhas de agrião e rega-se com mel de abelhas e vinho branco. Arreia-se diante de Logun e despacha-se, três dias depois, na beira de um rio ou dentro de uma mata.<br />
- Para atrair uma pessoa.<br />
Pega-se um coco seco, retira-se a água e abre-se, num dos olhos do coco, um buraco onde possam passar os seguintes ingredientes: Um papel com o nome das pessoas interessadas; sete favas de anis estrelado; sete pedacinhos de lírio florentino; sete colheres de café de água-de-flor-de-laranja; a mesma medida de melado de cana; a mesma medida de mel de abelhas; sete pedacinhos de açúcar cândi; sete gotas de baunilha; sete folhinhas de hortelã; sete pétalas de rosa amarela e sete gotas de essência de rosas. Completa-se com vinho branco. Fecha-se o buraco com um pedacinho de madeira e veda-se com cera de abelhas derretida. Enfeita-se o coco com laços de fitas amarelas e azuis, leva-se à uma cachoeira e coloca-se em baixo da queda d'água. Antes de levar, o coco deve ser apresentado ao Orixá.<br />
OFERENDAS A IYEMANJÁ<br />
- Adimú para se obter uma graça.<br />
Arruma-se sete espigas de milho verde assadas dentro de uma panela de barro com o seguinte: Sete bolas de feijão fradinho cozido, amassado e ligado com farinha de acaçá; sete biscoitos de araruta; sete bananas da terra cortadas no sentido longitudinal e fritas em gordura de ori-da-costa; sete bolas de mingau de milharina adoçado com açúcar mascavo. Depois de tudo arrumado dentro da panela rega-se com bastante mel de abelhas e oferece-se à Iyemanjá, acendendo-se duas velas. Deixa-se de um dia para o outro, embrulha-se num pano branco e leva-se para o mar.<br />
- Para resolver uma situação impossível.<br />
Cozinha-se um inhame grande até que fique bem macio. Coloca-se num recipiente qualquer e amassa-se com um garfo. À massa obtida acrescenta-se: farinha de milho bem grossa; meio copo de melado de cana; um pouquinho de azeite de dendê e um pouco de mel de abelhas. Mistura-se tudo muito bem e modela-se 7 bolas, que são arrumadas numa travessa branca. Sobre as bolas despeja-se bastante melado de cana; pó de efun e pó de peixe defumado. Oferece-se, diante do igbá, com uma vela acesa, deixando por sete dias. Despacha-se na beira do mar.<br />
- Para obter uma graça.<br />
Pega-se um melão bem grande, abre-se uma tampa no alto e retira-se a polpa. Coloca-se, dentro da fruta, os seguintes ingredientes: Sete bolinhas de milho vermelho; sete bolas de inhame; sete rodelas cortadas de uma espiga de milho verde; sete peixinhos secos; sete cebolas brancas pequenas; sete bolas de arroz branco cozido; sete bolinhas pequeninas de ori-da-costa; sete colheres de óleo de amêndoa-doce; mel de abelhas e melado de cana. Coloca-se o melão num prato grande ou bandeja forrada com pano branco, diante de Iyemanjá e acende-se sete velas que devem ser renovadas por sete dias, tempo em que o adimú permanecerá diante do Orixá. Despacha-se na beira do mar.<br />
- Para obter saúde ou estabilidade financeira.<br />
Colocar dentro de uma travessa de barro: Sete pargos frescos bem pequenos; sete grãos de ataré; sete grãos de milho torrado; sete moedas correntes; um pouco de pó de osun; sete agulhas de crochet; um pouco de areia da praia; sete colheradas de azeite de amêndoas; sete colheres de mel de abelhas e sete colheres de melado de cana. Entrega-se à Iyemanjá na desembocadura de um rio com o mar. O mesmo adimú pode ser oferecido à Olokun. Neste caso substitui-se as agulhas de crochet por anzóis e se entrega diretamente nas águas, em alto mar.<br />
- Para que Iyemanjá trabalhe em favor de alguém.<br />
Colocar-se, aos pés de Iyemanjá, uma cesta com frutas variadas, cobre-se tudo com bastante folhas de beldroega (Planta herbácea, da família das cariofileas). Deixa-se, diante do Orixá, durante sete dias com uma vela votiva acesa. Findo o prazo, leva-se à uma praia e arreia-se na areia com sete velas acesas.<br />
- Para firmar a cabeça de uma pessoa.<br />
Coloca-se a sopeira de Iyemanjá no solo, sobre uma esteira forrada de branco. Em volta coloca-se nove pratos brancos. Dentro de cada prato coloca-se um ovo de pata (cru); um pouco de mel de abelhas sobre os ovos; uma pequena porção de coco ralado e uma pitadinha de pó de efun. Ao lado de cada ovo, dentro dos pratos, acende-se uma vela de sete horas. A pessoa, depois de limpa e lavada com omi eró de folhas frescas de Iyemanjá, veste uma roupa branca e deita-se no quarto do Orixá por uma noite. No dia seguinte colocam-se os ovos dentro de uma cestinha de palha e despacha-se no mar, na sétima onda que bater.<br />
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- Para resolver qualquer tipo de problema.<br />
Pega-se 21 frutas de diferentes espécies, pica-se em pedaços bem pequenos e mistura-se dentro de uma tigela branca. Prepara-se um cozido com vinte e um diferentes tipos de legumes bem picados e cozidos em água pura. Separa-se os legumes em outra tigela branca. Cozinha-se, em água sem sal, vinte e um diferentes tipos de grãos como: milho, canjica, feijões de todos os tipos (menos preto), soja, arroz, etc. e separa-se tudo numa outra tigela. Coloca-se tudo dentro de um balaio, deixando que as coisas se misturem. Por cima coloca-se um pargo fresco de tamanho médio, em cuja boca, introduz-se um obí batá. Enfeita-se tudo com folhas de beldroegas e vinte e uma rosas brancas. Salpica-se vinho branco em cima, enfeita-se com fitas brancas, rendas, etc. Leva-se à praia e entrega-se à Iyemanjá, com muito orô e cantigas do Orixá.<br />
- Para calar a boca de uma pessoa maledicente.<br />
Retira-se um cubinho da casca de uma melancia, com o auxílio de uma faquinha. No buraquinho, introduz-se um papel com o nome da pessoa de língua ferina e tapa-se com o pedaço que dali foi retirado. Deixa-se, durante quatro dias nos pés do Orixá, depois do que, leva-se a uma linha de trem deixando ali, de forma que a fruta seja esmagada pelo trem.<br />
- Adimú para agradar Iyemanjá e obter sua proteção.<br />
Descasca-se sete cebolas brancas e frita-se, ligeiramente, em azeite de amêndoas. Depois de bem douradas as cebolas, abre-se nelas, com uma faquinha, um buraco onde se introduz um papel com o pedido que se deseja obter e um grãozinho de ataré. Coloca-se as cebolas num prato branco e se acrescenta, sobre elas, os seguintes ingredientes: Mel de abelhas; melado de cana; um pouco de vinho branco; um pouco de vinho tinto suave e bastante milho torrado. Deixa-se, durante sete dias, diante do igbá do Orixá, sempre com velas acesas. Despacha-se na beira da praia.<br />
- Para obter uma graça com ajuda de Iyemanjá.<br />
Numa cesta de vime forrada de pano azul, coloca-se sete peixes fritos em azeite de amêndoa; sete bananas da terra verdes; sete punhados de canjica cozida; sete bolos de arroz; sete pedaços de coco seco; sete ecós; sete oleies e sete moedas brancas. Enfeita-se tudo com flores brancas e entrega-se à Iyemanjá diretamente na praia, com velas acesas e uma taça de vinho branco.<br />
- Para agradar e apaziguar.<br />
Corta-se sete romãs ao meio. Dentro de cada um deles se coloca uma moeda e um grão de ataré. Arruma-se as frutas dentro de uma panela de barro, derrama-se por cima: azeite de dendê, mel de abelhas, melado de cana, vinho branco e sete balas de leite ou de coco. Deixa-se durante sete dias diante do igbá de Iyemanjá e, depois, despacha-se dentro do mar.<br />
- Para apressar a solução de qualquer tipo de problema.<br />
Um peixe pargo bem assado é colocado numa travessa de barro e recoberto com rodelas de banana-da-terra previamente cozidas. Dentro do peixe já estará um papel no qual se escreveu o desejado. Por cima de tudo, derrama-se melado de cana e vinho branco. A panela deve ficar cheia até a borda. Deixa-se, durante sete dias diante de Iyemanjá e depois, despacha-se em pedras onde as ondas do mar estouram.<br />
- Para agradar Iyemanjá.<br />
Forra-se uma travessa de barro ou de louça com folhas de alface e sobre elas arruma-se: 7 ecós; 7 oleles; 7 oguidís; sete acaçás de milho vermelho desembrulhados; sete pedaços de coco seco; sete espigas de milho assadas; sete moedas; sete bolinhas de ori-da-costa. Depois de tudo arrumado na travessa tempera-se com azeite de dendê, mel de abelhas, melado de cana, ataré, pó de efun e vinho branco. Este adimú permanece, durante sete dias, diante do igbá do Orixá com duas velas acesas. Despacha-se nas águas de um rio.<br />
- Para alcançar uma graça impossível<br />
Coloca-se, dentro de um copo de cristal, um papel onde se escreveu o que se deseja obter. Enche-se o copo com melado de cana misturado a vinho branco. Coloca-se diante de Iyemanjá e cobre-se com um pano branco virgem. Por cima coloca-se um prato branco sobre o qual se acenderá uma vela todos os dias, durante 21 dias. Findo este prazo o copo com seu conteúdo, o pano e o prato, serão levados à uma praia e atirados ao mar, o mais longe possível.<br />
OFERENDAS A OXUN<br />
- Para atrair uma pessoa.<br />
Abre-se uma cabaça ao comprido, limpa-se bem retirando todas as sementes e as películas de seu interior e se coloca dentro: O nome da pessoa que se quer atrair escrito em papel de embrulho; 5 agulhas de coser; 5 pedacinhos de galho de irôko; 5 grãos de pimenta-da-costa; um pouco de milho torrado; uma pitadinha de pó de osun; uma pitadinha de sal de cozinha; mel de abelhas; suco de um limão galego (Citrus medica, Rissus); pó de peixe defumado e pó de preá defumada. Fecha-se a cabaça unindo as duas partes com um laço de fita amarela; coloca-se sobre um prato branco diante do igbá-Oxun e, durante 25 dias, à mesma hora, acende-se uma vela em cima da cabaça pedindo ao Orixá que traga a pessoa desejada. No vigésimo quinto dia, depois que a vela acabar, despacha-se nas águas de um rio.<br />
- Para obter-se uma graça qualquer.<br />
Num prato branco arruma-se: 5 ovos de galinha crus; 5 folhas de verbena (Lipia citriodora); uma conta de coral; um pedaço de azeviche; um molho de agrião que deverá ser arrumado em volta do prato, formando uma rodilha. Cobre-se tudo com bastante mel de abelhas, salpica-se pó de efun e arreia-se aos pés de Oxun com 5 velas acesas ao redor. Este adimú permanece por cinco dias nos pés do Orixá e é despachado numa cachoeira.<br />
- Para apaziguar Oxun. Um mamão bem maduro aberto ao meio, do qual se retira todas as sementes. Enfeita-se o mamão por dentro e por fora com ramos de salsa; coloca-se dentro do mamão 5 gemas de ovos de galinha e cobre-se com bastante mel de abelhas. Junta-se as duas partes do mamão e coloca-se, sobre um prato, diante de Oxun, com duas velas acesas. No dia seguinte despacha-se num rio.<br />
- Para agradar e obter uma graça. Cozinha-se um inhame, amassa-se e mistura-se folhas de agrião bem picadinhas. Com a pasta modela-se 5 bolas. Depois de prontas as bolas de inhame, rola-se as mesmas sobre farinha de acaçá até que fiquem bem envolvidas. Numa travessa de barro, arruma-se as 5 bolas de inhame ao redor de um pargo assado ao forno. Sobre cada bola coloca-se uma pimenta ataré, uma moeda, um grão de milho e uma pétala de rosa amarela. Rega-se com um pouquinho de azeite de milho e bastante mel de abelhas, enfeita-se com galhos e folhas de agrião miúdo.<br />
- Balaio para agradar Oxun. Pega-se um balaio grande com alça e enfeita-se à gosto com panos, fitas e rendas amarelas. Pronto o balaio, coloca-se dentro dele diversos tipos de frutas, sempre em cinco unidades. Acrescenta-se ainda bastante caramelos de leite e enfeita-se com folhas de hortelã. No meio das frutas coloca-se uma boneca vestida de amarelo, representando a própria Oxun. Deixa-se diante do Orixá por oito dias, findo os quais, despacha-se numa cachoeira. A boneca ficará, para sempre, junto ao igbá.<br />
- Para obter uma graça. Pega-se cinco laranjas lima e, sem descascá-las, corta-se no alto, separando-se as "tampinhas". Sobre cada uma das laranjas coloca-se: Uma fava de anis-estrelado; um pouquinho de pó de lírio-florentino; umas folhinhas de salsa; umas gotinhas de mel de abelhas e uma pitadinha de canela em pó. Repõe-se as tampinhas em cada laranja e arruma-se num prato do igbá da Oxun. O prato deverá ser colocado sobre a sopeira, no lugar da tampa. Este adimú permanece cinco dias sobre o igbá e é despachado, envolto num pano amarelo, na beira de um rio de águas limpas.<br />
- Para obter uma graça.<br />
O mesmo adimú acima descrito pode ser feito, substituindo-se as laranjas por ovos de galinha. Neste caso, abre-se os ovos em cima, sem que se quebre as cascas em demasia, escorre-se as claras deixando somente as gemas dentro das cascas. Acrescenta-se os mesmos ingredientes dentro dos ovos. Neste caso ferve-se ligeiramente um molho de agrião e, depois de frio, faz-se um ninho que será colocado no prato para abrigar os ovos de forma que não virem para que não se entornem os seus conteúdos.<br />
- Para ocasionar intranqüilidade a um inimigo.<br />
Dentro de um boneco de pano branco (do mesmo sexo da pessoa que se quer atingir) coloca-se: Um papel de embrulho usado com o nome da pessoa escrito cinco vezes; cinco gotas de óleo de rícino; uma folha de irôko; uma folha de urtiga (Urtica urens, L.); cinco agulhas de costura; cinco grãos de ataré; um pouco de lama do fundo do rio e um pouco de azougue. Este boneco fica, durante cinco dias, diante de Oxun, de cabeça para baixo e de costas para o igbá (sem velas acesas). No fim dos cinco dias, retira-se o boneco, embrulha-se em pano preto, leva-se à uma mata e pendura-se, de cabeça para baixo, num galho de árvore seca. <br />
OFERENDAS A NANÃ<br />
- Para agradar Nanã.<br />
Cozinha-se, em água de poço sem sal, 13 espigas de milho verde e deixa-se de lado. Numa panela de barro coloca-se uma cebola roxa picada; cominho em grãos; uma folha de louro; um pouquinho de orégano; um pouco de gengibre ralado e azeite de dendê. Deixa-se ferver por meia hora e coloca-se, dentro da panela, uma porção de fubá de milho vermelho bem fino. Vai-se mexendo enquanto cozinha, até que engrosse como um mingau. Retira-se do fogo, coloca-se as 13 espigas cozidas com as pontas para cima e, depois de frio, oferece-se à Nanã na mesma panela. Depois de 13 dias, leva-se à um pântano e se enterra com panela e tudo.<br />
- Para problemas de saúde.<br />
Pega-se 13 pargos frescos bem pequenos, arruma-se dentro de um prato de barro e tempera-se com azeite de dendê; mel de abelhas; melado de cana e vinho tinto seco. Arreia-se diante de Nanã e, depois de 13 dias, passa-se o prato com o adimú no corpo da pessoa enferma, leva-se a um pântano e enterra-se com tudo.<br />
- Para saúde.<br />
Pega-se 13 broas de milho, passa-se no corpo da pessoa e vai-se arrumando num alguidar de barro. Depois que todas as broas já estiverem no alguidar rega-se com azeite de dendê e vinho tinto seco, salpicando-se por cima pó de efun. Deixa-se diante do Orixá durante 13 dias, findos os quais, retiram-se as broas, substituindo-as por outras, agindo sempre da mesma forma. As broas retiradas são levadas e despachadas na porta do cemitério. A operação deve ser repetida até que a pessoa fique curada.<br />
- Para obter uma graça.<br />
Pega-se 13 cebolas roxas inteiras e frita-se ligeiramente em azeite de dendê. Prepara-se um pouco de pipoca em azeite de dendê, arruma-se a pipoca num alguidar e enfeita-se com as cebolas fritas. Deixa-se nos pés de Nanã por 13 dias. Despacha-se na beira de uma lagoa.<br />
- Para obter a proteção de Nanã.<br />
Torra-se, bem torrada, uma mistura de milho vermelho, feijão fradinho e amendoim. Coloca-se tudo dentro de uma cabaça aberta no pescoço. Cozinha-se uma boa quantidade de canjica e coloca-se dentro da mesma cabaça. Acrescenta-se 13 grãos de ataré; um pouco de milho de pipoca que, depois de torrado, não se tenha aberto; 13 grãos de lelekun; 13 favas de bejerekun; pó de peixe defumado e pó de eku defumado. Fecha-se a cabaça enrolando-a toda com palha-da-costa. Deixa-se por 13 dias diante do Orixá. Depois pendura-se atrás da porta de casa ou do local de trabalho.<br />
- Para evolução financeira.<br />
Assa-se, no forno, 13 fatias de berinjela. Depois de assadas unta-se com azeite de dendê; mel de abelhas e ori-da-costa. Arruma-se num alguidar e cobre-se com pipocas. Rega-se com vinho tinto seco. Despacha-se, depois de 13 dias, na beira de um poço que tenha água potável.<br />
- Para agradar Nanã.<br />
13 cebolas roxas descascadas e fritas em azeite doce; 13 espigas de milho verde assadas na brasa; 13 rodelas de aipim cozido com casca; milho torrado e pipoca feita no dendê. Arruma-se, num alguidar, primeiro o milho torrado e as pipocas. Por cima dispõe-se as rodelas de aipim, as espigas e as cebolas. Rega-se com azeite de dendê e deixa-se 13 dias diante de Nanã. Despacha-se no mato.<br />
- Para sorte e proteção de Nanã.<br />
Uma panela de barro média; 13 gemas de ovos de gansa; 13 pimentas-da-costa; 13 búzios; osun; efun; uáji; um pouco de lama de pântano; um pouco de milho torrado; peixe defumado; azeite de dendê; 13 colheres de azeite de amêndoas; os pedidos que se deseja obter escritos em papel de embrulho. Coloca-se o papel dentro da panela e todos os ingredientes por cima; completa-se com canjica branca e deixa-se diante de Nanã por 13 dias. Despacha-se num pântano.<br />
- Para conseguir uma graça. <br />
Metade de uma cabaça bem limpa por dentro; 13 moedas pequeninas; 13 grãos de milho de pipoca que não tenham estourado ao se fazer pipocas para Omolú; 13 pedacinhos de coco seco; 13 sementes de anis estrelado; azeite de dendê; um pouco de melado de cana; azeite de dendê. Escreve-se, num papel qualquer, o que se deseja de Nanã. Coloca-se o papel dentro da cabaça e coloca-se todos os ingredientes por cima. Completa-se com canjica branca e rega-se com água de flor de laranjeira. Deixa-se nos pés de Nanã por 13 dias. Despacha-se nas águas de um rio.<br />
OFERENDAS A OXUMARE<br />
- Para agradar Oxumarê.<br />
Cozinha-se uma batata doce e amassa-se bem, formando uma espécie de purê. Coloca-se a massa dentro de um alguidar de barro e tempera-se com pó de ataré; pó de bejerekun; lelekun e bastante azeite de dendê. Arreia-se para Oxumarê e deixa-se por 15 dias. Despacha-se no mato.<br />
- Para obter uma graça.<br />
Com a massa de uma batata doce cozida, modela-se uma cobra dentro de uma travessa de barro. Ao redor da cobra, arruma-se 15 ovos de galinha nos quais colocou-se, por uma pequena abertura feita numa das extremidades, os seguintes ingredientes (para cada ovo): 1 grão de ataré; 1 semente de fava de aridã; 1 semente de bejerekun e 1 grão de lelekun. Arreia-se diante do Orixá e despacha-se, no dia seguinte, nos pés de uma árvore frondosa.<br />
- Para apaziguar Oxumarê.<br />
Cozinha-se 5 batatas doce, amassa-se e mistura-se ao purê, pó de aridan e sementes de lelekun. Com a pasta obtida modela-se 15 bolas. Depois de prontas as bolas de batata doce, rola-se as mesmas sobre farinha de acaçá até que fiquem bem envolvidas. Numa travessa de barro, arruma-se as 15 bolas ao redor de um pargo assado ao forno. Sobre cada bola de inhame coloca-se uma pimenta ataré, uma moeda e um búzio pequenino. Rega-se com azeite de dendê e deixa-se diante de Oxumarê de um dia para o outro. Despacha-se em água corrente.<br />
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OFERENDAS A XANGÔ<br />
- Para apaziguar Xangô.<br />
Cozinha-se um inhame-da-costa. Com o inhame cozido e descascado faz-se uma massa à qual acrescenta-se: azeite de dendê; mel de abelhas; pó de peixe defumado e orogbô ralado. Depois de bem misturado faz-se seis bolas. Em cima de cada bola se coloca uma moeda de cobre. Arruma-se no centro de uma gamela de madeira e, ao redor, coloca-se seis sapotís (Achras sapota, L.) bem maduros. Deixa-se aos pés do Orixá durante seis dias. Envolve-se num pano vermelho e leva-se aos pés de uma palmeira imperial (Oreodoxa regia).<br />
- Para agradar Xangô. Pega-se seis sapotís maduros, abre-se ao meio, retira-se as sementes e arruma-se numa gamela. Dentro de cada sapotí coloca-se: Seis grãos de milho torrado; seis pedacinhos de coco seco; um orogbô (para cada sapotí); um pouquinho de melado de cana; mel de abelhas; azeite de dendê; um ataré e um pouco de vinho tinto. Deixa-se por seis dias nos pés do Orixá com uma vela acesa, que deve ser renovada todos os dias.<br />
- Para tirar uma pessoa do cárcere.<br />
Um talo de folha de afomã (Ficus Membranacea); um pedaço de galho de cedro (Cedrela mexicana); osun; efun e ori-da-costa. Raspa-se talo de afomã e o galho de cedro. O pó obtido é misturado aos demais ingredientes e com a massa resultante, faz-se uma bola que deverá ficar, por seis dias, dentro da gamela de Xangô. Despacha-se o mais próximo possível do local onde a pessoa estiver detida e, se isto não for possível, no alto de uma pedra de onde se aviste a cidade.<br />
- Para assegurar vitória em questões judiciais.<br />
Embrulha-se, em pano vermelho, seis varetas ou palitos de cedro; seis pimentas ataré; seis grãos de milho torrados; um pouquinho de pó de peixe defumado; um orogbô inteiro e uma folha de cedro. Amarra-se bem amarrado com linha branca e deixa-se dentro da gamela de Xangô. No dia da audiência ou julgamento, a pessoa deve portar o embrulhinho num de seus bolsos.<br />
- Adimú para boa sorte.<br />
Pega-se seis ovos de galinha d'Angola e unta-se as cascas com: Azeite de dendê; mel de abelhas; ori-da-costa; pó de efun e pó de osun. Coloca-se numa gamela ou alguidar de barro e sopra-se, em cima, vinho tinto e aguardente de cana. Deixa-se diante de Xangô por seis dias e depois, passa-se os ovos na pessoa, embrulha-se em pano vermelho e despacha-se aos pés de uma palmeira imperial.<br />
- Para obter uma graça.<br />
Compra-se o romã mais bonito que se puder encontrar, abre-se a fruta ao meio no sentido vertical e retira-se, de seu interior, todas as sementes. Coloca-se, no lugar das sementes, um pouquinho de osun; um pedacinho do talo de comigo-ninguém-pode; um pouquinho de raspa de pó de cedro; um pouquinho de raspa de madeira de irôko; seis ataré; um pouquinho de azeite de dendê; mel de abelhas e um pouquinho de canela em pó. Une-se as duas partes do romã, envolve-se num pedaço de pano vermelho e enrola-se bem, com linha branca. Derrete-se, em banho-maria, uma quantidade de cera de abelhas. Na cera derretida vai-se mergulhando e retirando a bonequinha de pano com a fruta dentro, dando-se voltas para que a cera fique aderida ao tecido. Repete-se a operação até que se transforme numa bolota de cera. Deixa-se secar até que a cera fique bem durinha e, somente então, coloca-se dentro da gamela de Xangô, onde deverá permanecer até que a graça seja alcançada. Depois de atendido o pedido feito ao Orixá, despacha-se a bolota nos pés de uma palmeira real.<br />
- Para agradar Xangô e obter sua proteção.<br />
Arruma-se, numa gamela grande, 12 tomates maduros; 12 laranjas-da-china; 12 bananas-da-terra verdes; um inhame-da-costa; uma cabaça de pescoço; 12 orogbôs; 12 caramelos; 12 fatias de pão e 12 ataré. Rega-se tudo com muito mel de abelhas, vinho tinto e melado de cana. Coloca-se diante de Xangô e deixa-se por 12 dias, renovando a vela diariamente. No fim dos doze dias leva-se a um campo e deixa-se ali.<br />
- Para resolver uma situação impossível.<br />
Gordura de coco, cebola, pimentão vermelho, camarão sêco, cominho, orégano, louro verde, tomates, quiabo, farinha de acaçá e azeite de dendê. Pica-se a cebola, o pimentão, os tomates e os quiabos (estes em rodelinhas bem finas). Coloca-se a farinha para cozinhar, com água, em fogo brando, deixando engrossar um pouquinho. Numa panela à parte coloca-se uma colher de gordura de coco, uma pitada de cominho, uma de orégano, a folha de louro, a cebola picadinha, o pimentão e o tomate. Espera-se cinco minutos e acrescenta-se o camarão sêco, o quiabo e o mingau que foi cozido em separado. Coloca-se um pouco de dendê (se possível a pasta chamada bambarra). Deixa-se cozinhar em fogo brando por aproximadamente uma hora. Quando estiver cozido retira-se do fogo e se derrama tudo numa gamela. Separa-se uma porção num alguidar para ser oferecida a Exú. Depois de entregar-se a parte de Exú, oferece-se o adimú nos pés de Xangô, sacode-se o xeré e vai-se pedindo o que se quer em voz baixa e a cabeça no chão. Acende-se duas velas e, no dia seguinte, despacha-se aos pés de uma palmeira. <br />
OFERENDAS A YEWÁ<br />
- Para agradar Yewá.<br />
Cozinha-se 16 pedaços de mandioca cortados em cubo. Depois de bem cozidos, coloca-se numa panela de barro onde se acrescenta: Melado de cana; mel de abelhas; canela em casca e 8 favas de anis estrelado. Deixa-se ferver em fogo brando durante vinte minutos. Retira-se do fogo e, depois de frio, coloca-se à Yewá, deixando por sete dias com velas acesas. Despacha-se num rio.<br />
- Para conquistar um amor impossível.<br />
Um coração de cera dentro do qual se coloca os nomes das pessoas interessadas, escritos 7 vezes, um ao lado do outro. O papel, depois de escrito, é enrolado em forma de canudo e atravessado por sete agulhas de cozer. Coloca-se o tubinho dentro do coração de cera e acrescenta-se: Uma folha de abre caminho; uma folha de elevante; sete pétalas de rosa vermelha; um pedaço de talo de comigo-ninguém-pode; um pouco de pó de osun; pó de peixe defumado; milho torrado; azeite de dendê e mel de abelhas. Coloca-se o coração dentro de uma panelinha de barro, completa-se com azeite de oliva e entrega-se ao Orixá, com uma vela de sete dias acesa e pedindo-se o que se quer. Despacha-se num rio.<br />
- Para obter uma graça.<br />
Cozinha-se sete raízes de mandioca pequenas, descascadas. Arruma-se numa travessa de barro e cobre-se com: melado de cana; açúcar mascavo; uma pimenta da costa em cima de cada raiz de mandioca; pedaços de coco cortados em tiras finas e mel de abelhas. Arreia-se diante de Yewá e despacha-se, sete dias depois, numa lagoa de água doce.<br />
- Para agradar Yewá.<br />
Numa tábua nova e limpa que flutue, coloca-se um pargo sem escamas, do qual foram retiradas todas as entranhas. Dentro do pargo coloca-se: Um papel no qual se escreveu o que mais se deseja na vida; um pouco de pipoca; 7 grãos de pimenta-da-costa; sete pedacinhos de coco seco; osun; lelekun; sete pétalas de rosa vermelha; mel de abelhas e azeite de dendê. Costura-se a barriga do peixe, coloca-se em sua boca um anzol de pesca e arruma-se, em cima da tábua, com sete velas acesas em volta. Entrega-se nas águas de uma lagoa, que sejam tranqüilas, para que a tábua flutue na superfície. Este adimú tem que ser oferecido à noite, com céu estrelado e lua crescente.<br />
- Para se obter uma graça.<br />
Prepara-se uma boa quantidade de pipocas, arroz branco cozido e canjica cozida. Coloca-se, numa travessa de barro, primeiro uma camada de arroz; por cima, uma camada de canjica e, finalmente, a pipoca. Sobre tudo isto, espalha-se uma boa porção de camarões fritos em azeite de dendê (sem limpar, apenas lavados). Rega-se com azeite de dendê e enfeita-se com rodelas de tomate. Arreia-se aos pés de Yewá por sete dias com duas velas acesas. Despacha-se, à noite, aos pés de uma árvore que dê flores.<br />
- Para se obter proteção.<br />
Pega-se um peixe de tamanho médio que se limpa e corta em postas. Com a cabeça do peixe prepara-se um pirão de farinha de mandioca, ao qual se acrescenta folhas de coentro e alguns grãos de ataré. As postas são cozidas com pimentão; coentro; anis estrelado em pó e gengibre ralado. À parte, frita-se em azeite dendê, sete camarões grandes, com cabeça e casca. Forra-se uma travessa de barro com bastante folhas de alface, sobre elas derrama-se o pirão depois de frio; arruma-se as postas de peixe e coloca-se por cima os camarões fritos. Bate-se as claras de sete ovos até que atinjam o "ponto-de-neve" e com isto, cobre-se todo o adimú. No centro, sobre a clara, coloca-se um obi de quatro gomos aberto. Este adimú deve ser entregue à Yewá na beira de um lago ou rio de águas mansas e limpas, em noite de céu estrelado. Os pedidos que forem feitos são endereçados ao firmamento e o adimú, antes de ser arriado, deve ser mostrado aos quatro pontos cardeais, começando-se pelo este, depois o norte, o oeste e o sul.<br />
- Para apaziguar Yewá.<br />
Prepara-se uma papa de milharina vermelha temperada com coentro. Refoga-se em azeite de dendê, cebola branca bem picadinha e uma porção de camarões secos. Coloca-se, numa travessa de barro, primeiro a papa de milharina e, por cima dela, os camarões secos refogados. Rega-se com dendê e enfeita-se com sete ovos cozidos cortados em rodelas. Sobre cada rodela de ovo cozido coloca-se um pouquinho de cebola branca ralada. No meio coloca-se um tomate cortado em quatro, sem as sementes, dentro do qual se coloca um obi de quatro gomos. Arreia-se nos pés de Yewá com velas acesas e despacha-se, depois de sete dias, nas margens de um rio de águas limpas.<br />
- Para agradar Yewá.<br />
Torra-se feijão fradinho, milho vermelho e amendoim. Coloca-se num alguidar e cobre-se com mel de abelhas, vinho branco e canela em pó. Arreia-se aos pés do Orixá ou na beira de um lagoa, com duas velas acesas.<br />
OFERENDAS À OIYÁ<br />
- Adimú para agradar Oyá.<br />
Frita-se, no dendê, nove peixes de água doce pequenos. Arruma-se numa travessa de barro. Prepara-se, à parte, um molho com: cebola branca; pimentão vermelho; pimenta do reino; tomate; vinho tinto e camarão seco. Pronto o molho, derrama-se sobre os peixinhos fritos e enfeita-se com folhas de alface. Deixa-se nos pés de Oyá por quatro dias e despacha-se num bambual.<br />
- Para obter proteção de Oyá.<br />
Descasca-se 9 cebolas roxas das pequenas e frita-se, inteiras, em azeite de dendê. Coloca-se as cebolas e o óleo que sobrou da fritura numa panela de barro e, por cima, coloca-se: Milho torrado; feijão fradinho torrado; vários pedacinhos de coco seco; um copo de vinho rosado; um pouquinho de melado de cana; pó de ataré e pó de osun. Entrega-se diante do igbá ou dentro de uma mata.<br />
- Para obter uma graça qualquer.<br />
Escolhe-se 9 berinjelas bem bonitas, abre-se e frita-se, ligeiramente, em azeite de dendê. As berinjelas serão recheadas com o seguinte: Cozinha-se um pouco de feijão fradinho descascado e amassa-se bem amassadinho. À massa de feijão acrescenta-se cebola branca bem picadinha; camarão seco moído; ataré em pó e osun. Mistura-se bem estes ingredientes à massa de feijão fradinho e recheia-se as berinjelas. Arruma-se tudo numa travessa de barro, rega-se com azeite de dendê e arreia-se nos pés do Orixá. Despacha-se quatro dias depois, no local indicado pelo jogo.<br />
- Para que Oyá trabalhe em uma determinada questão.<br />
Prepara-se um bom molho com pimentão, tomate, cebola, alho e azeite de dendê. Prepara-se 9 acarajés. Sobre cada acarajé coloca-se um grão de ataré e uma moeda de cobre. Arruma-se os acarajés numa travessa de barro forrada com folhas de bambu e rega-se tudo com o molho. Arreia-se aos pés de Oyá e despacha-se, depois de 4 dias num bambual.<br />
- Para que Oyá cale uma pessoa faladeira.<br />
Dentro de uma língua de vaca, coloca-se: 9 grãos de ataré; 9 agulhas; uma pitada de osun; 4 grãos de milho torrado; 4 pedacinhos de casca de irôko e azeite de dendê. Enrola-se a língua muito bem enrolada com linha vermelha; coloca-se num prato ou alguidar de barro e deixa-se aos pés de Oyá por quatro horas sem acender velas. Transcorridas as quatro horas, pega-se a língua, leva-se a um pé de flamboayant(Poinciana regia) e amarra-se num de seus galhos.<br />
- Para afastar uma pessoa sem que haja briga.<br />
Pega-se um pé de boi (comprado no açougue); retira-se uma parte do tutano e coloca-se ali: O nome da pessoa que se quer ver pelas costas escrito no mesmo papel em que o pé de boi foi embrulhado; 9 grãos de ataré; 9 agulhas; 9 gotas de azougue; 2 penas de asa de andorinha; uma aleta (nadadeira) de peixe; pó de estrada e areia da praia. Enrola-se o pé num pano vermelho, amarra-se bem amarrado com linha vermelha. Arruma-se tudo numa travessa de barro e apresenta-se à Oyá, sem arriar. Pede-se o afastamento da pessoa (nunca o seu mal), leva-se para o quintal ou para qualquer lugar fora de casa e enterra-se o embrulho.<br />
- Para dificuldades financeiras.<br />
Prepara-se um boa quantidade de pipocas feitas no azeite de dendê, coloca-se num balaio e oferece-se à Oyá junto com Obaluaye. Prepara-se, em vasilhas separadas para cada Orixá, uma mistura de vinho seco com canela em pó e mel de abelhas. Acende-se uma vela para cada Orixá e despacha-se na porta do cemitério.<br />
- Para evitar aborto com a proteção de Oyá.<br />
Escolhe-se uma berinjela grande e bonita, corta-se em 9 fatias, frita-se em óleo de amêndoas. Corta-se, ao meio, uma cabaça de pescoço, limpa-se por dentro e arruma-se ali as rodelas de berinjela fritas. Tempera-se com pó de peixe defumado, pó de preá; osun e efun. A cabaça é fechada e amarrada com fita vermelha. Coloca-se num alguidar e deixa-se diante do igbá de Oyá até o final da gravidez. Depois que a criança nascer deve ser mostrada ao Orixá e só então, a cabaça será despachada num pé de akokô.<br />
- Para obter uma graça.<br />
Frita-se 9 pedaços de mandioca cortados em rodela (não retirar a casca). Os pedaços de mandioca são fritos em azeite de dendê, em fogo brando para que fiquem bem passadinhos. Num alguidar arruma-se: Os 9 pedaços de mandioca fritos; 9 espigas de milho verde descascadas e limpas; 9 acarajés; 9 obís vermelhos (de quatro gomos); milho torrado; feijão fradinho torrado; azeite de dendê; mel de abelhas e pó de efun. Deixa-se 9 dias diante de Oyá e despacha-se numa praça pública com 9 velas acesas.<br />
- Para ter sucesso numa empreitada.<br />
Prepara-se uma massa idêntica à do acarajé e deixa-se de lado. Prepara-se um molho com cebola roxa; cominho; orégano; camarão seco; vinho tinto e azeite de oliva. Com a massa do acarajé, prepara-se 9 bolinhos com a forma de pãezinhos, sem contudo fritá-los; arruma-se os bolinhos numa travessa de barro e espalha-se o molho por cima. Depois acrescenta-se: milho torrado; azeite de dendê; óleo de amêndoas e pimenta-da-costa. Coloca-se o adimú diante do Orixá por 9 dias e despacha-se, depois, dentro de uma mata.<br />
- Para unir duas pessoas.<br />
Corta-se ao meio uma maçã vermelha; retira-se as sementes e um pouco da polpa, fazendo um buraco onde se introduz: Um papel com os nomes das pessoas; um pedacinho de folha de comigo-ninguém-pode; um pedacinho de abre-caminho; um pouquinho da poeira da frente das casas das duas pessoas. Fecha-se a maçã, amarra-se com fita vermelha dando nove voltas e, em cada volta, um nó. A maçã é colocada num prato e regada com mel de abelhas, depois do que, é oferecida ao Orixá com os pedidos correspondentes. Despacha-se aos pés de um flamboayant depois de quatro dias.<br />
- Para alcançar o impossível.<br />
Coloca-se numa cesta diante de Oyá, os seguintes ingredientes: 9 berinjelas; 9 ecós; 9 acarajés; 9 ovos de galinha d’Angola; 9 espigas de milho verde descascadas; 9 jambos (Eugenia malacenses); 9 obís; 9 pedaços de coco seco e 9 favas de ataré inteiras. Todos os dias, durante 9 dias, a pessoa pega um de cada componente colocado na cesta, passa no corpo, transfere para um alguidar colocado ao lado e acende uma vela pedindo o que deseja. No nono dia pega o alguidar, leva para um bambual e arria ali, com nove velas acesas. <br />
OFERENDAS A OMOLU / OBALUAYE<br />
- Para agradar Omolu.<br />
Cozinha-se, em água de poço sem sal, meio quilo de tremoços (lupinus luteus). Pega-se os tremoços já cozidos, coloca-se numa panela de barro e junta-se uma cebola roxa picada; cominho em grãos; uma folha de louro; um pouquinho de orégano; um pouco de gengibre ralado e azeite de dendê. Deixa-se ferver por meia hora e coloca-se, dentro da panela, uma porção de fubá de milho vermelho bem fino. Vai-se mexendo enquanto cozinha, até que engrosse como um mingau. Retira-se do fogo e, depois de frio, oferece-se a Omolu na mesma panela. Depois de sete dias leva-se à uma mata e se enterra com panela e tudo.<br />
- Para problemas de saúde.<br />
Pega-se 7 arenques defumados, arruma-se dentro de um prato de barro e se tempera com azeite de dendê; mel de abelhas; melado de cana e vinho tinto seco. Arreia-se diante de Omolu e, depois de sete dias, passa-se o prato com o adimú no corpo da pessoa enferma, leva-se a uma mata e enterra-se com tudo.<br />
Para saúde.<br />
Pega-se 14 pãezinhos de sal frescos, passa-se no corpo da pessoa e vai-se arrumando num alguidar de barro. Depois que todos os pães já estiverem no alguidar rega-se com azeite de dendê e vinho tinto seco, salpicando-se por cima pó de efun. Deixa-se diante do Orixá durante sete dias, findos os quais, retiram-se os pães substituindo-os por outros, agindo sempre da mesma forma. Os pães retirados são levados e despachados na porta do cemitério. A operação deve ser repetida até que a pessoa fique curada.<br />
- Para agradar Omolú.<br />
Cozinha-se uma quantidade de tremoços misturada com a mesma porção de feijão fradinho. Depois de cozida a mistura, coloca-se num alguidar de barro e tempera-se com azeite de dendê, pó de peixe defumado; pó de preá defumada; azeite de amêndoas e vinho tinto. Cobre-se com uma porção de pipocas estouradas em azeite de dendê. Deixa-se diante do Orixá por sete dias e despacha-se no mato. <br />
- Para obter uma graça.<br />
Pega-se sete berinjelas, parte-se ao meio e frita-se ligeiramente em azeite de dendê. Arruma-se os 14 pedaços de beringela num recipiente de barro e, sobre cada um, coloca-se uma bolinha de ori-da-costa com um grão de ataré em cima. Tempera-se com azeite de dendê, melado de cana e vinho tinto. Cobre-se com pipocas feitas na areia e arreia-se nos pés de Omolú, deixando por sete dias. Despacha-se nos pés de uma árvore dentro da mata.<br />
- Para obter uma graça.<br />
Prepara-se o mesmo adimú descrito no item anterior, substituindo as beringelas por cebolas roxas. O procedimento é absolutamente idêntico.<br />
- Para obter a proteção de Omolu.<br />
Torra-se, bem torrada, uma mistura de milho vermelho; feijão fradinho; feijão preto; tremoços; arroz com casca, amendoim e milho branco. Coloca-se tudo dentro de uma cabaça aberta no pescoço. Acrescenta-se 14 búzios fechados e todos os grãos de ataré contidos numa fava. Coloca-se ainda, pó de osun, uáji, pó de efun, aridã ralada, 14 grãos de lelekun, 14 favas de bejerekun, um pedacinho de carvão vegetal, pó de peixe defumado e pó de cotia defumada. Fecha-se a cabaça enrolando-a toda com palha-da-costa. Deixa-se por 14 dias diante do Orixá e depois, pendura-se atrás da porta de casa ou do local de trabalho.<br />
- Para proteção no trânsito.<br />
O mesmo trabalho descrito acima, usando-se uma cabacinha pequena que possa ser pendurada no retrovisor de um carro. Neste caso, todos os ingredientes podem ser utilizados em uma única unidade, em vez de quatorze.<br />
- Para evolução financeira.<br />
Assa-se no forno 13 pedaços de inhame com casca. Depois de assados unta-se com azeite de dendê, mel de abelhas e ori-da-costa. Arruma-se num alguidar e cobre-se com pipocas. Rega-se com vinho tinto seco. Despacha-se, depois de sete dias, na mata.<br />
- Para agradar Omolu.<br />
Sete cebolas roxas descascadas e fritas em azeite doce; sete espigas de milho verde assadas na brasa; sete rodelas de pão de sal; sete rodelas de aipim cozido com casca; milho torrado; tremoços e pipoca feita no dendê. Arruma-se num alguidar, primeiro o milho torrado e os tremoços. Por cima dispõe-se as rodelas de aipim, as fatias de pão, as espigas e as cebolas. Rega-se com azeite de dendê e cobre-se com as pipocas. Deixa-se sete dias diante de Omolu e despacha-se no mato.<br />
- Para progredir na vida.<br />
Cozinha-se sete bananas da terra, retira-se as cascas e amassa-se bem com um garfo. À banana amassada adiciona-se mel e um pouquinho de azeite de dendê. Mistura-se bem, sempre amassando e mexendo com um garfo. Coloca-se a massa dentro de um alguidar, arruma-se por cima sete fatias de pão e cobre-se com pipocas feitas na areia. Tempera-se com azeite de dendê e vinho tinto. Deixa-se nos pés do Orixá de um dia para o outro e despacha-se no mato.<br />
- Para apaziguar Omolú.<br />
Sete frutas-de-conde (Anona squamosa, L.); sete bananas da terra e sete espigas de milho verde sem casca. Arruma-se num alguidar e rega-se com melado de cana e vinho tinto seco. Despacha-se, depois de sete dias, próximo a um formigueiro.<br />
- Para obter uma graça.<br />
Numa cesta de palha arruma-se sete frutas-pão (Artocapus incisa); sete frutas-do-conde; sete espigas de milho secas; setes bananas da terra maduras; sete tamarindos (Tamarinus indica, L.); sete obís e sete orogbôs. Enfeita-se a gosto com folhas de canela-de-velho (Zinnia Elegans) e deixa-se por sete dias diante do Orixá. Despacha-se no mato.<br />
OFERENDAS A OBATALÁ<br />
- Merengue para agradar Obatalá.<br />
Bate-se oito, dez ou dezesseis claras de ovos em neve. Com as clara faz-se um monte sobre o qual se coloca uma pitadinha de efun e, ao redor, um obi branco de quatro gomos aberto, (cada pedaço do obí deve ficar de um lado do prato, em forma de cruz. Arreia-se aos pés de Obatalá pedindo o que se quer. (Para Oxaguian, faz-se com 8 claras, para Oxalufan, com dez ou dezesseis).<br />
- Para apaziguar Obatalá.<br />
Vira-se ao contrário a tampa da sopeira de Obatalá, deixando-a sobre a sopeira. Forra-se o interior da tampa com algodão em rama. Bate-se oito, dez ou dezesseis claras de ovos como na receita anterior. Coloca-se o merengue (claras batidas em neve), sobre o algodão na tampa da sopeira, de modo que forme um monte. Salpica-se pó de efun no alto do monte de claras. Acende-se 8, 10 ou 16 velas brancas. No dia seguinte, recolhe-se o adimú, envolve-se num pano branco, e despacha-se numa mata limpa, em local protegido dos raios solares. A tampa, depois de lavada, fica no seu lugar normal.<br />
- Para reverenciar Obatalá. Cozinha-se uma boa quantidade de canjica, lava-se em água corrente e escoa-se bem, deixando por algum tempo numa peneira, até que fique bem sequinha. Coloca-se numa tigela branca e rega-se com água de flor-de-laranjeira. Cobre-se com algodão em rama. Por cima do algodão, coloca-se um obí branco de quatro gomos aberto.<br />
- Para agradar Obatalá.<br />
Procede-se da mesma forma acima descrita, só que, sobre o algodão, coloca-se quatro de pedaços de coco (sem as películas pretas) e, sobre eles, uma bolinha de ori-da-costa misturada com pó de efun. Pode-se, se quiser, cobrir tudo com merengue.<br />
<br />
- Para agradar Obatalá.<br />
Prepara-se 8, 10 ou 16 acaçás. Cozinha-se uma boa quantidade de canjica que, depois de bem lavada e escorrida, é colocada numa bacia branca de ágata ou de louça. Arruma-se, sobre a canjica, um número de folhas de saião (Kalanchoe brasiliensis), que corresponda ao número de acaçás que se vai oferecer. Sobre cada folha, coloca-se um acaçá aberto. Em cima de cada acaçá coloca-se um búzio e um pouquinho de mel de abelhas. Deixa-se nos pés do Orixá de um dia para o outro e despacha-se em água corrente limpa. (A bacia volta para casa).<br />
- Para problemas de caminhos fechados. Cozinha-se uma boa quantidade de canjica e separa-se a água em que foi cozida. Coloca-se a canjica numa tigela branca grande. Pega-se um igbín, meio metro de morim branco, uma garrafa com água de chuva e uma vela branca grande. Leva-se tudo ao alto de um morro e, num lugar limpo sob a sombra de uma árvore, arreia-se a tigela com a canjica sobre o pano branco. Molha-se o igbín, e coloca-se sobre a canjica dentro da tigela. Despeja-se o resto da água sobre o igbín, já sobre a tigela. Acende-se a vela, bate-se cabeça pedindo-se à Obatalá que, assim como aquele igbín vai encontrar seu caminho dentro da mata, que o caminho da pessoa seja aberto para o progresso, a paz e a harmonia. Ao retornar, toma-se banho com a água da canjica cozida misturada com água de poço. Veste-se roupa branca durante três dias e observa-se resguardo de boca e de corpo.<br />
- Para obter uma graça.<br />
Frita-se 8, 10 ou 16 peixinhos brancos em óleo de girassol (Heliantus annuus). Cozinha-se arroz branco, como se fosse para comer, sem usar sal. Coloca-se o arroz cozido, depois de frio, num prato branco e sobre ele arruma-se os peixinhos fritos com as cabeças viradas para fora. No centro, sobre o arroz, coloca-se um pãozinho de trigo inteiro, regado com mel de abelhas. A pessoa que oferece o adimú deve, depois de entregá-lo, comer um pouquinho do arroz, retirando-o do prato, sem usar as mãos, diretamente com a boca.<br />
- Para proteção.<br />
Cozinha-se um inhame-da-costa. Descasca-se, depois de cozido, e amassa-se bem, fazendo uma espécie de purê. Com a massa obtida, modela-se com as mãos, 8, 10 ou 16 bolas, em cada bola espeta-se uma moeda branca. Derrete-se uma porção de ori-da-costa e escorre-se um pouco do óleo sobre cada uma das bolas de inhame. Acrescenta-se pó de efun e cobre-se tudo com algodão em rama. Deixa-se nos pés de Obatalá por quatro dias e despacha-se aos pés de uma árvore frondosa, dentro da mata. <br />
- Para recuperar a saúde.<br />
Pega-se oito ovos de galinha-d'angola, unta-se com ori-da-costa e pó de efun. Arruma-se os ovos dentro da tampa da sopeira de Obatalá virada ao contrário. Todos os dias, logo pela manhã, passa-se um ovo na pessoa doente e se coloca num prato no chão. Quando se tiver feito a mesma coisa com o último ovo, embrulha-se num pano branco, leva-se dentro de uma mata e bate-se com o embrulho no tronco de uma árvore bem grande, até sentir que os ovos se quebraram, deixa-se o embrulho aos pés da árvore e sobre ele, uma quantidade de moedas correspondente ao número de ovos utilizados.<br />
- Para resolver qualquer dificuldade.<br />
Pega-se uma fruta pão que se abre em quatro, ao comprido, sem deixar que as partes se separem. Coloca-se a fruta aberta num prato branco, acrescenta-se arroz cru, coco ralado, mel de abelhas e pó de casca de ovos. Cobre-se tudo com algodão em rama e deixa-se diante de Obatalá por 10 dias, renovando, diariamente, a vela acesa. Despacha-se, envolto em pano branco, no alto de um morro.<br />
- Para tirar uma pessoa da prisão.<br />
Pega-se dois pombos brancos, lava-se para que fiquem bem limpinhos (usar na água, ervas de Obatalá), deixa-se os bichos, por três dias, presos numa gaiola em frente ao igbá do Orixá. No terceiro dia, leva-se as aves para o quintal, amarra-se no pé direito de uma delas o nome da pessoa que se deseja ver livre e, na outra, o endereço do local onde está presa. Solta-se os pombos sem jogá-los para o alto. Os pombos devem ser colocados no chão até que resolvam alçar vôo, não podem ser enxotados nem espantados, é preciso que permaneçam no local o tempo que quiserem.<br />
- Para que Obatalá faça justiça.<br />
Oito, dez ou dezesseis espigas de milho verde bem tenras. Assa-se as espigas num braseiro e, quando estiverem assadas, unta-se com ori-da-costa e mel de abelhas. Coloca-se numa travessa branca, salpica-se bastante pó de efun e pó de lírio fiorentino; cobre-se tudo com algodão e se oferece a Obatalá, no alto de um morro à sombra de um arvoredo, com tantas velas acesas quantas forem as espigas oferecidas.<br />
- Para obter prosperidade.<br />
Retira-se a casca de um coco seco; rala-se a polpa e coloca-se numa tigela grande. Junta-se à isso um copo de leite de cabra, oito colheres de mel de abelhas; oito folhas de saião e uma bola de efun desfeita em pó. Bate-se bem a mistura no liqüidificador. Depois de bem batida, coloca-se a mistura num tigelão branco, cobre-se a tigela com algodão em rama e enche-se um prato com arroz branco cru. A tigela com o líquido é colocada dentro do prato, sobre o arroz. Coloca-se, junto ao arroz, uma boa quantidade de moedas. Deixa-se nos pés de Obatalá, de um dia para o outro, com uma vela acesa. No dia seguinte, despeja-se o líquido da tigela num balde, acrescenta-se água de poço e toma-se um banho da cabeça aos pés. O arroz deve ser cozido para ser comido normalmente, com todos os temperos comuns. As moedas são atiradas dentro do poço de onde se retirou a água para o banho.<br />
- Adimú de frutas.<br />
Obatalá é um Orixá que pode ser facilmente agradado com frutas. Dentre as diversas frutas que podem ser oferecidas em seus adimús, destacamos: Coco verde ou seco, (sempre que se oferecer coco seco a Obatalá, é imprescindível que se retire a película escura que fica agarrada à polpa da fruta); uvas brancas ou rosadas; laranja lima; lima da Pérsia; fruta-do-conde; melão; mamão; fruta-pão (uma de suas preferidas); pêssegos; frutas secas como: passas; tâmaras; figos; nozes; avelãs etc. (Observação: as frutas demasiadamente ácidas ou de cascas e polpas vermelhas ou pretas, devem ser evitadas).<br />
O USO DO COCO<br />
Os povos do Caribe (particularmente os cubanos), pela impossibilidade de obterem o obi, passaram a utilizar o coco em sua substituição, inclusive num tipo de jogo denominado "Oráculo de Biaguê", onde quatro pedaços de coco são usados em substituição aos quatro segmentos do obi. <br />
A utilização do coco é de tal forma popularizada, que este vegetal chega a ser chamado de obí, designando-se o verdadeiro obí, como obí-kola. O coco é utilizado como oferenda principal aos Orixás, Eguns, Exús e até mesmo a Ori, entrando em muitas formas de borí.<br />
Quando Obatalá, dono do coco, reuniu todos os Orixás para dar-lhes mando e hierarquia, isto foi feito embaixo de um coqueiro. Obatalá colocou aos pés de cada Orixá um coco partido, por isso, todos os Orixás têm direito ao coco, embora o coco inteiramente descascado, seja um direito exclusivo de Obatalá.<br />
Todos os Orixás sentaram-se ao redor do coqueiro para ouvirem com muito respeito e atenção as instruções de Obatalá, com exceção de Obaluaye que se mostrou relutante em aceitar as ordens e orientações que lhe eram dirigidas. Obatalá no entanto, conseguiu convencê-lo e, com muita paciência, fez com que acatasse suas ordens e orientações. Desde então, não é possível que se proceda a nenhum ritual sem que se ofereça antes, coco aos Eguns e aos Orixás. <br />
AS OFERENDAS DE COCO.<br />
Sempre que se quiser oferecer coco a Egun, Exú ou Orixá, o seguinte procedimento deve ser adotado:<br />
Escolhe-se um coco maduro, rompe-se a casca externa, retira-se a parte comestível e joga-se a casca grossa fora.<br />
A casca mais fina (espécie de película que fica agarrada à parte branca) é mantida, exceto quando a oferenda é destinada à Obatalá, quando somente a parte branca é ofertada). Corta-se quatro pedaços de tamanhos mais ou menos equivalentes, lava-se bem estes quatro pedaços, coloca-se num prato branco com a parte branca virada para cima e arreia-se no pé do Orixá ao qual se destina o sacrifício. Os mesmos quatro pedaços de coco oferecidos são utilizados no jogo para saber se o sacrifício foi ou não aceito.<br />
Para cada entidade, embora o procedimento seja o mesmo, existe uma saudação diferente, de acordo com o que se segue:<br />
Para Elegbara:<br />
Laroye aki loju Bara Barabá <br />
Exú ború ború, Exú boiyá, Exú boxixe!<br />
Exú Bara Barakikenio!<br />
<br />
Para Ogun:<br />
Oun xibiriki ala Oluo kobu kobu,<br />
Oké babá mi siú birikí<br />
Kpalo to ni gba <br />
Osun du rogágo la bo sie!<br />
Para Oxóssi:<br />
Oxóssi Odé mata ata mata <br />
Sí du ró du ró mata!<br />
Para Xangô:<br />
Elueko Asósain a kata jéri jéri.<br />
Kawo Kabiesile! <br />
Ala tutan, ala layi apendé ure<br />
Alafia kisieko tu ni <br />
Yeyeni ogan gelé<br />
Yuo okuré ari kasagun.<br />
Para Ibeji:<br />
Ibeji oro omó kueo Orunla,<br />
Apetebi ajai ainá Alaba igbe, Idoú, Kainde!<br />
Para Iyemanjá:<br />
Iya mi o atara magba mio jójoo ,<br />
Axere Ogun Ayaba igba odún; Omi o Iyemanjá asaiyabi Olokun,<br />
Aboyo, aboyo yogun ewo<br />
Aya balo ewo mi emi boxe<br />
Iya olomi akara biaye<br />
Iyemanjá igbere ekun asayabio<br />
Olokun ya bi elede omó ariku<br />
Alalajara de yuoma kamariku<br />
kamari arun, kamari ejo.<br />
Kamari ofo, kamari yen bipene.<br />
Para Oiya:<br />
Iyansan Orire omá lélu Oiya kojé kofiedeno.<br />
Oiya aji lo da aji me mo omi enti omó kpe aye. <br />
Orunla mio talembe mi lo jekuá jei Iyansan.<br />
Iyansan oro Iku jéri obini dodo.<br />
Para Inle:<br />
Inle Maku e o ara kabo<br />
Atagba ni le aragba<br />
Inle aragbanile.<br />
Para Oxun:<br />
Oxun igba Iyami o! <br />
Igba Iyami o!<br />
Iko bo si Iyami gbasi, Iyami mo.<br />
Iyalode ogbido abala abe de bu omi male ado<br />
Elegbeni kikirisokede<br />
To xe ni kpele kpele Yeye moro.<br />
Para Obatalá:<br />
Obatalá Obatasi<br />
Obada bada badanera<br />
Ye okulaba okualá. Axé Olobo<br />
Axé omó, Axé ku Baba.<br />
Obatalá dibenigba binike<br />
Ala lolaá axé afiju<br />
Oxa ai lala <br />
Abi koko. Ala ru mati le.<br />
(O coco oferecido a Obatalá, deve ser completamente branco, ou seja, é imprescindível que a película escura que o envolve seja total e cuidadosamente retirada e que, depois disto, os pedaços a serem oferecidos sejam muito bem lavados até que fiquem imaculadamente brancos).<br />
Para Obaluaye:<br />
Obaluaye ogoro nigá, iba eloni. <br />
Agba litasa Baba Singbe, iba eloni. <br />
Ogoro Xamponan. Ago.<br />
Para os ancestrais (eguns):<br />
Axé Baba adagba, <br />
Axé Babadona Orun <br />
Adiatoto adafun ala kentagbada omó aye.<br />
Agô. 1 <br />
1 - As saudações aqui contidas foram coletadas com a colaboração de sacerdotes da Santeria de Cuba, onde o hábito de oferecer-se coco aos Orixás é muitíssimo difundido. O idioma yoruba no qual originalmente seriam feitas sofreu deturpações e modificações através dos tempos, influenciado que foi pelo espanhol, língua oficial daquele país. Tentamos de todas as formas ser o mais fiel possível àquilo que nos foi cedido tão gentilmente, e, por este motivo, publicamos os textos com a ortografia exata dos originais.<br />
LAMPARINAS MILAGROSAS<br />
Uma forma eficaz de se agradar os Orixás, muito usada na antigüidade, são as lamparinas à eles acesas. As mais tradicionais casas de Umbanda, ainda preservam, embora de forma quase imperceptível, este hábito muito eficiente para a obtenção de graças e favores dos Orixás.<br />
A facilidade de obter-se velas industrializadas fez com que, gradativamente, este costume fosse abandonado e quase totalmente esquecido. Devemos ressaltar, no entanto, que as lamparinas são também consideradas como adimús, encontrando-se no mesmo nível como oferendas eficazes e que não podem cair no esquecimento, substituídas por velas de parafina que só significam, para os Orixás, a presença do elemento fogo, não representando portanto, um sacrifício completo como é o caso das lamparinas.<br />
Na tentativa de resgatar este rito, que como tantos outros foram deixados de lado, apresentamos neste trabalho, uma coletânea de lamparinas quase que totalmente esquecidas no Brasil mas que funcionam de forma eficiente e rápida, conforme pudemos verificar nas Santerias de Cuba, no culto de Palo Mayombe, e nas diversas manifestações religiosas afro-americanas existentes no Caribe.<br />
Esperamos estar contribuindo mais um pouco, na substituição do sacrifício animal de forma desregrada e abusiva como vem sendo praticado por sacerdotes que, infelizmente, não conhecem o verdadeiro sentido nem o momento exato em que tais sacrifícios tornam-se insubstituíveis. <br />
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LAMPARINAS PARA EGUN<br />
- Para proteção de Egun.<br />
Uma panela média de barro; 9 pimentas-da-costa; um copo de água de chuva; um copo de água de poço; água de rio; 3 colheres de mel-de-abelhas; 3 colheres de melado de cana; 3 colheres de azeite de dendê; uma pitada de pó de peixe defumado; 9 grãos de milho torrado; uma lata de azeite de oliva. Misturar todos os ingredientes dentro da panela de barro deixando o azeite de oliva para o fim. Colocar 9 mechas e acender para Egun. Depois de 9 dias, despachar no cemitério.<br />
- Para afastar um malefício.<br />
Uma cabaça grande; 9 gemas de ovos; 9 grãos de milho torrados; 9 grãos de pimenta-da-costa; 9 grãos de feijão fradinho; um pedacinho de talo de comigo-ninguém-pode; um pedacinho de galho de quebra-mandinga; uma lata de azeite de oliva. <br />
Abre-se a cabaça em cima, limpa-se bem retirando todas as sementes de seu interior; coloca-se dentro os ingredientes deixando o azeite de oliva para o final; acende-se uma mecha de algodão e deixa-se, por 9 dias, nos pés de Egun. Despacha-se no cemitério.<br />
- Para boa sorte.<br />
Um recipiente de cristal grosso; 9 colheres de vinho tinto; 9 colheres de vinho branco; 9 colheres de emú (vinho de palma); 9 pedacinhos de coco seco; 9 grãos de ataré; pó de peixe defumado; um pouco de osun; um pouquinho de areia de rio; um pouquinho de terra da frente de casa; uma lata de azeite de oliva.<br />
Arruma-se tudo dentro do cristal, segundo a ordem da relação acima. Acende-se 9 mechas e deixa-se nos pés de Egun durante 9 dias. Despacha-se no cemitério.<br />
- Para destruir um inimigo<br />
Uma panela de barro de tamanho médio; um pouco de osun; um pouco de efun; um pouco de uáji; pó de peixe defumado; pó de preá defumado; um pouco de azeite de dendê; um pouco de óleo de rícino; um pouco de sumo de folhas de comigo-ninguém-pode (substância venenosa que requer cuidado no manuseio); um pouquinho de terra de cemitério; um pedaço de galho de abre caminho e o nome da pessoa escrito 9 vezes em papel de embrulho grosseiro. Ateia-se fogo ao papel com o nome escrito, já dentro da panela de barro. Coloca-se os ingredientes dentro da panela, sobre as cinzas e completa-se com azeite de oliva. Acende-se 9 mechas deixando que queimem por 9 dias. Despacha-se no cemitério.<br />
LAMPARINAS PARA EXÚ<br />
- Para obter proteção de Exú.<br />
Dentro de uma cabaça bem limpa, coloca-se o seguinte: 7 roletes de cana; milho torrado; 3 moedas; azeite de amêndoas; azeite de dendê; pó de peixe defumado; pó de preá defumada; aguardente de cana e azeite de oliva. Arruma-se tudo dentro da cabaça, acende-se uma mecha e deixa-se queimar por 7 dias diante de Exú. Despacha-se na encruzilhada.<br />
- Para criar dificuldades na vida de alguém.<br />
Numa cabaça bem limpa coloca-se: Uma foto da pessoa que se pretende prejudicar; 7 colheres de sal de cozinha; o suco de 7 limões; 7 gotas de azougue; 7 gotas de alcatrão; 7 gotas de amônia; um pouco de óleo de rícino e azeite de oliva. Acende-se 3 mechas que deverão queimar por 11 dias diante de Exú, (trocar e completar o azeite sempre que necessário). Despacha-se no cemitério, o mais próximo possível do sino que anuncia a entrada de um enterro.<br />
LAMPARINAS PARA OGUN<br />
- Para obter uma graça.<br />
Uma panela de barro; 7 pimentas-da-costa; 7 grãos de milho torrado; pó de peixe; pó de preá defumado; 7 colheres de mel; um cálice de emú (pode ser substituído por gin); azeite de oliva. Coloca-se tudo dentro da panela; acende-se uma mecha e deixa-se por 7 dias diante de Ogun. Despacha-se na linha do trem.<br />
- Para perturbar a vida de alguém.<br />
Uma panela de barro; azeite de dendê; 7 colheradas de óleo de coco; 7 colheres de alcatrão; 7 gotas de amônia; 7 grãos de milho torrados; 7 pimentas-da-costa; osun; uáji; um pedacinho de talo de comigo-ninguém-pode; o nome da pessoa escrito em papel de embrulho. Primeiro, abre-se o papel com o nome escrito e urina-se sobre ele; coloca-se o papel dentro da panela de barro e arruma-se, por cima, todos os ingredientes relacionados. Completa-se com azeite de oliva, acende-se uma mecha e deixa-se ficar, durante sete dias, diante de Ogun. Despacha-se dentro do cemitério.<br />
- Para obter uma vitória com a ajuda de Ogun.<br />
Abre-se ao meio uma melancia. Da parte de baixo, retira-se toda a polpa e coloca-se dentro: Um pouco de água de poço; sete pedacinhos de folha de espada-de-São Jorge; 7 pimentas-da-costa; 7 favas "chapéu-de-napoleão"; uma fava olho-de-boi; 7 grãos de milho torrados; um pouco de pó de efun; uáji; um cálice de gin; azeite de dendê e azeite de oliva. Coloca-se tudo dentro da metade oca da melancia, completa-se com azeite de oliva, acende-se uma mecha e deixa-se 7 dias diante de Ogun. A outra banda da melancia, é colocada ao lado da lamparina como oferenda ao Orixá. Despacha-se numa rodovia de grande movimento.<br />
LAMPARINAS PARA OXÓSSI<br />
- Para obter a ajuda de Oxóssi<br />
Uma panela de barro de tamanho médio; meio copo de azeite de amêndoas; meio copo de azeite de dendê; 7 colheres de melado; um pouco de osun; 7 grãos de milho torrados; pó de peixe defumado; pó de preá defumada; 7 colheres de suco de romã; 7 colheres de licor de anis; 7 grãos de pimenta-da-costa; azeite de girassol. Coloca-se os ingredientes relacionados dentro da panela de barro, completa-se até a borda com o azeite de girassol, acende-se uma mecha e deixa-se queimar por sete dias. Despacha-se nos pés de uma amendoeira.<br />
- Para boa sorte.<br />
Uma panela de barro média; 7 colheres de azeite de amêndoas; 7 grãos de milho torrados; pó de preá defumada; 7 colheres de aguardente; 7 colheres de azeite de dendê; 7 pedacinhos de ori-da-costa; osun; 7 pedaços de açúcar cândi; um pedaço de papel branco contendo escrito o que se deseja do Orixá; azeite de oliva. Coloca-se o papel com os pedidos no fundo da panela e, sobre ele, coloca-se os ingredientes. Completa-se com o azeite de oliva e acende-se 7 mechas, deixando por 7 dias nos pés de Oxóssi. Despacha-se numa mata.<br />
LAMPARINAS PARA LOGUNEDÉ<br />
- Para obter uma graça.<br />
Uma panela de barro; sal de camarão seco; 16 favas de abere; 16 favas de ariô; 16 grãos de milho seco; a gema de um ovo de galinha; um pouco de água de rio e azeite de oliva. Escreve-se em papel de embrulho a graça que se deseja obter; coloca-se o papel no fundo da panela; arruma-se todos os ingredientes por cima; completa-se com o azeite de oliva. Acende-se a mecha e deixa-se por cinco dias diante de Logun. Despacha-se nas águas de um rio, no local mais profundo.<br />
- Para resolver uma situação difícil.<br />
Dentro de uma bacia de ágata coloca-se um pouco de água de rio. Dentro desta água coloca-se 5 gemas de ovos de galinha. Pega-se uma panela de barro e dentro dela coloca-se água de rio e azeite de oliva. Coloca-se a panela dentro da bacia com as gemas; acende-se uma mecha e arreia-se diante de Logun, deixando por 7 dias. Despacha-se na cachoeira.<br />
LAMPARINAS PARA OXUN<br />
- Para obter proteção de Oxun.<br />
Uma panela de barro; uma pedra imã; água de flor de laranjeira; vinho seco; água de colônia; 5 pedacinhos de ori-da-costa; 5 colheres de café de óleo de amêndoa doce; azeite de oliva. Coloca-se o imã dentro da panela e, por cima, os demais ingredientes. Completa-se com o azeite de oliva, acende-se uma mecha e deixa-se por cinco dias diante de Oxun. Pode-se manter sempre diante do Orixá ou despachar-se numa cachoeira.<br />
- Para que uma mulher fique grávida.<br />
Um melão; um bonequinho de plástico; um pedacinho de talo de abre-caminho; 5 ovos de codorna (somente se utilizam as gemas); 5 colheres de chá de óleo de amêndoa doce; 5 colheres de creme de abacate; 5 gotas de água de colônia; um pouco de osun; 5 colheres de café de suco de salsa; 5 pedacinhos de manteiga de cacau; óleo de girassol. Abre-se uma tampa na parte de cima do melão; retira-se as sementes; coloca-se o bonequinho com a cabeça para cima; coloca-se todos os demais ingredientes e completa-se com o óleo de girassol. Acende-se uma mecha e deixa-se diante de Oxun por cinco dias. Despacha-se nas águas de um rio.<br />
- Para atrair uma pessoa.<br />
Uma cabaça bem grande; o nome da pessoa que se pretende atrair escrito num lenço branco, novo e perfumado; 5 gemas de ovos de galinha d’Angola; 5 ovos de codorna inteiros; 5 pedacinhos de coco; 5 colherinhas de azeite de amêndoa-doce; 5 colheres de mel de abelhas; um pouco de efun; um pouco de osun; 5 colheres de açúcar mascavo.<br />
Abre-se a cabaça, limpa-se seu interior, coloca-se o papel e os demais ingredientes. Completa-se com azeite de oliva e acende-se uma mecha, deixando diante de Oxun durante cinco dias. Despacha-se nas águas de um rio.<br />
- Para que alguém retorne.<br />
Prepara-se, da mesma forma da receita anterior, uma cabaça, dentro da qual se coloca: 5 bolinhos feitos com farinha de milho misturada com mel de abelhas e folhas de salsa bem picadinhas; mel de abelhas; azeite de dendê; 5 favas de aberê e óleo de girassol. Depois de tudo dentro da cabaça, completa-se até a borda com o óleo de girassol, acende-se uma mecha e deixa-se, por cinco dias, nos pés do Orixá. Despacha-se num rio. <br />
LAMPARINAS PARA OIYÁ<br />
- Para proteção.<br />
Uma panela de barro; 9 pimentas-da-costa; pó de peixe defumado; pó de preá defumada; azeite de dendê; melado de cana; 9 pedacinhos de ori-da-costa; 9 agulhas; 9 pedacinhos de coco seco; 9 gemas de ovos de galinha d’Angola; osun; um pouquinho de vinho tinto; um pouquinho de genebra. Completa-se com azeite de oliva e acende-se uma mecha, deixando por 9 dias aos pés de Oyá. Despacha-se num bambual.<br />
- Para defender-se de inimigos.<br />
Uma panela de barro; 9 grãos de feijão fradinho; 9 grãos de milho vermelho; uma pitada de colorau; açúcar mascavo; azeite de dendê; um pouco de água de rosas. Completa-se com azeite de oliva e acende-se uma mecha por nove dias aos pés de Oyá. Despacha-se nos pés de um flamboayant.<br />
- Para obter uma graça.<br />
Uma panela de barro; açúcar mascavo; açúcar cândi; 9 gemas de ovos de codorna; 9 brasas de carvão vegetal acesas; água de rosas. Depois de tudo arrumado na panela, completa-se com azeite de oliva e acende-se uma mecha, deixando-se, por 9 dias, diante do Orixá. Despacha-se num bambual.<br />
LAMPARINAS PARA YEWÁ<br />
- Para alcançar uma graça.<br />
Numa panela de barro coloca-se: Um pouco de terra de formigueiro; uma pitada de osun; 11 pimentas-da-costa; açúcar cândi; açúcar mascavo; açúcar branco refinado; azeite de dendê; mel de abelhas; umas gotinhas de essência de rosas. Completa-se com azeite de oliva; acende-se uma mecha e deixa-se por 11 dias diante de Yewá. Despacha-se aos pés de uma árvore grande.<br />
- Para proteção.<br />
Na metade de uma cabaça bem limpa por dentro, coloca-se: 11 grãos de pimenta-da-costa; peixe defumado; 11 pedacinhos de coco seco; 1 anzol; um ofázinho de metal; 1 obí; um pouco de osun; mel de abelha; um pouquinho de baunilha; 11 pedacinhos de canela em casca; um pedacinho de sabão da costa. Completa-se com azeite de oliva, acende-se uma mecha e deixa-se por 11 dias aos pés de Yewá. Despacha-se numa nascente d'água. <br />
- Para defender-se de inimigos.<br />
Uma panela de barro; 11 grãos de feijão fradinho; 11 grãos de milho vermelho; açúcar mascavo; azeite de dendê; um pouco de água de rosas. Completa-se com azeite de oliva e acende-se uma mecha por 11 dias aos pés de Yewá. Despacha-se nos pés de um flamboayant. <br />
- Para atrair uma pessoa.<br />
Uma cabaça bem grande; o nome da pessoa que se pretende atrair escrito num papel branco; 11 gemas de ovos de galinha d’Angola; 11 gemas de ovos de codorna ; 11 pedacinhos de coco; 11 colherinhas de azeite de amêndoa doce; 11 colheres de mel de abelhas; um pouco de efun; um pouco de osun; 11 colheres de açúcar mascavo. Abre-se a cabaça, limpa-se seu interior, coloca-se o papel e os demais ingredientes. Completa-se com azeite de oliva e acende-se uma mecha, deixando diante de Yewá durante 11 dias. Despacha-se nas águas de um rio.<br />
LAMPARINAS PARA OBÁ<br />
- Para obter a proteção de Obá.<br />
Uma panela de barro; uma pedra imã; água de flor de laranjeira; vinho tinto; 15 pedacinhos de ori-da-costa; 15 colheres de café de óleo de amêndoa doce; 1 folha de comigo-ninguém-pode e azeite de oliva.<br />
Coloca-se a folha com o imã dentro da panela e por cima, os demais ingredientes. Completa-se com o azeite de oliva, acende-se uma mecha e deixa-se por 15 dias diante de Obá. Despacha-se no local determinado pelo jogo.<br />
- Para desfazer um malefício.<br />
Numa panela de barro coloca-se: 15 sementes de abóbora; um pouco de farinha de milho vermelho torrada; 15 agulhas de costura; 15 pimentas-da-costa; 15 colheres de vinagre; 15 colheres de suco de limão; osun; uáji; 15 búzios pequeninos e azeite de oliva. Acende-se uma mecha e deixa-se, por 15 dias, nos pés de Obá. Despacha-se no cemitério.<br />
- Para obter diversas graças simultaneamente.<br />
Uma panela de barro média; 15 colheres de azeite de amêndoas; 15 grãos de milho torrado; pó de preá defumada; 15 colheres de azeite de dendê; 15 pedacinhos de ori-da-costa; osun; um pedaço de papel branco contendo, escrito, o que se deseja do Orixá; azeite de oliva. Coloca-se o papel com os pedidos no fundo da panela e, sobre ele, coloca-se os ingredientes. Completa-se com o azeite de oliva e acende-se uma mecha, deixando por 15 dias nos pés de Obá. Despacha-se numa mata.<br />
LAMPARINAS PARA NANÃ<br />
- Para sorte e proteção de Nanã.<br />
Uma panela de barro média; 13 gemas de ovos de gansa; 13 pimentas-da-costa; 13 búzios; osun; efun; uáji; um pouco de lama de pântano; um pouco de milho torrado; peixe defumado; azeite de dendê; 13 colheres de azeite de amêndoas; os pedidos que se deseja obter escritos em papel de embrulho. Coloca-se o papel dentro da panela e todos os ingredientes por cima; completa-se com óleo de girassol. Acende-se uma mecha e deixa-se diante de Nanã por 13 dias. Despacha-se num pântano.<br />
- Para conseguir uma graça. <br />
Metade de uma cabaça bem limpa por dentro; 13 moedas pequeninas; 13 grãos de milho de pipoca que não tenham estourado ao se fazer pipocas para Omolú; 13 pedacinhos de coco seco; 13 sementes de anis estrelado; azeite de dendê; um pouco de melado de cana; um pouco de lama do fundo de um rio; azeite de oliva.<br />
Escreve-se, num papel qualquer, o que se deseja de Nanã. Coloca-se o papel dentro da cabaça e coloca-se todos os ingredientes por cima. Completa-se com azeite de oliva, acende-se uma mecha e deixa-se nos pés de Nanã por 13 dias. Despacha-se nas águas de um rio.<br />
- Para desfazer um malefício.<br />
Numa panela de barro coloca-se: 13 sementes de melão; um pouco de farinha grossa de milho vermelho torrada; 13 agulhas de costura; 13 pimentas-da-costa; 13 colheres de vinagre; 13 colheres de suco de limão; 13 gotas de amoníaco; osun; efun; uáji; um búzio grande e azeite de oliva. Acende-se uma mecha e deixa-se, por treze dias, nos pés de Nanã. Despacha-se no cemitério.<br />
LAMPARINAS PARA IYEMANJÁ<br />
- Para atrair boa sorte.<br />
Uma panela de barro de tamanho médio; um pouquinho de água de flor de laranjeira; um cálice de licor de menta; um copo de água do mar; um pouco de azeite de dendê; um pouco de mel de abelhas; um pouco de melado; 4 agulhas de costura; azeite de girassol. Coloca-se tudo dentro da panela, completa-se com o azeite de girassol e acende-se uma mecha por sete dias. Despacha-se no mar.<br />
- Para obter uma graça.<br />
Um melão; sete gemas de ovos de galinha d’Angola; pó de peixe defumado; um copo de água de rio; um copo de água do mar; 7 grãos de ataré; melado; mel de abelhas; 7 moedas de pequeno valor; azeite de oliva. Abre-se o melão, retira-se a polpa, coloca-se os ingredientes relacionados, completa-se com o azeite de oliva e acende-se uma mecha por sete dias. Despacha-se no mar ou nas águas de um rio.<br />
- Para prejudicar um inimigo.<br />
Uma cabaça; um papel de embrulho com o nome do inimigo escrito sete vezes; 4 agulhas; 4 colheres de vinagre; sete pedras de sal grosso; uma pitada de osun; pó de bambu; um pouco de amônia; um pedaço de pedra de cânfora; 4 colherinhas de chá de óleo de rícino; a mesma quantidade de óleo de castor; 4 colheres de azeite de dendê; 4 grãos de pimenta-da-costa; 4 pedrinhas pequenas de carvão mineral; pó de peixe e de preá defumados; óleo de soja. Abre-se a cabaça pelo pescoço; tira-se as sementes; coloca-se o papel com o nome; cobre-se com os ingredientes relacionados; completa-se com o óleo de soja; acende-se uma mecha e deixa-se diante de Iyemanjá por quatro dias. Depois, fecha-se a cabaça com a própria tampa, amarra-se com palha da costa e enterra-se na beira de um rio.<br />
LAMPARINAS PARA XANGÔ<br />
- Para evolução na vida.<br />
Uma melancia; água de rio; 6 pimentas-da-costa; azeite de oliva; 6 colheres de azeite de dendê; 6 colheres de azeite de amêndoas; 6 colheres de azeite de coco; 6 pavios ou mechas de algodão. <br />
Abre-se a melancia ao meio, no sentido vertical, retira-se a polpa de seu interior e se introduz os ingredientes acima relacionados, começando pela água e deixando o azeite de oliva por último, de forma que fique cheia até em cima. Coloca-se os pavios ou mechas e deixa-se aos pés de Xangô até que se queime todo o óleo. A polpa retirada da melancia, é esfregada no corpo da pessoa que, depois, disto toma banho de água limpa e só então acende a lamparina.<br />
- Para obter uma graça.<br />
Escreve-se num papel o que se deseja obter. Coloca-se o papel numa panela de barro e junta-se à ele, os seguintes ingredientes: Pó de peixe defumado; pó de preá defumado; um copo de vinho tinto; um copo de aguardente; 6 pimentas-da-costa; 6 moedas de cobre; vários pedacinhos de coco seco; azeite de dendê; ori-da-costa; 6 colheres de mel de abelhas; um pouco de pó de osun; um pedaço de galho de abre-caminho; um pedaço de casca de irôko; 6 agulhas; 6 colherinhas de óleo de amêndoa doce. Completa-se com azeite de oliva e acende-se uma mecha, deixando-se por seis dias diante de Xangô. Despacha-se aos pés de uma palmeira imperial.<br />
- Para que Xangô dê proteção permanente.<br />
Limpa-se uma cabaça grande e, numa de suas partes arruma-se: 12 bolas de inhame enfeitadas com um grão de milho vermelho; 12 grãos de pimenta-da-costa; 12 orogbôs; 12 favas de alibé; 12 favas de ariô; osun; efun; um pouco de lã de carneiro; 12 pedacinhos de ori-da-costa; azeite de dendê; 12 quiabos cortados em rodelinhas; um cálice de vinho tinto. Arruma-se tudo dentro da cabaça que é, por sua vez, colocada dentro de uma gamela de madeira; completa-se com azeite de oliva, acende-se uma mecha e deixa-se 12 dias diante de igbá de Xangô. Despacha-se nos pés de uma palmeira.<br />
LAMPARINAS PARA OMOLÚ<br />
- Para resolver problemas de saúde.<br />
Em meia cabaça devidamente limpa coloca-se: Azeite de dendê; mel de abelhas; vinho tinto seco; azeite de amêndoa; milho torrado e milho de pipoca. Completa-se com azeite de oliva, acende-se uma mecha que deve ser renovada até que a pessoa melhore. Depois de obtida a graça, enterra-se a cabaça dentro de cemitério.<br />
- Outra para a saúde.<br />
Colocar numa panela de barro: um copo de água de coco verde; um copo de vinho branco; uma pitada de gengibre ralado; alguns grãos de tremoços e um cálice de genebra. Depois de tudo arrumado, completa-se com azeite de oliva, acende-se a mecha e deixa-se diante do Orixá por sete dias. Despacha-se numa mata.<br />
- Para obter uma graça impossível.<br />
Pode-se usar, indiferentemente, uma cabaça ou uma panela de barro. Em seu interior coloca-se: 7 grãos de milho torrados; 7 bolinhas de ori-da-costa; 7 grãos de ataré; uma taça de vinho tinto rascante; canela em pó; azeite de dendê e 1 orogbô. Completa-se com azeite de oliva, acende-se a mecha e deixa-se por 7 dias diante de Omolú. Despacha-se em cima de um formigueiro.<br />
LAMPARINAS PARA OBATALÁ<br />
- Para problemas de saúde.<br />
Pega-se um melão, corta-se uma tampa em cima, retira-se as sementes e a polpa. Dentro do melão coloca-se: 8 gemas de ovos de pomba branca; 8 grãos de canjica crus; 8 moedas brancas; 8 búzios; um pouco de água de flor de laranja; 8 pedacinhos de ori-da-costa; pó de efun; o sumo de 8 folhas-da-fortuna. Completa-se até em cima com azeite de oliva; acende-se uma mecha e deixa-se por oito dias nos pés de Obatalá. Despacha-se aos pés de um algodoeiro.<br />
- Para obter-se uma graça.<br />
Uma panelinha de barro pequena na qual se coloca um papel com o pedido do que se deseja. Sobre o papel coloca-se 10 pedacinhos de ori-da-costa e uma fava de baunilha. Completa-se com azeite de oliva e acende-se uma mecha. Durante 10 dias completa-se o azeite e renova-se a mecha sempre que for necessário. Despacha-se num local alto e arborizado.<br />
- Para agradar Obatalá.<br />
Num copo de cristal grosso, coloca-se quatro dedos de água de flor de laranjeira; 10 gotas de baunilha e azeite de oliva. Acende-se um pavio de lamparina e deixa-se que se queime todo o azeite do copo. Se for preciso, pode renovar o pavio. Não se despacha o copo, apenas a água do fundo é despejada num gramado limpo.<br />
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BIBLIOGRAFIA<br />
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Lépine, C. - Tese de Doutorado - USP -1978<br />
Maupoil, B. - La Geomancie à l'ancienne Côte des Esclaves - Institut d'Ethnologie - Paris - 1981 <br />
Pereira, Nunes - A Casa das Minas-Culto dos Voduns Jeje no Maranhão - Vozes - Petrópolis - 1979 <br />
Ribeiro, Rene - Cultos Afro Brasileiros do Recife - .<br />
Santos, J. E. - Os Nagô e a Morte. Pàde, Asese e o Culto Égun na Bahia.- Vozes - Petrópolis - 1986 .<br />
Verger, P. F. - Os Orixás - Ed. Corrupio - 1981 . <br />
Verger, Pierre F. - Dieux d'Afrique. - Culte des Orixás et Vodouns... - Paul Hartmann Éditeur - Paris.DOUGLAS HARTThttp://www.blogger.com/profile/18060023167714836055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-166951183833632451.post-6893310187160708772011-07-14T15:25:00.000-07:002011-07-14T15:25:14.608-07:00EBÓ PARA ATRAIR FORÇAS DAS DIVINDADES AFRICANAS PARA ILÈ ASÉMATERIAL<br />
<br />
Uma vasilha branca <br />
9 moedas (se for homem) <br />
7 moedas (se for mulher) <br />
20 gotas de azeite de dendê <br />
Sal grosso <br />
Gim <br />
<br />
MODO DE FAZER:<br />
<br />
Na vasilha coloque água e as moedas. Acrescente sal grosso, gim e o azeite de dendê. <br />
Deixe e vasilha no pé de Esu se o tiver assentado, caso contrário, coloque na sala e deixe de uma dia para o outro. <br />
Faça o pedido à Iyá mí entregando esta oferenda em troca de prosperidade para você e seus filhos de santo. <br />
Faça seu pedido saudando a Elá: <br />
<br />
Elá Boru! <br />
<br />
Elá Boye!! <br />
<br />
Elá Bosise!!!DOUGLAS HARTThttp://www.blogger.com/profile/18060023167714836055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-166951183833632451.post-49742219329654822312011-07-14T15:23:00.001-07:002011-07-14T15:23:15.588-07:00ÈBÓ PARA ARRUMAR EMPREGOÈBÓ PARA ARRUMAR EMPREGO<br />
MATERIAL <br />
2 Inhame Da costa <br />
Dendê<br />
1 Obi roxo<br />
2 Pratos<br />
Danda da costa em pó<br />
14 Folhas de fortuna<br />
2 Favas de Èsú<br />
1 Alguidar <br />
7 Ovos<br />
Bastante moedas<br />
MODO DE FAZER:<br />
Os dois inhames da costa devem ser bem cozidos, e sua água é para tomar um banho ao fim desta obrigação. Então pegue os dois pratos e coloque um do lado do outro, amasse cada inhame em cada prato, com suas próprias mãos e junte ao inhame, um pouco de dendê, os 2 obi roxo ralados, danda da costa em pó, folhas da fortuna 7 em cada prato triture bem, as 2 favas de Èsú raladas uma em cada prato, então após o banho, ou seja no outro dia de manhã em jejum, passe esta massa em todos os dois pés, entre os dedos enfim passe bem, coloque uma meia, e fique com este ebo nos pés no mínimo por 4 horas, fazendo seus pedidos a Èsú caminhos de emprego rapidamente, passado este período, retire tudo e coloque dentro do alguidar, cubra com bastante dendê e quebre dentro 7 ovos, leve e coloque em uma estrada de grande movimento e que você não veja seu final, jogue por cima de tudo bastante moedas, novamente peça a Èsú dinheiro, e caminhos de emprego.DOUGLAS HARTThttp://www.blogger.com/profile/18060023167714836055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-166951183833632451.post-56822258179490924132011-07-14T15:22:00.001-07:002011-07-14T15:22:07.419-07:00EBÓ PARA TIRAR QUEIMAÇÃOÈBÓ P/TIRAR QUEIMAÇÃO<br />
MATERIAL<br />
Panela de barro<br />
9 Ovos<br />
9 Cebolas<br />
Dendê<br />
Peneira pequena<br />
Mel<br />
Morim branco<br />
MODO DE FAZER:<br />
Pegue uma panela de barro coloque em sua frente, passe em todo o corpo 9 ovos, e as 9 cebolas, coloque dentro desta panela e cubra com dendê, em seguida coloque a peneira na boca desta panela e derrame o mel, e peça as forças da Terra que tire tudo de ruim de sua vida, ebo, feitiços, olho grande e queimação, e que seus inimigos não possam lhe enxergar. Este ebo será feito em local de mato queimado e/ou seco, e que tenha formigueiro perto, então cubra com o morim branco, e ao chegar em casa tome banho com sabão da costa e/ou sabão de coco.<br />
Após o Ebó prescrito acima aconselha-se a fazer o seguinte banho abaixo --->><br />
BANHO FORTALECER ORI<br />
MODO DE FAZER:<br />
Pegue água de coco verde, quine dentro de uma vasilha com folhas de algodoeiro, elevante, e tome este banho varias vezes sempre ao amanhecer, antes tome banho com sabão da costa e/ou sabão de coco, após feito isto tome banho com as ervas, logo a seguir coloque um akasa em sua cabeça e amarre com um morim branco e fique pôr duas horas, depois leve em um jardim e coloque em baixo de uma arvore.DOUGLAS HARTThttp://www.blogger.com/profile/18060023167714836055noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-166951183833632451.post-8595118074797634582011-05-19T13:08:00.001-07:002011-05-19T13:08:46.380-07:00TEM OCASIÕES EM QUE SE TEM QUE CORTAR NA PRÓPRIA CARNE?<p class="formspringmeText">TEM OCASIÕES EM QUE SE TEM QUE CORTAR NA PRÓPRIA CARNE?</p><p class="formspringmeFooter"> Answer <a href="http://4ms.me/kSjJNo">here</a></p>DOUGLAS HARTThttp://www.blogger.com/profile/18060023167714836055noreply@blogger.com0